Memórias On

Os anos se seguiram com Thomas trazendo luz, felicidade, e tudo de melhor e mais lindo para a minha vida.

Porém toda a felicidade fora destruida. Em uma manhã de Janeiro, eu estava em meu trabalho quando recebo uma ligação da escolinha onde Thommy estudava.

– Bom dia senhorita Swan. Aqui é da escola do seu filho, a senhorita teria como vir para cá? O Thomas não está se sentindo muito bem

Nessa hora um nervosismo me abateu e uma tremenda dor no peito por meu filho estar sentindo alguma dor

– O que ele está sentindo? Ele falou alguma coisa? Eu chego ai em quinze minutos - Disse enquanto pegava a minha bolsa e seguia em direção ao elevador. Depois eu me resolvo com o meu chefe. Meu filho vem em primeiro lugar.

– Ele se queixa de muita dor de cabeça, tontura.

– Ok. Estou chegando.

Algo estava acontecendo com Thommy, essas dores de cabeça, tonturas, vômitos matinais não são normais.

Cheguei a escola e fui em direção a secretaria pois fui informada de que ele estaria lá. Caminhei o mais rápido que minhas pernas permitiam. Ao passar pela porta da sala avistei ele sentado em uma cadeira com uma carinha sofrida.

– Mamãe, quero ir embora. Tá doendo mamãe. Dá remedinho pra passar a dor na minha cabeçinha mamãe - Pedia ele com a voz embargada

– Tudo bem bebê. Mamãe vai cuidar de você. Obrigada por me ligar senhorita Webber.

Sai de lá e sem pensar duas vezes fui em direção ao Hospital Geral de Seattle. Queria logo saber exatamente o que o meu filho tinha.

– Mamãe, não vamos pra casa?

– Não meu amor. Vamos no médico para ele passar remédio para a sua dor na cabeça tá?

– Ele vai fazer passar mamãe?

– Vai sim amor. Ele vai - Assim espero. Completei mentalmente

Chegando lá, ao estacionar, descer do carro e ajudar Thommy a sair também, fomos em direção a entrada do hospital.

Quando coloquei meu pé lá dentro, senti um calafrio, um medo, um aperto no coração me sufocou. Mas preferi colocar isso de lado e fui até a recepcionista do local.

– Olá, boa tarde. Eu queria um encaixe para uma consulta com o pediatra por favor

– Um momento por favor - Disse a loira morango que era a recepcionista

Enquanto esperava, Thommy se enturmou com algumas crianças que também estavam por lá. Ele parecia bem, parecia saudável. E estava feliz por ter feito novos amiguinhos.

– Mamãe, mamãe, você viu? Eu tenho um montão de amigos novos. Viu, viu? - Dizia ele pulando freneticamente

– A mamãe viu sim principe. Mas não pula desse jeito, você estava com dor de cabeça lembra? Assim vai piorar sabia?

– Aii mamãe, eu já tinha esquecido, você me fez lembrar - Disse ele fazendo bico

– Oww bebê. Desculpa. Não sabia que a dor você podia esquecer - Disse apertando sua bochecha

– Não me chama de bebê mamãe. Tem um montão de meninas aqui ouvindo

Não me contive e ri do jeitinho de homenzinho que o meu pequeno bebê já tinha.

– Está bem bebê, mamãe não fala mais

– Desisto - Cruzou os bracinhos rente ao corpo e bufou

– Deixe de dengo meu homenzinho. Venha cá e dê um beijinho na mamãe

– Yeah!! Sou homem mamãe? - Perguntou ele rondando meu pescoço com seu braços enquanto eu o tirava do chão

– É sim. O meu homenzinho. O principe que cuida da mamãe

– Eu sou o homem da casa que cuida de você certo?

– Isso. Super certo. Agora vai lá brincar meu homenzinho

Ele saiu correndo em direção ao grupinho de crianças que estavam lá. Me sentei e fiquei observando ele interagir com os outros.

– Senhorita Swan. Temos uma vaga para o encaixe assim que a paciente, que está sendo atendida agora, sair - Disse-me a recepcionista

– Okay.

– Diga-me o nome do paciente por favor

– Thomas. Thomas Dan Swan

– E a idade dele? A srta é o que dele?

– 4 anos. Sou a mãe

Depois dessas perguntas básicas e de mais algumas ela me pediu alguns documentos e pediu para que eu assinasse alguns papeis. Em seguida me disse para aguardar o Dr Masen.

Esperei por mais ou menos 30 minutos até que um homem alto, olhos verdes e muito bonito saiu da sala, se despediu de uma garotinha de aproximadamente seis anos e de sua mãe.

Depois que elas se foram ele rolou os olhos pela sala da recepção e em seguida olhou para uma pilha de papeis que estavam em sua mão.

– Thomas Swan?

– Aqui. Filho, principe vem - Chamei Thommy

– Já vou indo linda. Minha mãe me chama - Disse ele se despedindo de uma menina loira com aproximadamente a mesma idade dele - Prontinho mamãe linda do meu coração, estou aqui

– Vamos logo Sr. rei das menininhas, o doutor lhe espera - Disse pegando em sua mão e o guiando para dentro do consultório

Memórias Off

Fechei o álbum com as fotos de Thomas e corri até o seu quarto. Ao abrir a porta, a imagem dele dormindo tranquilamente sem ter nenhum sinal de que sua saude estava tão frágil.

Fiquei lá encarando a cama do meu pequeno anjinho da porta de seu quarto sem querer desviar o olhar, era como se ele pudesse reaparecer ali na minha frente.

Fechei a porta e fui em direção ao banheiro. Tirei minha roupa e entrei no chuveiro quente, esperando que isso aliviasse a minha dor, que a água lavasse a minha alma e tirasse toda aquela angustia e dor de mim.

Deitei na minha cama e sentia como se um enorme peso estivesse sobre minha cabeça, ela latejava.

Me forcei fechar os olhos e esquecer tudo por algumas horas.

Mas ao deitar, a lembrança daquele dia, no consultório do Dr. Masen, do diagnóstico de todo o futuro sofrimento do meu bebê, veio com força total a minha cabeça.

Continua...