Morte Bestante escrita por Dinho Siqueira


Capítulo 1
Nem um lutador e nem um assassino


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic. É verdade que já a tinha (um esboço dela) em meu caderno/diário a um bom tempo, mas agora resolvi termina-la e mostrar ela pra vocês.
Não sou exatamente um bom escritor, então perdoem minhas inúmeras falhas.
Espero que gostem.



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“Bum”

O som do canhão disparando fez com que eu despertasse de meu frágil sono. De cima da árvore em que eu havia me abrigado tinha uma visão límpida do escuro céu da madrugada. Esperei, e o hino do Centro Paula Souza não tardou a tocar, fazendo com que um leve tremor percorresse meu corpo. Eu os odiava por nos colocar nesta maldita arena, eu odiava minha Etec por ser a quarta melhor dos distritos, tendo duas vagas de direito na colheita. Por causa disto nós estávamos aqui, tendo de matar os tributos das cinco melhores Etecs entre os distritos.

O hino se encerrou com uma forte palpitação de meu coração e o primeiro rosto se projetou no céu artificial da arena, acimando a legenda ‘Daniel Souza – Etec número dois’. Eu não podia acreditar. Quando vi os tributos das Etecs de outros distritos eu pude identificar o vencedor facilmente, assim como os patrocinadores. Daniel era enorme, tanto em inteligência quanto em força, e com a ajuda que estava recebendo de seus possíveis patrocinadores do Centro era obvio que ele chegaria as finais. Se alguém conseguira sobrepuja-lo eu definitivamente não teria chances. A verdade é que só estava vivo após estes três dias de Arena por ter me escondido e roubado suprimentos e meu tão estimado arco, munido de poucas flechas, de um tributo distraído.

Uma nova imagem se formou. Caso não estivesse preso ao grosso galho no topo da árvore por minhas cordas, certamente teria despencado da altura em que estava. O rosto assustado de meu melhor amigo pairava no céu sobre a legenda ‘Romulo Niza – Etec Número Quatro’. Era chocante ver seu rosto sempre brincalhão e sorridente esboçando medo.

O meu melhor amigo, que sempre me defendera da homofobia encontrada nas ruas de nosso distrito, estava morto. Essa certeza aterradora fez com que lágrimas silenciosas escorressem por meu rosto. Depois de seu rosto se seguiram mais 4. Restavam poucos de nós agora.

A árvore estremeceu, e meu cérebro se encheu por um rugido ensurdecedor que me deixou sem ação por alguns instantes. Soltei minhas amarras e preparei meu arco, procurando pela fonte daquele distúrbio. Equilibrando-me no grosso galho em que havia dormido, fiz pontaria, achando meu alvo. Era uma bestante, um tipo de cachorro gigante modificado geneticamente pelo Centro. Temeroso em perder alguma flecha em vão na carapaça do animal, desci da árvore que estava prestes a ser derrubada pelo bicho. Aterrissei pesadamente no solo da floresta, me aplumei e disparei três flechas, vendo-as fazer com que a vida abandonasse os olhos da criatura. Deprimi-me enquanto retirava e limpava as flechas usadas. Não era um lutador, nem um assassino. Tinha por ambição me formar na Etec e rumar para as artes, entreter o povo de meu distrito ou até mesmo virar um professor do Centro. Mas agora já sabia que isso não seria possível.

“Bum”, “bum”.



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Notas finais do capítulo

Espero que não estejam muito confusos, pois eu misturei a realidade das Etecs de São Paulo ao mundo de Jogos Vorazes.



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