Estou com medo, a festa é amanhã. Posso fugir, ou simplesmente encarar o problema. Kate está animada, mas ainda assim consigo ver a insegurança em seus olhos. Será que eu devo ir e correr o risco de ser humilhada, mais uma vez, na frente de todos? Sim, eu vou. Mesmo que seja arriscado, tenho que encarar os meus medos, mostrar que eu sou forte.

Às 19hrs Kate foi me buscar em casa para irmos juntas, a festa seria em uma cabana, que até onde eu sei, pertence à família de Diego. Fica na parte mais afastada da cidade, em frente a um grande lago. Todos já estavam lá quando chegamos, logo de cara vimos Diego.

–Olha só quem chegou! – Disse Diego em tom de deboche para seus amigos – Fiquem á vontade.

Ficar à vontade? Irônico, não? Apesar da ótima recepção, fomos aproveitar a festa. Disseram que estavam servindo bebida nos fundos da casa, era só seguirmos uma trilha que logo chegaríamos. Então fomos, mesmo estando desconfiada e com medo, não queria sair de perto da Kate. Andamos alguns metros trilha adentro, mas não achamos a pessoa que estaria servindo as bebidas. Ouvimos um barulho, alguém estava se aproximando. Apertamos o passo e nos escondemos atrás de uma pedra. Esperamos por uns 3 minutos, até não ouvirmos nada. Antes de sair, nos certificamos de que não havia ninguém. E não havia mesmo. Mas e agora? Por qual caminho seguir? No meio do desespero da possível ‘’perseguição’’, nos perdemos. Poderia ser pior? -Não, não começou a chover como você deve imaginar. Usamos a nossa intuição e pegamos o caminho mais provável. Estou com medo e com um mau pressentimento.