Eram 19:57 e as meninas estavam na sala assistindo TV quando ouviram a campainha. Victoria se levantou, respirou fundo, ajeitou o vestido e foi abrir a porta. Logo que a abriu deu de cara com um buque de rosas.

- Você disse só amigos, lembra? – ela disse abaixando o buque para poder ver Alex.

- Eu sei, mas... – ele ficou olhando Victoria e não completou sua frase.

- Mas... - ela gesticulou com as mãos. Os dois riram.

- Ah sei lá. Toma – ele lhe entregou o buque e sorriu. Victoria pensou que derreter só de ver aquele sorriso.

- Espera só um minuto, eu vou guardar lá dentro – ela disse entrando. Caminhou até a cozinha onde as meninas estavam escondidas. Alex ouviu alguns gritos e pode concluir que elas estavam lá.

Victoria voltou e eles foram no carro dele até o Breadstix, o restaurante que todos da cidade iam. Chegando lá eles se sentaram, mas ao fundo perto de uma janela.

- Então já que estamos aqui, você pode me dizer como você descobriu que eu gosto de outro garoto – disse Victoria.

- Ér... – ele coçou a nuca – Eu não sei como eu vou te dizer isso, mas minha irmã pegou o seu diário e leu.

Victoria achou que ia desmaiar, ela sentiu seus músculos enrijecerem e seu corpo ficar gelado. A garota que a odiava sabia todos os seus segredos e podia usa-los contra ela.

- Victoria, você quer agua? – ele perguntou preocupado.

Ela negou com a cabeça e engoliu a seco – Me explica isso direito, por favor.

- Ok – ele segurou sua mão e começou a contar.

*flashback on*

Alex POV

Eu estava tudo muito estranho, Zoe chegou da escola com um livrinho rosa nas mãos e se trancou no quarto e provavelmente o está lendo nesse momento. Caminhei até sua porta e bati.

- Zoe abre a porta.

- Vaza daqui, vai procurar alguma coisa pra fazer.

Como eu sou uma pessoa muito esperta, fui até o banheiro peguei um grampo de cabelo da mamãe e consegui abrir porta. Ela se assustou e logo escondeu o que estava lendo, como eu suspeitava.

- Deixa de ser curioso e some daqui – ela gritou enquanto me empurrava quarto a fora.

Eram 23:40 da noite e como a minha irmã era burra. Ela havia saído com o Lucas e deixou o quarto aberto. Não vou desperdiçar a oportunidade de achar esse livro. Catei, catei, catei e finalmente o achei. Abri a primeira pagina e dizia “esse diário pertence a Victoria Stewat”

- Eu preciso sumir com isso – eu sussurrei pra mim mesmo, logo depois ouvi a porta se abrir. Sai correndo do quarto de Zoe, é claro levando o diário comigo.

Passaram alguns dias e ela tinha sentido falta do objeto.

Alex pov off

*flashback off*

- Eu acabei lendo algumas partes, sinto muito – Alex disse enquanto via uma lagrima descendo do rosto de Victoria.

- Sem problemas, eu confio em você. Eu não entendo como um ser daqueles pode ser sua irmã. Vocês são tão diferentes.

- Nós não somos irmãos. Eu sou adotado. – Victoria arregalou os olhos e ele riu – Deixa eu te explicar. A mãe de Zoe estava gravida de gêmeos, uma menina e um menino. A menina nasceu antes e o menino acabou falecendo por causa de complicações no parto, e como a mãe de Zoe queria muito um menino também no mesmo dia em que Zoe nasceu ela me adotou, eu já tinha quase um ano, mas ela me trata como se nos fossemos irmãos. Eu só trato Zoe como irmão porque talvez se não fosse pela mãe dela ou podia estar no orfanato até hoje.

- Uau, isso nunca ia passar pela minha cabeça – ela disse dando um gole em sua agua.

- Vou te confessar uma coisa que eu nunca disse a ninguém – ele chegou mais perto – Eu odeio a Zoe. Ela é totalmente o contrario de mim. Também não sei como o Lucas a aguenta.

Victoria riu.

- Se você quiser, eu te ajudo a ficar com ele – ele ofereceu.

Victoria suspirou pesado – Não precisa. Se minha vida já é inferno agora por causa da Zoe, imagina se eu começar a namorar o Lucas.

- Se você precisar, eu te defendo – ele disse fazendo pose de super herói – Zoe morre de medo de mim.

Os dois riram.

- Por que você e a Zoe usam sobrenomes diferentes?

- Porque eu quero distancia do meu parentesco com ela – ele riu – ela usa o sobrenome da mãe, Marissa, e eu uso o sobrenome do Bob. Se você procurar na ficha escola dela vai estar “Zoe Elise Wolf Zara” assim como meu sobrenome.

- Você chama os pais dela pelo nome?

- Sim, eles passaram a minha vida inteira a tratando como a princesa da família e eu era o intruso. O que causa vergonha a família, o que tem o sangue diferente. Por que você acha que ela anda com roupas caras e eu não. Ela recebeu herança da família. Eu não. A avó dela não pôs meu nome no testamento porque ela acha que eu não mereço, pois não sou filho legitimo.

- Caraca, agora eu sei de onde vem o gênio dela – os dois riram.

- Quanto ao diário, eu te devolvo ele na segunda. – ela assentiu.

- Quando ela achou?

- Na segunda, quando voltaram as aulas.

- Por isso que ela fez aquilo no refeitório.

- Eu sinto em te avisar que com o passar do tempo vai ficar cada vez pior, a não ser que você consiga a convencer que é mentira.

- Até que é uma boa ideia, mas como?

- Não sei, mas vou pensar.

A comida deles chegou, eles comeram e conversaram muito quando Victoria olhou em direção a porta e se engasgou.