Ella - A Verdade Por Trás Da História escrita por Ayelli


Capítulo 3
Capítulo 2




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Ana agradecia todo aquele zelo, mas, estava decidida de que desta noite não passava, sairia daquele quarto e iria ao encontro desse tal Sr. Pedro, faria com que ele lhe dissesse tudo o que queria saber, quem era ele, quem lhe trouxera até ali e como.

Aproximava-se o pôr do sol, Ana preparou-se para apreciar o tão esperado espetáculo, dirigiu-se à varanda e apoiou-se sobre o beiral, o astro rei já se colocava em posição de descanso e ela teve que concordar, jamais havia visto algo tão esplêndido, a cor que se espalhava pelo céu era de um laranja dourado inigualável, os raios de despedida, ao tocarem as flores e folhas pareciam espalhar pinceladas douradas mesclando-lhes a cor original, os pássaros entoavam as mais diversificadas notas compondo a trilha sonora perfeita àquele ato.

Depois de algum tempo que para sua infelicidade julgou muito breve, finalmente o repouso, ao desaparecer no horizonte levava consigo toda a euforia da fauna residente, todos os seus expectadores agora se recolhiam sabendo que o novo espetáculo do qual seriam coadjuvantes, teria início marcado para bem cedo no dia seguinte.

Logo após eles, Ana retornou ao quarto caminhando pela varanda, não para recolher-se em definitivo, pois estava decidida a não esperar que Doroty aparecesse lhe trazendo fosse a bandeja ou o convite para o jantar. Uma vez em seus aposentos, abriu a porta do quarto e saiu para o que observou ser um longo corredor com algumas portas.

As primeiras quatro portas, duas à esquerda e duas à direita, eram provavelmente quartos e agora que não estava hipnotizada pela bela natureza lá fora, começou a pensar o que levaria alguém a construir uma casa no estilo gótica vitoriana na Suécia, mas ali, tudo parecia fugir à normalidade.

Todo seu interior estava decorado dessa forma embora se pudesse observar a tentativa de amenizar o impacto que o gótico causava introduzindo uma ou outra peça de decoração e móveis mais claros e delicados. O quarto em que estava mesmo parecia ter sido todo descaracterizado para tornar-se mais aconchegante, era como se quisessem trazer luz para dentro da casa.

Ao chegar às próximas entradas, notou que as portas estavam abertas podendo assim identificar que a da esquerda dava acesso à biblioteca, que preservava totalmente o estilo original com prateleiras que iam de baixo até em cima repletas de livros e uma imponente mesa, claramente esculpida em madeira nobre, no centro. A entrada da direita por sua vez, dava acesso a uma imensa sala, os móveis pareciam todos antiqüíssimos, porém, de muito bom gosto, uma lareira chamava a atenção, não propriamente a lareira, mas, os retratos pendurados na parede em que se encontrava.

As brasas chamuscavam, mas, não havia ninguém na sala então, qual o motivo de se acender uma lareira se não for para ficar ao seu redor apreciando um bom vinho, uma boa companhia ou um bom livro ou ainda as três coisas ao mesmo tempo? No entanto, baseada nas coisas que já vinha observando, Ana não viu mais sentido em procurar “sentido” nas coisas por ali.

De volta à lareira, o retrato central era o maior de todos e chamava a atenção por sua imponência. Era quase como se aquela figura estivesse viva a fitá-la de modo que chegou a incomodar-se. Observou os demais, pareciam pessoas de algum tempo muito remoto, entre eles retratos de algumas mulheres donas de uma beleza inquestionável e intrigante. Já os homens tinham uma expressão de austeridade e arrogância e na medida em que se aproximavam dos tempos atuais, essas expressões iam se amenizando.

Sem dúvidas, o retrato central causava uma espécie de atração misteriosa, por mais que se tentasse prestar atenção em outras coisas, a sensação de estar sendo observada era incômoda demais.

- Ora, ora, Ana, está ficando louca – comentou consigo mesma dando um risinho – É só um retrato!

-          Esse também é o meu favorito!

- Oh! – exclamou levando a mão ao peito com o enorme susto e virou-se abruptamente na tentativa de localizar a origem da voz.

Do outro lado da sala, saía da penumbra um homem alto, cabelos negros e lisos, um pouco acima dos ombros, tinha um porte físico quase atlético, mas, o que prendeu a atenção e a respiração de Ana, foram seus olhos num tom castanho muito claro, entre o mel e o verde, e seu olhar lembrava muito o do retrato, imponente, firme, mas sem o ar de arrogância.

Ele caminhou, vagarosamente em sua direção. Ana permaneceu imóvel, simplesmente não conseguia dizer nada, era como se seus lábios estivessem colados, por mais que tentasse, não se soltavam. Então, ele parou à sua frente e por algum tempo nada disse, apenas a olhava profundamente nos olhos como se procurasse ver através deles e Ana teve uma breve sensação de estar diante de um conhecido, por alguns instantes sentiu um certo conforto invadir-lhe a alma.

- Então – disse ele arrancando-a do único momento de tranqüilidade interior desde que tudo aconteceu – Srtª Ana, queira me perdoar a ausência por esses dias, tive negócios urgentes a resolver, espero que a dedicação de Doroty tenha suprimido essa minha indelicadeza – sua voz parecia conter uma melodia, segurou e beijou a mão de Ana fazendo uma leve reverência.

Seus olhos não se desviavam dos dela impedindo os dela de o fazerem, era como se houvesse um ímã prendendo-os de forma definitiva, mas, o que procuravam exatamente?  E quem era aquele estranho conhecido?

As perguntas pareciam dançar pelo ar, era como se fosse possível tocá-las. Infelizmente, não estavam acompanhadas de respostas...












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