Ella - A Verdade Por Trás Da História escrita por Ayelli


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!♥



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Após passarem alguns minutos se olhando sem saber o que dizer, os amigos se abraçaram.

- Desculpe, amigo! – disse Haig – eu acho que já nem sei mais quem sou.

- Ei cara, para mim você continua sendo o velho Haig de sempre, uma manteiga derretida! – percebendo que Haig estava confuso e até mesmo um pouco amedrontado, Kuzma tentou confortá-lo – Eu vou estar aqui, cara! Vou estar sempre aqui, você é minha família, o filho que nunca tive. Nós vamos resolver isso, hein?! Agora temos que ir buscar sua amada, garantir sua segurança e o resto, a gente vê depois!

Haig sentiu-se realmente confortado diante das palavras de Kuzma, sentiu saudades do pai que sempre lhe garantia aquela sensação de segurança e agradeceu interiormente pelos amigos que possuía.

Entraram no carro e seguiram viagem durante a qual falavam sobre as opções de abordagem, precisavam fazer o possível para não serem notados.

Chegando a Gävle, registraram-se em um hotel com uma das identidades que Haig possuía uma das que foi adquirindo ao longo de sua vida imortal, e que, com certo incentivo financeiro, conseguia alterar as datas junto aos órgãos competentes, tinha aquilo como uma forma de autoproteção e deixaram o carro no estacionamento.

Decidiram de iriam de transporte público até um local mais próximo e depois fariam o restante da aproximação a pé, ficariam de campana por um tempo observando as imediações, o que foi feito durante aquela mesma noite.

Durante a primeira noite, não observaram nada de diferente, então decidiram que na segurança da escuridão da noite seguinte entrariam na casa. Como Haig era uma figura conhecida de Alexsander, ainda que esse pudesse acreditar que ele estava morto, decidiram não arriscar e Haig foi para o hotel enquanto Kuzma continuava sua discreta ronda diurna.

No horário combinado, Haig encontrou-se com Kuzma que o esperava em um bar na esquina, tomaram um vermute e lançavam os primeiros passos em direção à casa  quando uma Triton preta estacionou em frente ao portão e, ao ver a figura masculina que descia do carro, Kuzma e Haig pararam imediatamente e puderam ver ainda a uma distância segura um homem alto e atlético que Haig reconheceu imediatamente, não só pela aparência como por seu cheiro, um cheiro que remetia suas lembranças aos momentos dolorosos que passou naquela caverna no deserto mexicano, era Alexsander Rhandorvick.

Seu sangue borbulhava nas veias e, percebendo que o amigo estava prestes a perder a noção do perigo, Kuzma segurou-o pelo braço indicando com um movimento de cabeça que dessem a volta e tentassem entrar pelos fundos da propriedade que ocupava uma quadra inteira e assim foi feito.

Nos fundos, havia os cachorros a serem driblados, não que eles tivessem medo deles, mas pelo barulho que fariam podendo levantar suspeitas de que talvez houvesse alguém no quintal. Assim que alcançaram o alto dos muros cobertos por plantas trepadeiras, os latidos começaram, teriam que ser rápidos, e foram!

Num piscar de olhos, estavam no porão da casa, não o secreto que, aliás, ficavam parede e meia com o qual onde estavam, mas o que servia de lavanderia e dava acesso direto à cozinha. Nesse momento, Haig aproximou-se da parede, como se pudesse sentir uma presença do outro lado. No mesmo instante, no lado oposto, Ana repetia seu gesto. Sem saber como deveriam interpretar o que estavam sentindo, ficaram alerta, Ana pegou a arma que estava no chão e verificou as travas e conferiu a munição, por fim, colocou-se em pé sob a escada.

Kuzma decidiu arriscar a pele e subiu até a cozinha, porém sua presença também foi notada por Évenice que esperou a entrada de um provável estranho imaginando que pudesse ser alguém a mando de Alexsander, que já se encontrava na sala de visitas em companhia de Amaril.

Assim que cruzou a porta, recebeu um golpe desferido por uma faca de cozinha de tamanho considerável e corte extremamente afiado. Virou-se abruptamente agarrando seu agressor pelo pescoço erguendo-o até que seus pés ficassem completamente fora do chão. Assim que percebeu se tratar de uma moça de porte e aparência frágil, largou-a no chão e retirou a faca que estava cravada na altura do ombro direito.

Évenice permaneceu caída tentando fazer com que o ar voltasse a entrar pela garganta anteriormente sufocada. Em seguida, Kuzma abaixou-se e disse baixinho:

- Você deve ser a filha de Amaril! Deixe-me ajudá-la, meu nome é Kuzma, sinto muito, pensei que fosse outra pessoa. Sou amigo de Haig e viemos buscar Ana. Você está bem?

- Haig? Haig está aqui? Oh! Não! Ele precisa ir embora, Alexsander está aqui e eu conheço toda a história, ele não pode saber que Haig está... – nesse momento, ouviram barulhos a alguns passos da porta da cozinha que vinha da direção da sala de jantar e, antes que pudesse piscar duas vezes, Kuzma havia desaparecido enquanto que Amaril adentrava a cozinha acompanhada de Alexsander. Quando se depararam com a cena, correram para ajudá-la.

- O que houve, querida? – perguntou Amaril enquanto Alexsander corria para porta de saída nos fundos, pois acreditava que alguém havia estado ali.

Évenice cochichou para a mãe enquanto essa a ajudava a se levantar:

- Haig está aqui! – Amaril empalideceu certa de que uma nova desgraça se abateria sobre sua casa diante do flagrante de Alexsander. Évenice, esperando que Alexsander não os encontrasse e sabendo que teria de explicar a faca e o sangue no chão, rapidamente provocou em si mesma um corte na mão respingando de propósito um pouco sobre a roupa e enrolando a mão em um guardanapo.

Quando Alexsander voltou, tinha uma expressão muito desconfiada enquanto fitava Évenice.

- Muito bem, mocinha, vai me dizer o que aconteceu aqui?

- Eu ia preparar alguma coisa para vocês, já que Affonso está de férias e acabei me ferindo quando tentei pegar a faca que ele costuma deixar pendurada, não sei como explicar esse descuido, me desculpe! – no período entre os 21 anos completos e os 22 a completar, Évenice sabia que seu corpo estava em processo de transformação na passagem para a imortalidade condicional, as cicatrizações dos eventuais ferimentos ocorriam cada vez mais rápido, rezava para que essa demorasse um pouco mais.

Alexander pediu para ver o ferimento e, sem ter como nem para onde correr, foi com alívio que percebeu que a cicatrização ainda não começara.

- Não está tão feio, você é jovem e os pontos que levar aí com o tempo não vão nem aparecer. Vamos, eu a levo ao pronto socorro – Amaril a olhou como se perguntasse se ficaria tudo bem ao que Évenice assentiu com a cabeça. Ir ao pronto socorro daria uma chance a Haig e Kuzma de deixarem a casa.

Assim que teve certeza de que Alexsander e Évenice haviam se afastado com o carro, andou o mais rápido que sua idade permitiu até a cozinha encontrando os dois sentados à bancada e, pela expressão de Haig, sabia que não conseguiria convencê-lo a deixar a casa, não sem o que ele havia vindo buscar.


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