Like Snow White escrita por giuguadagnini


Capítulo 5
Animal - Neon Trees


Notas iniciais do capítulo

Opa, aqui está o quinto capítulo :DDD
Espero que gostem.
A música está no título, certo?
Boa leitura!



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Nem preciso dizer que Gus ficou irado. Se ele me odiava antes, nem imagino o quanto me odeia agora. Bom, mas por que eu teria de dormir no quarto dele?

A explicação de Simon foi a seguinte: “São seis quartos aqui, Gus! Eu e Joe dividimos um deles. Louis, Nate e Pablo têm cada um o seu, mas dormem em camas de solteiro. Só sobra o seu quarto, que é o mais reservado pelo fato de antes ter sido um sótão.”.

“Não importa que minha cama seja de casal – interviu o Gus – E além do mais, fui eu que reformei aquele sótão! EU FICO COM ELE!”.

E foi então que uma das coisas que eu tinha mais medo que ocorresse, aconteceu.

“Ela pode dormir comigo – disse Freddie, o que não parava de olhar para minha blusa – Minha cama é de casal e eu não vejo problema em dividir o quarto.”

Imediatamente Gus mudou de expressão, seu rosto variou de raivoso para cauteloso, talvez até um pouco preocupado.

“Mas...” – sua fala foi ficando trancada na garganta.

Qual era o problema dele afinal? Me odiava e se preocupava comigo? Ah, por favor! Havia chegado o momento em que eu ficava irritada. Se isso o incomodasse apenas um pouquinho, então valeria a pena.

“Você me mostra o quarto, Freddie?” – perguntei, tentando parecer inocente.

Ele pareceu surpreso, até se atrapalhou nas palavras ao assentir com a cabeça. Gus parecia querer dar um soco em Freddie, pois suas mãos estavam fechadas em punhos e seus nós dos dedos já estavam ficando brancos.

Depois dessa situação toda, eu estava no banheiro, colocando um pijama improvisado. Simon me emprestou uma camiseta da Mulher-Maravilha, que mais parecia uma camisola em mim, e eu coloquei uma calça de pijama que achei na mochila.

Espera um minuto. Por que Simon teria uma camiseta da Mulher-Maravilha? Balancei a cabeça, afastando os pensamentos para longe, e saí do banheiro. Atravessei o corredor e parei na frente da porta de Freddie.

Um pouco mais ao fim do corredor, Gus estava encostado na parede. Ele me lançou um olhar um pouco estranho, um tipo de olhar indecifrável. Ele estava com raiva? Estava feliz por eu não ter de dormir no seu quarto? Vou te contar, viu. Eu não sabia para que tanto drama.

Desviei o olhar do seu e dei duas batidinhas na porta à minha frente. Um barulho de spray ou de algo sendo borrifado foi feito lá dentro, antes que Freddie dissesse:

- Entra!

Olhei mais uma vez para Gus, ainda indecifrável, e abri a porta. A iluminação do quarto era pouca. Só um pequeno abajur estava aceso, deixando a vista do cômodo amarelada e aconchegante.

Freddie estava colocando desodorante na frente de um espelho preso na parede. E, detalhe, estava só com uma cueca boxer preta. Ele me olhou pelo reflexo do espelho, e então se virou para mim.

- Mulher-Maravilha? Sério? – ele controlou uma risada.

- Simon gosta mesmo de super-heróis – eu olhei para a camiseta no meu corpo.

Freddie largou o desodorante em cima de uma cômoda de madeira e foi até a janela, para fechar as cortinas. Fechei a porta, fui até a cama e, indecisa sobre em qual dos lados deitar, fiquei parada.

- Qual é o seu lado? – perguntei.

Ele virou-se para mim, meio confuso, e então pareceu entender.

- Eu não tenho lado, Becca. Ninguém que dorme sozinho em uma cama de casal escolhe um lado.

- Dormia. Você dormia sozinho, até que se ofereceu para dividir o quarto comigo.

Ele levou a mão até os cabelos, esticando o resto do corpo ao mesmo tempo em que estalava as costas.

- Ah, deita em qualquer lugar aí. Eu fico com o que sobrar, Mulher-Maravilha – disse Freddie, por fim.

Tive vontade de lhe dar um tapa ou um peteleco na testa, mas o simples fato de chegar perto de um garoto só de cueca me dava calafrios. Escolhi o lado direito da cama e me tapei até o pescoço com o cobertor.

Freddie apagou o abajur e se jogou no colchão, do modo que até eu balancei junto. Só um feixe de luz entrava por baixo da porta, o que indicava que ainda havia alguém no corredor. Escutei passos, indo de lá pra cá, indo e voltando.

Freddie esbarrou uma de suas mãos nas minhas costas e meus músculos ficaram tensos. Mas que ideia mais idiota a minha, vir dormir no quarto do garoto mais pervertido da casa. Eu podia era ter ficado no sofá da sala, isso sim.

- Ahn, Freddie – eu me virei de frente para ele na cama.

Ele abriu os olhos e murmurou baixinho:

- O que foi?

- Só para deixar as coisas bem claras, certo? Assim como eu sei dar uma de princesa, também sei me comportar como um ogro. Isso quer dizer que se eu acordar no meio da noite em uma posição estranha com você, eu juro, mas eu juro mesmo que eu te castro!

Freddie engoliu em seco e, antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ele começou a rir.

- Relaxa, Becca. Eu não estava com a intenção de te estuprar durante a noite. Fora que eu nunca tive fetiche por super-heroínas. Eu gosto de estar no controle, e essa sua camiseta me faria sentir meio inferior. Provavelmente não iria dar certo.

- Bom garoto – eu baguncei seus cabelos cor de mel e voltei a me virar de costas.

Alguns minutos se passaram e a luz do corredor ainda estava acessa. Os passos também não foram embora, muito pelo contrário, de dois em dois minutos eles pareciam passar pela frente da porta de Freddie.

- Mas será possível – reclamou Freddie, se revirando na cama – O Gus só pode estar de brincadeira.

- Gus? – eu questionei com a voz cheia de sono.

- Você quer ver só? – ele acendeu a luz do abajur e se sentou, recostado à cabeceira da cama. Fiz o mesmo, não entendendo muito bem a situação.

- O que você vai fazer? – perguntei.

- Algo que vai fazer você me dar uns bons tapas.

E então o garoto, olhando para mim, começou a gemer. Gemer como se estivesse... Bem, você sabe. Eu não entendi nada. Bulhufas. Nadinha mesmo. Ele sinalizava com a cabeça para a porta, ao mesmo tempo em que me incentivava a gemer também.

Gritei um “não” mudo e, contra minha própria vontade, eu comecei a rir. Freddie tapou minha boca, mas não totalmente, fazendo com que sons meio estrangulados saíssem dela.

- Isso – ele disse numa voz rouca, e eu dei um tapa no seu braço.

Ele gemeu mais um pouco enquanto eu controlava minha risada. Depois de uns três segundos, passos apressados cruzaram o corredor e a porta de Freddie foi escancarada. Por ela entrou um Gus totalmente apavorado.

- O que está havendo aqui? – ele perguntou raivoso ao Freddie. – O que você fez com...

Sua fala foi morrendo quando ele viu que eu estava completamente vestida e Freddie trancava risadas.

Ele estava nos escutando o tempo todo. Gus estava nos espionando, praticamente.

- O que vocês estavam fazendo? – ele exigiu saber – Eu ouvi gemidos!

- Eu só estava mostrando para Becca o que eu não ia fazer com ela – preveniu Freddie, mas Gus parecia estar borbulhando de raiva.

- Seu pervertido do caramba! – gritou ele para Freddie, e então foi até mim e saiu me puxando da cama.

- Gus! – gritou Freddie – Era brincadeira. Nós sabíamos que você estava ouvindo!

- Você vai dormir no meu quarto – disse Gus para mim, ainda apertando meu braço com força.

- Ah, agora você mudou de ideia... – eu tentei me soltar, mas ele me prendia fortemente.

- Você devia me agradecer, Rebecca!

Fui sendo levada para fora do quarto enquanto escutava as risadas de Freddie.

- Boa noite, Becca! – ele gritou, batendo continência na testa feito um marinheiro, e a porta do seu quarto fechou-se com um baque.


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Notas finais do capítulo

Háááá!
E então? O que vem a seguir?
Me diga você, num review bem bonitão! hahahaha
Beijos, Giu ♥



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