Hope escrita por Mieko Nakamura


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Só pra lembrar que o capítulo especial de Halloween vai ser postado só no blog, e não aqui.



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- I-isso...Está falando sério, Miku? - A loira do outro lado da linha dizia

- Sim...Eu estou aqui no aeroporto. - Digo com a vos tremida enquanto sorria, e minhas lágrimas ameaçavam cair novamente - Mas eu não tenho idéia nem do que fazer quando sair daqui.

- Você não vai sair daí! Não sem mim! Me espere, eu já chego ai ok? Não se atreva a sair de onde está, senhorita Hatsune! - Ela disse, e logo depois pude ouvi-la gritar com alguém para pegar o carro, antes de desligar o telefone.

 Me pergunto se ela quer me ver tanto quanto eu quero vê-la.

 Fico parada ali, com um sorriso bobo no rosto, até eu finalmente notar que algumas pessoas me encaravam e eu me sentei em um dos bancos, fingindo mexer no celular por alguns minutos, até sentir alguém me abraçar por trás tão de repente que quase vamos as duas para o chão.

- MIKU! - A garota de cabelos loiros curtos e olhos azuis vibrantes disse, ainda me abraçando, sem ligar para as pessoas nos olhando estranhamente.

 Eu não consigo falar nada, apenas a abraço de volta até a mesma se afastar o suficiente para me olhar, ameaçando a chorar também.

- Sua louca! - Rin começou a esbravejar - Veio pra cá sozinha?! Podia ao menos ter me avisado antes! E se meu celular estivesse sem bateria ou eu tivesse trocado de número, o que você ia fazer?!

- A única coisa que eu pensei esse tempo todo é que eu queria ver você de novo. - Digo enquanto brinco com uma mecha de cabelo loiro da mesma, a fazendo corar.

- Eu...Também queria te ver, Miku...Eu estava tão preocupada...Desculpe por não poder falar muito com você no telefone últimamente...Meu pai tem sido muito rigoroso comigo em respeito aos estudos...

- Tudo bem. - Digo, beijando sua testa - Estou aqui agora.

 Ela ficou em silêncio por um tempo.

- Você...Veio pra ficar, não é?

 Faço que sim com a cabeça.

- Vim com a intenção de ficar, mas eu preciso de algum lugar temporário pra morar até que eu arrange um trabalho que pague ao menos o aluguel de algum lugar.

- Você pode ficar na minha casa - Ela disse apressadamente, quase tropeçando nas palavras. - Por favor, Miku!

- Claro...Mas se eu incomodar, pode me jogar pra fora.

 A loira sorri contente, enquanto pega a minha mão, me fazendo ter a sensação de borboletas no estômago.

- Incômodo algum. - Ela disse, olhando fixamente pra mim por algum tempo. Foram os minutos mais demorados da minha vida, e, por um momento senti como se estivesse em uma espécie de transe até o celular de Rin começar a tocar, e ela atrapalhadamente atendê-lo. Dou um risinho enquanto ela avisava o pai dela que já havia me achado, e que já estávamos à caminho do carro.

 Eu e Rin andamos de mãos dadas até onde o pai dela estava estacionado. Estávamos em silêncio, apesar de eu ter tanta coisa para falar e com certeza ela ter também. Mas eu sequer conseguia respirar direito, quando estava assim com ela, muito menos ficar falando, fingindo que não sinto nada, como sempre. Então eu apenas aproveitei o momento.

 Não demoramos a chegar no enorme carro amarelo. Eu e Rin sentamos na parte de trás, enquanto seu pai reclamava pela demora da filha, que podia ao menos ter ligado antes.

- Ei, pai...- Rin começou, interrompendo as broncas do Kagamine mais velho - A Miku veio morar aqui, mas ela precisa arranjar um trabalho bom antes de alugar algum local...Ela pode ficar com a gente por um tempo?

- Claro. A Miku-chan sempre foi sua melhor amiga, não é? Não acho que tenha problema. - Ele disse sorrindo, e eu agradeci.

 Eu e Rin conversamos em todo caminho. Contei a ela sobre como saí da cidade e sobre Teto também (quando eu falei sobre a minha nova amiga rosada, tive a impressão de ver algum ciúme em Rin). Ela me contou sobre como havia sido quando ela chegou aqui, e depois começou a listar um monte de lojas de roupa que eu deveria ir.

 A mansão dos Kagamine era enorme, principalmente se comparada a casa que eles moravam antes. Acho que o Sr. Kagamine estava apenas economizando antes.

 A casa era branca, com três andares e tinha um grande jardim na frente, com vários tipos de flores e uma fonte, e arbustos bem-cortados. Absolutamente linda, na minha opinião. Por dentro também não deixava nada a desejar: Cômodos largos e bem-decorados, com tetos altos e lustres que pareciam bem caros.

 Eu ainda admirava a imensidão do lugar quando Rin me chamou para ir para o quarto dela. O quarto de Rin era uma suíte também muito grande, com três paredes brancas e uma azul-clara, contrastando com a cortina azul-marinha. Havia uma cama de casal apenas para ela, dois criados mudos com abajures e, nas prateleiras acima da escrivaninha, portas-retratos que continham as mesmas fotos que eu tinha nos meus antigos, juntamente com um ou outro urso de pelúcia que eu havia dado à ela com o dinheiro de meus trabalhos extras. Me admirou o estado que estão: Completamente intactos. Rin com certeza havia cuidado muito bem deles.

 Assim que Rin notou para onde eu estava olhando, a mesma sorriu, sentando em sua cama.

- Estão assim ainda porque não deixo ninguém encostar neles, apesar de minha mãe falar que sou muito velha para ter bichos de pelúcia. - Ela diz, e eu sorrio automáticamente - Mas...Hmn...Miku...?

- Sim?

- Tem algum problema de... - Ela parecia meio receosa - De você dormir no meu quarto, junto comigo hoje? Eu quero passar todo o tempo possível com você pra compensar esse mês louco...Eu fiquei com tanto medo de não te ver mais...

Me surpreendo com o pedido, mas de maneira alguma recuso. Era o que eu queria também,  eu sentia o mesmo que ela. Fico tão feliz que ela quisesse me ver tanto quanto eu queria vê-la...

 Rin ia dizer algo, quando seu celular tocou novamente. Após ver quem era na tela, tive a impressão de vê-la pensar se falaria com a pessoa no momento ou não, mas não demorou muito até a mesma atender o telefone.

- Oi amor...To, to bem...Sabe, hoje não vai dar, estou com uma amiga aqui, outra hora a gente marca de se ver. Também te amo, beijo...

 Amor? Ela não estaria namorando, estaria? Ela já teria me contado se estivesse, não contaria?

- Com quem estava falando? - Pergunto, com meu estômago começando a se revirar, por medo da resposta.

- M-Meu namorado...D-Desculpe não ter te falado antes, eu ia te contar, mas é que...

 Eu não ouvia mais nada. O chão parecia se desmontar, enquanto eu murmurava um ''com licença'', e entrava no banheiro da suíte dela, na esperança da loira não ver minhas lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Capítulo sete já postado em:
http://substance-of-dreams.blogspot.com.br/



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