A primeira coisa que Tate viu ao acordar foi o corpo de Violet inerte ao lado do seu. Ela dormia tranquilamente e ele a invejava por isso. Violet estava de costas para ele, nua, respirando tranquilamente, como se o mundo fosse um lugar tão bonito quanto seu mundo dos sonhos. Tate esticou seus braços e puxou o corpo de Violet para perto do seu. Ela não acordou quando ele movimentou seu corpo, só se aninhou para ficar mais perto de Tate. Ele respirou fundo no cabelo de Violet, sentindo o cheiro de shampoo de neném que ele tinha. Ela era tão viva, teu corpo era tão quente... Fazia com que ele se sentisse protegido, acalentado...

Tate passou o polegar pelo corpo de Violet, delineando as curvas da garota, foi do ombro até o quadril, depois voltou para o ombro. Ela não tinha um corpo escultural com seios grandes e uma cintura finíssima, era magrinha e esquisita, mas para ele era a garota... mulher mais maravilhosa que ele já havia conhecido. Tinha se apaixonado por ela desde a primeira vez que eles haviam se olhado, quando ela o estava espiando pela porta do consultório do seu pai. Ela tinha conseguido aquecer completamente aquele coração gélido de psicopata. 

Ele se sentou na cama de Violet e passou os dedos longos pelos cabelos loiros. E agora? O que seria dele? Depois da proposta completamente indecente que sua mãe fizera, ele estava completamente confuso; deixar Violet estava completamente fora de questão, mas ele sabia como Constance ficava quando era contrariada e sabia que ela não desistiria tão fácil de tirar Violet do seu caminho. Nem que fosse preciso... Tate balançou a cabeça, tentando tirar o pensamento lá de dentro. Constance não seria capaz de tirar a vida de uma pessoa inocente só porque não havia conseguido o que queria... Ou será que seria?

- Tate... - Chamou uma Violet sonolenta se levantando, sem se preocupar em esconder sua nudez - Tá tudo bem?

Ele se virou para Violet e segurou o rosto dela com as duas mãos, sentindo as bochechas dela queimarem. 

- Claro que sim, meu amor - Respondeu Tate acariciando o rosto da garota com seus polegares. 

Violet esticou os braços e os passou em volta do corpo de Tate abraçando-o e aninhando a cabeça no seu peito nu. 

- To preocupada com você, Tate - Falou ela - Acho que você deveria conversar melhor com a tua mãe.

- Eu não tenho mais nada para falar com ela, Violet. Ela deixou o ponto de vista e as condições dela bem claras - Tate beijou a testa de Violet - E deixar você está completamente fora de questão. 

- Mas você poderia pelo menos fingir que me largou, não podia? - Perguntou ela levantando o rosto para poder olhar nos olhos negros do namorado - Ela não duvidaria da sua palavra, afinal, você é o filho perfeito que ela sempre sonhou. 

- Constance não é burra - Falou ele enquanto passava os dedos pelos cabelos de Violet - Ela investigaria. Porra, você conhece a Moira, sabe do que Constance é capaz de fazer quando contrariada. 

- Sim, eu sei. - Ela abaixou o olhar como se estivesse pensando em outra solução - Ela não te disse mais nada a respeito...

- Não - Respondeu ele já sabendo do que se trataria a pergunta - Ela só me dará alguma resposta quando eu fizer o que ela quer.

Violet mordeu o lábio inferior enquanto pensava na resposta de Tate. Ele sabia que era difícil para ela também, essa situação toda, todos esses problemas e, querendo ou não, ambos sabiam que Constance não descansaria até conseguir aquilo o que queria. 

- Se vai trazer resultado e se vai te deixar melhor... Por que você não faz o que ela quer? - Perguntou Violet - Ela te daria as respostas que você procura, te ajudaria com uma solução e depois... Se tudo desse certo... Você podia... Voltar pra mim...

- Porra, Violet, não acredito que você me falou uma merda dessas... - Tate se levantou e começou a andar pelo quarto, sem se preocupar com o fato de estar completamente pelado - Eu nunca vou deixar você, ouviu? Nunca!

- Mas se isso vai te tirar dessa situação... - Violet também se levantou só que antes colocou uma camiseta e sua calcinha. Ela se aproximou de Tate, que andava de um lado para o outro - Porra, Tate, to tentando fazer o que é melhor pra você...

- E o que é melhor pra nós, Violet? Nisso você não pensa? - Perguntou ele se virando para ela e encarando-a com seus olhos negros. Ele não conseguia acreditar que ela estava lhe fazendo uma proposta daquele tipo. 

- Sim, eu penso em nós dois sim... Mas essa situação tá acabando com a gente e você sabe muito bem disso, Tate. - Violet passou os dedos pelos cabelos, colocando-os para trás - Porra, Tate, essa situação tá de foder e você sabe muito bem disso. 

- Sim, eu sei, mas é completamente irracional da sua parte pedir que eu largue você por causa de um capricho da puta da Constance. - Tate começou a se vestir com raiva, de costas para Violet. 

- Tate... Você está agindo como uma criança. Tente pensar mais no que essa situação pode fazer com a sua vida. 

- EU ESTOU MORTO, PORRA! - Gritou ele segurando Violet pelos ombros e sentindo uma raiva tomando conta de todo o seu ser. Sentiu como se pudesse esmagar o crânio de Violet com um simples fechar de sua mão e sentiu vontade de fazê-lo - NÃO PRECISA SE PREOCUPAR COMIGO, VIOLET. EU SOU UM PSICOPATA E EU JÁ TO MORTO! NÃO TENHO SENTIMENTOS, NÃO SINTO NADA... INCLUSIVE SERIA MUITO MAIS FÁCIL PARA NÓS DOIS SE NÃO ESTIVÉSSEMOS JUNTOS!

Violet apenas o encarou, não disse nada, não mudou de expressão. Ele estava esperando que seus olhos se enchessem de lágrimas e que ela começasse a pedir perdão, mas não foi isso que Violet fez, ela apenas o encarou com uma expressão completamente neutra no rosto. Começou a caçar as roupas de Tate pelo quarto e a jogá-las com voracidade em cima dele. 

- Violet, não precisa ser assim. - Falou ele, antes de ser interrompido por uma roupa bem no seu rosto.

- Sai daqui, Tate. - Falou ela, jogando mais uma peça de roupa em cima dele.

- Violet...

- SAI DAQUI! - Gritou ela, jogando o suéter de Tate na direção em que ele estava, mas se virando e vendo que ele não estava mais lá.  Ela olhou em volta para ter certeza de que ele não estava mais lá e se jogou em sua cama, abraçada no suéter de Tate, chorando compulsivamente, mas sem se arrepender de uma linha de tudo o que dissera.