Recomeçar escrita por Amizitah


Capítulo 20
Capítulo 20 - A volta de uma antiga ameaça.


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Meusss lindooooos, não sabem o quanto eu estou alegre hoje!! *----* É tão bom receber Reviews novas!! - por falar nisso, melhor eu me apressar em responder as pendentes -. Entããão, como eu sempre amo um novo leitor, vou dedicar este capítulo ao Andrey =D, obrigada por gostar e acompanhar esta fanfic meu amor!
Melhor certa pessoa - Deli - Ficar agradecida a ele, que se não o fosse, esse capítulo só viria mais tarde XD. HAHA.
Beijõões!
Ami ~



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- Ahh Mitsue! Porque tem que ir agora? Está tão cedo... – Gai falou numa voz completamente arrastada, enquanto se apoiava na Kurenai.

- Gai... Já são nove horas. Nem sei como conseguimos ficar tanto tempo aqui – Disse Kurenai a ele, e então se virou para mim – Mas foi divertido não foi?

- Foi sim, ainda mais com a presença do Gai e o Jiraya juntos com todas aquelas garrafas de saquê... – Ri de leve enquanto falava, e como se o leve mencionar do nome dele fosse uma maldição, Jiraya surgiu do meu lado e passou o braço pelos meus ombros com um hálito forte de saquê.

- Sério Sue-san? Você me acha divertido? – Falou com a voz mais arrastada que a do Gai, provocando arrepios em mim com a respiração dele próxima do meu rosto.

- Jiraya... Me solta! – Falei entre dentes, mas ele apenas deu uma risada e me aproximou mais dele.

- Nháa Mitsue! Porque tanta irritação? Você é mulher! Tem que sorrir!

Yuuto deu uma risadinha no seu canto, encostado a um poste de luz.

- Pior é que ele tem razão Mitsue. Você se estressa de mais... – Admitiu e eu fiz uma cara feia a ele.

- Tente ficar alegre com um velho tarado escorando em você! – Grunhi.

De modo rápido, o Jiraya parou de escorar em mim e todos os olhares foram para atrás de mim. Confusa, me virei e logo entendi o que era.

Kakashi finalmente havia voltado do restaurante e segurava o Jiraya pela gola da roupa com o rosto assustadoramente tranquilo.

- Já voltei – Ele sorriu para mim e então virou o rosto para o ser embriagado que segurava – E ai Jiraya? O que estava fazendo agora a pouco? - Me afastei de modo instintivo assim que vi os músculos do seu antebraço exposto se contraírem.

- Eu estava apenas alegrando a Sue-san Kakashi! Qual o problema? – Mesmo naquela situação ele conseguia expor um grande sorriso.

- Maa, maa Kakashi! Não perca seu tempo tendo ciúmes por causa do Jiraya – Yuuto sorriu para ele, achando graça, e então o grisalho soltou a gola do velho.

- Eu só estava conferindo as coisas – Kakashi fingiu de desentendido enquanto passava na frente do Jiraya até me alcançar.

- Tudo bem... – Kurenai revirou os olhos sem acreditar nele, assim como o resto das pessoas sóbrias do grupo – Bem... Acho melhor nos apressarmos com esses dois antes que façam alguma bobagem, certo Yuuto?

Ele desencostou-se do poste e assentiu enquanto andava até o Jiraya.

- Pode ser... É hora de cuidar dos velhinhos –Abriu um sorriso brincalhão.

Quando passou o braço do Jiraya pelo seu ombro, ele foi para o lado da Kurenai ainda sorridente.

Que homem feliz...

- Ok, nós já vamos. Vemos vocês depois – Kurenai deu uma piscadela para nós e seguiu seu caminho com o Yuuto.

Acenei para eles com um sorriso e logo senti os braços do Kakashi envolverem meu colo por trás com cuidado para não tocar minha ferida que ninguém pareceu ter notado, pondo o rosto do lado do meu.

- Eu sabia que eles não te atacariam... – Murmurou e eu dei uma risada.

- Não sabe quanto fiquei aliviada por isso – Virei o rosto para o dele e vi seu olho exposto bastante próximo do meu. Toquei o rosto coberto pela máscara e murmurei de volta – O que faremos agora?

- Hm, vou te levar para casa hoje, pode ser? – Perguntou mesmo sabendo a resposta.

- Ok – Dei um beijo na bochecha dele e ele desfez o abraço com um sorriso, logo me puxando pela cintura para irmos para minha casa.

Chegamos de modo tranquilo a rua da minha casa, logo podendo ver a portinhola da madeira da casa simples. Desviei o olhar da portinhola para o rosto do Kakashi e percebendo meu olhar, ele abriu um meio sorriso.

- O que foi?

- Eu só estava pensando se o Naruto já chegou em casa... – Dei de ombros.

- Eu duvido bastante disso.

Curvei as sobrancelhas.

- Por quê?

- Por que ele está na segunda fase do exame... – Ele observou minha expressão, notando que ainda era confusa – Você não sabe qual é a segunda fase?

- Não... Eu nunca precisei fazer o exame chunnin já que participei da terceira guerra.

- Ah – Fez um gesto de compreensão com a cabeça – Bem, a segunda fase se resume em um teste de sobrevivência de três dias na Floresta da morte.

Meus olhos cresceram com a simples menção daquela floresta.

- Floresta da morte? Aquela floresta da morte? – Estremeci de leve quando ele assentiu – Coitado do Naruto...

Kakashi riu diante do meu rosto de medo e me aproximou mais dele, me puxando pela cintura.

- Não se preocupe com isso. Ele está com o Sasuke e a Sakura, e todos eles são habilidosos.

Abri um sorriso mais aliviado.

- Vou confiar na sua palavra.

Ele beijou minha testa e voltou a se concentrar no caminho, o que não foi muito necessário já que tínhamos acabado de chegar na portinhola do jardim.

Assim que entrei, liguei as luzes da sala e fui direto à cozinha. Kakashi riu outra vez as minhas custas e me seguiu até a cozinha.

- Não me diga que ainda está com fome? – Perguntou assim que e entrou e teve que cobrir a boca com a mão para não soltar uma gargalhada assim que me pega no flagra com uma maça na boca enquanto o olhava com os olhos esbugalhados.

Coisa linda...

Terminei de morder a fruta e ignorei a gargalhada que escapou dos lábios dele, dando mais uma mordida feroz na maça.

- Posso nem comer uma fruta... – Reclamei enquanto mastigava e engolia a fruta, mordendo-a mais uma vez.

- Foi mal Mitsue... É que eu ainda não me acostumei com esse seu apetite.

- É normal ter muita fome quando se tem dois estômagos para alimentar num só corpo – Brinquei, dando minha quinta mordida na maça.

- Imagino – Mesmo sem rir, um sorriso bobo continuou no rosto dele enquanto ele se encostava na moldura da porta com os braços cruzados.

Revirei os olhos e em mais algumas mordidas terminei minha maça e a joguei numa lixeira ali perto. Passei as mãos no vestido enquanto me aproximava dele.

- Hm, vai ficar parado ai me observando para sempre? – Brinquei, passando por ele na porta até a sala.

Ele se virou para mim e deu de ombros.

- Estou pensando o que eu deveria fazer já que o Naruto ficará fora por mais dois dias e o Ryo desapareceu do mapa... – Deu um suspiro, gostando nada do desaparecimento dele.

Olhei para ele, notando que ele realmente parecia preocupado, então decidi por ele, achando que aquela ideia não pareceria absurda na situação atual...

- Simples, passe a noite aqui – Falei com naturalidade e logo ele levantou o rosto, surpreso.

- Aqui? – Confirmou, sem deixar de evitar um leve tom rosado no rosto.

Comecei a rir do rosto dele e confirmei com a cabeça.

- Qual o problema? – Olhei bem nos olhos dele e logo me surgiu uma ideia – Não me diga que é porque você nunca passou a noite aqui?

- Na verdade eu já passei a noite aqui... Mas vamos dizer que você foi nada amigavel na primeira vez – Os cabelos da nuca dele se arrepiaram ao lembrar-se do murro que levou no rosto naquela noite.

- Hm – O analisei por mais um tempo, achando aquilo interessante e então fui até ele, puxando-o pela mão até os corredores onde estavam os quartos – Vou te mostrar o meu quarto então – Sorri enquanto notava que ele ficou levemente nervoso.

Estendi a mão até a maçaneta da minha porta assim que a alcancei e a abri, soltando a mão dele para ligar a luz do quarto. Quando ele entrou, me coloquei ao lado da porta e estendi a mão para o cômodo.

- Seja bem vindo a minha cova.

Menos nervoso e corado, ele passou os olhos pelo quarto e foi até a escrivaninha, observando os milhares de post it´s colados nela com lembretes, anotações e rabiscos originados da falta do que fazer.

Enquanto ele se ocupava com meus livros e outras coisas na escrivaninha, foi até o closet e enfiei metade do meu corpo lá dentro atrás de alguma coisa boa para dormir.

- Achei! – Exclamei com a cabeça dentro do closet, chamando a atenção do grisalho para mim.

Sai do closet com um meu pijama preferido – sendo que não podia ser chamado de pijama... –, composto de um suéter violeta – irônico – de mangas longas de mais com uma barra que cobria um pouco abaixo da minha cintura e um short que alcançava metade da minha cocha.

Kakashi riu pela ducentésima vez no dia graças a expressão alegre no meu rosto por causa de um simples pijama. Ele devolveu um livro ao seu lugar e se virou para mim.

- Hm, Mitsue – Me chamou e eu logo dei atenção a ele, sem desfazer a expressão contente.

- Fala.

- Acho melhor eu ir para o meu apartamento pegar algumas coisas... Logo eu volto.

Assenti com pura despreocupação.

- Tudo bem, eu sei que você voltará assustadoramente rápido, então beleza.

- Ok. Vou indo – Deu um sorriso para mim e foi até a porta, desaparecendo por ela.

Assim que ele se foi, comecei a tirar o vestido, sentindo o tecido deslizar até cair no chão. Peguei o vestido e o coloquei em cima da cama, me apressando em vestir o short. Peguei o suéter em cima da cama e caminhei um pouco até o criado mudo enquanto tirava a liga que prendia o cabelo e colocava em cima dele. Balancei a cabeça para soltar melhor os cabelos e logo vi o espelho ao lado do criado mudo refleti-los até sumirem dele. Meus olhos se prenderam no espelho e então caminhei a passos lentos até ele com os pés descalços no chão liso de madeira. De frente para ele, observei a mim mesma com os cabelos soltos, um short velho e apenas um sutiã e a faixa no ombro cobrindo a parte de cima, revelando o abdômen antigamente liso, agora com uma forma definidamente arredondada.

Corei por alguma razão ao ver aquilo e me apressei em tirar o sutiã e colocar o suéter. Fui até a cama, peguei o vestido e joguei toda a roupa usada num cesto no canto do quarto, mas meus olhos não despregavam do espelho. Fechei a tampa do cesto e voltei ao espelho, notando que até agora eu mantinha o rosto levemente corado por um motivo desconhecido por mim e levei os dedos a barra do suéter, levantando o tecido devagar até revelar completamente a barriga.

Pressionei os lábios e dobrei a barra de modo que eu não precisasse mais segurá-la, e passei a destra pela curva arredondada da barriga, sentindo meu rosto esquentar mais uma vez e depois coloquei a outra acariciando de leve o local com um sorriso involuntário que não percebi.

Prendi o ar pela boca quando mais um par de mãos surgiram por cima das minhas e então olhei para o espelho, vendo perfeitamente o sorriso suave nos lábios descobertos do grisalho enquanto entrelaçava os dedos nos meus.

- Assustadoramente rápido... – Repeti em voz baixa e ele beijou meu rosto.

- Sempre – Acrescentou, alargando o sorriso.

Sorri e desci meus olhos até onde nossas mãos estavam entrelaçadas.

- Com quem ele se parecerá mais? – Perguntei de repente.

Ele olhou no espelho na mesma direção que eu e pensou por um instante.

- Acho que será uma combinação perfeita de nós – Concluiu, apertando nossas mãos.

Concordei com a cabeça, achando aquilo perfeito e então virei meu rosto para trás, encontrando o dele. Meu sorriso aumentou quando vi o dele e meus olhos umedeceram, me sentido tão bem que poderia voar. Ele se inclinou e encostou nossos narizes de leve, dando um beijo suave em meus lábios. Retirei minhas mãos debaixo das dele e me virei de frente para ele para me afastar e então voltar a beijá-lo enquanto a mão dele segurava a minha e se entrelaçava a ela.

                                                ---

Me levantei da cama alguns minutos antes do meu despertador tocar e o desativei para que não acordasse o grisalho que dormia tranquilamente. Sem fazer muito barulho, calcei minhas pantufas e sai do quarto em direção ao banheiro no corredor para escovar os dentes. Enquanto passava a escova ritmicamente nos dentes, observei o meu ombro, onde havia a ferida feita pela Katana da tal de Rika. Tirei a escova dos lábios e lavei minha boca com água para então dar atenção ao meu ombro.

Tirei o suéter violeta, pondo-o em cima da pia. Tirei a faixa que cobria a ferida quando estava aberta e então uma careta inevitável surgiu na minha expressão.

- Mas... Isso já devia ter sumido... – Murmurei comigo mesma enquanto tocava com cuidado os pontos no ombro onde a pele estava ainda na primeira fase de cicatrização, com uma pele fina e enrugada no lugar onde havia um buraco, dando uma péssima aparência ao meu ombro.

Mesmo que já fosse rápido que a cicatrização ocorresse em dois dias, a minha recuperação estava muito mais lenta que o normal. Normalmente eu estaria na ultima fase de cicatrização, pronta para tirar os pontos e não sentir dor graças ao meu querido e problemático chakra, mas isso não estava acontecendo.

Coloquei meu suéter e joguei a faixa no lixo, saindo do banheiro, chateada por ainda ser obrigada a continuar com aquilo no meu ombro. Entrei no quarto em silêncio, percebendo que Kakashi ainda dormia. Andei na ponta de minhas pantufas até o closet e o abri, enfiando novamente meu corpo dentro dele para pegar algumas roupas. Decidi por vestir uma blusa azul de gola “V” com mangas compridas, uma saia preta de algodão, minha velha amiga meia 5/8 preta e uma blusa de frio moletom com capuz, por cima da blusa para finalizar.

Depois de pegar minha liga lilás em cima do criado-mudo, fugi do quarto sem acordar o grisalho até a cozinha.

Eu estava me afogando numa tigela grande de cereal coberta de leite na maior felicidade – sim, eu amo cereal – quando alguém bate na porta. Parei de mastigar o cereal e resmunguei com as bochechas estufadas de tanto cereal na boca e sai da cadeira, andando apenas com as meias pretas nos pés até a porta enquanto eu engolia o cereal e limpava a boca.

Abri a porta de uma vez e um ninja de cabelos completamente arrepiados, vestido com o uniforme ninja, surgiu com um sorriso gentil.

- Bom dia! Você é Terasu Mitsue imagino...?

- Sim, eu mesma. O que deseja?

- O Sandaime solicita sua presença na sala de reuniões daqui a meia hora para discutirem um assunto pendente – Falou com formalidade que foi amenizada graças a feição amigável dele.

- Ah! Entendo. Diga a ele que estou indo para lá – Pedi, enfiando uma das mãos no bolso da frente da blusa de frio.

- Certo Terasu-san – Ele se curvou rapidamente e sumiu da porta, daquele jeito que os shinobis amam fazer.

Dei de ombros e fechei a porta, indo sem pensar duas vezes até a cozinha para terminar o meu “balde” de cereal matinal.

                                                               ---

Sai de casa depois de deixar um bilhete para o Kakashi em cima do criado-mudo do quarto, já que se fosse na escrivaninha, ele não perceberia o bilhete no meio de tantos post it´s.

Andei pelas ruas de Konoha, ignorando como sempre os rostos que me olhavam por curiosidade e outros pelo simples prazer de poder me fuzilar com o olhar e logo cheguei ao prédio que eu queria. Fui direto à sala de reuniões e bati na porta.

Em vez do costumeiro “Entre”, a porta foi aberta para mim por um ninja ANBU com um máscara medonha de tigre no rosto e entrei sem querer encarar o ninja de elite.

- Desta vez conseguiu ser pontual Mitsue-san – O velho sentado numa cadeira grande de frente as outras da grande mesa, sorriu amigavelmente para mim, com seu chapéu de Kage em cima da mesa.

Sorri para ele e me sentei a duas cadeiras de distancia.

- Você fala como se eu sempre chegasse atrasada. Eu melhorei muito no quesito pontualidade, Hokage-sama.

- Verdade – Respondeu pousando as mãos enrugadas em cima da mesa – Bem, mas não te chamei aqui para discutir sua pontualidade Mitsue-san, te chamei para me falar sobre a pessoa que conversou durante sua EQM.

- Já imaginava que fosse isso – Dei de ombros – O que quer saber?

- Quero que me fale exatamente oque ela te disse – Foi direto.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos presos para trás num rabo de cavalo.

- Hm... Vou tentar resumir tudo – Falei enquanto pensava por onde começaria – Assim que eu senti que havia morrido, eu me encontrei com uma mulher muito bela, acho que na minha idade e possuía as mesmas características do clã...

- Continue – Pediu o velho, começando a se interessar de verdade pela história.

- Depois disso, ela me convidou para conversar e então me esclareceu que ela... Pertencia ao clã – Quase que eu menciono o Yuuto, mas como não sabia se poderia revelar aquilo, logo omiti – E então ela me disse que diferente dela, haviam outras pessoas que conseguiram sobreviver à tragédia e eu sou a única que poderia unir nosso clã de novo e cuidar dessas pessoas.

- Ela te contou onde elas estão? – Me interrompeu, sendo direto outra vez.

- Ela não especificou o local onde elas estão, somente me avisou sobre sua existência.

- Ok... Ela te falou mais alguma coisa?

- Não. Basicamente foi isso, pois tivemos pouco tempo para conversar e eu logo... “ressuscitei” na sala de operações.

- Entendo... – O hokage fez uma pausa, pensando no que eu disse e eu esperei silenciosamente em meu lugar. Depois de um tempo o olhar dele se dirigiu novamente para mim – E então Mitsue, oque te faz acreditar que os rebeldes sejam os sobreviventes? Deve saber que somente o fato de terem as mesmas características não é inteiramente confiável, tem a possibilidade de ser uma armação para te atrair para eles.

- Eu sei disso, mas tenho certeza eles são sim alguns dos sobreviventes.

- Por quê? – Voltou a perguntar.

Endireitei-me na cadeira e foquei minha atenção para ele.

- É algo que o senhor não seria capaz de entender se os visse, é algo que somente alguém que possui o meu chakra seria capaz de identificar. Eu pude sentir enquanto lutava com eles o chakra circulando nos seus corpos, pude ver a energia vital presente naqueles olhos claros. É algo inconfundível e impossível de ser copiado, pois é uma energia que somente nós possuímos.

- Mas que pode ser roubada se for descuidada – Ele completou – Você deve se lembrar do seu encontro com o Lance anos atrás naquela missão. Você sabe muito bem oque ele quase fez com seu corpo para possuir seu poder, não é?

Me afastei da mesa e apertei as mãos uma na outra, me forçando a não me chocar com as lembranças daquele cretino me beijando, por um fio de me prender embaixo do corpo dele e...

- Eu sei muito bem como isso funciona – Falei com a voz tão endurecida que até mesmo o ANBU se inquietou perto da porta, se perguntando se foi algo tão ruim assim – Mas eu continuo tendo certeza do que digo. Eles são sobreviventes e estão sendo manipulados por alguém para me matar como se fosse uma inimiga deles, e me tirar do caminho – Dirigi meu olhar ao Hokage – Você deve estar pensando na mesma pessoa quando digo que alguém está manipulando-os.

- Sim... – Ele colocou os cotovelos em cima da mesa e cruzou os dedos, pondo-os a frente do rosto – Parece que o Lance voltou a ativa.

- E desta vez tem um exército de sobreviventes treinados com ele – Completei, sentindo meu sangue ferver por pensar naquele homem usando minha própria família para me matar.

- Sim... Parece que teremos que tomar sérias providencias e evitar uma quarta grande guerra ninja.

Assenti com a cabeça e me levantei da cadeira em que estava, atraindo o olhar confuso do Hokage.

- Creio que já tenha encerrado sua conversa comigo, Hokage-sama – Falei sem vestígios de humor no rosto, tensa por causa daquele homem.

- Sim, encerramos nossa conversa  - Confirmou.

- Então, se me der licença... – Me curvei respeitosamente e dei meia volta, andando até a porta decidida em desaparecer dali e acabar com aquela conversa.

O Hokage me observou andar até a porta, e quando o ANBU ia abri-la, ele ergueu sua palma, impedindo que o ninja continuasse.

Me virei para ele confusa.

- Mitsue, só quero te dizer mais uma coisa, para que eu possa ficar tranquilo – Falou numa voz menos formal que atraiu mais minha atenção.

- O que foi?

- Tome cuidado – Disse simplesmente – Sabe que eu te prezo como uma filha minha, então evite qualquer coisa arriscada e não desapareça mais como naquele acidente com o Lance. Precisamos de você aqui.

Abri um sorriso para ele, tocada pelas palavras inesperadas e então me virei para ele.

- Não se preocupe Hokage-sama, não me arriscaria nem se insistissem – Levei minhas mãos para o abdômen e acrescentei – Agora tenho uma coisa que não trocaria por nada na vida – Dei mais um sorriso e me virei para a porta, abrindo eu mesma.

O hokage ficou confuso com minhas palavras, mas então seus olhos cresceram quando notou minhas mãos no abdômen.

- Mitsue-san... Não me diga que...! – Ele ficou sem palavras, mas eu já havia passado pela porta e não pude ouvi-lo.

Ao notar o rosto do Sandaime, o ANBU praticamente se teletransportou até o velho e lhe tocou o ombro.

- Hokage-sama, algum problema? – Perguntou num tom urgente.

Ignorando o chamado do ANBU, o velho Sandaime se levantou da cadeira e olhou para ele.

- Providencie alguns de seus melhores homens sob ordens minhas e faça que eles não tirem os olhos da mulher que acabou de passar pela porta e a protejam a qualquer sinal de ameaça até que eu diga o contrário, entendido?

- Sim senhor – O ANBU se curvou por um momento e então desapareceu como vapor de água no ar.

O velho juntos as mãos nas costas e caminhou até a porta, pensativo.

- Parece que não poderei contar com ela por um tempo... – Soltou um suspiro e abriu a porta – Você só sabe me dar trabalho Mitsue-san.


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