The Change In The Game escrita por Juubs


Capítulo 32
"Eu sou uma cientista e você é um apostador."


Notas iniciais do capítulo

Gente, é o capítulo mais lindo do mundo. É o melhor de todas as fanfics que eu já escrevi. Eu quase chorei lendo o que escrevi. Imaginei o momento direitinho. Espero que vocês amem esse capítulo como eu.



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– Gil. – Falara Sara em sua casa, sentada no sofá, após o jantar dos dois. Estava com uma taça de vinho na mão. – Eu realmente nunca pensei que estaria de volta a esse apartamento, depois de tanto tempo.

– É, eu também não. – Sussurrou, sentando-se ao seu lado.

Sara o olhava, sorridente. O olhava de uma diferente, afinal entendia tudo aquilo de uma forma diferente. Pensava que ele sentia saudades dos momentos que passaram juntos em San Francisco e assim na sua chegada à Las Vegas. Já Gil não, Gil a olhava e pensava em Catherine.

“Por que ela deixou que eu a beijasse depois de tudo? Por que ela tem a necessidade em estar no controle, de ser tão poderosa? Por quê?”

Essas perguntas inundavam a sua cabeça, ao olhar Sara. Ele se sentia culpado por está jogando com ela como Catherine jogou com ele.

– Menos disso para você. – Aproximou-se dela, tirando o copo de vinho da sua mão.

Ela sorriu, ao vê-lo em uma posição indelicada. O puxou pela gola da camisa, o jogando no sofá. Subia em cima do mesmo, o beijando. Ele não correspondeu ao contrário, a empurrou devagar.

– Eu não posso fazer isso. Desculpe-me. – Levantou-se do sofá.

– Então por que me chamou para isso? – Intimou, levantando-se do sofá um pouco envergonhada.

– Por que eu queria uma amiga.

– Amiga? – Ironizou. – Depois de tudo, você quer que eu seja só sua amiga?

Ele a olhou, confuso. É, ele estava errado. Sem explicações, um pouco zangada, Sara pegou a sua bolsa no sofá indo em direção a porta, indo embora.

– Lá se vai mais uma. – Falou, quando já estava sozinho. Sorriu da sua própria desgraça, passando a mão no rosto em seguida.

Desabotoou a camisa, entrando no banho. Não demorara muito. Saiu logo indo para a sua cama, onde Hank já o esperava.

– É amigão, somos só nós dois. – Falou, ao passar a mão na cabeça do cachorro.

Dizia isso, pois Booth não estava em casa e sim em um dos bares de Las Vegas acompanhado de Brennan.

– No bar.

Booth e Brennan estavam sentados no balcão, tomando drinks distintos. Ambos não falavam nada, e isso era incomum. Booth estava calado, mexendo o seu copo de um lado para o outro, já Brennan olhava em volta do bar, um pouco mais animada que ele.

Saíram alguns minutos depois.

– O que houve? – Perguntou Brennan. Não fazia o seu feitio se preocupar, mas estava curiosa em relação a Booth.

– Nada, por quê? – Perguntou, andando lado a lado com ela.

– Você passou o dia inteiro tão quieto, distraído. – Observou. – Houve alguma coisa? – Insistiu em perguntar mais uma única vez.

Booth revirou os olhos em direção à ela.

– Eu tive um sonho. – Falou com a voz franzina – Com você.

– Isso é perfeitamente normal. Passamos mais da metade de um dia juntos. – Explicou.

– Não era o tipo de sonho que parceiros tenham. – Colocou as mãos no bolso, olhando-a.

– Consideravelmente normal. Homens têm sonhos eróticos o tempo inteiro. – Falou tranquilamente.

Booth a olhava surpreso. Ela não tinha expressado nenhuma emoção, não tinha curiosidade em saber mais, nem nada. Era como se ele tivesse tido uma coisa natural, uma coisa que te digam todos os dias.

– Você não vê? – Perguntou, parando na frente de Brennan, segurando-a pelo braço, cuidadoso.

Havia explodido, entre aspas. Não estava atrás de respostas prontas e inteligentes vindo da boca da antropóloga. Estava atrás de sentimentos, estava atrás de algo mais, estava atrás de um desabafo sobre a relação que os dois mantinham estreitamente profissional durante anos.

– O que eu não vejo? – Perguntou surpreso.

– Que eu amo você! – Falou sem enrolar.

Era um alivio poder dizer isso depois de anos.

– Tirou isso do sonho? – Perguntou.

– O que? – Revirou os olhos. - Não! – Respondeu em um bom tom. – Eu sempre estive ao seu lado, em todos os momentos. Eu sempre compartilhei coisas com você, que como homem, deveria aguentar sozinho. Eu sempre fiz de tudo para que nunca pudesse sair perto de você. Sempre a protegi até mesmo quando você dizia que não precisava. Sempre cuidei de você quando você se dizia auto dependente. Eu sempre a tratei com carinho, sem passar dos limites, coisa que eu não fiz com qualquer outra mulher. Eu sempre escondi o que sentia por você, mas agora não dá mais. Eu cheguei ao meu limite, todos chegam. Eu te amo, Bones. Eu sempre te amei. Como uma amiga, como uma parceira, como uma mulher. Eu sempre te amei. – Desabafou, a olhando nos olhos.

Em anos tinha conseguido deixá-la calada. Booth pensara que finalmente ela tinha se rendido a um sentimento que ambos pareciam compartilhar e alimentarem um pelo outro durante anos. Então, baseado nisso, aproximou-se dela para beijá-la.

Porém não conseguiu. Brennan o afastou.

– O que você está fazendo? – O segurou pelos braços, afastando-o. – Nós não podemos.

– Por que não? – Perguntou calmamente. – Eu sou o único que vai te entender, quando você der uma explicação antropologicamente correta. Eu sou o único que vai está ao seu lado, para tudo que você precisar. Eu sou o único que vai cuidar de você, quando você estiver sozinha. Eu sou o único que vai te fazer rir no seu pior dia. Eu sou o único que vai te explicar uma piada, um programa de TV, uma música nova. Eu sou o único que vai te fazer feliz e te mostrar que você pode sentir todos os sentimentos sem ter medo. Eu sou o único que nunca vai te abandonar. Eu sou o único que vai te amar.

Falara olhando no fundo dos seus olhos. Lágrimas escorriam dos olhos de ambos.

– Eu sou o seu tipo certo. Eu sou o seu cara. – Complementou, limpando as lágrimas que manchavam o rosto de Brennan

– Nós somos diferentes, Booth. – Falava em meio ao choro. – Eu gosto do certo, eu gosto do explicado, eu gosto do lógico. Você gosta de aventuras, você gosta de ação, você gosta de sentimentos. Eu não acredito em Deus, eu não acredito em religião, eu não acredito em intuições, eu não acredito no improvável, eu não acredito em um “feliz para sempre”, eu não acredito em amor a primeira vista, eu não acredito em contos de fadas. E você, você é um amante de tudo isso. – Sorriu, aliviando o momento. – Eu sou uma cientista. E você é um apostador.

Booth a olhava, frustrado. Ela estava certa, como sempre. Tentava prender as lágrimas, mas não conseguia. Caiam sem perceber.

– Eu não posso viver assim, Bones. – Falou, ainda a olhando. – Eu tenho que encontrar outra pessoa, que acredite no mesmo que eu. Eu tenho que encontrar uma pessoa que me ame e não tenha medo de nenhum sentimento. Eu tenho que encontrar uma pessoa que acredite em tudo que eu acredito. Que queira uma família. Que queira se casar. Que queira uma casa afastada da cidade, com um grande jardim para que nossos filhos possam brincar. Que queira tudo que eu esteja oferecendo.

Brennan o entendia, olhando-o nos olhos.

– Você merece esse tipo de pessoa que eu nunca serei.

Ela deu um passo à frente, indo para o seu lado. Entrelaçou o seu braço no dele, andando juntos. Deitou a sua cabeça em seu ombro, enquanto andávamos em direção aos seus carros.



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Notas finais do capítulo

Bem que poderia existir um homem como o Booth, haha. Parte inspirada em um certo episódio de Bones do season 5 que agora eu não lembro o nome. E ai o que acharam?