Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 64
Com Ele: recaídas - parte final


Notas iniciais do capítulo

Eu sei.... Eu demorei uma eternidade.
Sei também que pelo tempo que demorei este capítulo deveria ser gigantes, e era. Mas eu já terminei toda a fic - que ficou enorme, por sinal - e quando eu terminei de revisar cada capítulo percebi que alguns ficaram grandes demais.
Então vamos as boas e más notícias:
Más>>>>
—Eu vou ter que interromper as demais fics para me dedicar e terminar esta. Então darei uma pausa em Rainha do Egito e Vivo por Ela.
—A volta das duas fics é algo indeterminado, por hora. Mas não vou desistir de nenhuma. Vou terminá-las assim como fiz com ELE e depois postar tudinho.
Boas>>>>>>>>
—Isso significa que, a partir de hoje, não importa a hora, teremos pelo menos três capítulos semanais de ELE.
—Isso significa que, em breve vou responder cada comentário e agradecer devidamente cada recomendação.
Beijos!
Boa leitura!



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Acho que foi a fome que me despertou. Eu fiquei mole, prostrada no chão da velha cabana, olhando pro seu teto, enquanto refletia sobre o que tinha acontecido e, tentando saber onde Damon havia ido... Foi ruim acordar e não o ver do meu lado. Quer dizer, depois de tudo o que aconteceu. Fiquei me arrastando em pensamentos como: ele se arrependeu, ele não lembra, foi um erro, e todos os outros que poderiam surgir em minha mente pra me fazer sentir culpada e assustada também.

–Fiquei torcendo pra você já estar acordada quando eu voltasse. - ouço a voz vinda da entrada, aquele som rouco e sensual, que me faz praticamente pular sentada e o olhar melhor.

–Onde você estava? - Damon me olha de cenho franzido e sei que é porque eu falei num tom um tanto agressivo. - Nunca te disseram que é falta de educação largar uma mulher sozinha depois... - eu mesma me interrompo e ele me olha sugestivo, mal contendo um riso.

–Depois de uma madrugada ensandecida de amor? - ele brinca erguendo a sobrancelha. Bufo frustrada. Ele é extremamente enlouquecedor. Mas, com esse cabelo desalinhado e esse suor escorrendo por sua testa, é também muito sexy e atrativo e... meu. Só meu.

Reviro os olhos com meus pensamentos e fico de pé, cruzando os braços e o encarando. Ele está quase gargalhando enquanto me encara de volta.

–Ok, parei! - ergue as mãos, rendido. - Você estava desabada aí, e como não dormimos bem, eu achei que poderia dar a você e nosso bebê umas horas de sono enquanto tentava achar nosso caminho de volta. - diz chegando perto de mim, mas indo na direção oposta do cômodo.

–E conseguiu? - o sigo e, juntos, sentamos na pequena mesa. Olhando de mais perto, vejo como está pálido e o quanto parece cansado. Há olheiras abaixo de seus olhos. Damon suspira.

–Eu não sei como podemos ter, os dois, um senso tão ruim de direção. - fala frustrado.

–Acho que você só funciona com os seus aparelhos de última geração, senhor Salvatore. - ele faz uma careta.

–Ai! Essa doeu. - sorrio e depois ele me acompanha. Em seguida, algo muda em seu olhar. A frustração foi embora e deu lugar a algo mais cálido, sensual. Ele me olha como se quisesse tudo comigo. E eu apenas quero retribuir.

Devagar, Damon reveza seu olhar entre meus lábios e olhos, umedecendo sua boca. E todo meu corpo reage. Ele parecendo ter a leitura perfeita de tudo que me causa, vem pra cima de mim, agarrando meus joelhos enquanto abre minha pernas e está diante de mim, de joelhos, me encarando, suas mãos subindo e cravando nas minhas coxas.

–Você pensou sobre nós? -sua voz é tão cálida que faz minha nuca eriçar.

–Sim. - ofego

–E... - seus olhos estão suplicantes. - Estamos bem? - quer saber.

–Estamos. - o riso que esta resposta o causa é tão contagiante que não resisto. Estamos ambos sorrindo um para o outro. Damon se ergue e me leva junto, e nos beijamos tão docemente, que é como se nada de ruim, nunca tivesse nos acontecido.

–Eu adoraria ficar mais tempo aqui com você. Desfrutando dessa sua nova decisão que me deixa incrivelmente feliz, mas... - ele me olha como se sentisse dor - Temos que tentar dar o fora dessa mata. - apenas assinto. Ele beija minha testa e se afasta começando a arrumar tudo. Eu logo me junto a ele.

.......................................

Damon e eu já estamos a quase duas horas no carro, que já dá sinais de que a gasolina não vai durar, assim como a pouca paciência que meu marido tem.

–Embora eu deva reconhecer que deu certo. Sofia me deve muito por todo o dia de ontem e esta manhã infernal. Ainda mais porque, você mal comeu, e isso não pode acontecer. - ele está tão irritado que me lembra brevemente aquelas manhãs odiosas na Salvatore um tempo atrás, quando o fato do humor do Damon estar péssimo era motivo de angústia de todo mundo. Ninguém pode irritar o senhor Salvatore.

–Tente pegar leve. - digo me sentindo um pouco cansada. E sim, estou faminta.

–Acho que a brincadeira já deveria ter acabado e eles deveriam estar aqui.

–Não sabemos onde estamos, talvez não seja tão fácil.

–Sua mãe conhece toda a região. - ele rosna, mas parece que foi um gemido - É claro que é fácil. - faz careta.

–O que foi, Damon? - pergunto notando como está incomodado.

–Nada. - diz, voltando a fazer uma cara de desconforto.

–É o seu braço? - pergunto e ele afirma de leve, sem parar de olhar pra estrada. - Deixa eu ver. - ele me olha como se eu tivesse dito um disparate. - Deixa eu ver, pare o carro. - ele bufa eme ignora. - Para a porcaria desse carro, Damon!

–Argh! Eu certamente não gosto de você mandando em mim. - bufa saindo da trilha.

–Eu nunca gostei de você mandando em mim também, mas adivinha... - ele me olha cerrando os olhos. - Tive que aprender a lidar. - ele torce a boca em reprovação enquanto para o carro. Eu agarro seu braço e quase tenho uma crise. Está muito vermelho e úmido, o que não é nada bom.

–Não está tão ruim. - o encaro incrédula e ele dá de ombros.

–Eu dirijo agora.

–O quê? Não! - protesta atônito. Ignoro e já saio do carro, dando a volta. - Elena...

–Nem adianta. Você dirige a noite, se precisarmos, e eu fico com a tarde. - ele fica me olhando mal humorado. - Não tenho o dia todo, Damon. - ele solta um rosnado e sai do carro. - Bom menino! - me olha com uma expressão de negação e reprimenda e então, me surpreendendo, se inclina e dá um beijo leve. Um breve encostar de lábios, mas que tem um efeito devastador em mim. Eu deslizo pra dentro do carro sorrindo como uma boba.

Damon se junta a mim e voltamos para a estrada. Estranhamente estamos em silêncio. Até que ele resolve falar.

–Precisamos conversar. Muitas coisas. Sobre o bebê, nosso casamento. Eu quero tudo em pratos limpos, Elena. Desta vez, nada pode dar errado. Não sinto como se pudesse mais aguentar outra briga séria entre nós.

–Também não.

–Isso é ótimo.- quando o olho, ele está sorrindo.

–Porque não tenta dormir um pouco. - ofereço notando sua expressão de exaustão.

–Não. Vou ficar bem acordado e me certificar de que não estamos dando voltas de novo. - faço uma careta, mas não discuto. Afinal só vejo uma trila e mata fechada nos lados. Ficou meio difícil traçar referências.

Acho que ficamos rodando com o carro mais um par de horas quando a gasolina acabou. Damon acabou dormindo, a total contra gosto, mas eu agradeci quando ele não resistiu mais ao peso das pálpebras. A aparência dele estava péssima: pálido, com olheiras e, principalmente, com a temperatura aumentando. Eu sabia que tinha que sair dessa mata com Damon, estava cansada, com fome e muito preocupada com ele. Tive que agir e me distanciei um pouco do carro procurando algum lugar alto onde pudesse subir e ter uma ideia de onde estávamos. Eu estava com medo de me perder dele, mas eu realmente tinha que fazer alguma coisa.

Consegui uma árvore segura o suficiente pra me arriscar a subir. Nem ficou muito distante do carro eu ainda via a uns 600 metros. Subi o mais alto que pude e avistei uma estrada a uns quilômetros de onde estávamos. Nossa! Como chegamos tão longe? Devagar eu comecei a descer, sabendo bem que direção tomar agora. Foi então que eu ouvi Damon gritar por mim. Foi um som tão desesperado que quase me fez cair. Me equilibrei e desci. Logo depois tratei de responder ao grito com outro.

–Cadê você? - ele insistiu. Apressei um pouco o passo e ele me avistou ao longe e veio até mim.- Nunca mais faça isso.- ele rosnou. - Porquê você parou de dirigir? Porquê me deixou dormir? E onde diabos estava? - afobado, percorrendo as mãos por meu corpo, em busca de algo errado, Damon me encarava como se tivesse acabado de me resgatar de uma morte certa.

–Calma! - seguro suas mãos.- Ficamos sem gasolina, você acabou dormindo enquanto eu dirigia e eu fui tentar achar um caminho pra sair daqui.

–Você quase me matou de susto. - ele reclama me abraçando forte.

–Você está com febre. - reclamo quando sinto sua pele em chamas. - Mais um motivo para nós andarmos rápido. Está começando a escurecer, e eu preciso sair desta mata e tirar você dela.

–Sabe como? - ele pergunta com ar cansado.

–Eu avistei uma estrada da árvore e ela...

–Você o quê?! - ele grita - Subiu numa árvore? - reviro os olhos.

–Damon, se prenda as informações necessárias. Sim, eu subi numa árvore, e, como você está vendo, nada aconteceu. - ele me olha com uma irritação nova, e parece que vai comer o próprio lábio inferior. - Da árvore eu vi uma estrada, a alguns quilômetros descendo por esta direção. Acho que se ficarmos na trilha dá pra chegar antes que escureça totalmente, mas teremos que andar depressa.

Ele me ouve concentrado e olha pra dentro do carro. Damon caminha até lá e volta com uma mochila, depois de ter trancado o carro.

–Vamos de uma vez. - ele fala em tom duro - Não vou esquecer o que você fez, Elena, foi perigoso. - fala passando por mim, de mal humor.

–Mas necessário. Você está mesmo com raiva porque não foi você que encontrou uma saída. - ele gargalha.

–Oh, claro! O fato de minha esposa teimosa e grávida subir em uma árvore, com sérios riscos de cair e se machucar, não me irritaria nem um pouco.

–Acontece que eu não cai. - replico.

–Não estou disposto a discutir com você.

–Está apenas relutando em admitir que eu fiz o certo. - ele interrompe bruscamente a caminhada me fazendo quase esbarrar em seu corpo. Se volta para mim.

–Você poderia baixar a crista e admitir que foi um deslize. - estreito os olhos.

–E você poderia admitir que sim, eu salvei a pátria. - ele bufa e volta a caminhar apressadamente. Eu nunca acompanho o ritmo do Damon. - Você é um grosso!

–E você é teimosa! - ele quase grita, dada a distância entre nós. Sinto meu corpo formigar e minha face queimar. Apenas Damon consegue causar emoções tão fortes em mim. De irritação ao amor e desejo, tudo junto. Respiro fundo sentindo o mundo girar um pouco, e então eu paraliso. Sinto minha garganta seca e meu corpo cede. - Seu problema, senhora Salvatore é que você só faz o que quer fazer. - eu ouço sua voz um pouco mais distante, me sinto tremer. A falta de comida, as emoções e tanto esforço não foram uma boa combinação. Estou tonta e quase desmaiando. -Agora você perdeu a fala, ou é só mais uma birra pra me deixar falando sozinho? - tento respirar com calma. Avisto Damon se voltar pra mim e imediatamente correr em minha direção. - O que foi? - seu olhar é intenso e preocupado. Agarro seu braço enquanto ele me apoia pra me por de pé.

–Estou cansada e com fome. Não é muito bom. - sorrio fracamente, me apoiando em seu ombro.

–Não, não é. - ele fala enquanto me examina - Quer um pouco de água? Ela deve estar quente, mas...

–Eu quero sim. - sorrio e ele me leva até um local onde me senta e abaixa comigo fuçando na mochila. Ele pega a garrafa com água e me olha, ainda preocupado.

–Você está pálida, amor. - eu o olho imediatamente com a menção da palavra. Tinha esquecido como ela soava nos lábios de Damon. Ele me olha confuso e me passa a garrafa.

–Diz outra vez? - ele faz uma careta.

–O quanto está pálida? - eu nego sorrindo enquanto desfruto da água, mesmo quente, é ótimo sentir o líquido descer por minha garganta.

–A outra parte. - ele sorri meio bobo.

–Amor. - fala devagar, desfrutando da palavra. Sorrimos e ele se inclina para me beijar. Depois fica ao meu lado. - Vou ter que te carregar? - eu nego.

–Só mais uns minutinhos.

–Certo. - ele diz e se aconchega ao meu lado. - Não é como se eu fosse conseguir com o braço assim. - sorrio e beijo sua testa.

–Você está tão quente? Está sentindo algo?

–Além de fome, cansaço e raiva? - eu o encaro fazendo cara feia. - Não, sei.... Talvez, vontade de matar alguém, como uma certa adolescente ruiva. - sorrio.

–Damon! - eu reconheço a voz, Damon arregala os olhos.

–Robert! - ele diz alvoroçado e grita de volta, ouvindo seu nome em resposta outra vez. Fico de pé. Eles nos acharam. - Agora posso matar aquela garota. - Damon fala vindo me ajudar. - Vem amor. Eu mato e você tenta me impedir.

Sorrio. Vamos voltar pra casa.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês amanhã! ;)



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