Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 22
Piada!


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei. Prometi e não cumpri. Me desculpem. Problemas pessoais.
Sobre o capítulo, todas vão querer me matar e no próximo todas vão me amar. Foi bem complicado revisar ele e ficou grande e cheio de coisas. Espero que vocês não me matem kkkk
Boa leitura!



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-Pra onde você vai? – ela encolhe os ombros e sorri.

-Vou terminar meu curso de história.

-Você sempre gostou dessas coisas.

-Sim, sempre gostei.- ela para e me olha, porque estou me sentindo mal? – E agora com a mini fortuna que você me deu...

-Não é uma mini fortuna. É apenas o justo.

-Não casei com você em comunhão de bens.

-Eu nunca caso em comunhão de bens. – sorrio irônico, o riso dela é lindo em resposta.

-Você não tem jeito.

-Não. – eu puxo sua mão e prendo na minha, eu a encaro e ela está encarando nossas mãos unidas. – Pra onde vai?

-Não vai poder mais me controlar. – ela fala.

-Não provoque. – ela me olha repreensiva.

-Vou para Londres. – diz finalmente. Tão longe...

-Inglaterra?

-A não ser que você conheça outra Londres.

-É distante. – eu afago sua mão.

-Você tem meu número. – ela brinca e eu suspiro.

-Por  favor, não vá me arrumar um namorado idiota. – ela sorri.

-Defina idiota Damon!

-Você sabe. Do tipo que fica olhando pro seu decote e nem presta atenção no que você diz. Inclusive, esta blusa é bem decotada. – ela gargalha e tenta puxar a mão eu a prendo.

-Você é doente. – ela diz divertida. Eu solto sua mão.

-Só tome cuidado certo. Rebekah eu quero que me ligue quando chegar, pode me ligar para o que precisar.

-Você está falando com tanta culpa. Damon isso não é sua culpa.

-Você está brincando?

-Você não me forçou a casar com você. Foi minha escolha. E temos que lidar com nossas escolhas, é o que nos faz fortes, humanos.

-Eu sou sua única família. Sofia e eu gostamos muito de você. Eu prometi te cuidar e vou fazer isso. Não se afaste de mim.

-Eu não vou. Vocês são minha única família agora.

Ficamos nos olhando por um tempo e ela suspira.

-Eu tenho que ir, meu voo sai em duas horas. – ela começa a recolher a bolsa. – Obrigada pelo almoço.

-De nada. Alaric vai te enviar todos os papeis do divórcio. Será exatamente como conversamos.

-Tudo bem, me mande e eu assino e você estará livre de mim. – sorri fraco. Eu levanto.

-Me desculpa. – ela pisca e eu me aproximo e acaricio seu rosto. Ela recebe o carinho fechando os olhos. – Por não ser o que você pensou.

Ela segura minha mão e a puxa de seu rosto. Ficou apertando minha mão entra as suas.

-Você sempre foi o mesmo Damon. Meu erro foi achar que eu poderia te mudar. Talvez alguém consiga um dia. Mas ainda não fui eu. – ela se inclina e beija meu rosto. – Se cuida!

-Você também. – falo sorrindo fraco. Rebekah solta minha mão e se vai. E por algum motivo eu me sinto perdido. Falta algo em mim.

...

Sexta de manhã, eu esperei a noite inteira por isso. O carro de Andie para diante de minha casa. Sofia salta do carro, eu estou na entrada, tenso. A última vez que nos falamos ela gritou várias vezes que me odiava. Andie desce e se despede dela. Elas conversam um pouco e Sofia parece protestar sobre algo. Logo Andie se vai e minha filha hesita antes de vir pra entrada da casa. Eu me afasto da porta e vou até o sofá, fico de pé diante dele e ouço a porta abrir.

-Oi! – é a única coisa que eu digo. Estou de braços cruzados.

Sofia não responde. Ela está séria. O silêncio invade a sala e estamos nos encarando. Eu descruzo os braços e levo as mãos até o bolso. Sofia solta um longo suspiro e fecha os olhos.

-Você é o pai mais exasperante que alguém pode ter. – ela fala. E é um tom tão adulto.

-Eu sei. – estou me sentindo repreendido. Respondi encarando o chão. Quando eu volto meu olhar pra ela, está vindo na minha direção, fica bem perto de mim. – Me desculpa! – eu peço a encarando e engolindo em seco.

O olhar de Sofia é cortante e indecifrável. Ela olha ao redor e então ela vem pra cima de mim. Não é um ataque ela... Me abraça. Forte. Eu demoro a processar tudo. Ela não estava com ódio de mim? Ela esfrega sua face em meu peito e posso perceber que está chorando.

-Oh minha filha. – eu a aperto em meus braços.

-Eu estava com tanta raiva de você. – ela fala chorando contra meu peito. – Eu ainda estou. – ela diz e se afasta batendo em meu ombro. – Mas eu senti saudades de você. Quero que me conte tudo outra vez. Eu quero ver ela. – ela diz e eu assinto a tudo e volto a abraçá-la. Neste momento tudo o que quero é ela por perto. Tive tanto medo de a perder.

...

Damon não veio na quinta a noite. Ele mandou uma mensagem dizendo sobre a audiência. Que havia dado tudo certo e que eles tinham firmado um acordo justo. Ele disse que ficaria resolvendo algumas coisas com o Alaric, mas eu sei que é tudo sobre a filha dele e não protestei. Ele precisava deste tempo.

Na manhã seguinte eu estava ansiosa por sua ligação. Sofia estaria de volta e eu não me aguentava para saber de notícias. Passei a manhã encarando meu celular. Depois do almoço com Bonnie, ela voltou a galeria e lá estava eu outra vez, esperando uma notícia que fosse. Caroline me ligou da Salvatore pra se queixar sobre a nova garota. Parece que no final Damon gostou da indicação do Alaric. A tal de Katherine foi contratada e Caroline já estava alucinando e me perguntando quando eu voltaria. Foi divertido demais a ouvir tagarelando sobre como ela era desligada. E por um momento eu lembrei de mim a uns meses atrás. Nossa! Muito mudou. Eu encaro o anel que Damon me deu e suspiro. “Pelo menos ela se vesti impecável.” Disse Caroline. Com certeza um ponto a favor pra ela. Depois que Caroline desligou resolvi tomar um banho demorado, eu quase não sentia mais dor. Estava me sentindo muito bem.

-Quando volta ao trabalho? – perguntou Bonnie após sentar ao meu lado. Havíamos acabado de jantar.

-Já quer se livrar de mim? – sorrio.

-Não leve a mal. Você é uma amiga de ouro e eu adoro você, mas sua cama não substitui o peito do Jeremy. – ela diz em tom pervertido. Sorrio fracamente, pois isso me faz lembrar Damon, ele já não veio ontem e ainda não me deu notícias. Suspiro. – Que foi Lena?

-Estou preocupada com o Damon.

-Ele não ligou ainda? – afirmo com a cabeça. – Bem, vamos fazer alguma coisa. Posso te mostrar fotos do meu novo projeto. – ela diz animada. Eu não quero ver isto, mas ela está se esforçando tanto. Reviro os olhos.

-Vamos lá. – ela sorri e vai até sua bolsa Trazendo de lá algumas fotos. Logo começa a tagarelar.

...

-Bem, eu estou extremamente feliz pelo meu amigo e minha linda sobrinha. – Sofia rola os olhos.

-Não sou sua sobrinha Alaric. – eles sorriem um pro outro. – Falando nisso Damon, - ela me olha. Nunca vai perder essa mania de me chamar assim. – onde está o tio Stefan?

-Bem, você conhece seu tio. É uma sexta a noite. Ele deveria ter planos pro jantar. – ela sorri.

-Com certeza. Bem, - ela pega seu celular animada. – vou ligar para a Elena. – Eu engasgo, feio. Alaric está ao meu lado e bate nas minhas costas. Sofia me olha assustada. – Nossa! Toma água! – ela pede.

Alaric me passa uma taça com água e eu tomo tentando me recompor. Eu engulo.

-O que quer com a Elena? – não sei se quero esta aproximação e se ela não gostar quando descobrir sobre nós?

-Bem, eu pensei bem sobre a minha festa e eu vou reconfirmar tudo outra vez. – ela diz risonha.

-Bem, é uma sexta a noite. Elena está com um atestado médico, talvez não deva incomodá-la. – eu falo e Sofia me olha com olhos arregalados.

-O que você fez com ela Damon? – Sofia rosna. Hein??

-Nada filha, que ideia.

-Atestado? – Ric questiona.

-Ela sofreu um pequeno acidente ante ontem, mas está melhorando, a médica pediu que ela ficasse de repouso por uma semana.

-Acidente? – Sofia está com olhos assustados.

-Ela atravessou a rua sem prestar atenção e uma moto quase a atropelou, se não fosse o cara misterioso eu nem sei... – eu paro, porque Alaric está risonho e minha filha coma boca aberta. – Que foi?

-Estava com ela na hora ou apenas ela te deu cada detalhe? – Sofia pergunta intrigada. Alaric solta o seu risinho insinuativo detestável.

-Bem, eu... Er... Eu sou o chefe dela, ela me mandou o atestado e ... Bem, Caroline me contou os detalhes. – eu falo tentando me concentrar na minha bebida.

-Caroline?  Você falando com Caroline no horário de trabalho? – ela bufa. – Sério Damon, conta outra. Você estava com ela não estava?

-Não. Eu não...

-Estava. – Ric fala e eu o fuzilo.

-Pai! – ela grita. – Desde quando esconde coisas de mim?

-Não estou escondendo nada. – Ric pigarreia. Ok, eu vou matá-lo.

-Acho que sua filha agradeceria se não houvessem mais segredos. – ele diz. Não é da conta dele.

-Acho que seu pescoço ficaria grato se você calasse a boca. – eu rosno e ele sorri.

-Certo Damon. – Sofia nos para. – Fala de uma vez. O que está acontecendo?

-Bem, eu vou agradecer pelo jantar. Querida foi muito bom ver que você e seu pai estão se entendendo. – ela sorri. – Mas agora a conversa é entre vocês. – ele me olha. Sério Sherlock? – Nos falamos em breve. Estou saindo. – ele diz e depois de beijar a testa da Sofia se vai. Me deixando com a bomba.

-E entã?. – ela para e fica me olhando. – Sobre a Elena...

-Bem, eu fiquei muito mal depois da nossa discussão no chalé. A Elena me propôs passar o fim de semana de graças com ela e os pais em Oklahoma e eu aceitei.

-Bem, pelo menos isso. Você nunca sai. Eu fico contente que agora como sua amiga ela consiga isso de você. – ela fala em tom calmo.

-Bem... – eu hesito. Porque isto é tão difícil? – Eu acho que ela é mais que uma amiga pra mim agora.

-Tio Stefan me contou da promoção. Eu falei com ele no feriado. Eu também te liguei, mas... Enfim, continua. – ela me olha.

-Você sabe que eu nunca daria um passo assim sem te contar antes. – ela trava, e seus olhos se arregalam, porque este discurso é bem familiar. – Eu quero que você saiba que antes de mais nada estamos nos conhecendo e...

-Está namorando sua ex assistente? – ela me interrompe.

-Na verdade, eu pedi ela em namoro ante ontem. – a boca dela abre.

-A Elena? – eu assinto. – Como assim? Ela não era tipo: Sem sal? Palavras suas. – eu reviro os olhos. Eu falo muita bobagem.

-Eu gosto dela.

-Gosta?

-É, eu gosto. Na verdade eu estou... – eu paro outra vez.

-Ai, por favor pai. Não vem com essa de paixão outra vez. Quer dizer, quanto tempo você ficou solteiro depois que se separou da Andie? Um mês? E casou com a Rebekah tipo seis meses depois. – ela fala em tom de desespero. – Olha, seja lá o que você sente pela a Elena é óbvio que ela sente mais que você. Ou só está tentando se dar bem. – eu a olho. Elena não é assim. – Certo, a primeira opção. – ela bufa. – Pai, você não vai entrar numa e acabar machucando mais uma.

-Eu gosto dela. – interrompo. – É diferente, como nunca foi com a Andie, ou a Rebekah, nem mesmo com sua mãe. – os olhos dela arregalam, eu não costumo falar de Rose.

-Nossa! Deve ser bem diferente mesmo. Isso também explica seus olhares pro ar e suspiros soltos ao vento? – ela ironiza.

-Você parece o Alaric.

-Na verdade, eu pareço com o tio Stefan. – ela diz vitoriosa e eu reviro os olhos. -Você é maior de idade, sabe o que faz pai. Sei que você gosta da minha opinião nessas coisas e vou ser bem clara. Vá com calma. As últimas duas sofreram e você também. Elena é diferente delas, eu gosto dela também. Só tente fazer a coisa certa desta vez. Você sabe do que eu estou falando.

-Nossa! Estou levando um sermão da minha filha de quatorze anos?

-Está. – ela fala e levanta da mesa e vem em minha direção. – A Andie disse que não vai comigo, eu não vou sozinha, mas eu realmente quero ir vê-la.

-Eu te levo, mas vai ter que esperar. Precisa de uma certa permissão. Não é lugar pra você. – ela beija minha testa.

-Você sempre consegue o que quer Damon. – eu vou reclamar sobre como ela me chamou, mas ela já está saindo da sala com um riso no rosto. Eu grito.

-Então você meio que não é contra meu novo relacionamento?

-Tenho pena da Elena. – ela grita de volta. – Você é insuportável e neurótico.

-É um sim?

-Não tenho nada contra pai. – eu não consigo evitar sorrir. Menos um problema.

...

Quase dez da noite. Eu estou desanimada, emburrada e realmente muito frustrada. Que consideração ele tem. Me deixou as escuras todo o dia. Bonnie saiu com o Jeremy e estou no apartamento sozinha. Estou assistindo ao tele cine premium. Está passando E Se Fosse Verdade? A campainha toca e estou entediada. Me arrasto até a porta.

-Quem é? – pergunto enfadada.

-Elena, sou eu. – um riso brota em minha face. Meu coração dispara. Eu estava com raiva e frustrada com ele? Acho que tudo se foi. Eu tento me arrumar um pouco, estou vestindo uma blusa de moletom com um short jeans. Tento arrumar o cabelo, respiro fundo e abro.

-Oi! – eu digo assim que dou de cara com ele.

-Olá! – ele sorri. – Eu posso? – pergunta apontando pro centro do apartamento.

-Claro. – eu saio de sua frente para que ele possa passar. Está tão lindo. Usa uma jaqueta de couro marrom, camiseta preta, jeans preto. E seu perfume... Eu fecho a porta e ele se vira pra mim.

-Onde está a Bonnie? – me pergunta olhando estranho, está bravo?

-Ela tinha um encontro. – digo o olhando.

Ele se aproxima e me abraça, com todo o cuidado, parece até que vai me quebrar se forçar mais.

-Como você está? – me pergunta enquanto acaricia minha face, eu seguro suas mãos.

-Estou bem. – ele me olha dos pés a cabeça. – O que? – pergunto, porque sua cara não é boa.

-Eu odeio seu guarda roupa fora da Salvatore. – ele fala em tom sério.

-Eu odeio meu guarda roupa na Salvatore. – eu respondo revirando os olhos. – Veio regular minha roupa? – ele suspira.

-Desculpa! Eu sumi durante todo dia. Senti sua falta. Tenho muita coisa pra falar.

-Você quer um café. – ele assenti. -Eu já volto. Senta! – eu peço e ele vai até o sofá. Eu vou a cozinha e começo a preparar o seu café. Colocando tudo o que é preciso na cafeteira, de repente eu sinto suas mãos em minha cintura.

-Eu gosto do seu apartamento. – ele fala e beija meu rosto, depois encosta o queixo no meu ombro.

-É? Porquê?

-Por que lembra muito o meu. Pequeno e familiar.

-Bem, Matt e eu não podíamos escolher muito, quando entramos aqui era só um salão vazio. Aos poucos deixamos como queríamos. – Damon me solta e bufa, eu estou confusa e o encaro. – O que foi?

-Porque você faz isso? – ele pergunta sentando na mesa diante de mim, esfrega as mãos em um gesto nervoso. O que eu fiz?

-O que quer dizer?

-Fica mencionando seu ex toda hora. – eu pisco. – Saímos com seus amigos e lá está o assunto Matt. Eu elogio o seu apartamento, - ele enfatiza o seu com um tom mais forte – e lá está o Matt no meio. É uma tentativa de me irritar? – isso não pode ser sério.

-Você só pode estar de brincadeira Damon. Eu sinto te informar, mas ele é meu amigo.

-Entendi. – forçou um riso e saiu da cozinha. Santos me ajudem...

Respiro fundo. Estou lidando com uma criança aqui? Pelo amor de Deus!

Eu o sigo até a sala e ele está no sofá encarando o celular.

-Você não me falou como foi a audiência e a conversa com Sofia. – ele dá de ombros.

-Rebekah aceitou todo o acordo. Sofia reagiu de uma maneira bem surpreendente. – eu pisco e sento ao seu lado.

-Surpreendente?

-Ela me abraçou. Me perdoou.

-E isso não é bom?

-Eu não disse que não era, disse que me surpreendeu. – seu tom está enjoado.

-Damon, para com isso. – ele para de mexer no celular e me encara.

-Eu não quero saber sobre a sua vida com o seu ex, ou como ele era. Me poupe de tudo isso.

-Eu fiz apenas uma observação sobre o apartamento que você elogiou. Montamos ele juntos. – ele se mexe no sofá.

-Tá bom Elena. Podemos falar de outra coisa? – é mais difícil do que pensei.

-Bem, quero saber como está indo a nova assistente. – ele se joga no sofá com as mãos atrás da nuca.

-Ela é muito boa. – minha boca cai. Ele conhece ela a menos de três dias.

-Mesmo? – estou curiosa por detalhes.

-Sim. Foi uma boa indicação. Ela é meio lenta, mas você também era. Pelo menos ela tem muita vontade de me agradar. – seu tom é insinuativo.

-Menos um problema. Ela está sendo orientada pela Caroline?

-Sim. – ficamos em silêncio. Eu lembro do café.

-Mas que droga, o café. – salto do sofá e volto pra cozinha. Sirvo as xícaras e levo até ele, me sentando ao seu lado. Ele dá um gole no café e me olha.

-É adoçante. Este pó não fica muito bom sem adoçar. – ele assenti. -Então, você e a Sofia estão bem? – ele afirma com a cabeça.

-No final da semana que vem já estarei divorciado. – ele fala e me lembra um assunto importante.

-Damon, eu estive pensando... – ele me olha. – Eu fiquei muito feliz com a promoção e tudo mais... – eu hesito, pois será outra briga. – Porém eu realmente não vou me sentir bem trabalhando pra você como diretora executiva. – ele pisca e quase engasga com o café.

-De onde surgiu isso? – ele me pergunta perplexo.

-Pense um pouco... Nem seu irmão mereceu este cargo, com anos trabalhando com você, - ele encolhe os ombros e eu continuo – e agora eu vou assumir ele, com menos de um ano na Salvatore. – ele faz cara de: ‘e daí?’ – Olha eu sei que meu curriculum diz que eu sou capaz e tudo mais, mas tudo vai ficar pra traz quando nosso real relacionamento vier a público e eu serei vista como alguém que se envolveu com seu chefe por uma promoção. – a boca de Damon abre. – Eu não quero isso. Quer dizer, você é um homem público, estarei estampando todas as capas das revistas como uma aproveitadora. – ele ergue a mão e eu calo.

-Isso é a coisa mais estúpida que eu já ouvi na vida. – ah não é não.

-Não é. – ele bufa e se livra de sua xícara de café, eu ainda nem provei o meu.

-Elena, eu escolhi você porque acredito realmente que encontrei alguém pro cargo. Já lhe expliquei tudo isso, não tem nada haver com o que eu sinto por você.

-Não vão pensar assim. Será exatamente o que eu disse.

-Elena... – ela leva as mãos até a cabeça. – O que você quer?

-Me demitir. – Damon arregala os olhos.

-Não! Que parte de não posso ficar longe de você, você não entendeu?

-Escuta Damon, somos namorados agora certo? Você pode me ver sempre que quiser ou puder e vice versa. Eu não vou me sentir bem trabalhando pra você enquanto estamos envolvidos emocionalmente.

-Você e sua ética.

-Você disse que era o que mais admirava.

-Porque isso agora? Você estava se sentindo bem com tudo não? Orgulhosa. – ele se levanta e fica diante de mim de um lado para o outro.

-Damon, antes não estávamos envolvidos e agora eu vi que não vou me sentir bem. E você disse que seria bom manter em descrição e eu também acho que por hora é o melhor, mas se estivermos nos vendo a todo minuto de todos os dias... Você viu o que aconteceu sobre as flores. Você é uma força da natureza. – ele me encara, olhos cerrados.

-Ah, eu entendi. – ele sorri amargo. – Você quer se demitir não por ética ou medo do que vão pensar sobre você, mas porque estando comigo na Salvatore eu estarei por perto a todo tempo e ficarei pegando no seu pé e você não quer ninguém se metendo nos seus flertes.

-Damon! – o quão estúpido e doente ele é?

-Claro, agora faz muito mais sentido. – ele vai até o sofá e recolhe seu celular, eu me livro da xícara porque ele está indo pra porta.

-Para! – eu o puxo pelo braço e ele me encara. – É isso que você pensa sobre mim? – ele engole e não responde. – É isso? – ele desvia o olhar. – Não precisa responder. – eu abro a porta pra ele. – Sai. – ele abre a boca e vai falar algo, mas cala, meu olhar está no seu. Ele arfa o peito e passa pela porta, eu a fecho imediatamente.

Se Damon não consegue entender algo tão simples, se ele é tão neurótico assim, agora toda a sua vida amorosa faz sentido. É quase como se ele fosse doente. Eu não sei lidar com isso.

...

-Você é alguma espécie de retardado?

-Olha como você fala comigo.

-Você é um retardado. – Alaric me tira do sério, mesmo por celular. – Volta naquela droga de apartamento agora.

-Não. Estava tudo bem pra ela, porque tudo mudou?

-Porque ela não se sente bem, e porque ela já percebeu que vocês terão problemas diariamente pelo simples fato de você ser um doente.

-Está certo, eu entendi. Boa noite! – digo aborrecido. Ela não tinha porque recusar a oferta, ela aceitou pra começo de conversa.

-Você sabe que ela não vai voltar atrás Damon. Vai perder ela. – eu o escuto, mas não respondo, em seguida desligo.

...

Eu não falei mais com Damon desde de a nossa discussão. Ele não me ligou, nem veio ao meu apartamento. Acho que ele estava esperando que eu fosse atrás dele. Eu vou sim. Hoje! Vou até a Salvatore e vou pedir minha demissão. Eu acho que estava louca ou algo assim. Eu nunca deveria ter me envolvido com ele.

Meu recesso chegou ao fim. Me sinto muito melhor e mais bem disposta. Foi muita sorte não ter comentado nada com minha mãe sobre o que aconteceu entre Damon e eu, do contrário agora eu estaria ouvindo muita reclamação.

Eu chego a Salvatore e ao subir até o andar certo dou de cara com uma mulher sentada na minha mesa. Deve ser a tal Katherine.

-Bom dia! – eu falo.

-Posso ajudar? – seu tom esnobe me faz lembrar a Caroline.

-Sim. Pra começar poderia sair da minha mesa. – sorrio forçadamente e ela arregala os olhos e engole.

-Me desculpe. – diz se levantando da cadeira, seu tom está bem melhor agora. – Você deve ser a Elena. Sou a Katherine. – ela fala e me oferece a mão sorridente. Caroline tinha razão ela tem estilo. Muito jovem e bonita.

-Prazer. – digo e vou em direção a minha cadeira.

Ela se dirige até a mesa onde Caroline costumava ficar, enquanto eu estou acomodando-me na minha. Segundos depois Damon surge diante de nós e garota pula da mesa correndo até ele. Eu apenas observo a cena. Enquanto Damon tagarela funções sem nem sequer me notar ela retira o casaco dele e vai assentindo a tudo, sem tomar nota alguma. Eu espero que ela tenha boa memória.

-Você esqueceu isto na minha casa ontem Katherine. - Damon fala entregando a ela uma espécie de agenda. Foi na casa dele? Está chamando ela pelo nome certo? – Tome mais cuidado da próxima vez. – ele rosna.

-Desculpe. – ela diz em voz quase sumida pegando o mini caderno das mãos dele que passa por nós direto pra sua sala. Eu estou incrédula. Respiro fundo e me ergo indo direto pra sua sala, ignorando por completo a garota atordoada diante de mim.

-Bom dia! – eu falo pra ele enquanto o encaro tomar seu café que já o aguardava na sala.

-Eu pensei que você fosse direto pro RH. – ele diz me encarando por baixo. Eu cruzo os braços e ignoro seu tom, há muito a ser entendido aqui.

-Ou essa garota deve ser a sua melhor contratação na vida ou eu estou perdendo alguma coisa... – ele me olha totalmente esnobe.

-O que foi? – seu tom é provocativo.

-Chama ela pelo nome. Já deu a tarefa de levar os protótipos. Eu achei que o Mason faria isto até você ter certeza de que... – ele ergue a mão e eu paro.

-Porque estamos falando disso? – ele me encara autoritário.

-Só estou tentando te entender. O que é muito difícil. Mais do que eu jamais poderia imaginar. – ele bufa e dá outro gole no seu café.

-Bem, isso não é mais da sua conta. Nada que envolva este lugar ou a mim. – eu aceno em sinal de total entendimento. Certo!

-Bem, então eu acho melhor você ficar com isto. – eu retiro o anel de meu dedo e coloco na mesa dele. Ele encara a joia.

-Eu não quero de volta. Eu te dei. É seu. – eu bufo. Não mesmo.

-Bem, quando você me deu este anel estava falando algo sobre não conseguir se afastar de mim, - ele permanece imóvel, cabeça baixa encarando a mesa. – eu acho que depois do que você acabou de dizer, não faz mais sentido eu usá-lo. – eu espero, mas ele está parado, calado. Ok! Que se dane! Me movo pra saída.

-Elena, o anel é seu. – sua voz está quase morta.

-Não quero mais nada de você. Só o que você me deve. – bufo e saio de sua sala batendo a  porta com força.

A garota fica me olhando perdida enquanto recolho minha bolsa e casaco. Depois de tudo feito eu olho pra ela.

-Boa sorte! Você vai precisar. – ela sorri fraco, sem jeito e eu saio. Estou lutando contra uma vontade imensa de chorar. Em um dia ele faz juras de amor, no outro é um total idiota e em seguida age friamente, como se todos estes dias longe de mim tivessem sido nada, mesmo depois de ter falado que não conseguia ficar sem mim. Oh Elena como você é tonta! Eu chego diante do elevador, aperto o botão, mas está demorando. Eu só quero sair deste lugar. Posso resolver tudo sobre a demissão outro dia.

Eu insisto com o botão. Quando finalmente a porta abre minha face está molhada ao encarar a pessoa dentro do elevador eu congelo. Alaric. Ele nunca vem aqui.

-Elena? – ele está com olhos arregalados. Eu levo a mão a face na tentativa inútil de conter as lágrimas. Não adianta. – O que houve? – ele pergunta, mas não consigo falar, estou tremendo.

-Aconteceu alguma coisa? Está passando mal? – eu nego com a cabeça. – Foi o Damon? – eu o olho assustada. – Tudo bem, eu sei sobre vocês, da briga, enfim. Ele me conta tudo. – eu assinto. – Não precisa responder se não quiser.

-Só quero ir pra casa. – finalmente falo.

-Ok, eu posso levar você. – eu nego.

-Imagina, eu vou de taxi. – ele bufa.

-Olha o seu estado. Não vou deixar sair assim. Sem chance. Eu te levo, só precisa me dizer o caminho.

-Não, Alaric, você está ocupado, eu não quero atrapalhar.

-Elena, eu só vim deixar os papeis do divorcio com o Damon. Estava perto resolvi passar, não tem pressa e também posso pedir que entreguem a ele. Vou mandar uma mensagem. – ele explica e eu não estou pensando agora. Só quero chegar em casa. Eu concordo.

Chegamos no térreo e Alaric manda uma mensagem pra Damon mandar recolher a papelada na recepção. Logo depois saímos. Sinto minha face queimar.

...

“Eu não sei o que você está fazendo, mas acho bom concertar logo, pro seu bem. Seus papeis estão esperando por você na recepção. Eu ia subir, mas encontrei Elena chorando – eu espero que você tenha lido bem CHORANDO – Estou levando ela pro apartamento. Te dou uma hora.”

Ela se demitiu. Ela terminou me devolvendo o anel. Eu não vou atrás dela. Dessa vez Ric você vai ficar esperando.

-Damon. – é Katherine.

-O que é?

-Sua filha vai ligar em dois minutos.

-Certo.

Eu tenho outras coisas pra me preocupar. Como Sofia e sua atual obcessão em visitar a mãe.

...

-Obrigada!

-Tudo bem.

-Quer subir? Tomar um suco ou cerveja? – ele recusa sorrindo e eu forço um riso.

-Damon é difícil de lidar, mas fazia tempo que ele não ficava tão chato, neurótico e doente. Você realmente mexe com ele Elena e depois do que vi, ele também mexe com você. Não acabou ainda.

-Pra mim sim. E nem deveria ter começado. Foi um vendaval.- ele sorri. – Mais uma vez obrigada e me desculpe. – ele bufa.

-Você tem meu número e sabe onde eu moro. – eu sorrio.

-Viu. Um sorriso. – eu me livro do cinto e saio do carro.

-Tchau Alaric. – digo antes de bater a porta. Ele apenas sorri em resposta.

...

-Como vai o namoro? – Sofia me pergunta do nada enquanto jantamos.

-Elena se demitiu. – a boca dela abre.

-Ela o que? Por que? - Dou de ombros. – O que você fez Damon? – sua voz é de reprovação.

-Não fiz nada.

-Você nunca faz nada! – ela grita.

-Olha o tom, não sou um daqueles moleques com quem você anda. – ela respira fundo e larga os talheres.

-Ok. Vamos ter uma conversa civilizada. – eu aprovo.

-Por que ela se demitiu?

-Princípios. – ela pisca. – Ela não queria trabalhar pra mim sendo minha namorada. E eu ia promovê-la. – completo.

-E...?

-E que ela falou que não se sentiria bem. Que iriam falar que ela era aproveitadora e daí eu disse que era tudo estupidez, mas ela insistiu e...

-Para de enrolar Damon.

-Tá, eu surtei ok. Não fazia sentido, até ela mencionar que eu estaria controlando ela e que seria muito estranho manter um relacionamento profissional comigo se eu agisse assim. – Sofia concorda com tudo que eu digo.

-Não me diga que você brigou com ela e que terminaram por causa disso?

-Ela terminou. Apareceu na empresa com a mesma ideia fixa da demissão e devolveu o anel que eu dei a ela.

-Tá e você não contribuiu em nada pra isto?

-Ela surtou sobre a nova assistente e ficou fazendo mil insinuações que eu estava favoritando a Katherine e...

-E não está? Conhece a mulher a pouco mais de uma semana e ela já frequenta esta casa.

-Não estou favoritando ninguém. Apenas é uma pessoa de confiança.

-Alaric a indicou, entendi. Mas confiar no Ric é uma coisa, essa mulher é uma estranha, você sempre desconfia de tudo.

-Não é o ponto da conversa.

-Não mesmo. Então a Elena meio que sentiu ciúmes e você fez o que?

-Ela não estava com ciúmes. – eu bufo.

-Claro que estava. Você demorou quanto tempo pra chamar ela pelo nome certo? Quanto tempo ela levou pra vir aqui pai? – eu pisco.

-Isso não faz sentido algum.

-É claro que faz.

-Sofia eu...

-O que você falou?

-Eu disse que já que ela estava pedindo demissão os assuntos que tinham a ver com a empresa ou comigo não importavam mais pra ela. – minha filha me fuzila.

-Daí ela devolveu o anel. – eu pisco.

-Sim.

-Eu teria batido na sua cara. – ela se ergue da mesa.

-Sofia!

-Perdi a fome. – ela rosna e se vai. Mas que droga!

Depois do jantar desastroso eu vou para o escritório. Lá dentro eu começo a vagar por pensamentos e me vejo encarando o tabuleiro de xadrez diante de mim. Várias cenas passam por minha mente. O riso dela, o fim de semana com seus pais. Nosso beijo. Eu tenho que tirar essa mulher da cabeça. Começo a trabalhar, rever alguns contratos. Não me concentro em nada. Eu começo a encarar o meu celular. São quase meia-noite. Eu realmente não acredito que vá fazer isto.

Ligo pra Elena. Chama até cair na caixa postal. Tento mais duas vezes. Ela deve estar dormindo. Eu releio a mensagem que Alaric me mandou, ela estava chorando. Sofia falou que estava enciumada sobre a nova assistente. Como eu posso me tornar tão cego e burro nestas situações?

Ligo pra Alaric que me atende no segundo toque.

-Estava esperando você me ligar. Como ela está? – ele pergunta.

-Do que está falando?

-Da Elena seu tapado! – reviro os olhos.

-Me diz você. Foi você que foi consolar ela.

-Isso é algum tipo de piada? Damon eu te avisei que ela estava mal. Você deveria ter ido falar com ela. O que você fez com ela?

-Eu não fiz nada.

-Ah tá. Já te falei que a Madonna resolveu cantar gospel? – palhaço.

-Não fui vê-la, mas liguei pra ela e ela não atendeu. Ela não quer nada comigo. Se demitiu de minha empresa, terminou nosso namoro relâmpago e...

-Ela o que?

-Ela terminou comigo.

-E você não conversou com ela? Não tentou fazer ela pensar?

-Eu não!

-Mas que... – ele para e respira pesadamente. – Por que você me ligou?

-Ora eu... Queria saber como ela está...

-Acho melhor você ir atrás dela então. Por que da última vez que a vi ela estava forçando sorrisos e faz mais de quinze horas. Vai atrás dela!

-Já olhou o relógio?

-Não, mas eu olhei a sua total falta de noção e amor próprio. Porque eu sei mais do que você o que você sente por esta mulher e acredite, ela não vai ficar mal por muito tempo, já você...

-Tá Alaric, eu entendi.

-Acho bom. – ele desliga na minha cara.

Eu não vou atrás dela. Não agora. Estou cansado e magoado. Ela também. Melhor amanhã. É amanhã, bem cedo. Mas o que eu vou fazer?

Eu sei o que eu vou fazer, os últimos quatro dias foram um inferno total, sem ver ela, sem ouvir sua voz. Eu não quero perder ela. É absurdo! Quero a Elena.

...

A campainha as seis da manhã. Isso é sério? Depois da noite horrenda que passei ontem. Ficar a madrugada acordada, olhando aquele maldito celular depois de recusar três ligações dele. Eu não mereço isso.

Estou me arrastando até a porta. Estou morta de sono. Eu olho pelo olho mágico e meu ar se vai. O que diabos ele faz aqui? Eu corro pra frente do espelho mais próximo. Certo, ele não precisa saber que minha noite foi péssima. Não mesmo. Tento por ordem no meu cabelo, desamassar minha cara, dou umas batidas na minha bochecha e atendo a porta.

-Bom dia! – ele diz risonho. Ele é tão irritante. Parece que nada aconteceu.

-O que você quer? – ele ergue as mãos em sinal de paz.

-Posso pelo menos entrar? – reviro os olhos e aponto o centro de meu apartamento. Ele passa por mim.

-Me dá um minuto. Acabei de acordar. Pode sentar e ficar a vontade. Quer café?

-Na verdade não tenho muito tempo. Tenho que estar no escritório as sete.

-Certo. Eu não demoro.

Saio da sala e meu coração está disparado. Tenho vontade de chorar e sorrir, gritar e sussurrar xingamentos. Ele age como se... Ai eu odeio ele!

Escovo meus dentes, jogo uma água no rosto, me livro de meu moletom e volto pra sala apenas com a camiseta e o short. Damon me espera sentado no sofá.

-Bem, eu quero voltar a dormir então... – eu falo cruzando os braços diante dele. – Seja breve! – tento o tom mais frio possível. Também posso agir como ele e fingir que não estou a ponto de gritar.

-Senta! – ele fala batendo no espaço ao seu lado no sofá.

-Estou bem de pé. Fala o que quer! – ele passa a mão pelos cabelos e me encara.

-Por que tudo com você é tão difícil? – ele rosna exasperado e eu encolho os ombros em descaso.

-O que quer dizer? – quero o provocar.

-Não quero que saia da empresa e certamente não quero que saia da minha vida. – ele diz e se põe de pé. – O que tenho que fazer ou dizer? – ele continua avançando e eu ergo a mão para que ele pare.

-Primeiro de tudo: Fica bem longe de mim. Segundo: Você já disse muita coisa, mais do que deveria até. E terceiro: Acho que estamos melhor assim, um longe do outro.

-Você acha?

-Tenho certeza. – endureço o tom. Ele leva as mãos aos bolsos.

-Não quero te perder. – encolhe os ombros e sorri sem gosto.

-Bem, acho que foi você que falou que nada relacionado a você ou a sua empresa eram de minha conta. Isso pra mim é um caso explícito de: Vai embora!

-Não, não é. – ele quase grita, volto a cruzar meus braços.

-Traduza!

-Sou possessivo, exigente, mimado, impulsivo. Isso traduz?

-Está justificando o que disse apontando seus defeitos? Eu os conheço de cor Damon. – ele avança e me pega desprevenida, segurando meus braços.

-Então você sabe que é muito difícil pra mim estar aqui.

-E por que? – eu puxo meus braços. – Você errou, foi um idiota total. Nada mais natural tentar concertar. Mas você tem muito topete pra me pedir desculpas e prefere argumentar que você teve razões pra dizer e fazer o que fez.

-Mas eu tive!

-Quais? – ele rosna algo que não em tendo e bagunça totalmente o cabelo.

-Você se demitiu.

-E...?

Ele morde o lábio e me dá as costas.

-Não posso perder você. – é quase um sussurro.

Eu engulo. Eu não vou chorar.

-Damon, por favor, sai do meu apartamento. Volta pra sua empresa, pros seus problemas, pra sua vida. Me deixa viver a minha em paz.

Ele me encara e vem em minha direção, coloca a mão no bolso interno do paletó e lá está o anel que me deu.

-Você sabe o que ele significa.  – acena com o anel - Não posso ficar longe de você.

-Você vai se sair bem, já conseguiu quase uma semana inteira. – ele nega.

-Sou orgulhoso. – olha a novidade: eu também.

-Bem-vindo ao clube!

-Se você não quer trabalhar mais comigo, eu te pago o que tem direito, te faço uma ótima recomendação. Você pode conseguir o emprego que quiser, onde quiser. Se ficar na Salvatore não faz mais sentido tudo bem, eu posso aprender a lidar com isso, mas por favor, não se afaste de mim. Com isso sim eu não sei lidar.

-Com o que você sabe lidar?

-Elena, por favor... Eu estou tentando...

-Eu quero que você saia.

-Elena...

-Agora! – Damon engole, em seguida encara o chão.

-Como quiser. – seu tom está morto, assim como eu. – Vou resolver todos os seus papeis hoje. Só vai precisar passar no RH e assinar. – eu assinto. Por favor, vá embora antes que toda a essa minha garra se vá.

Vou em direção a porta, passando por ele e depois me voltando para encontrá-lo na mesma posição.

-Eu irei hoje a tarde... Agora se me der licença... – ele se vira pra mim, passa a mão no rosto. Oh Deus! Olhos vermelhos...

-Pelo menos fique com o anel. Eu comprei pra você. – ele diz docemente, eu ignoro. Damon se aproxima da cômoda perto da porta e coloca o anel lá. – Me perdoe. – ele diz, mas eu não estou olhando pra ele, sinto sua mão outra vez contra minha pele e todo meu corpo reage, ele se inclina e beija meu rosto.

Uma lágrima escapa de minha face quando eu fecho os olhos com o seu contato, quando abro ele está me encarando. Me solta e se afasta de mim, seus olhos me queimam, ele passa pela porta sem olhar pra traz e eu bato ela. Estou tremendo, meu corpo e mente resistiram demais. Como posso ter me envolvido tanto assim com ele? Como toda esta loucura pode ter sido a coisa mais intensa que já vivi na vida?

Eu escorrego até o chão me rendendo ao choro. Por que doi tanto? Eu deveria estar aliviada, ele é teimoso, grosso, frio.

Eu não posso estar... Não Elena, não seja tão burra. Você não o ama. Não! E agora está tudo acabado, não tem que vê-lo, acabou.

Mas ainda assim, doi. Demais!


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Notas finais do capítulo

Meninas o Damon precisa seriamente de um choque. E eu quero dar este choque nele. Claro que não vai mudá-lo totalmente, mas será um começo. Os ciúmes dele é algo complicado... Enfim, no próximo esses dois vão entender o significado da palavra inevitável kkkkkk
p.s.: desculpem postar tão tarde, acabei de revisar...
Beijos!