Guilherme POV

Estavamos todos mal por causa do pai da Jessica, isso é obvio. Mas o que estava acabando mesmo comigo era a idiota da Jessica sumir e desligar o celular. Isso foi ontem de madrugada, e já ia anoitecer de novo. Droga. Ela sumiu e ainda levou a Sarah com ela, pense no que eu to preocupado. Mas eu entendo ela, sei lá...

– Ei, eu sei aonde a Je está. - o Mateus fala colocando o telefone no gancho.

– Aonde? Ela te ligou?

– Ligou para falar que estava bem, e eu insisti para ela falar. E ela falou.

– Ta, aonde ela esta?

– Na casa do pai dela.

–Acorda a Pamela - não sei como ela conseguiu dormir com tudo aquilo acontecendo, sério - e vamos para lá, não é tão longe.

Saimos e fomos andando o mais rápido possível para a casa do pai da Jessica. Chegamos lá mais ou menos 15 minutos depois.

– Guiiiiiiiii! - a Sarah grita do sofá assim que eu entro na sala.

– Anjaaaa! - eu corro até ela e a abraço - você está bem? Cadê a mãe?

– Está lá em cima, eu acho. Ou na cozinha, fazendo papá.

– Vou atrás dela, fica ai tá?

Vou até a cozinha e a Jessica não está lá. Falo para o Mateus procurar ela nos outros comodos enquanto eu procurava nos quartos.

Entrei no quarto dela, e ela não estava lá. Entrei no quarto do pai dela, e ela também não estava lá. Estava quase saindo do quarto quando ouvi alguém chorar dentro do guarda-roupa. Abro o guarda-roupa e a Jessica está lá, sentada no chão vestindo uma camiseta do pai dela, abraçada com um terno dele, e chorando... Meu coração se parte ao meio vendo aquilo.

– Ei... ei - a abraço dentro do guarda-roupa mesmo e começo a chorar também - vai ficar tudo bem Je... Tudo bem, confia em mim...

– E se não ficar? - ela fala entre soluços.

– Se não ficar... Nós damos um jeito, eu prometo.

Nos olhamos como não nos olhavamos a muito tempo... Três anos ao certo. Os olhos dela brilhavam ao encontrar os meus, ela tremia implorando que eu segurasse a mão dela e estava gelada, implorando que eu a esquentasse.

Jessica POV

Me tranquei lá em cima, dentro do guarda-roupa para chorar. Aliviar tudo aquilo. Me abracei as roupas do meu pai, e fiquei ali chorando.

O Guilherme entra no quarto mas não vê que eu estou ali, eu tento segurar o choro ao máximo para ele não perceber e ir embora. Mas eu simplesmente, não consigo. Então ele me ouve e vai de encontro a mim.

Eu o olho e ele me abraça tão forte quanto vocês podem imaginar. Ele senta dentro do guarda-roupa comigo, e me continua me abraçando.

Depois de alguns segundos, nos olhamos como não nos olhavamos a muito tempo. Eu olhava dentro dos olhos dele, e ele segurava minha mão como se nunca mais fosse segura-la.

Senti seu corpo se aproximando do meu, suas mãos em minha cintura e pronto... Sua boca na minha.

Fazia muito tempo que aquilo não acontecia, digo, nós nos beijarmos... O beijo estava perfeito, como sempre. Nossas línguas estavam em perfeita sincronização, e naquele momento eu não pensava em mais nada, apenas no Guilherme.

Que droga. Aquilo não podia estar acontecendo de novo... O Guilherme namorava a Pamela, e eu estava enrolada com o Mateus. Aquilo não era certo. Mas eu queria tanto...

– Ei, para com isso, por favor... A gente não pode. - eu falo quase me dando um tapa na cara por falar aquilo.

– Eu sei. Desculpa, foi culpa minha. Promete que isso nunca mais vai acontecer?

– Hum... - pensei um pouco antes de falar para tirar uma com a cara dele - prometo.... - me aproximei do ouvido dele - mas não juro nada - e mordo teu lobulo e saio do guarda-roupa pensando que merda eu tinha acabado de fazer.

Desço e o Mateus pula em cima de mim falando que me ama e pedindo perdão.

– Perdão, perdão, perdão!! Eu te amo muito, muito muito! Nunca mais faz isso comigo, vadia do caralho. Tu tem noção do quanto eu fiquei preocupado?

– Desculpa - eu o abraço - nunca mais faço isso... Com uma condição só... - vejo o Guilherme descer as escadas - para todos vocês.

– Desimbuxa desgraça - a Pamela fala entrando na sala.

– Vocês todos vão vir morar aqui, comigo.

– Ta louca Jessica? - o Guilherme praticamente grita.

– Nem um pouco. Cansei da minha mãe, eu e a Sarah vamos vir morar aqui, e vocês vão vir morar comigo, porque eu obrigo vocês. E a Pamela nem adianta falar que a mãe dela não deixa, porque a mãe dela deixa sim. A gente já conversou com ela, falamos que quando fizessemos 18 moraríamos juntas, e taí. Eu tenho 19 e a Pam 18. Vamos morar juntas, felicidade. O Mateus a mesma coisa, a mãe dele vai deixar assim que eu pedir. O Guilherme vai convencer a mãe dele, claro. Ele não perderia a oportunidade de morar com seus quatro melhores amigos, né? - todos ficam quietos, e eu considerei aquilo como "é obvio que eu vou vir morar com você cadela". Sou foda.