- Não quero e nem vou! – Ele falou olhando retornando seu olha para mim.

- Então, Me fale e pare de me enrolar!

- Ok, desculpa. – Ele falou e eu arqueei as minhas sobrancelhas para que ele continuasse, e foi o que ele fez. – É que ele estava namorando minha ex-namorada e eu ainda gostava dela.

- Mas isso não justifica nada! – Falei aumentando um pouco meu tom de voz, mas não estava gritando.

- Mas eu queria ser o líder só pra impressionar a ela e as outras garotas.

- E, por acaso sua ex é a Jullie?

- Era, mas agora eu estou gostando de outra garota...

- Não acredito que você gosta de garotas interesseiras e também não acredito que o Ben nunca disse que namorava a Jullie!

- Gostava! - Ele me corrigiu – Eu mudei, mas infelizmente as pessoas não percebem. E o Ben nunca foi uma flor que se cheire.

- Uma flor que se cheire? – Perguntei confusa.

- Sim, quando uma pessoa nunca foi o que parecia ser.

- Ah! Mas enfim, não acredito! E... Eu acredito que as pessoas possam mudar!

- Ainda bem! Você é a única que acredita, pelo menos que eu conheço.

- Mas para isso tem que provar que realmente mudou.

- Hum... – Ele fez uma pequena pausa e continuou – Sem querer ser curioso, mas já sendo... O que o Ben é seu?

- Amigo. Melhor amigo!

- Ah!

- Por quê?

- Nada! Você só fala dele...

- Sério? Foi mal... é que eu estou desconfiada de algo, acho que ele está me evitando...

- Por quê?

- Ontem a gente brigou por sua causa, mas logo depois ele pediu desculpas, mas ainda acho que ele ainda não quer falar comigo.

- Por minha causa?

- É, ele não queria que eu ficasse perto de você – Falei e ele riu pelo nariz.

- Hum... – Ele “falou” como se estivesse entendendo e continuou.

- Char... Espera, posso te chamar de Char? – Ele falou e eu dei uma risadinha.

- Pode, pode sim...

- Vamos ao parque? Quero te falar uma coisa.

- Vamos! Mas eu não quero demorar muito, minha bolsa está um pouco pesada e eu quero tomar banho! – Falei e ele riu. Eu como sou muito besta, que riu até de uma mosca que está passando, ri também.

- Tá... Mas me dá sua bolsa! – Ele falou. Que cavalheiro.

Chegamos rápido porque a sorveteria era bem perto, sentamos na grama em baixo de uma árvore.

- Aqui é tão lindo! Nunca tinha vindo para esse lado, a única parte desse parque que eu frequentava era o Playground.

- Sério?

- Sério, Não me julgue. – Falei e depois ri da besteira que eu havia acabado de falar e ele riu também.

- Bom – Ele suspirou – Sei que é muito cedo, muito mesmo, para te falar isso mas – Ele fez uma pequena pausa e continuou – Na primeira vez em que te vi, quando você estava entrando com a Louise e o idiota do Ben – Ele falou e eu dei uma pequena risada – Meu coração disparou – Na verdade era o meu coração que tinha disparado, percebi que aquela conversa não era “normal” – Não sei o que foi aquilo, e quando a gente se esbarrou no corredor e olhei nos seus olhos senti uma coisa estranha, isso parece até clichê,mas é verdade. Você pode até não acreditar só porque eu tinha, ou ainda tenho, sei lá, fama de pegador. O que eu estou e sinto todas as vezes em que eu olha para você, eu nunca tinha sentido antes...

- Eu não sei o que dizer... – Falei gaguejando no começo.

- É, eu sei que é muita informação, e a gente se conhece nem faz uma semana, mas é o que estou sentindo...

- Não posso negar, mas eu também senti algo a mais por você quando te vi à primeira vez.

- Mesmo? – Ele perguntou e vi seus olhos brilharem.

- Sim, desde a primeira vez que eu te vi eu senti coisas estranhas, que eu também nunca havia sentido antes...

- Você... Você não sabe o quanto eu estou feliz por ter escutado o que acabei de escutar... Mas eu posso ficar ainda mais feliz.

- Pode?

- Posso...

- Quer que eu conte uma piada? – Perguntei.

- Não sua boba! – Ele falou rindo.

- Então, o quê?

- Charlotte, você quer ser minha namorada?