New World escrita por Kei Dark Buyu


Capítulo 4
Capítulo 4 – Segredos




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Eram quase 21:30 horas. Jennyffer olhava o horizonte, quando, do nada, via um enorme pilar de água surgir não muito longe dali, voltando ao chão pouco depois. Curiosa, ela pegava um binóculo que havia em sua casa e tentava ver melhor o que havia acontecido naquele lugar, mas a única coisa que conseguia ver era uma grande chama ali.

- Mas... O que é isso? O que está acontecendo ali?... – Curiosa, Jennyffer pegava um casaco e saia de casa, correndo para o local.

Enquanto isso, Seijiro saltava em direção de Entei, lançando várias bolas de água com o tamanho de bolas de basquete, com uma enorme pressão. Entei, vendo as esferas, saltava para trás, deixando que as esferas atingissem uma parede que estava atrás de Entei, fazendo que a mesma fosse ao chão. Logo depois, Seijiro pousava, levantando as duas mãos em direção de Entei, deixando os dedos polegares erguidos e os dedos indicadores e médios esticados, usando suas mãos como armas, disparando curtos jatos de água com uma pressão incrível, sendo tão ou mais mortais que balas.

Pouco antes dos jatos atingirem Entei, o mesmo criava uma parede de fogo a sua frente, que fazia com que todos os jatos evaporassem ao tocar a parede. Assim que a parede sumia, Entei caia em cima do teto de uma casa, fitando Seijiro por alguns instantes. Ele suspirava enquanto olhava para ele, cruzando os braços, fazendo que Seijiro ficasse irritado com sua atitude.

- Seijiro, eu sempre achei que essa sua habilidade de criar água iria me trazer problemas, mas parece que estava enganado. É só isso que você consegue fazer, Suikun Seijiro? – As palavras de Entei faziam que Seijiro fica-se ainda mais irritado, e ele mostrava isso claramente em sua face.

- Maldito! Você continua zombando de mim! Eu vou lhe matar!! – Gritava Seijiro, enquanto ele tocava o solo. Nisso, ele começava a criar uma grande quantidade de água por todo o corpo, mas, ao mesmo tempo, ele fazia com que a água que havia no solo começa-se a perfurar o asfalto, alagando toda aquela área. – Você já viu um tsuname alguma vez, Entei? Bem, se nunca viu, eu sugiro prestar bastante atenção, pois essa será a primeira e a única vez que você verá um ao...

Antes que Seijiro termina-se de falar, Entei havia saltado em sua direção, dando um chute na altura de seu peito, o lançando para trás com a força do golpe. Nisso, Seijiro ia em direção a uma parede que ficava nos fundos de uma das casas, deixando uma marca na parede. Ao mesmo tempo, a água que havia sido retirada do solo novamente penetrava o solo, fazendo que a área fica-se quase que totalmente seca.

- Seijiro, é bom que você não pense em envolver qualquer pessoa inocente nisso, ou, quem ira sofrer mais será você... – Entei olhava para Seijiro de forma extremamente fria, como se o mesmo não tivesse sentimentos. Seijiro voltava a levantar, Olhando diretamente para Entei, ofegante. O golpe que havia recebido a pouco fazia que tivesse dificuldade em respirar.

Ele abaixava a cabeça por alguns instantes, ainda muito ofegante. Após quase um minuto naquela posição, ele voltava a levantar a cabeça, olhando para frente, estranhando que Entei não estava ali. Logo depois, ele sentia que atrás dele uma forte onda de ar quente se aproximava. Nisso, ele escutava uma única palavra antes de novamente ser atingido.

- Hiken! – Nisso, Entei golpeava o ar com um soco usando a mão direita, lançando nesse golpe uma imensa rajada de fogo que ao atingir Seijiro, o lançava em direção a uma casa que havia na frente do terreno, fazendo que o mesmo atingi-se diretamente a parede casa, queimando junto toda aquela casa, deixando apenas alguns vestígios do que existiu da casa. Após isso, Entei ia em direção de Seijiro, vendo ele caído. – Vamos lá Seijiro. Você não vai morrer só com isso, vai? Eu preciso me divertir mais. Ou não tem graça.

- Não se preocupe, isso está longe de acabar ainda... Water bomb! – Nisso, o solo abaixo de Entei brilhava, seguido de uma forte rajada de água em baixo dele, que o lançava em direção a mesma parede que Seijiro havia atingido antes, fazendo que a marca fica-se mais funda. Ainda na parede, Entei via Seijiro lançar uma grande rajada de água em sua direção, lhe atingindo em cheio. Após isso, Entei estava ia em direção ao solo, com sua camiseta já não mais existente e sua calça rasgada em muitos pontos. Havia ferimentos por todo seu corpo, além que parecia não conseguir mover-se. – Olha, só, parece que agora a situação não está mais tão favorável para você, Entei. Mas, diferente de você, eu ainda tenho sentimentos. E, para que não sofra, irei lhe matar agora.

Nisso, Seijiro levantava suas mãos, criando uma espécie de globo de água, que aos poucos, começava a se encher. Após alguns segundos, o globo estava completamente cheio, sendo que ele deveria ter ao menos um metro e meio de raio. Seijiro olhava para Entei, sorrindo, como se estivesse se divertindo com o que via.

- E assim, o Imperador chega ao seu fim. Morra! Ocean Sphere! – Seijiro saltava, lançando a esfera em direção de Entei. O que Seijiro não havia notado era que Entei já estava em pé assim que ele lançava a esfera.

- Enka. Ryu! – Nisso, Entei lançava em direção a esfera de água um enorme dragão de fogo, que ao se chocar com a esfera, fazia que toda a água evapora-se, junto ao dragão que sumia, fazendo uma enorme quantidade de fumaça surgir ali. Seijiro, pouco antes de voltar ao chão, sentia que algo atingia seu estomago, o lançando para cima. Nisso, ele notava que a mão de Entei e seu estomago se afastavam, o lançando ainda mais para cima. Assim que ele tocava o chão, Entei corria até onde Seijiro ia cair, ficando parado, enquanto uma esfera de fogo o envolvia. – Hibashira! – Nisso, a esfera de fogo transformava-se em um enorme pilar, indo em direção a Seijiro. Este, antes de ser atingido, criava uma bolha de água em volta de seu corpo, diminuindo consideravelmente os danos recebidos.

- Você não vai me vencer assim, Ente... – Mas, novamente, antes de terminar de falar, Entei estava acima dele, chutando agora em seu estomago, o lançando em direção ao solo, fazendo uma cratera onde Seijiro caia. Logo depois, Entei se direcionava de forma a ir em direção de Seijiro, criando jatos de fogo em seus suas mãos, indo em direção de Seijiro com as pernas esticadas em alta velocidade, atingindo novamente o estomago de Seijiro com os pés, além de fazer com que ele afunda-se ainda mais no solo. Após isso, ele pulava para fora da cratera, enquanto olhava para a mesma parado.

- Vamos lá Seijiro. Levante... Ou irei lhe matar agora...

- Calado, esquentadinho... –Water mines... – Novamente, em baixo de Entei, uma rajada de água era lançada do solo, mas, esperando por isso, Entei apenas saltava para o lado, desviando da rajada. O que não esperava era que outra rajada seria lançada logo a sua frente, o lançando para trás. Pouco antes de tocar o solo, outra rajada era lançada, e assim continuou mais quatro vezes, quando Entei novamente ia ao solo. Os dois levantavam ao mesmo tempo. Seijiro saindo da cratera enquanto Entei ficava a observar somente. Pouco depois de Seijiro sair de dentro da cratera, sua expressão séria dava lugar para um pequeno sorriso no canto direito de sua boca. – Você ficou ainda mais forte que antes, Entei. Lembra, quando nós treinávamos juntos e você sempre perdia? Será que hoje vai ser igual a antigamente?

- Na verdade não. Terá uma grande diferença hoje. Um de nós ira morrer aqui. Eu realmente não queria ter que fazer isso Seiji, mas... Acho que não tenho opção. É hora de acabar de vez com isso. – Após dizer essas palavras, Entei fechava seus olhos, abaixando um pouco sua cabeça. Logo, se podia ver um brilho em suas costas, em cor avermelhada. Seu cabelo, agora preto, começava a ficar vermelho como sangue. Ao ver aquele brilho, Seijiro percebia o que Entei estava fazendo, e sábia que deveria parar ele antes de que termina-se, mas resolveu esperar. Ficou olhando por alguns instantes, quando ele abaixava, tocando as duas mãos no chão, levantando logo depois, levando as mãos para cima ao mesmo tempo, como em um comando, fazendo que uma grande quantidade de água acumula-se em cima de sua cabeça, tomando forma pouco a pouco. Enquanto isso, o brilho nas costas de Entei sumia, dando lugar para uma tatuagem que lembrava uma fênix. Após isso, ele liberava uma pequena quantidade de fogo por todo seu corpo, mas que, logo, aumentava de forma realmente drástica. – Daí Enka! Suzaku! – Após criar todo aquele fogo, Entei levantava sua mão direita, fazendo que todo o fogo acumula-se em cima de sua mão, tomando a forma de uma grande ave. Ao mesmo tempo, a água acima de Seijiro tomava a forma de uma grande serpente com asa.

- Qual será o mais poderoso Entei? O grande deus fênix, Suzaku ou o demônio dos mares, Leviathan? Vamos descobrir agora!

- Eu não irei morrer Seijiro... Não até que eu consiga alcançar meu verdadeiro objetivo... – Após essas palavras, em um único movimento com o braço, cada um lançava seu golpe contra o outro, fazendo que ambos se chocassem, criando uma enorme esfera que destruía praticamente tudo que havia naquele local, levando junto das construções, centenas de vidas inocentes. Metade da esfera era puro fogo, enquanto a outra metade, apenas água.

Passava alguns poucos segundos, quando Jennyffer chegava até o local. Ela via que em toda a área onde aquela imensa esfera havia atingido havia apenas uma quantidade enorme de vapor, sendo praticamente impossível qualquer coisa lá dentro. Mas, mesmo assim, ela resolveu entrar no meio da fumaça. Andou um pouco, até que via a silhueta de um homem. Ele virava para Jennyffer, e, repentinamente, o vapor naquela área se dissipava, enquanto o resto continuava coberto pelo vapor. Ela via que, nos braços do homem, estava Entei desmaiado e muito ferido, enquanto no chão estava Seijiro, em um estado ainda pior que o de Entei.

- O que... O que aconteceu aqui? – Ela parecia realmente assustada com o que via. O senhor andava em direção a ela, sorrindo para ela por alguns poucos segundos.

- Por favor, cuide bem de meu neto. Eu sei que você pode fazer isso. – Ele esticava os braços, como se se entrega Entei para Jennyffer. – Pegue ele e o leve para algum lugar seguro. Não se preocupe, ele é bem leve, garanto que vai conseguir segura-lo. – Nisso, Jennyffer esticava os braços, segurando Entei, notando que realmente ele era bem leve. Olhava para ele por alguns instantes, voltando a olhar para o senhor depois disso.

- Quem é você? O que aconteceu aqui?

O senhor apenas olhou para Jennyffer, novamente sorrindo, enquanto andava em direção de Seijiro, o segurando. Logo, ele era envolvido por uma estranha fumaça branca, que logo depois, sumia dali, levando jo, tomando a forma de uma grande avm cima de sua mo por todo seu corpo, mas que, logo, aumentava de forma realmente drmo sangueunto o homem. Jennyffer parecia surpresa com o que havia acabado de ver. Pouco a pouco, a névoa começava a sumir, permitindo que Jennyffer consegui-se ver todo o estrago causado pelo combate dos dois. Ela olhou por um rápido instante para Entei, correndo dali logo depois. E assim, chega o próximo dia.

Era manhã. O sol nascia. Entei abria seus olhos aos poucos. Inicialmente, sua visão estava um tanto que embaçada. Coçou os olhos, piscando algumas vezes depois, voltando a enxergar normalmente após isso, mas não conseguia identificar o lugar em que estava. Sentia seu corpo doer em certos pontos, principalmente em seu braço direito. Ele ficava sentando, olhando para os lados um pouco, quando via Jennyffer entrando no quarto, com uma bacia com água e um pano em seu braço.

- Entei! Você finalmente acordou! Como se sente? – Ela deixava a bacia em uma mesinha ao lado da cama, sentando ao lado de Entei após isso.

- Só sinto que meu corpo doi em certas partes. Principalmente meu braço direito. Eu não consigo mover ele também, não sei porque. E dói muito quando eu tento.

- Mas é estranho. Não tem nada de errado com seu braço. O que poderia ser? Andou tomando sol em excesso por acaso?

- Não acho que seja isso. Até porque, se fosse, acho que meu braço no mínimo estaria vermelho. Não é?
- Talvez. Eu não entendo muito bem sobre assuntos assim. Sendo assim, nós vamos para um hospital agora mesmo. Não quero sequer pensar que possa ser algo grave. Vamos para lá e já cuidamos disso.

- Não precisa se preocupar tanto Jenny. Já aconteceu outras vezes isso quando eu era mais novo, não é algo que vai realmente me fazer mal. Provável que daqui a uns dois dias já esteja normal. Só acho que, durante esse tempo, não vou conseguir mexer meu braço direito... Droga.

- Bom, já que você diz... Agora, eu posso fazer uma pergunta? - Jennyffer olhava para baixo, juntando as mãos, começando a tocar a ponta dos polegares lentamente em um ritmo lento. Após isso, ela olhava para Entei, parecendo estar preocupada com algo. Vendo seu rosto, Entei apenas fez um sinal de sim com a cabeça como resposta. Jennyffer falava gaguejando um pouco, para, respira fundo e pergunta. - Porque você e o senpai estavam caídos no meio daquela névoa toda? E... Quem é aquele homem de branco que apareceu ali no meio?

- Antes de responder a suas perguntas Jenny... Eu preciso que você prometa que não vai falar nada sobre isso com qualquer outra pessoa. Isso não é algo que deve se espalhar pela cidade, ou pode trazer problemas não apenas para mim, mas para muitas outras pessoas.

- Tudo bem... Eu prometo não contar nada. Mas agora, me explica, o que aconteceu afinal entre você e o senpai?
- Bem... Se eu lhe disser que eu posso criar fogo por todo meu corpo, que o Seiji pode produzir água pelo corpo e que nós dois fomos treinados fisicamente e mentalmente desde crianças para nos tornarmos assassinos, você acreditaria?

- Do que está falando? É claro que eu não acreditaria nisso. Você e o senpai, assassinos? Impossível.- Jennyffer falava isso sem olhar para Entei, voltando seus olhos para ele logo depois, e via que a face de Entei mostrava extrema seriedade. - Isso é realmente... Verdade?
- Eu não estou brincando ou fazendo piadas Jenny. Isso é verdade. Eu e o Seiji somos os futuros lideres de nossos clãs. Eu do clã Suzaku e ele do clã Suikun. Há alguns anos atrás, os dois clãs eram inimigos e uma enorme guerra, envolvendo todo o Japão ocorreu graças a essa guerra entre os clãs. Afinal, ambos os clãs queriam o controle do Japão. E a luta continuava entre os guerreiros do clã Suzaku e os criadores de armadilhas do clã Suikun. Mas, após algum tempo de guerra, meu clã aprendeu a anular as armadilhas dos Suikun, e como os Suikun não tinham grande poder em batalhas corpo a corpo, então foi fácil para os Suzaku vencerem a guerra. Mas havia um grande problema que havia sido causado pela guerra. Todo o Japão acabou por receber danos consideráveis. E mesmo com o clã Suzaku tendo controle do Japão, de que adiantaria esse controle se aos poucos o país era cada vez mais devastado? De nada adiantaria todos os anos de guerra, os inúmeros sacrifícios feitos pela guerra. Foi então que, na tentativa de evitar isso, o clã Suzaku organizou uma reunião juntando todos os mais poderosos clãs para criar um tratado, no qual, a cada cem anos, os líderes de todos os clãs lutassem entre si em um torneio no qual decidiria o clã que iria controlar o país.
- Certo, mas em que isso envolve você e o senpai? Ou vai me dizer que o ano que esse torneio vai ocorrer será esse e que vocês dois são os líderes de seus clãs.
- Líderes não, mas sucessores. Nossos pais são os líderes dos clãs e ambos fomos escolhidos para ser os sucessores.
- Mas, mesmo assim, esse torneio não deveria ocorrer entre os líderes? Por mais que sejam sucessores, vocês ainda não tornaram-se líderes. Então não faz sentindo que participem disso.
- O que você diz faz sentido. Ou faria se fosse a alguns anos atrás. Os líderes dos clãs hoje estão em sua maioria velhos e seus poderes estão muito mais fracos que quando tornaram-se líderes. Por isso, eles decidiram que nesse torneio, os que iriam lutar seriam os futuros sucessores. Isso porque todos os sucessores já são adultos ou quase adultos e nossos poderes são considerados os maiores de cada clã. No fim, quem deverá lutar nesta guerra somos nós.
- E quem ganhou a luta dessa vez? Você ou o senpai?
- Bem, isso é algo difícil de dizer. Até porque, as lutas não são feitas daquela forma. Aquilo foi uma emboscada, e no torneio isso não é permitido, mesmo para o clã Suikun que tem como melhor arma as emboscadas. Pois é considerado algo desonroso. Eu acho que ele foi contratado por alguém para me matar e fazer que fosse um a menos no torneio. Mas agora, quem tem uma pergunta sou eu. De que homem de branco você estava falando? Eu não lembro de ter visto nenhum homem de branco durante a luta.
- Bom, quando eu cheguei lá encontrei com um homem que parecia já um tanto que velho e que pediu para que eu cuida-se do neto dele. E ele estava trajando somente branco.
- Provavelmente é meu avô. Ele é uma lenda em todo o clã. De todos os líderes do clã. O único que, mesmo depois de velho, não perdeu seus poderes, foi ele. Que eu saiba, ele já tem mais de cento e vinte anos. Não sei como ele continua tão poderoso, e como ainda vive tão velho. É algo realmente incrível.

- Agora faz sentido o porque dele falar para cuidar do neto dele. Então era de você que ele estava falando... Sabe, tem uma coisa que eu notei em seu avô que achei bem estranha. Pode ser só imaginação, mas parece que quando ele saiu do lugar que te achei, a névoa começou a ir junto dele.
- Não deve ser impressão. Eu ouvi dizer que meu avô consegue controlar qualquer coisa que tenha água, mesmo que em quantidade mínima. No caso, ele deve ter feito que a névoa se dissipa-se. Mas não adianta perguntar o porque, que isso eu também não sei. Agora, deixa te perguntar... Não era para você estar no colégio agora? Já faz mais de duas horas que as aulas começaram.
- Deveria, mas eu não estou indo para o colégio esses dias para cuidar de você. Eu não poderia sair e te deixar aqui sozinho e me sentir bem com isso, já que eu me preocupo demais com você.
- Obrigado. Fico feliz que preocupe-se comigo, mas prefiro que não faça isso novamente. Não quero atrapalhar em sua vida por causa dos meus problemas. Afinal, isso não é algo que tem relação com você.
- Por mais que você me diga isso, eu não consigo simplesmente ignorar. Algo em mim faz eu me sentir mal só em pensar que você pode estar se sentindo mal ou que alguém fizesse algo de mal com você enquanto estava dormindo.
- Bobinha... Assim, quem fica preocupado com sou... Como eu vou conseguir continuar lutando assim?...
- E você realmente tem que continuar lutando? É realmente tão necessário, tão inevitável essas batalhas? Por que? Por que tem que continuar com isso? Não faz sentido isso. É apenas violência e mais violência. Quem me garante que você vai sempre voltar bem depois de uma dessas lutas? Se depois de lutar contra o senpai você já ficou dois dias desacordado, como vai ser a próxima vez? E se aparecer alguém mais forte? Quem garante que, em vez de um empate o resultado não seria desfavorável? Por que não pode simplesmente parar com isso? Por que?!
- Eu não imaginei que fosse entender o porque disso realmente... Mas, sabe Jenny, tem coisas que, durante a vida, não se tem como fugir. Eu tentei fugir disso, negando meu clã, mas mesmo assim, veja o que aconteceu. Eu fui atacado pelo Seiji e quase que nós matamos um ao outro. E isso foi o meu castigo por ter fugido de minhas responsabilidades. Eu não posso simplesmente dizer “eu não quero isso!”, porque, por mais que eu não queira, eu não tenho opção de escolher entre lutar ou não lutar. Minhas únicas opções são de matar ou morrer.
- Não! Eu não vou aceitar isso! Eu não quero mais isso! Eu não quero perder mais ninguém que seja importante para mim! Eu não quero! - Jennyffer deixava sua cabeça baixa, seus olhos fechados, e gritava demonstrando grande tristeza em suas palavras. Parava de gritar por alguns instantes, respirando fundo por um breve segundo, olhando para Entei logo em seguida, com seus olhos inundados por lágrimas. - Eu não suportaria... Perder alguém... Novamente...
Entei, ao ver a face de Jennyffer conseguia notar claramente que ela havia realmente perdido alguém importante. Continuou a olhar para ela por alguns instantes, quando em sua mente vinha um flash, uma memória, onde via uma garota, ainda nova, não passando de seus dez anos, que muito lembrava Jennyffer, chorando a sua frente, reclamando pela morte de seu pai. Após ter esse flash, Entei olhava atentamente para Jennyffer, e notava que sua aura era a mesma daquela garota em sua memória.
- Jenny... Você pode me responder uma perguntar? - “Não pode ser ela. Não é possível, ela deveria estar morta agora...”, pensava Entei, enquanto Jennyffer enxugava as lágrimas em seus olhos, e com um sinal de sim com a cabeça junto de um “uhum” dava permissão para Entei fazer a pergunta. - Você por acaso... Faz parte do clã Shain?
Ao ouvir a pergunta de Entei, Jennyffer parecia ficar paralisada. Ela olhava para Entei com um olhar que mostrava extrema surpresa e por parte medo. Ela engolia em seco, permitindo que Entei notasse ainda mais que sua pergunta havia afetado seriamente Jennyffer.
- Então Jenny? Você é uma integrante do clã Shain, não é? Agora eu consigo lembrar de você. Algo me falava que eu já havia te visto em algum lugar. Você é aquela garota que viveu em minha casa quando eu era mais novo. Como era mesmo o nome?... É... Eligael! Shain Eligael! Aquela que seria a primeira líder mulher do clã Shain. Estou certo, não estou?
- Entei... É, realmente, sou eu mesmo. Achei que nunca iria lembrar disso. Mas, de que isso importa agora? Você vai me ver como uma inimiga por isso?
- Não fale besteiras! É claro que não! Eu já disse que não sou a favor desse torneio idiota e que só estou participando porque não tenho mais opções. Mas, o que eu acho estranho é que você esteja vivendo nessa cidade só com sua mãe, com um nome falso e, que eu saiba, a um bom tempo e sem ninguém notar. Como conseguiu isso?
- Isso quem sabe é minha mãe. Ela que tem conseguido driblar a atenção dos outros clãs. Como o seu por exemplo. Minha mãe nunca desejou que eu participa-se do torneio, e por isso, nós duas fugimos. Acho que sabe que, como não tive irmãos, não havia outra opção além de me colocar como futura sucessora a líder do clã.
- Eu não diria isso. Fiquei sabendo que, um pouco depois da sucessora fugir junto com a líder do clã, seu irmão ficou como responsável pelo clã e seu filho mais velho é o próximo sucessor a liderança. Não sei porque, mas agora algo me diz que a morte de seu pai, a sua fuga com sua mãe e seu tio tornar-se o novo líder do clã não é um acaso. Até porque, acasos não existem.
- Você acha que... Não, não é possível. Meu tio e meu pai eram muito amigos. Por que meu tio iria matar um de seus melhores amigos?
- Isso não é algo estranho para nós, Jenny. Nós vivemos em um mundo de assassinos, todos treinados para ter completo controle de suas emoções. Não é algo difícil controlar alguém dessa forma, e você sabe disso, não sabe?
- Eu sei, mas... Não é possível. Por mais frio que meu tio fosse, ele não iria perder anos apenas para conquistar a amizade e confiança do meu pai para depois mata-lo. Eles sempre ajudavam um ao outro, sempre estavam juntos em qualquer problema que houve-se, como ele poderia trair meu pai assim tão facilmente?
- É difícil de acreditar nisso, mas eu não duvido que realmente tenha traído seu pai. Pense bem Jenny, isso poderia acontecer em qualquer clã. Meu pai já quase foi morto porque muitos de seus amigos de fora do clã eram na verdade espiões dos outros clãs. - conforme Entei falava, ele notava que Jennyffer parecia ficar triste com aquilo, além de que Entei falava tais palavras com frieza e seriedade. - Mas acho que você não vai entender... Afinal, o mundo em que eu vivo agora é diferente do que você vive.
- Diferente?! E por que seria diferente? Só porque eu não vivi junto de meu clã? Se for assim, então estamos no mesmo mundo, afinal, você também não está vivendo junto de seu clã!
- Não. Não é por isso. É apenas por causa da vida que tivemos. Eu fui treinado para ser um assassino. Eu sou um humano frio, que aprendeu a controlar os sentimentos para que eles não me atrapalhassem em minhas batalhas. Um exemplo disso foi que eu não me segurei quando lutei com o Seiji. Mas, e você? Jenny, você, assim como eu, foi treinada para ser uma lutadora? Você aprendeu as artes de seu clã para matar ou para proteger? Ou melhor, você sequer chegou a aprender as artes de seu clã?
Ao ouvir as palavras de Entei, Jennyffer novamente abaixava a cabeça. Por mais duro que aquilo fosse para ela, era a verdade e não podia negar aquilo. Entei suspirou ao ver que Jenny nada falava. Levantou de sua cama e andou até a janela do quarto, olhando para fora por alguns instantes. Enquanto olhava o horizonte, Entei podia sentir que havia algo de errado ali. Foi então que, olhando para a direita, via uma estranha ave, de cor amarela e cinza, pousada em poste. Assim que Entei olhava para a ave, ela alçava voo, deixando o lugar. Estranhando a ave, Entei criava uma pequena lança de fogo e lançava contra a ave, que ao ser atingida, desfazia-se, deixando apenas um pedaço de papel estranhamente envolvido por uma corrente elétrica. Ao ver aquilo, Entei correu em direção a Jennyffer, segurando em sua mão, à levantando.
- Temos que sair daqui agora. Não vai demorar até que todo esse lugar seja destruído!
- Do que está falando? Como assim vai ser destruído?
- Os Raizen estavam nos espionando até agora! Eu acabei de destruir o espião deles, mas não vai demorar para eles descobrirem onde estamos agora! E eles com certeza vão destruir o prédio!
- Mas se destruírem o prédio, mesmo que eu e minha mãe nos salvemos, as outras pessoas do prédio serão mortas! Não posso deixar isso acontecer!
- Não diga tolices! Eu sou um usuário de fogo! Os Raizen são todos usuários de ataques elétricos! Minhas habilidades não são favoráveis para anular uma magia de destruição em grande escala! Se ficarmos aqui, não somente as outras pessoas do prédio serão mortas, mas nós também!
- Não! Eu não sairei daqui e deixarei todos esses inocentes sofrerem! Eles não tem nada a ver com isso, então não é certo que eles sejam mortos!
- Você não entende? Se nós morrermos, tudo que sobrevivemos até hoje não vai valer a pena! Os sacrifícios de sua mãe para mante-la sempre protegida terão sido em vão! Você realmente quer que seja assim?!
- Claro que não! Mas não é certo deixar que as vidas dos outros moradores sejam sacrificadas apenas para fugirmos!
- Certo, então o que vamos fazer? Eu já disse que não conseguirei anular uma magia de ataque em grande escala, ainda mais uma elétrica. Espera... Sua mãe! Ela deve poder parar isso!
- Minha mãe? Como ela iria parar isso?
- Simples. Seu clã está entre os mais poderosos pela grande habilidade em controle da pedra. Se houver um escudo de pedra pronto para receber o impacto da magia, o máximo que irá acontecer é ter alguns tetos quebrados.
- Mas mesmo assim. Se o escudo se desfazer após o ataque, as pedras vão destruir o prédio! Não vai adiantar em nada!
- Nisso eu dou um jeito depois! Agora vamos garantir que esse ataque não mate essas pessoas! Sua mãe está em casa, não está?
- Bem... Na verdade, ela saiu e só volta mais tarde.
- Não tem como ela voltar para cá?!
- Não. Ela trabalha na cidade vizinha. Mesmo ela iria demorar um pouco para chegar. Como ela não pode chamar atenção, iria levar no mínimo uma hora.
- Droga... Bem, terei de dar um jeito nisso eu mesmo então. Eu vou lá pra cima tentar parar o ataque. Enquanto isso, tire o máximo de pessoas do prédio.
- Não! Você não pode ir! Você mesmo disse que não poderia anular esse ataque, o que poderia fazer?
- Dou meu jeito nisso. Agora tire as pessoas logo! - após isso, Entei corria para a janela e saltava. Quando Entei ia começar a cair, de suas costas nascem duas asas negras, permitindo que ele fosse até o teto do prédio rapidamente. Assim que chegava no teto, Entei olhava para o céu e podia ver um grande símbolo mágico formando-se a alguns metros acima do prédio e uma grande quantidade de energia se acumulando naquela área. Ao ver aquilo, Entei tirava a camiseta, e em suas costas, podia-se ver um forte brilho vermelho, que sumia aos poucos, dando lugar a uma tatuagem que muito lembrava uma fênix. Após isso, Entei levantava seu braço direito, enquanto uma grande quantidade de fogo começava a ser criada por todo seu corpo.
Enquanto isso, Jennyffer continuava a retirar as pessoas do prédio, pouco a pouco. Enquanto tirava, Jennyffer podia ver da janela de um dos apartamentos um forte brilho, que estranhamente tira um tom por parte negro, ou apenas escuro, que parecia vir de cima, e não demorou a notar que aquele brilho era criado por Entei. Ao ver aquilo, Jennyffer começava a ficar preocupada com o que Entei estaria fazendo, mas continuou a evacuar as pessoas do prédio, mesmo preocupada.
Ao mesmo tempo que o fogo era criado pelo corpo de Entei, em seu braço direito uma estranha marca negra começava a surgir a partir das costas de sua mão, que lembrava a cabeça de um dragão chinês. Assim que a marca começava a surgir, as chamas de Entei ganhavam uma coloração negra. Seus cabelos novamente ganhavam uma coloração vermelha como sangue. Seus olhos, assim como os cabelos, ganhavam a mesma coloração vermelho sangue, chegando a brilhar parcialmente. As asas de Entei pareciam liberar uma aura negra que espalhava-se aos poucos pelos arredores. Após alguns segundos, a quantidade daquele fogo negro criado por Entei era gigantesca. Após criar todo aquele fogo, a marca em seu braço parava de crescer, passando um pouco de seu pulso.
Mas, ao mesmo tempo que Entei acumulava todo o fogo, o circulo mágico estava praticamente completo. Enquanto o símbolo mágico terminava de ser formado, em cima de Entei as chamas tomavam a forma de um grande dragão chinês. Seu tamanho era tamanho que não seria possível meça-lo. Assim que o dragão estava formado, o símbolo também terminava sua formação. Foi então que, toda aquela energia acumulada no símbolo foi liberada em direção do prédio na forma de um gigantesco relâmpago. Instantes depois disso, só se podia ouvir a voz de Entei gritando:
- Dai-Enka! Yami ryu!
Após o grito, Entei lançava o gigantesco dragão, que atingia de forma certeira o relâmpago. Por alguns segundos, o choque de ambos continuou, até que, por um instinto, Entei lança uma quantia maior de sua energia para seu ataque, fazendo que a marca em seu braço aumenta-se alguns poucos centímetros a mais, mas fazendo que seu ataque prevalecesse no choque, fazendo assim que o dragão fizesse que o relâmpago se dissipasse completamente, enquanto continuava a subir os céus. Após isso, os olhos de Entei voltavam a sua cor original, a tatuagem em suas costas desaparecia e suas asas se desfaziam, deixando centenas de penas negras ao solo. Naquilo, Entei teve apenas um breve instantes para sorrir e depois, assim como as penas de suas asas, foi ao solo, desmaiado.
Pouco depois do desmaio de Entei, Jennyffer chegava no teto do prédio, vendo que Entei estava desmaiado. Correu em direção dele, ficando de joelhos ao seu lado. Ela segurou sua cabeça, à levantando um pouco após isso. Jennyffer passava a mão no rosto de Entei, deixando algumas lágrimas rolarem por sua face. Mas, mesmo assim, não pode deixar de notar que os cabelos de Entei estava com uma cor diferente, assim como a marca que havia surgido no braço direito dele. Mas resolveu que isso deveria ser resolvido depois. Assim como da primeira vez, Jennyffer levava Entei até seu quarto, o deixando deitado em sua cama, enquanto continuava a dormir. Saia do quarto, e, enquanto fechava a porta, olhava para Entei e falava em um tom baixo “Estou feliz que esteja bem.”. Após isso, fechava a porta, deixando que Entei descansasse.


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