New World escrita por Kei Dark Buyu


Capítulo 2
Capítulo 2 – Encontro inesperado




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Era quase 18 horas. Entei e Seijiro conversavam no local marcado para encontrar as garotas naquele dia. Seijiro usava uma calça jeans azul, desbotadas um pouco abaixo do joelho, e uma camiseta verde escuro, com detalhes em preto. Tênis branco, simples. No pescoço, carregava um colar todo de prata, com um pingente com a forma de asas fechadas. E os dois continuaram conversando ali, até que se passou mais de trinta minutos e nada das duas aparecerem.

- Acho que deveríamos ter falado para elas virem às cinco e meia, quem sabe assim elas não iriam chegar atrasadas.

- Essa é uma boa. Começar a fazer isso. Ter que ficar esperando essas garotas enroladas é realmente um pé no saco. Bem, aproveitar que tem uma máquina de refrigerante aqui e pegar uma coca. Quer também?

- Coca? Opa é muito bem vindo. Pega uma ai pra mim também. To precisando molhar a garganta com algo.

- Ok. – Seijiro ia até a máquina, pegava duas cocas e passava a outra para Entei, que logo a abria, tomando um bom gole do líquido. – Hei En-kun. Me diz, qual foi à verdadeira razão de você mudar para cá? Não pode ser graças aos colégios. Mesmo que vivêssemos em uma cidade pequena, com certeza os colégios de lá eram melhores, e você deve ter notado isso.

- Sim, eu realmente notei. Mas, não foi por isso que vim para cá. Digamos que, bem, eu esteja buscando por um pouco de paz, nada mais que isso.

- Um pouco de paz? Como assim? Aconteceu algo na sua família depois que eu fui embora? Porque, que eu me lembre, você sempre foi feliz com sua família.

- Muitas coisas mudaram nesses anos Seiji. Principalmente a personalidade do meu pai. Ele simplesmente pirou. – Quando Entei ia continuar ele era cortado por Agatha, que gritava para eles enquanto ia à direção aos dois acompanhada de Jennyffer. Agatha não havia notado, mas tanto Entei quanto Seijiro não pareciam nada felizes quando elas haviam chegado. Entei abaixou a cabeça e suspira, voltando a levantar a cabeça a seguir. – Depois eu te explico melhor Seiji. Não quero envolver elas nisso. Agora, finja que esta todo bem e que não tivemos essa pequena conversa.

Seijiro apenas fazia um sinal de positivo com a cabeça, deixando que um sorriso tomasse lugar de sua expressão séria. Ele acenava para as garotas, gritando por elas até que elas chegassem à frente deles.

- Vocês estão atrasadas sabiam? Nos deixaram esperando aqui por mais de vinte minutos. Isso é um pecado imperdoável. Nunca se deixa Um homem esperando por tanto tempo, sabiam disso?

- Seiji, sem torturas hoje, ok.

- Estraga prazer. Bem, é bom velas. Vamos indo?

- Claro, Seijiro-senpai! – Nisso, Agatha agarrava o braço de Seijiro, puxando ele. Por um breve momento, ela olhava para Jennyffer, dando uma piscadinha para ela, como se fala-se para fazer o mesmo com Entei.

- Vamos, Yamamoto-san. Ou eles vão nos deixar para trás. – Enquanto falava, Entei segurava a mão de Jennyffer, a puxando sem fazer muita força. Ela apenas ia um pouco para frente, ficando lado a lado com Entei. – Há quanto tempo que não vou ao karaokê. Sinto falta de cantar. Vou cantar o máximo que puder hoje.

- Entei-kun, posso te pedir uma coisinha?

- Claro, Yamamoto-san. Fique a vontade para pedir qualquer coisa. Se eu vou poder fazer ou não é outra coisa, claro.

- Para de me chamar pelo sobrenome. Faz como a Agatha, me chama de Jenny só. Todos meus amigos me chamam assim.

- Bem, se você prefere assim, tudo bem, Jenny-san.

- Sem o san. Não quero formalidades entre nós. Entendeu mocinho?

- Como quiser, Jenny... Jenny-chan. Gomen, mas não consigo falar só Jenny.

- Bem, o chan já é melhor que san. Mas eu quero que você se acostume à não usar essas coisas comigo. Entendido?

- Ué, mas você me chama usando o kun depois do meu nome, não é? Então eu também posso fazer isso, não posso?

- Não pode não. Eu posso mas você não.

- Ah, por quê? Eu quero usar também. Deixa, deixa.

- Nada disso. Eu quero ver você me chamando só de Jenny até sexta que vem.

E assim eles foram conversando até chegarem ao karaokê. Assim que chegaram lá escolheram a sala que iriam usar, pediram algumas bebidas e logo começaram a cantar. Estranhamente, o primeiro a cantar não foi Entei, e sim Jennyffer, que cantou divinamente, o que deixou a todos surpresos, menos a Agatha, que já conhecia tal talento da amiga. Logo depois de Jennyffer, ai sim foi a vez de Entei. Logo que começou a cantar, já deixou as garotas surpresas. Mas nada que Seijiro não esperava dele. Isso apenas por uma pequena parte da música, até que Entei parecia ter incorporado o cantor, e cantou com todo o coração.

- Caramba... Ele não cantava tão bem assim antigamente... – Falava Seijiro baixinho, para não atrapalhar Entei a cantar. Não demorou muito mais para a música acabar. Assim que a música terminou, Seijiro já começou com os comentários. – Que coisa em rapaz. Você não cantava tão bem assim antigamente. Andou treinando é?

- Bem, meu pai me colocou em uma escola de música uns dois meses depois de você se mudar. Fiquei lá por uns dois anos, mas foi mais que o suficiente para aprender tudo que realmente precisava. É que eu não fiz o aquecimento vocal, ou teria cantado ainda melhor, quem sabe.

- Ta né, se você diz. Mas não precisava humilhar assim, baka. – Dizia Seijiro, cruzando os braços, fazendo as garotas rirem muito da cena e do pequeno dialogo dos dois. – Bem, agora canta eu então. Vou mostrar para vocês o que é cantar!

E assim seguiu por algumas horas. Eles cantavam e cantavam sem parar. O número de bebidas que haviam pedido já era bem elevado. Até que, após quase quatro horas só cantando, eles resolveram que cada um iria cantar uma última vez e iriam embora depois.

- Bem, decidam logo a última música de cada. Depois disso, nós vamos indo. Enquanto isso, eu já vou cantar a minha. – Dizia Seijiro, escolhendo a música, com o microfone já em mãos, começando a cantar logo depois. As garotas já haviam escolhido a última música, mas Entei estava realmente indeciso. Até que achou uma música que realmente amava cantar, mesmo sendo um tanto que triste.

- Conseguiu achar uma que goste, Entei-kun? – Perguntava Jennyffer, que tinha apenas um gesto de sim como resposta. E assim que Seijiro terminava de cantar, foram as garotas, as duas juntas em sua última música. E então, foi a vez de Entei. A música era calma e suave, perfeita para a voz de Entei, que logo começava a cantar. Estranhamente, a voz de Entei parecia ainda mais linda que das outras vezes. Se podia sentir que ele realmente cantava de todo o coração aquela música, chegando a deixar seus amigos emocionados com a forma que cantava.

Após alguns minutos, a música terminava, e Entei, incrivelmente, conseguia uma pontuação perfeita, o que era realmente difícil para aquele lugar. Ele deixava o microfone na mesinha da sala, enquanto pegava suas coisas na mesa.

- Agora sim. Fazia realmente tempo que eu não cantava essa música. Senti falta de cantar isso no karaokê. Bem, vamos indo? – Entei, que estava de costas para os outros, logo virava, olhando para eles, que pareciam um tanto que surpresos, o que deixavam ele confuso. – Ué, o que foi? Eu falei alguma coisa de estranho?

- Não falou nada de estranho cara, é que... Você cantou bem de mais! Você conseguiu uma pontuação perfeita nesse karaokê, sendo que, desde que eu mudei para cá, a maior pontuação feita foi de três pontos abaixo da perfeita. O que você é, um monstro?

- Bem, quem sabe eu seja um realmente. Mas, vamos indo? Se ficarmos enrolando aqui, a conta vai ficar ainda mais cara. Go go go! – Dizia ele indo em direção a porta da sala, sendo o primeiro a sair da sala. Fecharam a porta e a deixaram aberta ali, enquanto iam pagar a conta. Ficaram parados na frente do karaokê por alguns segundos, até decidirem o que iriam fazer a seguir. – Então, vamos para algum outro lugar agora?

- Claro que vamos. Você acha que eu falei para trazer roupas de banho a toa? Nós vamos para a piscina agora.

- Piscina? Senpai, Já é mais de dez horas, não tem nem um clube aberto a esse horário.

- E quem falou de clube? Nós vamos lá para casa. Tem piscina em casa, mas eu não gosto de ficar mergulhando sempre sozinho. Então nós vamos agora lá para casa e nos divertir um pouco brincando na água.

- Seijiro-senpai... É... Bem... Acho que eu não vou então.

- Por que não Agatha? Já sei, você não sabe nadar. Acertei? – Nisso, Agatha se mostrava um pouco que desanimada, dando a certeza que Seijiro havia acertado. – Em cheio. Mas, e daí? Por isso você não pode ir para casa brincar um pouco na piscina? Se quiser, eu posso tentar te ensinar um pouco. Então, vem conosco?

- Você também vai Jenny? Se você for, eu vou também.

- Eu vou sim Agatha. E acho que o senpai vai poder te ensinar muito bem, já que ele é do clube de natação. Não é, senpai?

- Exatamente. E sendo do clube de natação, não poderia deixar de ter uma piscina em casa. Você também vem, não vem, Entei?

- Eu vou sim. Não tenho nada melhor para fazer em casa agora mesmo. Mas fique avisado, eu não ficarei por mais de 20 minutos dentro da água.

- Como assim? Você vai sim.

- Eu já disse que não vou e não vou. Não discuta comigo sobre isso.
- Bem, que seja. Apenas vamos logo. – E assim, foram os quatro para a casa de Seijiro, brincar um pouco na água. Não demoram muito para chegar, já que a casa de Seijiro não ficava muito longe dali. Logo que chegaram lá, eram recepcionados por uma mulher muito bonita, com cabelos azuis como os de Seijiro, mas totalmente lisos, que chegavam até o pescoço, a mãe de Seijiro, que logo reconhecia Entei.

- En-kun! Você por aqui?

- Tia Hana! – Nisso, Entei corria até ela, lhe dando um bom abraço, que era retribuído com a mesma força. – Tava com saudades tia Hana.

- Também senti sua falta En-kun. Como você está? Soube que está morando sozinho desde que veio para cá. Não está tendo problemas com sua alimentação?

- Sem problemas, tia Hana. Minha mãe me ensinou algumas coisas antes de eu vir para cá, então estou me alimentando bem.

- Querida, quem está ai? – Se podia ouvir uma voz grave, que lembrava um homem adulto. Não demorou para que o dono da voz, um homem que parecia ter uns 40 anos. Seus cabelos, diferente de Seijiro, eram castanhos e lisos, sempre penteados para trás. Assim como sua esposa, logo reconhecia Entei, indo em direção a ele. – Entei, há quanto tempo!

- Tio Masaki! Há quanto tempo! – Nisso, Entei ia até ele, apertando a mão dele, lhe dando um rápido abraço, dando dois tapas nas costas um dos outro nisso. – É bom encontra-los novamente.

- Com certeza. O Seijiro disse que você estava estudando no mesmo colégio. Ai, quando pedimos para ele te trazer aqui, disse que hoje lhe traria.

- Ah sim, então é por isso que ele sugeriu virmos aqui hoje.

- Exatamente. Bem, por que não vão se divertir um pouco na piscina? Fiquem a vontade. Todos vocês.

- Brigadão, tio Masaki. Nós vamos abusar um pouco da sua hospitalidade então.

- Bem, En-kun, você e eu nos trocamos no nosso quarto. Mãe, as garotas podem usar seu quarto para trocarem as roupas?

- Podem sim. Fiquem a vontade. Acho que eu vou entrar na piscina um pouco também. Por aqui garotas. – Dizia Hana, enquanto mostrava o caminho para Agatha e Jennyffer. Enquanto isso, Entei e Seijiro iram para o quarto de Seijiro trocar de roupa. Foram rápidos para trocar de roupa, e novamente, tiveram que esperar pelas garotas.

- É incrível. Elas conseguem demorar até mesmo para trocar de roupa. Bem, quer beber alguma coisa En-kun?

- Nope. Bebi coisa de mais já no karaokê. Dessa vez eu passo?

- Bem, já que você diz. Bem, eu vou entrando na piscina já.

- A vontade. Eu vou esperar as garotas chegarem. Não vou desperdiçar o tempo na água sozinho com um homem.

- Imaginei que não. – Após dizer isso, Seijiro mergulhava, começando a nadar de um lado para o outro, enquanto Entei ficava olhando para o céu. Alguns minutos depois, as garotas chegavam até a piscina. Agatha usava um biquíni de peça única, aberto nas costas, com uma abertura na frente onde fica seu umbigo. Jennyffer usava um de duas peças. A parte de cima era totalmente branca enquanto a de baixo havia alguns detalhes em azul celeste. Hana usava um de peça única, todo preto, um pouco aberto nas costas.

- Desculpem a demora. A Agatha trouxe três biquínis e ficou um bom tempo escolhendo qual iria usar. Não é, Agatha?

- Eu só queria escolher um que o senpai fosse gostar mais. Só isso.

- Senpai? E quem seria o seu senpai, Tomiko-san?(obs.: o nome inteiro da Agatha é Tomiko Agatha.)

- Esse seu filhinho lindo de cabelos azuis espetados. Não é, Seijiro-senpai?

- Eu não sei de nada. – Após isso, Seijiro volta a nadar, com o coro todo vermelho, o que fazia sua mãe rir dele.

- Eu adoraria ter você de nora, Tomiko-san. Você é muito divertida. Se quiser namorar o Seijiro, tem todo meu apoio.

- Mesmo, Suikun-san? Viva!! Seijiro-senpai, nós poderemos nos amar o quanto quisermos agora! – Com isso, todos os que estavam ali começavam a rir, menos Seijiro, que ficava ainda mais corado.

- Bem, que tal um banho de piscina agora? – Dizia Entei levantando, indo em direção a piscina, mergulhando também. – Ah, isso é boooomm...

- En-kun, eu sempre achei que você não gostava de ficar perto da água.

- Não é que eu não goste. É um outro probleminha, tia Hana.

- Problema? Que problema? Que eu saiba você sempre foi super saudável e nunca teve qualquer tipo de problema. Alergia a cloro?

- Não, não é isso. Desculpa tia Hana, mas eu não posso falar sobre isso. Até porque, é um tanto que incomodo falar sobre.

- Tudo bem. Todo mundo tem seus segredos. Mas deixemos as coisas ruins de lado por enquanto e vamos nos divertir. – Após isso, Hana corria até a piscina, pulando nela, jogando um pouco de água para os lados. – Venham também garotas, a água está ótima.

- Vamos sim! – Nisso, Agatha segurava a mão de Jennyffer, a puxando pra dentro da piscina.

- Agatha, sua boba! – Enquanto dizia isso, Jennyffer jogava água em sua amiga, e ela fazia o mesmo. Em pouco tempo, todos ali fazia a mesma coisa. E assim foi, por quase vinte minutos, quando, repentinamente, Entei saia da piscina, sem falar nada.

- En-kun, já vai sair? – Perguntava Hana.

- Eu não posso ficar muito tempo dentro da água tia. Se tivesse como, eu ficaria mais tempo, mas não posso. Meu corpo não reage muito bem a isso.

- Como assim, Entei-kun?

- Olhe bem para minha pele Jenny-chan. – Ele deixava o braço mais próximo de Jenny, para que ela visse melhor. Não foi difícil notar, mas o braço de Entei já estava totalmente seco.

- O que? Como isso é possível? Seu braço está sequinho sendo que você acabou de sair da água e nem mesmo se enxugou. Como pode isso?

- É por isso que eu não posso ficar dentro da água por muito tempo. Após alguns minutos em contato direto com a água, meu corpo começa a rejeitar a água. Com a rejeição, minha pele aquece de forma que a água evapora em questão de segundos. Não sei por que isso, mas eu sempre fui assim. “Na verdade eu sei por que, mas não posso falar...” – Pensava ele enquanto explicava.

- Mas isso não te incomoda? Se seu corpo aquece a tal ponto, então é normal que você sinta todo esse aquecimento.

- Antigamente sim, mas como eu sou assim desde criança, então eu já me acostumei com isso. Não se você lembra tia Hana, uma outra vez que fomos em um clube e depois de um tempo que eu fiquei na água, ela começou a aquecer e meu pai me tirou de dentro da água?

- Lembro sim. A água começou a esfriar logo depois que seu pai te tirou de dentro da água. Espera um pouco... Aquilo foi por sua causa?

- Exatamente. Na época eu não sábia que era por minha causa. Não imaginei que o calor que eu sentia podia ser sentido por outros. Tanto que meu pai queimou a mão várias vezes por minha culpa... – Enquanto dizia isso, Entei ficava de costas para a piscina, apertando com força sua mão, que pouco depois se podia ver uma gota de sangue cair.

- En-kun, pare com isso! – Hana ao ver aquela cena, rapidamente saia da piscina, correndo até Entei, segurando em sua mão. Ao sentir a mão de Hana, Entei logo abria a mão, como que por reflexo. – Me deixe ver isso. – Hana segurava a mão de Entei, olhando o corte que ele havia conseguido fazer no meio da palma de sua mão. – Felizmente não é nada grave. Fique com a mão erguida um pouco, eu vou ir pegar o kit de primeiros socorros. Vamos fazer um curativo nisso ai.

Enquanto Hana ia buscar o kit de primeiros socorros, Jennyffer saia de dentro da piscina, correndo até Entei. Ela olhava para sua mão por um breve instante, olhando para ele depois, levando a mão até seu rosto, tocando seu rosto suavemente.

- Tonto, por que se machucar assim? Não ouse fazer isso novamente, entendeu?

Entei não entendia o porquê, mas Jennyffer parecia estar muito preocupada com ele. Ao ouvir o que ela dizia, ele apenas fazia um sinal de positivo com a cabeça, sorrindo logo depois.

- Não irei fazer novamente. Prometo. – Pouco depois, Hana voltava com o kit e logo cuidava do machucado de Entei.

- Se seu corpo continua como antes, garanto que vai sarar rapidinho. Só não vai fazer isso novamente, viu mocinho. Não ouve nos preocupar assim novamente. Bem, eu vou ir guardar o kit e já volto. Yamamoto-san, cuide para que ele não faça nada de errado enquanto eu não voltar, tudo bem?

Jennyffer apenas confirmava com a cabeça para Hana, que ia guardar o kit. Enquanto isso, Entei ia até a beira da piscina, sentando ali com as pernas cruzadas, para não tocar na água. Jennyffer ia logo até ele, sentando ao seu lado. Pouco depois, ela escorava em Entei, ficando com a cabeça encostada em seu ombro.

- Entei-kun. Posso te perguntar uma coisa?

- Claro Jenny-chan. Pergunte.

- O que te levou a vir para essa cidade? Que eu saiba, a cidade onde você vivia tinha colégios bem melhores que aqui, e se for por emprego, isso também não era um problema lá, era? Então, por quê?

- Por causa do meu pai...

- É mesmo, você estava me contando sobre isso En-kun. Afinal, o que seu pai fez para você resolver vir morar aqui sozinho?

- Seiji, você que, um dia, eu teria que ficar no lugar do meu pai como líder do clã, não sabe?

- Sim, eu sei disso, mas achei que você já tinha aceitado isso.

- Isso não é um problema. Na verdade, eu adoraria ser líder do clã, mas... Meu pai está querendo me forçar a casar com a filha do líder do clã Raikou apenas para desfazer a rivalidade contra nosso clã.

- É, seu pai ficou realmente louco, En-kun. Mas sua mãe não foi contra?

- Ela foi, mas, como meu pai é o líder, então ele tem poder absoluto no clã, como você sabe, e, mesmo minha mãe sendo contra, ele continuou com isso. Mas eu não queria casar com alguém que eu nunca vi em minha vida, então eu resolvi fugir. E vim para cá.

- Mas, por que exatamente aqui, Entei-kun?

- Simples. Porque eu tenho pessoas aqui que confio, que seria a família Suikun. Como as famílias se conhecem há muito tempo, então imaginei que não teria alguém melhor que eles para me ajudarem dessa vez.

- Ou seja, você veio para cá fugindo de seu clã inteiro e quer nos sacrificar por isso, Entei?! – Agora uma voz diferente falava isso. Era uma voz feminina, o que fez todos olharem para o lado. Eles viam uma linda garota, com longos cabelos azuis. Ela estava em pé, olhando diretamente para Entei, como se estivesse sentindo raiva dele. – Você é patético Entei, por precisar de alguém lhe proteger.

- Nee-sama, não diga isso...

- Você fica quieto Seijiro! Então Entei? Você não vai falar nada? Ou será que o Imperador das Chamas não passa de um servo do fogo agora?

- Siren... Não imaginei que iria revê-la assim. Como você esta?

- Não tente me fazer ficar calma Entei! Me responda! Você está com tanto medo assim que veio correndo para cá pensando que iríamos te ajudar em tudo? Que iremos lhe proteger de todo seu clã?

- Não Siren... Eu realmente quero ajuda, mas só isso. Não vou pedir para vocês me protegerem de qualquer forma. Eu só quero uma pequena ajuda para conseguir continuar em pé. Só isso...

- Não se faça de coitado, seu idiota! Por que nós deveríamos te ajudar? O que você nos fez até hoje para que lhe ajudemos? Como acha que poderíamos ser contra o seu clã, sendo que nós sempre fomos muito bem tratados por todos de sua família?

- Siren...

- Diga alguma coisa! Ou vai ficar apenas resmungando meu nome o tempo todo? Vamos, se defen... – Mas antes que ela terminasse, Entei fazia que ela para-se, gritando agora como se estivesse explodindo de raiva.

- E o que você quer eu que eu faça? Quer que eu vá embora e nunca mais volte aqui? Quer que eu finja que vocês simplesmente não existem? Quer eu finja que nunca tivemos ligação alguma? Infelizmente, eu não posso fazer isso! Eu vim para cá exatamente porque eu sempre confiei em vocês muito mais que em muitos dos integrantes do clã! Vim para cá imaginando que eu seria bem recebido por vocês e que vocês me dariam uma ajuda, por menor que fosse! Então, me responda, o que você quer que eu faça afinal? Que eu simplesmente volte para aquela merda de clã e me caso forçado com uma pessoa que eu nunca vi e que é de um clã adversário? Como você quer que eu reaja bem sozinho contra isso? Você sabe como é ser forçado a mudar totalmente sua vida porque se tem um pai louco que pensa que pode te controlar? Como você quer que eu continue sendo um imperador, sendo que eu não tenho ninguém em quem confio para me ajudar? Sendo que minha própria família me traiu dessa forma? Você acha que é fácil conviver com isso? Vamos, me diga!

- Era isso que eu esperava ouvir de você. Parece que o verdadeiro imperador finalmente despertou. Venha comigo Entei, eu quero falar a sós com você.

- Não.

- Entei?

- Primeiro você vem até mim falando que eu queria sacrificá-los por um assunto meu, depois me joga na cara que eu estou com medo do meu clã. Eu sei que sinto medo do meu clã. Como eu não sentiria medo de um clã gigantesco como aquele? E por fim, me fala que essa confissão que eu acabei de fazer é o que esperava de mim? O que você está pensando afinal? Que ficar me humilhando dessa forma vai me fazer sentir melhor?

- Entei... Eu nunca quis te machucar. Você sabe disso. Mas, que forma melhor de fazer você acordar que te irritando? Esqueceu que eu já fiz isso outra vezes e todas as vezes deu certo? Agora, para com isso, e me da um abraço pelo menos. Porque, você sabe que eu sempre estarei com você em tudo que precisar. Isso, claro, desde que continue sendo o imperador que eu conheci há anos atrás.

- Siren... – Nisso, Entei corria até ela, lhe abraçando. – Você tem que perder essa mania sábia.

- Quando você não for mais tão dependente de mim, eu irei parar com isso. Enquanto isso, vou continuar. Bem, venha comigo, eu preciso falar com você. – Siren segurava a mão de Entei, enquanto o levava até seu quarto, onde poderiam conversar sozinhos. Enquanto isso, Jennyffer ficava se perguntando o que eles estariam fazendo juntos, sozinhos.

- Senpai, o que sua irmã queria com o Entei-kun?

- Não deve ser nada de mais. Eles viviam conversando assim antes de nos mudar.

- Mas eles já tiveram alguma coisa, Seijiro-senpai? Algo como namoro, saíram juntos, ficantes, coisas assim?

- Bem, antes de nos mudarmos, os dois estavam namorando. Mas eles terminaram pouco antes de virmos para cá. Eles não queriam nada a distância, então resolveram que seria melhor terminar agora que continuar longe um do outro.

- Mas agora que eles estão morando na mesma cidade então tem chances de voltarem um com o outro, não tem, senpai?

- Provável que seja sobre isso que vão conversar, mas por que quer saber, Yamamoto-kun?

- Não é nada, só curiosidade.

- Só curiosidade? Sei, eu te conheço bem Jenny. Você está é com medo de perder o Entei para ela. Afinal, a irmã do Seijiro-senpai é realmente muito bonita.

- Agatha, não começa. Eu não quero nada com ele e você sabe disso. Ele é apenas meu amigo e nada mais.

- Será mesmo que para você ele é só um amigo? Eu acho que você quer algo a mais com ele sim. Afinal, recentemente você vive grudada nele, e quando eu fui na sua casa ontem, notei que era com ele que estava falando no telefone. Você não me engana Jenny, eu sei que você ama ele.

- Caramba, ele ficou popular em tão pouco tempo? Isso nele realmente me deixa com medo... Como ele consegue isso? Que inveja...

- Do que você está falando Seijiro-senpai? Você não precisa disso, porque você é todo meu e ninguém vai te roubar de mim. Ou você não ouvir sua mãe falando que adoraria me ter como nora?

- E eu pensando que ficaria solteiro até chegar a faculdade... – Resmungava Seijiro.

- Falou alguma coisa, Seijiro-senpai?

- Não, nada. É somente sua imaginação querida. Mas, se agora nós estamos namorando, eu quero um beijo pelo menos. No mínimo.

- Assim não, eu tenho vergonha, Seijiro-senpai. A Jenny está olhando também. – Nisso, Jennyffer cutucava o ombro de Agatha, que olhava para ela, vendo Jennyffer com os olhos fechados. – Jenny...

- Bem, sem beijo, sem namoro. Você que sabe Agatha.

- Ta bem, você venceu Seijiro-senpai. – Nisso, Agatha abraçava Seijiro na altura do pescoço, aproximando de seu rosto lentamente, quando repentinamente, Seijiro também avançava, tocando suavemente seu lábios, a beijando suavemente, mas logo ambos intensificavam aquele momento junto do beijo, parando após quase seis minutos de beijo. – Quero mais depois.

- Seiji anda bem ligeiro recentemente em? Não me lembro de ter te ensinado nada disso. Aprendeu tanto assim nesses anos longe? – Dizia Entei, que agora usava sua calça no lugar do shorts.

- Eu não podia depender de você para sempre nesses casos, não acha, En-kun? Seria vergonhoso depender de um conselheiro para o resto da vida. Mas agora, me deixando de lado, o que você e a nee-sama ficaram fazendo sozinhos no quarto até agora? Mesmo que tenha sido algo rápido, nesse pequeno momento eu consegui um ótimo beijo de uma linda garota.

- Nada de mais. Só conversamos mesmo.

- Certo, mas conversaram sobre o que?

- Sobre o passado. Ou esqueceu que, mesmo tendo terminado com ela, eu havia prometido que iria pelo menos falar com ela sobre isso assim que a encontra-se novamente?

- E então, vocês decidiram ficar juntos novamente?

- Na verdade, não. Por ela, teríamos voltado, mas eu não quero relacionamentos assim até que eu consiga resolver os assuntos do meu clã. Imagina se meu pai descobre que eu estaria namorando. Ele iria mandar alguém para dar um jeito na garota.

- Ué, e daí? Você é um ótimo guarda-costas. Não existe ninguém melhor que você para proteger alguém. Pelo menos eu não conheço ninguém.

- Proteger a mim mesmo é uma coisa. Proteger outra pessoa é algo totalmente diferente Seiji. Não confunda. – Enquanto os dois continuavam a conversar, Jennyffer chegava mais perto de Agatha e começava falar baixo, para que somente ela ouvi-se.

- Agatha, você sabe sobre o que esses dois estão falando? Eu mesmo não entendi nada esse negócio de clã, muito menos de proteger alguém.

- Jenny, nem eu entendi direito. Para mim, isso que eles estão falando são códigos e mais códigos. Nada além disso. – As duas continuaram a conversar, até que Entei chamava a atenção delas.

- Hei, vocês duas. Eu vou indo embora já. Infelizmente, nós temos aula amanhã. Vocês vão agora também?

- Acho que sim. Né Agatha? Não é bom ficarmos aqui até muito tarde.

- É mesmo. Queria ficar mais também, mas, tenho que ir também.

- Se quiserem, podem dormir aqui.

- Adoraria, Seijiro-senpai, mas não trouxe nem uma muda de roupa e meu uniforme está em casa. Fica difícil assim.

- É, realmente dificulta assim. Bem, já que é assim, tudo bem.

- Bem, vão se trocar. Eu vou esperar vocês lá fora assim que terminar de me arrumar também.

E assim cada um foi arrumar suas coisas, não demorou muito e Entei já estava arrumado, esperando por elas, enquanto conversava com Seijiro.

- Hei, En-kun... Posso te perguntar uma coisa?

- Claro que pode Seiji.

- No dia que você mudou para o colégio... Você foi o responsável pela explosão e por aquele pilar de fogo, não foi? – Nisso, Entei abaixava a cabeça, ficando com uma expressão fria.

- Sim, fui eu. O primeiro foram dois caras que tentaram me levar. O segundo, bem... Foi o Yori.

- O Yori? Espera um pouco, mesmo o Yori não iria sobreviver a aquilo...

- Eu sei... Mas não tive escolha. Pelo menos, ele não me deixou outra opção. Eu não queria precisar fazer aquilo com meu irmão, mas não tive opção... Bem, vou indo já, elas já estão vindo também. Se cuida rapaz.

- Você também. Nos vemos amanhã. – Depois disso, Seijiro se despede dos três, e eles vão embora após isso. Assim que eles saem da vista de Seijiro, ele volta para dentro de casa, vai tomar seu banho e dormir depois disso.

Pouco depois de deixar Agatha em sua casa, Jennyffer seguia com Entei. Os dois estavam quietos. Não havia nem um assunto que fosse realmente bom ou que durasse mais que alguns poucos minutos. Até que, eles chegam a casa de Jennyffer.

- Bem, aqui estamos, sã e salva. Se cuida Jenny-chan. – Nisso, Entei dava um beijo no rosto dela, e ia embora depois. Jennyffer ficava olhando para ele por alguns instantes, até que, do nada, grita seu nome.

- Entei! Espera! – Nisso, ele olha para trás, diretamente para ela. Jennyffer olhava para baixo por alguns instantes, voltando seu olhar para Entei logo depois. – Eu... Eu só queria dizer... Boa noite. Tenha bons sonhos.

- Pra você também, Jenny-chan. Até amanhã no colégio. – Após isso, Entei sorri para ela, indo à direção a sua casa depois.
“Jennyffer, sua covarde! Por que você não falou o que realmente queria? Vamos, ele ainda está perto, diga logo. Vamos, diga!” – Ela pensava, querendo muito dizer, quando, novamente, ela chama por ele.

- Entei! Espera! Eu quero lhe falar algo! – Nisso, novamente ele olha para trás e da alguns passos em direção a ela, até que ficasse a mais ou menos um metro de distância dela.

- Diga, sou todo ouvidos. – Entei estava sério e, pela primeira vez, ele falava de forma suave, mas fria ao mesmo tempo.

- Eu... Bem... Eu quero passar a noite com.... Com... Com você...

- Você está falando muito baixo, eu não consigo ouvir direito. – Nisso, ela respirava profundamente, reunia toda sua coragem e fala depois para ele.

- Eu quero passar a noite com você! É isso! – Após notar o que ela havia falado com tanta facilidade, ela levava a mão até sua boca, abaixando a cabeça após isso, olhando para o chão, mas, ela levantava sua cabeça, assim que sentia o toque da mão de Entei em seu ombro, vendo que o mesmo sorria para ela.

- É claro. Suba, pegue alguma roupa e seu uniforme. Eu irei lhe esperar aqui. Depois iremos para meu apartamento.

Nisso, um enorme sorriso aparecia da face de Jennyffer. Ela fazia um sinal de sim com a cabeça e subia correndo para seu apartamento, pegava algumas roupas, seu uniforme e descia depois. Achava que poderia ser somente um sonho, até que ela via novamente Entei lá em baixo, encostado em uma parede, sorrindo para ela assim que a via. Ele dava alguns passos até ela e estendia sua mão, esperando que Jennyffer segura-se sua mão, e foi o que ela fez. Após isso, os dois foram em direção ao apartamento de Entei, onde passariam a noite juntos. O que eles iriam fazer durante essa longa noite sozinhos? Bem, isso é algo que somente os dois e quem sabe a luz do luar iria saber e presenciar.

 


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