RACHEL POV

Dizem que nada se compara com um sorriso de uma criança. Mas eu diria que nada se compara com o choro infernal de uma criança no meio da noite quando você quer dormir. Principalmente quando essa criança dorme no seu quarto. Resmunguei algumas coisas para Santana e ela tapou a cabeça com o travesseiro. Levantei bufando e peguei Dianna no colo, balançando levemente até ela voltar a dormir.

Senti um movimento ao meu lado e Santana pulou da cama direto para o armário dela e soltou uns xingamentos junto com os velhos Você não pode simplesmente colocar suas coisas aqui e Esse é o MEU armário!.

-Santana cala a boca pelo amor de Deus... São 7:30 da manhã!

Atirei uma almofada e ela jogou de volta. Essa era a nossa rotina. Daqui a dez minutos Dianna choraria de fome, exatamente na hora que Santana sai -todo dia desde que a pequeninha nasceu- para tratar de um cliente. E aí Finn prepara o leite dela e nós três tomamos café e depois nós três assistimos desenho até chegar a hora de preparar o almoço e então nós três fazemos isso e nós três esperamos Santy e aí nós quatro almoçamos. Ebaaa, família feliz!

Tudo se encaixa tão perfeitamente que chega a ser assustador.

FINN POV

Tudo passou tão assustadoramente rápido desde que minha filha nasceu que daqui a pouco ela vai sair correndo por aquela porta. Ela já ta muito avançada para sua idade e brinca com a boneca Queen que aparentemente toda criança de hoje em dia tem. De vez em quando ela tenta falar alguma coisa mas normalmente só faz um som parecido com ááó. Resumidamente, tudo corria exatamente como deveria.

Mas eu me pergunto se eu faço a coisa certa ficando aqui em NY, com Santana e Rachel. Eu não posso simplesmente prender as duas aqui cuidando da minha filha. Não é culpa delas que Quinn tenha me deixado com uma criança para cuidar. E talvez fosse melhor eu sair logo, antes que as duas fiquem como mães dela, sendo que não deveriam ter compromisso nenhum com a filha de um idiota que foi abandonado justo por quem afirmava tanto ama-lo.

Eu já tinha causado confusão demais sem nem perceber. E agora que eu me dei conta de que eu sou tão estúpido, hora de sair, sem causar mais tumulto, sem incomodar ninguém. Era o plano perfeito.

E o destino perfeito me esperava de braços abertos. Era só voltar para o mesmo lugar que eu vim.

SANTANA POV

-Ela é tão linda, né?

Aquela pergunta me pegou de surpresa, logo quando eu observava Dianna tão atenta aos detalhes. Ela é tão perfeita quanto a mãe. Os grandes olhos verdes sempre atentos, aquele sorriso de lado que insiste em permanecer no seu rosto sempre, o cabelinho dourado... -Sim... Ela é perfeita.

E como se a menina pressentisse que estávamos falando dela, virou a cabecinha que antes prestava a atenção somente na boneca Queen e olhou no fundo dos nossos olhos, sorrindo levemente depois. E então ela abriu a boquinha delicada -como a da mãe- como se fosse falar alguma coisa e balbuciou baixinho:

-M-m-mam-ma... Mam-ma...

Sorri para Rachel e nós duas corremos até ela completamente animadas pela primeira palavra da nossa filha.

Ela segurou a boneca e a abraçou firmemente repetindo com mais certeza-Mama...M-mama!-ela apontou para Queen, que era loira com os cabelos ondulados e além de tudo tinha olhos verdes. -Mama een! Mama een!-o N era algo meio estranho que parecia mais com eeigh do que een

Olhei para Rachel com os olhos um pouco arregalados por causa de uma ideia brotando na minha cabeça.

-Mama Queen?-perguntei, um pouco assustada e vi de canto de olho minha pequena Di sorrir abertamente, como se concordasse.

-M-mama een!

Rachel fez uma careta de indignação e eu tenho quase certeza que vi uma lágrima escorrer pela sua bochecha. Mas tudo bem, Dianna estava feliz. E dizem que nada se compara com o sorriso de uma criança.