Tara POV

Peguei o caderno vermelho da mão de Marta e li o que estava escrito. No começo não acreditei naquelas palavras, mas parecia muito verdadeiro. 

"Enquanto saía do meu quarto, meu namorado me chamou de volta para a cama. Não queria, mas algo nele me convenceu.

- Lucas, eu te amo. - falei enquanto deitava ao seu lado. - Porque você não me ama?

- Você está nua ao meu lado. Quem disse que eu não te amo? - comecei a chorar e ele pôs a mão no meu rosto. - Porque você não esquece dessa história que te contaram?

- Não foi apenas uma história que me contaram... Minha amiga, Lucas, minha amiga! Como você foi capaz?

- Ah cala essa boca, Marta! Eu amo você, e amo a Ju. Satisfeita?

E eu não conseguia parar de chorar."

Comecei a raciocinar. Só alguém que conhecesse Marta, Lucas e soubesse que no começo todos havíamos pensado que ele gostava de Ju, que poderia ter escrito aquilo. Isso, além de querer separar o casal, claro! Mas quem? E aquela letra... podia ser uma imitação ridícula, para fazer Marta acreditar que ela que tinha escrito, assim ficaria louca. Precisava descobrir o que está acontecendo.

- Que brincadeira é essa, Marta? - perguntei.

- Não é brincadeira. Entende agora porque eu ando tão nervosa?

- Algo está acontecendo, e precisamos saber quem e o quê está causando todo esse transtorno. - disse por fim.

Marta POV

Tara segurou a minha mão e me puxou para o banheiro. Acredito que porque assim poderíamos conversar com mais segurança, sem ninguém olhando indiscretamente.

- Isso é muito sério. - começou falando. - Essa letra parece sua, mas pode ter sido qualquer pessoa tentando imitá-la. Conhece alguém que goste o bastante do Lucas, para querer separar de você?

- Não sei se foi uma garota querendo um garoto. - respirei fundo. Era horrível pensar que Lucas pudesse ficar com outra menina, que não fosse eu. - Acho que é algo mais.

- Como assim?

- Bom, alguém que não goste de mim, talvez. Olha, eu não faço a mínima ideia, ok?

Foi quando eu gritei, que ouvi um suspiro vindo de uma das cabines do banheiro. "Que burra!" Pensei, "Como não pude olhar se não tinha alguém?". Andei até onde tinha vindo o barulho, e olhei por baixo da porta. Tinha alguém lá sim, e usava sapatos lindos. Acredito que um Converse xadrez vermelho. 

Puxei Tara para fora do lugar e me amaldiçoei por ter sido tão idiota.