O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 37
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Voltei! uhsushsuhsush prontos para mais caps?



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Depois de sair do quarto de Mel, resolvi passar no quarto de Jonah. Sentei-me ao lado de Jonah fazendo com que meu corpo caísse pesadamente na cadeira de ferro, a qual fora colocada ao lado da maca dele. Jonah estava em situações muito melhores do que muitos dos outros alunos, como Melanie e Carly, mas ainda tinha que ser mantido em repouso por causa de uma fratura no braço que tivera ao tentar socar um segurança.

A enfermeira enfaixou o braço de Jonah e voltou para o quarto onde Mel estava. Parecendo se sentir melhor, ele se levantou lentamente da maca reclamando um pouco por causa da dor.

- Como ela está? – perguntou ele se sentando virado em minha direção. – Pelo o que vi a cena, Liliam pegou pesado.

Soltei um longo suspiro cansado. Minha aparência devia estar horrível, eu provavelmente estava com olheiras profundas e escuras, pele pálida e o cabelo completamente bagunçado.

- Ela simplesmente esfaqueou a Melanie. – murmurei. Meu cérebro ainda não se acostumara com a idéia de que aquela cena havia mesmo acontecido, era como se tentasse apagar aquela informação. – Mas ela está se recuperando. A sorte foi que chegamos a tempo.

Jonah não pareceu satisfeito com a resposta, ainda mais porque não era completamente verdade.

- Eu ouvia a ameaça de Liliam. – sua expressão mudou, quase como se estivesse com compaixão e preocupado com o que a velha poderia fazer. Já eu, nem pensava nisso, não tinha medo dela. – Sam, fique de olho na velha louca. Se ela ameaçou, é porque alguma coisa vai fazer. Não pode simplesmente pensar que Liliam só disse aquilo por dizer.

Eu sabia que as ameaças de Lilian costumavam ser muito bem compridas e nós sempre  teríamos que estar bem atentos a ela. Desde a primeira vez que a vi, soube em seus olhos que o perigo estava à espreita. Não era coincidência, meus instintos sempre estiveram certos, mas sempre preferi os ignorar.

- Eu sei bem disso, Jonah. – interrompi. – Já pude ver as coisas que a velha louca consegue fazer e não me admira que ela vá fazer alguma coisa. – suspirei. – Não posso fazer nada por enquanto, não sem a fortuna em mãos.

Jonah arqueou as sobrancelhas parecendo surpreso e assustado ao mesmo tempo. Por mais incrível que pareça, eu não sentia nenhuma vontade de desistir de meu plano, afinal, eu precisava fazer isso.

- Você não está mesmo pensando em entregar a fortuna para Liliam, está?

Suspirei.

- Se ela deixar Melanie em paz, - falei decidido. – sim.



O relógio não mudou a hora quando pensei ter mudado. Marcava 18h exatamente, mas pareciam ter se passado mais que minutos.

Mais um movimento.

18:01

Eu estava ficando maluco, meu maior pesadelo estava acontecendo justo agora e eu não fazia a menor ideia do que fazer.  Era loucura, como Lilian tivera coragem de fincar uma faca nas costas de Mel?

Por que?

Por que fazer isso?

Tive que controlar meus pensamentos tentando ao máximo não enlouquecer, tentando relaxar na cadeira ao lado da maca de Mel, quem estava deitada coberta até a cintura com um cobertor fino. Ela respirava com ajuda de um aparelho, pois tivera uma crise de nervosismo quando vira o tamanho do corte.  Isso só me fez me sentir pior, pois a crise veio com uma hemorragia no local do ferimento e Mel, só agora, conseguira se acalmar.

De repente, ela se remexeu na maca, ela estava com o rosto mais corado do que da última vez que a vira e o corte, agora enfaixado e apenas avermelhado em volta. Por sorte, não acontecera algo pior, apenas uma pequena infecção e a hemorragia que já fora estabilizada, de acordo com a enfermeira, mas nada que poderia ser muito grave.

Ela deveria acordar logo, faziam-se horas desde a hora que tomara um analgésico para diminuir as dores e ela relaxasse. Entrelacei seus dedos fracos nos meus e acariciei um pequeno corte que havia em seu dedo indicador. Era apenas uma pequena linha vermelha escarlate, quase que nem passando pela pele. Porém, aquilo pareceu ser suficiente para acordá-la.

Melanie abriu os olhos lentamente coçou-os com a mão direita que não estava presa a minha.

- Sam? – perguntou com a voz manhosa por causa do sono. – Sam?

- Oi, Mel. – sem reprimir, acabei deixando escapar um sorriso vê-la melhor. Seu corte estava um pouco visível por conta da faixa que o cobria parcialmente. – Como se sente?

- Um pouco melhor. – murmurou. – O que a enfermeira disse?

- É uma infecção, mas você vai ficar bem. – sorri para ela tentando parecer totalmente calmo e não preocupado como realmente estava.

Mas Mel podia praticamente ler minha mente, tanto que pareceu perceber no mesmo instante que eu não estava bem. Bom, não estava bem por ter a pessoa que eu mais amava nesse mundo deitada numa maca logo após de ser esfaqueada.  Eu não estava bem por não poder fazer nada quanto a isso. Eu não estava bem por mão poder matar Lilian pelo o que ela fez com Melanie.

Eu não estava bem, porque queria que fosse a mim deitado naquela maca ao invés dela.

- Sam, eu conheço bem o seu olhar e sei que você não está bem. – ela passou a mão direita por meu rosto. Aquela era a melhor sensação do mundo. Não consegui ficar sem aquele toque, tanto que puxei seus dedos de volta quando se afastou. Sua mão ficou pousada sobre meu rosto e eu, com minha mão segurando-a. – O que foi?

- Eu só... estou pensando em como encontrar a fortuna. – percebi que seu olhar mudou no mesmo segundo. Ela não concordava nem um pouco com o fato de que eu queria dar a fortuna a Liliam numa forma de tudo aquilo acabar. – Mel, essa é nossa única chance! Se não fizermos isso, Liliam vai tornar nossos dias aqui no internato um inferno maior do que já é! Por favor, você tem que entender! Se fizermos isso, todo esse inferno que Liliam criou, acaba!

- Sam, não é esse o problema. Liliam é louca, mesmo que entregamos a ela a fortuna, é quase óbvio que ela vai nos matar!!Ainda mais com tudo que sabemos! – ela ficou sentada na maca, obviamente ficou mais que irritada comigo.

- Sim, mas se não fizermos isso, nunca vamos saber a verdade!

- Então prefere arriscar vidas só para poder provar que sua idéia pode dar certo? – ela aumentou o tom da voz, aquilo já estava se tornando uma discussão, tudo que eu menos queria.

- Eu não disse isso.

- Mas foi o que pareceu, Sam! – ela desviou o rosto soltando sua mão, a qual estava presa na minha. – Não acredito que está dizendo isso. Não vou arriscar mais nenhuma vida por causa dessa maldita fortuna! Isso já arranjou problema o suficiente, a única coisa que quero agora é entregar essa louca logo para a polícia e fim!

Ela voltou a deitar na maca, a respiração estava ofegante o rosto um pouco corado. O que eu poderia dizer a ela naquele instante? Era o que eu pensava, mas estava claro que Melanie não concordava nem um pouco.

- Não temos provas contra ela, Mel. Apenas nossas palavras de adolescentes contra as de uma adulta que sabe enganar muito bem. – toquei de leve em seu braço, porém ela estava em fúria.

- Você não vai fazer isso. – disse ela furiosa.

- Você está me deixando sem chance! Droga, Melanie, eu só quero ajudar! – exclamei. Acamei me levantando de tanto fúria. – Não vê que não consigo vê-la dessa forma?! Isso está me matando!

Ficamos em silêncio por longos segundos, tanto que não parecíamos as mesmas pessoas. Eu duvidava de minhas próprias palavras, coisa não muito comum, pois minha mente parecia certa do que fazer.

- Promete que não vai fazer nada disso, Sam. – disse ela de repente quebrando o silêncio. – Por favor, promete que não vai tentar encontrar a fortuna e entrega-la para Liliam.

Eu não poderia  concordar com aquilo. Entregar aquele maldito dinheiro para Lilian de uma vez parecia a melhor forma de acabar com aquele inferno e conseguir dar a vida que Melanie sempre quis. Eu a queria feliz, sempre sorridente ao meu lado e agora, a vendo deitada naquela maca por conta de uma facada... estava acabando comigo.

Abaixei meus olhos. Eu tinha a noção de que deveria estar a magoando, que meus atos não seriam certos e que todos ficariam contra mim. Mas o que eu poderia fazer? Tudo o que eu queria era ter Melanie a salvo e nunca mais sofrer, queria ela ao meu lado não precisando mais se preocupar com uma assassina nos espreitando.

- Sam? – chamou ela mais uma vez. – Promete?

Fechei os olhos por algum segundo. Não havia como, eu não poderia desistir e simplesmente deixar que Lilian viesse atrás de nós novamente.

O amor nos faz dizer e fazer coisas que nunca achamos que faríamos. Eu sempre achei essa frase errada e mentirosa.

Bom, agora sei que ela é mais que verdadeira.

- Desculpe, Mel. – falei mal acreditando que aquela era minha voz. – Não posso prometer isso.





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Notas finais do capítulo

Sam, ta querendo apanhar querido? UHSUSHUSHS que ódio!



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