O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Próximo cap vai ter gente subindo pelas paredes! UHSUSHUSHSUSHUSHSUH



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Joseph era um homem muito simples, não parecia gostar de qualquer extravagância assim como Lilian, tanto que sua casa era minimalista e bem confortável. Na sala, havia dois sofás com um tecido num tom de marrom, uma prateleira com a televisão e alguns livros e apenas isso. Um pouco mais a frente, uma porta para um corredor curto com três portas de quartos.

Ele havia mudado completamente ao saber o porquê de nós dois estarmos ali, alterando sua expressão calma para preocupada ao ouvir como fugimos do internato. Mas também porque mudou ainda mais quando eu disse que Liliam estava atrás de nós por causa de meu pai e do dinheiro de sua família. Entretanto, agindo ao contrário do que pensei, ele não pareceu nem um pouco abalado em saber que ela poderia estar matando e ameaçando alunos, o que foi muito estranho.

Joseph nos serviu copos de água e alguns panos molhados para cobrir os ferimentos de Sam na região do braço, rosto e peito por conta da queda no muro.

- Liliam está mesmo atrás da fortuna, não é? – ele assentiu negativamente. – Ela sabe o quão errado isso é, aquele dinheiro fica muito melhor quando está escondido, alheio à pessoas erradas. Lilian tem uma sede por dinheiro que poucos entendem, ela passou por muitas coisas quando era apenas uma criança. Seus pais ficaram extremamente pobres quando ela tinha apenas 12 anos.

- Mas isso não explica como ela ficou tão vingativa e louca. – por um instante, houve um brilho ofendido nos olhos de Joseph, como se ele não tivesse gostado muito da forma com que me referi à Lilian. – O que quero dizer é... não existe uma explicação lógica para alguém ficar daquele jeito só por causa de dinheiro. Eu, sinceramente, acho que ela tem problemas mentais.

Sam soltou um risinho abafado por conta de seu rosto coberto por panos molhados. Revirei os olhos em sua direção e voltei minha atenção à Joseph, quem parecera pensativo.

- Sei que não há explicação. – murmurou. – Mas existem pessoas que se apegam muito à coisas materiais, porque não têm ao que se apegar emocionalmente. Lilian foi maltratada, provavelmente fora isso que a fez tão vingativa e maldosa, como dizem.

Havia algo em sua fala, uma coisa que me deixara muito incomodada. Talvez fosse porque ele estava defendendo aquela louca que matara meu pai e agora, estava me ameaçando. Prendi-me naquele pensamento para que não chegasse à conclusão de que Joseph estava nos enrolando, nos fazendo pensar que Lilian era uma coitada e que não deveria ser tratada dessa forma.

- Você se referiu a problemas... – comecei. Segui a linha de pensamento que surgira em minha mente. – Que o desejo de poder por dinheiro e vingança de Lilian pode causar problemas a ela. Que tipo de problemas?

- Ahn... – o copo de água em sua mão tremeu, mostrando o quanto aquilo o deixou nervoso. - Seu pai era um homem esperto, Melanie. – disse ele mudando de assunto, fugindo de minha linha de pensamento. - Da última vez que nos vimos, ele me disse sobre o que faria para fazê-la encontrar o dinheiro. Não concordei no início, mas John insistiu, disse que você se sairia ainda melhor do que ele pensava.

Não consegui conter um sorriso ao ouvir isso, queria dizer que meu pai confiava mesmo em mim, que me achava forte o suficiente para encarar Lilian de frente. Vendo o quão sentida fiquei com aquela informação sobre meu pai e a mudança de assunto, Joseph sorriu estreitamente.

- John me disse algumas coisas sobre você conseguir entende-lo como deveria e que... havia deixado pistas. – a última frase saíra como um murmúrio, algo como um desafio. Franzi o cenho. – Pistas para que você e apenas você pudesse encontrar o dinheiro.

O soar de um desafio me deixara um pouco confusa, perdida em pensamentos sobre a verdade por trás das palavras daquele homem que acabara de conhecer. Poderia ser apenas o meu instinto preocupado demais com ameaças ou...

A impressão de que havia algo muito errado ali.

- Porém preciso dizer uma coisa importante. – disse ele de forma repentina. – Podem até achar isso muito estranho ou que eu esteja enganando vocês, mas seu pai não me deixou nenhuma pista, Melanie.

O choque percorreu meu corpo rápido demais, ainda mais porque eu bebia água naquele exato momento. Tossi várias vezes tentando absorver o choque daquela notícia.

Como meu pai não havia deixado nada com ele?

Nenhuma pista. Nada.

Mas então, por que ele nos mandaria para a casa de Joseph, se não havia nada com ele?

- Não... não estou entendendo. – gaguejei. – Como assim meu pai não disse nada?

Joseph não parecera nem um pouco abalado ao nos dar aquele tipo de notícia, às vezes, eu chegava a pensar que todas aquelas informações não importavam nem um pouco para ele, tanto que, ao dizer, apenas jogava as palavras em minha direção sem saber onde elas parariam.

- Bom, da última vez que vi seu pai, ele me disse algo sobre não poder me dizer nada, pois sabia que Liliam estava atrás dele. – disse. – Me disse que você, Melanie, descobriria antes mesmo que imaginasse.

Meu pai conseguira me colocar em meio a todo seu plano, mas ao que parecia, não queria envolver Joseph para que ele não fosse perseguido por Lilian como acontecera com Jesse. Ao meu lado, Sam tentava cobrir um ferimento em seu braço enquanto o limpava, sua expressão estava séria e ele parecia pensar sobre tudo aquilo.

Mas por um momento, me vi diante do homem que deveria ter sido a última pessoa que meu pai e isso fazia de Joseph uma espécie de ponte imaginária que me ligava a meu pai. Ele poderia me dizer como John estava e porque se colocar diante de tantos problemas e perseguições.

- Joseph... – falei tentando encontrar as palavras certas. – Meu pai disse alguma coisa a você antes de... antes de morrer?

Havia um quê de medo em seu olhar, porém, o mesmo desapareceu quando um meio sorriso carinhoso se estampou em seus lábios.

- Ele me disse que havia realizado um de seus maiores desejos. – ele olhou fundo em meus olhos. – O de ter a filha perfeita. - Senti uma pequena lágrima fugindo de meus olhos e indo até meu queixo, nem fiz o favor de me mexer para tirá-la dali, pois era inútil. Saber disso foi como se me dessem um choque de realidade e eu estivesse voltando ao passado quando meu pai costumava me contar tudo. – John sempre teve um carinho muito grande por você, Melanie.

Eu sorri lentamente deixando-me levar pelas imagens de quando meu pai ainda estava vivo, da forma com que me contava tudo, sempre eu era a primeira a saber de qualquer coisa. Como ele costumava despentear meu cabelo depois de horas tentando alisar meus cachos para ir para a escola... eram boas lembranças, coisas que eu guardaria para sempre.

Mas por que se dar ao pesar de se colocar em meio a tantas ameaças, perseguições e mortes?

Por que John Overton tanto procurava pela fortuna dos Mean?

Respirei fundo tentando conectar todas as informações que já possuíamos para juntá-las em apenas uma: nossa resposta. Havia algo muito estranho em meio à aquilo, não fazia sentido uma pessoa se jogar de cabeça numa ideia tão  nm,.mirabolante só para impedir uma louca por vingança e dinheiro.

perceba quem é o verdadeiro dono da fortuna.” Escreveu meu pai em sua carta, a qual estava no portão. Por que ele diria algo como aquilo, quando sempre soubemos que a fortuna era dos Mean?

A menos que...

- Mas que droga! – praticamente pulei do sofá com o choque. Joseph e Sam se entreolharam um pouco confusos tentando entende o porquê daquela reação. – Droga, Sam! Entendi o que meu pai quis dizer na carta!

- Melanie, você ficou louca? – esbravejou Sam. – O que foi que você entendeu?

- “Perceba quem é o verdadeiro dono da fortuna.”! – repeti as palavras que estavam na carta. – Pense bem: meu pai não iria atrás da fortuna sabendo de tudo que teria que enfrentar, afinal, ele já trabalhava no North England quando descobrira onde estava o dinheiro e sabia que Lilian era meio louca. Não faria sentido se arriscar tanto! A menos que...

- O dinheiro seja dele. – Sam arregalou os olhos, surpreso por ter finalmente entendido. – Mel, isso quer dizer...

- Que os Overton são os verdadeiros donos da fortuna perdida do internato North England! – exclamei não conseguindo conter o sorriso por mais uma vez ter descoberto as pistas de meu pai. – Por isso Lilian tinha tanto ódio dele! Não sei como o dinheiro foi parar ali, mas têm sentido. Pode ser que o casarão nunca tenha sido dos Mean ou sei lá, o que importa é que aquela velha só quer tanto o dinheiro por causa disso!

Sam também parecera muito animado com a ideia, tanto como ansioso e um pouco surpreso. Ele se levantou rapidamente do sofá para me dar um abraço apertado e ainda por cima, me girar no ar como se tivesse me pedido em casamento.

Joseph, pelo contrário, nos olhava de uma maneira um quanto curiosa – de uma forma assustada por nossa engenhosidade e como se estivesse pensando no fato de termos descoberto aquilo tão rápido e tão antes dele.

E aquele olhar, me dera calafrios que apenas outra pessoa no mundo consegue.

Lilian.


O único problema que teríamos que resolver agora, seria forma com que entraríamos no internato sem sermos vistos por nenhum segurança ou fiscal. Por sorte, em um dos portões da frente, havia uma pequena entrada, a qual poderíamos usar se nos agachássemos.

Claro, isso deixou nossas roupas ainda mais sujas por causa da terra, mas nada que não poderia ser limpo depois.

Sam estava eufórico, andando alegremente sem medo algum de que um segurança pudesse nos pegar no flagra e nos mandar diretamente para o inferno – lê-se Lilian – para nunca mais voltar. Segui-o pelos corredores silenciosamente até encontrar a porta de cada um dos dormitórios.

- O que você fez foi incrível. – disse ele com um meio sorriso nos lábios. – Agora tudo o que precisamos, é encontrar o dinheiro.

- Pois é, quem diria que sou um gênio. – brinquei. – Amanhã vamos decidir como ganhar mais tempo com Lilian, se prepare para o inferno, ok?

- Tem certeza que quer falar sobre a Liliam? – sua voz me interrompera de uma forma sussurrante e extremamente sedutora.

Sam chegou um pouquinho mais perto de mim, olhando-me bem nos olhos, mostrando sua expressão um pouco maliciosa e com um quê de divertimento. Vi como ele ficou me tentando, apenas aproximando os lábios dos meus, porém pouco antes de se tocarem, ele desviava e depositava um beijo ao lado. Senti suas mãos quentes e macias, indo de encontro a pele exposta de minha cintura e colocando-as ali. Depois, pude percebê-lo abaixando a cabeça – mas com os olhos nos meus – e beijando-me no pescoço. Um arrepio me invadiu, quando sua língua tocou a pele daquela área.

Não sei o que Sam tinha em mente, mas tudo o que se passou em minha mente, era o quanto eu queria que ele continuasse.






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Notas finais do capítulo

ui ui ui já tão assim é? #Sanie



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