POV BELLA.

Acordei 7h00 da manhã e ansiosa para a chegada dos meus pais.

Na noite anterior quando chegamos ao apartamento, eu, Edward, Jane, Jake, Rosalie, Emmett, Jasper e Alice fizemos a sessão cinema enquanto Anne dormia. Pedimos algumas pizzas e assistimos “Sempre ao seu lado”, eu acho que nunca chorei tanto na minha vida e até Emmett e Jake abriram o berreiro no meio da sala. Edward tentou correr antes que começasse a chorar, mas eu não deixei e por parecíamos oito loucos chorando descontroladamente na sala. Sério, o filme é tenso.

Edward dormiu comigo, na minha cama... Rolou amasso e essas coisas, mas eu não consegui ir adiante, falei para Edward que não estava pronta e ele pareceu surpreso quando eu disse que era virgem. Dormi com a cabeça em seu peito enquanto ele fazia caricias ora nas minhas costas, ora na minha cabeça.

Assim que acordei deparei com um anjo adormecido praticamente embaixo de mim, dei um leve selinho nos seus lábios e corri para dentro do banheiro. Tomei um banho e vesti uma blusa cinza escura e shorts preto com tachinhas, peguei meu amado all star e coloquei uma pulseira que Emmett havia me dado de aniversário (NA: Roupa nas notas finais). Deixei os cabelos soltos e fui acordar Edward.

- Edward, eu vou ao aeroporto com Emmett. – Avisei dando leves selinhos nele.

- Hmm... Muito bom acordar assim. – Sorri igual idiota. – Não quer que eu te leve?

- Emmett vai se encarregar disso. Quero que você fique caso Anne acordar, ela adora você.

Fui até a sala e Emmett já me esperava, não sei o porquê, mas ele me olhava feio. OK talvez eu saiba.

- Vamos no meu carro, pode ser Bella?

- Hm, tá né.

Pegamos a avenida até o aeroporto, não demoraria muito.

- Pensa que eu não vi esse anel no seu dedo?

- É por isso que está irritado? Não foi você que ficou dizendo que eu tinha arrumado alguém para beijar como um desentupidor de pia?

- Não é por isso, ele dormiu no seu quarto Isabella. Vocês fizeram alguma coisa?

- EMMETT! – Senti corar – É claro que... que não! OLHE PARA MIM!

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH – Emmett encostou o carro para terminar a crise de riso e eu deveria estar com a cara mais patética do mundo. E ele retomou nas ruas.

- Eu estava brincando Bellinha, eu gosto do Edward e eu não ouvi nenhum gemido do quarto então eu sei que não aconteceu nada.

- EMMETT!

- Desculpa, mas você é minha irmãzinha e eu tenho que cuidar de você.

- Cuidar de mim e não da minha vida sexual.

- Pois é, até porque você nem deu inicio a ela.

- EMMETT! SEU IDIOTA! PÁRA!

- HAHAHAHAHAHAHA

- Se você não parar de rir eu vou dar um soco nesse seu braço de cavalo!

- Mas aí quem vai se machucar é você.

Bufei derrotada, não dava para ter uma conversa séria com Emmett.

- A mamãe e o papai sabem sobre Anne? – Ele perguntou.

- Não, e eu nem sei como começar.

- Começa pelo começo. – Ele disse tão sério que fui obrigada a rir.

- Não é tão simples quanto parece Emm.

- Boa sorte maninha, de qualquer forma estou torcendo para você não se ferrar nessa.

- Obrigada pela parte que me toca.

Chegamos ao aeroporto e eu desci do carro caindo praticamente de cara no chão logo. Emmett riu ao invés de me ajudar

- Que horas são Bellinha? – Tirei meu celular do bolso.

- Oito e dez, eles já devem ter pousado.

Não demorou muito até eu ver duas criaturas completamente perdidas sem nem saber para onde olhar direito.

- MAMÃE! – Emmett parecia uma criança desesperada perdida da mãe no supermercado, eu ri alto. Ele a pegou no colo girando pelo meio do aeroporto e muitos encaravam a cena rindo, outros reclamavam do escândalo e alguns achavam completamente fofo.

Corri para meu pai o abraçando pelo pescoço enquanto riamos juntos e depois abracei minha mãe enquanto Emmett dava um toque de mano completamente ridículo no meu pai.

Durante o caminho até meu apartamento matamos a saudades, conversamos sobre meu estágio que eu começaria no dia seguinte e também sobre o meu anel. Minha mãe ficou encantada e meu pai quase teve um surto perguntando quem era o cara, mas seu surto logo passou quando Emmett disse que aprovava completamente o meu namoro com Edward. “Estou doida para conhecer ele Bella” “Porque você não me contou Bella” “Vocês já transaram Bella” foram só alguns comentários e perguntas da minha mãe que me deixaram completamente sem graça, e meu pai relaxou no banco do carona com o “Não” sem graça respondendo a ultima pergunta dela.

Chegamos ao estacionamento e quando fizeram menção de descer do carro eu gritei “NÃO”.

- Bella? – Meu pai perguntou esbaforido.

- Mãe, pai, eu preciso contar uma coisa.

- Fala Bella, estou preocupada.

- Eu estou responsável por uma criança de seis anos, ela é do orfanato onde eu trabalhava e eu me apadrinhei a ela quando terminei tudo por lá. Pretendo adotar ela quando for possível. É uma garotinha e o nome dela é Anne. Ela está lá em casa, sejam legais, por favor, e não achem que eu sou uma louca que não sabe o que está fazendo, porque eu sei o que estou fazendo mais do que todo mundo aqui. – Fechei os olhos durante minha confissão e tudo o que eu pude escutar foi um silêncio que mais parecia gritar para mim.

- Bella, isso é uma piada não é? – Meu pai perguntou mesmo sabendo que eu não brincaria com uma coisa dessas.

- Não pai. Eu sinto muito.

- Isso é muita... Irresponsabilidade sua Bella, e seus estudos, seu estágio, sua vida? Você acabou de completar vinte anos Bella, VINTE! – Meu pai gritou e eu apertei mais meus olhos.

- Pai, eu preciso que o senhor me entenda.

- O que seu namorado acha disso? Quando ele souber dessa criança sem mãe e sem pai você sabe que ele vai cair fora, não é?

- PAI! NÃO FALE UMA COISA DESSAS SOBRE EDWARD! Eu o amo e ele tá comigo nessa, ele disse que vai me ajudar e proteger a mim e a Anne. Existe muita coisa que você não sabe! Edward não é obrigado a assumir Anne quando ela estiver comigo, mas ele me ama e ele ama Anne também! Inclusive ele é meu advogado no caso, ele não é quem você idealizou nos vinte minutos desde que soube que eu tenho um namorado! – Eu estava chorando. Ouve um curto silêncio até meu pai se recompor.

- Bella, você não sabe onde se meteu filha, é isso que eu estou tentando te dizer.

- Charlie, pare com isso. – Renée disse com autoridade. – Eu sei muito bem como criei minha filha, ela não é nenhuma irresponsável e vai ter todo o nosso apoio, não vai Charlie? – Silêncio - Charlie?

- Eu não sei Renée, eu...

- Filha, dê um tempo ao seu pai. Eu sei que está sendo difícil para você e agora sei mais do que nunca que seu namorado é uma excelente pessoa. – Ela fechou os olhos segurando minha mão. – Ele está aqui?

- Sim mãe, está com Anne no apartamento e com os meus amigos.

- Então vamos. Eu quero conhece-los querida. Estou com saudades de Jake e Rose também.

Abracei minha mãe forte e quando saímos do carro meu pai me tomou em um abraço que quase me partiu ao meio.

- Desculpe filha. Isso me pegou de surpresa, eu não esperava. Você sabe que qualquer coisa que precisar seu velho vai estar aqui, não é?

Abracei Charlie forte e agradeci aos céus por ninguém que eu amo estar contra mim.

Entramos no apartamento e Edward estava na sala jogando vídeo game com Jacob. Rose conversava no sofá com Jane e conclui que Alice, Jasper e Anne ainda dormiam.

- Bom dia crianças! – Minha mãe praticamente gritou. – Jake, você está enorme!

Eles se abraçaram enquanto Emmett e Charlie colocavam as malas num quanto qualquer da sala.

- E essa menina linda, quem é? – Renée perguntou para mim olhando para Jane.

- Essa é Jane mamãe, conhecemos ela na faculdade e Jane é a famosa namorada do Jake! – Quando minha mãe e Jacob se falavam pelo telefone ele sempre dizia coisas sobre ela.

- Prazer em conhece-la querida.

- Igualmente Sr. Swan! – Elas se abraçaram.

- Sem senhora por aqui, acho que ainda não sou uma velha. – Elas riram. Minha mãe cumprimentou Rose que já se conheciam, elas se gostavam e isso era ótimo.

- E esse rapaz... Você é muito lindo se me permite. É ele Bella? Seu namorado?

- É mãe. – Não pude conter o sorriso e nem Edward.

- UAU filha, eu sabia que você tinha bom gosto só que... Nossa.

- Mãe, para de flertar com meu namorado. – Ela gargalhou.

- Prazer em conhecê-la... – Ela não deixou Edward terminar.

- Renée, e você é o Edward.

- Eu mesmo. – Ele sorriu da forma mais linda. Eu fiquei tonta e acho que minha mãe também.

- Então você é o Edward, eu sou pai da Bella. – Meu pai disse seco demais.

- O prazer é todo meu – Eles apertaram as mãos e eu vi uma pessoinha chegando timidamente até a sala com cara de sono.

- Bom dia princesa. – Edward disse sorrindo para Anne que permaneceu no mesmo lugar. – Está com vergonha? – Ela fez que sim com a cabeça. – Vem aqui, está tudo bem.

- Oh Charlie, olha como ela é linda! – Renée disse totalmente encantada por Anne.

Anne chegou perto de Edward e ficou ao seu lado, mais para trás do que a sua frente.

- Oi menininha. – Charlie sorriu pequeno e eu tive certeza que ele cederia uma hora.

- Oi. – Anne simplesmente disse.

- Anne – Eu disse – Eles são meus pais. Minha mãe Renée e meu pai Charlie. Eles vão passar algumas semanas aqui.

No decorrer da manhã meus pais foram conhecendo Anne mais, minha mãe estava completamente encantada por ela e meu pai ainda recuava um pouco, mas eles tiveram momentos fofos juntos. Minha mãe fez tranças no cabelo de Anne e meu pai conversava assuntos pequenos, ele já havia perdido o jeito.

Houve um momento em que Emmett pegou Anne no colo a colocando na direção igual de um foguete e ficou correndo com ela por todo o apartamento, eu e minha mãe ficamos desesperadas pedindo para que ele parasse enquanto todos riam, Anne pareceu gostar da bagunça.

Fiz o almoço com a minha mãe e Anne pediu para que cozinhasse também, ela me passava os ingredientes enquanto eu preparava um estrogonofe de frango a molho madeira e minha mãe fazia uma típica salada verde com batatas levadas ao forno.

Eu almocei com Edward ao meu lado e Anne de outro, meus pais estavam a minha frente com Emmett entre eles, meu irmão disse que meus pais eram todos dele no dia. Emmett de mau só tem a cara mesmo, é uma verdadeira criança. Meu coração doía quando eu lembrava que amanhã teria que deixar Anne novamente no orfanato, e foi com esse pensamento que o celular de Edward tocou e ele se afastou quando olhou no visor, depois de alguns minutos ele voltou.

- Bella, precisamos conversar sobre Anne. Agora. – Ele disse com urgência.

Meu chão caiu, o que teria acontecido?

- Bella, está tudo bem querida? – Minha mãe perguntou e Charlie logo percebeu o clima e se aproximou.

- Você é minha filha e eu preciso participar dessa conversa. – Charlie disse para mim.

- Tudo bem, eu acho até melhor mesmo, você e Renée. – Edward falou firme.

Assenti rapidamente, Alice como sempre pegou a coisa no ar e chamou Anne para pintar um desenho com ela, Rose e Jane se encarregaram de tirar a mesa do almoço enquanto Edward, eu e meus pais seguíamos para meu quarto.

- Bella, se senta, por favor. – Ele parecia tão nervoso quanto eu, mas mantinha o controle.

- Edward fala logo, eu já estou passando mal.

Meu pai me puxou delicadamente se sentando na cama junto comigo, minha mãe fez o mesmo e Edward pegou a cadeira da escrivaria e se sentou a minha frente segurando minhas mãos. Eu as apertei forte.

- Meu amigo Eleazar, o juiz. Ele me ligou e disse que chegou um pedido de guarda provisória da Anne e quem pediu foi James.

- EDWARD, NÃO! NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO! NÃO PODE SER EDWARD NÃO DEIXA POR FAVOR... – Senti as lágrimas queimarem pelo meu rosto, aquilo não poderia estar acontecendo. Eu entrei literalmente em desespero.

- Bella fica calma! Eu preciso te explicar tudo o que vai acontecer daqui pra frente, tudo!

- Bella filha, por favor, se acalme! Edward continue querido. – Renée disse ao meu lado passando a mão pelas minhas costas tentando me acalmar, aquilo não estava funcionando.

- Meu amor, olha para mim. – Edward pediu e eu olhei nos seus olhos. – Eu preciso que você preste atenção em cada detalhe que eu fale agora.

Assenti e as lágrimas continuavam a deixar marcas pelo meu rosto.

- Mas quem é James? O que ele quer? – Charlie ralhou.

- Pai, depois eu explico tudo.

- Bella, James pediu a guarda provisória da Anne. Como o nome já diz é provisória, não é definitiva, mas eu tenho certeza que ele vai tentar esse tipo de tutela.

- Quanto tempo dura esse tipo de guarda? – Eu disse com a voz entrecortada pelo choro.

- Normalmente seis meses.

- EDWARD EU NÃO POSSO DEIXAR, EU NÃO POSSO! – Gritei

- Bella, deixe Edward falar. – Renée me repreendeu mais uma vez.

- As coisas vão ser facilitadas para James porque ele é um parente dela, e pessoas da família da criança são privilegiadas. Como Anne passa os finais de semana com você isso poderia facilitar na hora da guarda a seu favor, só que não. Normalmente na hora da adoção eles dão preferencia a pais adotivos na faixa de 25-50 anos ou aqueles que a diferença de idade da criança é de 16 anos em relação ao pai ou mãe adotivos, e você só tem vinte, sendo assim a sua diferença de idade em relação à Anne é quatorze. Então voltamos a estaca zero.

- James tem vinte e três Edward...

- Outro ponto para ele. – Edward disse frustrado passando a mão pelos cabelos o bagunçando mais se fosse possível. – Com sua idade suas chances caem muito – Ele respirou e continuou pensativo.

- Quando eu pedi seu apadrinhamento na justiça eu fiz um cadastro na agência que cuida das adoções porque eu já sabia que isso viria a acontecer. Então eu vou tratar de mandar um pedido de guarda provisória com urgência.  – Edward fez uma pausa e continuou – Se a guarda da Anne for cedida a você ela não volta mais ao orfanato, vai morar aqui com você entendeu? Mas isso vai ser realmente muito difícil, eu não quero te iludir.

- Sim – Eu disse aos soluços, todas as chances estavam contra mim.

- Como agora há o pedido de James e o seu pedido, porque eu vou entrar com ele ainda hoje, isso vai ser decido em uma audiência no tribunal e todos os pontos são importantes Bella, os mínimos detalhes sobre a sua vida e a vida de James vão ser colocados em jogo naquela sala e eles vão ceder a guarda-provisória a um de vocês até a audiência da guarda definitiva. Eles vão considerar tudo o que acham melhor para Anne, e a casa que a receber vai ser visitada semanalmente por uma assistente social sem hora marcada, ela vai apurar tudo o que acontece, a convivência com quem a adotou, o relacionamento dela com todos os moradores da casa, o estado emocional dela, tudo entendeu?

Concordei com a cabeça.

- Há uma pequena possibilidade de Anne ser ouvida nessa audiência, ela já tem seis anos e uma pequena noção do que ela quer para ela, só que isso não vai ser de muito peso para eles que estiverem presentes, justamente pela idade dela.

Eu senti a chama de esperança ir embora de dentro de mim da mesma forma que chegou, repentinamente.

- Edward, por favor. Me diz quais são os pontos positivos e negativos que possam atrapalhar a adoção, eu preciso saber de tudo.

- Eu vou encaixar você em todas as situações que vou descrever aqui, fica mais fácil, tudo bem? – Eu assenti nervosa.

- Você não é casada Bella, e não mora com um companheiro ou algo do tipo, uma pessoa que possa representar uma figura paterna para Anne. Isso te deixa em desvantagem contando a sua idade que eles julgam cedo demais para assumir uma maternidade. James é parente dela e a diferença de idade dos dois é de dezessete anos. Isso dá vantagem para ele. – Suspirei – Você precisa comprovar que tem uma vida financeiramente estável.

- Eu não tenho isso Edward, eu nem sei se meu estágio vai dar certo.

Só lembrei que meus pais estavam comigo e Edward quando senti as mãos de minha mãe afagar minhas costas novamente.

- Está tudo perdido, eu não vou conseguir. Eu não sou capacitada, eu não tenho idade o suficiente ou uma carteira registrada. É tudo tão irônico porque eu tenho até uma passagem pela policia por causa de um muro idiota. – Cai no choro novamente me sentindo completamente derrotada, eu não conseguia aceitar que eu tinha perdido Anne para sempre.

Edward me abraçou e eu senti suas lágrimas escorrerem pelos meus ombros, eu não era a única a chorar.

- Como eu vou explicar isso para Anne? – Perguntei sentindo minha garganta fechar novamente.

- Bella... – A voz do meu pai soou distante e ele disse meu nome pela segunda vez até que eu percebesse que ele estava falando comigo.

- Sim pai... ?

Nesse momento houve duas batidas na porta do quarto e eu pedi para que entrasse.

- Tentei segurar a monstrinha só que ela é mais rápida que eu. – Emmett disse divertido.

- Eu meu amor, o que é isso na sua mão? – Perguntei limpando o rosto rapidamente.

- Bella, a tia Alice pintou comigo e eu fiz esse desenho aqui olha – Ela apontava o dedo conforme falava. – Demorou um pouquinho porque eu tinha que colocar todo mundo, não podia esquecer ninguém.

- Então me mostre meu amor.

- Esse aqui é o Edward com os cabelos de ventos – Ela gargalhou da própria piada e Edward abafou uma risada secando os olhos disfarçadamente. – Essa sou eu e você – Percebi que ela estava entre mim e Edward segurando nossas mãos – E depois vem tia Alice, tia Rose, tia Jane, o tio Emmett beeeeem grandão e o tio Jake também, igualzinho a ele, e o loiro aqui olha, é o tio Jasper.

Emmett gargalhou orgulhoso pelo termo usado por Anne.

- E agora Esme e Carlisle, e... – Ela chegou perto do meu ouvido – Renée e Charlie também estão aqui, eu podia desenhar eles?

- Mas é claro que podia minha linda, eu tenho certeza que eles vão adorar, olhe só para eles.

Meus pais encararam o desenho com um sorriso bobo brincando pelos lábios, e outra onda quase incontrolável de choro me atingiu novamente.

- Esse desenho é lindo Anne, ficou perfeito! E agora todos são tios, é?

- Sim Bella, eles disseram para que eu chamasse assim agora. Achei legal ter tios, eu nunca tive. – Ela suspirou pegando folego para engatar outra explicação – Ficou só um pouquinho apertadinho porque eu quis colocar todo mundo, você tinha razão quando disse que seus amiguinhos eram legais. São meus amiguinhos também, os mais legais que eu já conheci Bella. – Anne terminou de falar olhando para meu rosto e eu a agarrei ali mesmo apertando em um abraço e beijando o topo de sua cabeça. Eu não suportaria ficar longe dela, suportaria?

Anne me retribuiu o abraço de uma forma doce e eu não consegui morder minha língua antes de perguntar, sabia que iria ficar mais preocupada e sofrer depois.

- E James Anne? Acho que faltou ele.

- Não faltou não. – Ela falou com uma convicção que eu me surpreendi.

- ANNE, VOCÊ ESTÁ AÍ! – Alice me olhou tensa chamando Anne para fora. – Dois minutinhos e BUM! A garotinha evapora e consegue se esconder até mesmo de mim. Já mostrou o desenho para a Rose?

- Ai!!! – Ela bateu a mão na testa como se não acreditasse que tinha se esquecido de tal ato e correu porta afora como um pequeno anjinho.

Antes que Anne desaparecesse da minha visão eu fui tomada por um mais um choro sufocante novamente e meu pai me chamou mais uma vez.

- Pai... – Eu respondi.

- Eu não gostaria de dizer isso Bella, mas você é minha filha e eu preciso dar minha opinião. Não posso te ver sofrer.

- Desculpe pai, mas...

- A única solução para isso tudo é Edward vir morar aqui, compartilhar a guarda de Anne juntamente com você e só assim haverá idade o suficiente para assumi-la, além da estabilidade financeira, vida de... é... União estável e de quebra a família com mãe e pai que Anne precisa. E tudo o que eles julgam ser adequado vai ser encontrado aqui. – Charlie terminou coçando o pescoço desconfortavelmente e eu fiquei sem reação assim como Edward.

- Edward... você não precisa fazer isso se não quiser. – Falei gaguejando.

- E se eu quiser? – Ele me perguntou decidido, eu não tive duvidas e fiquei sem silêncio.

- Essa era a resposta que eu precisava, eu estou saindo agora e vou cuidar de tudo. Fique bem minha Bella.

Edward deu um beijo leve na minha antes de sair pela porta do meu quarto.

Eu sentia a adrenalina pulsar nas minhas veias e eu estava me perguntando se isso daria certo, se isso era real.