Um toque francês escrita por lufelton


Capítulo 26
Capítulo 26- Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Então meninas, estou chegando ao fim da fic. Sim, vai doer mais em mim do que em vocês. Mas gostaria de pedir a vocês sugestões de histórias. Se vocês quiserem que eu escreva alguma história, não importa o assunto, mandem-me mensagens ou até comentários pedindo. Sei lá. Vocês quem sabem :)
Espero que gostem deste, mesmo sendo um pouco difícil...
Besos



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– Merda! – gritou Nicolas, enquanto recolocava sua camiseta. – Claire! – e saiu correndo atrás dela. Deixando-me ali jogada.

Sozinha.

– O que deu em vocês? – perguntava Desi que vinha correndo em minha direção, levantando-me. Ela tentava chamar a minha atenção, mas eu não respondia. Eu não conseguia. Era como se toda a energia, toda a força, todo o amor tivesse escorregando de meus braços. Era como se tudo estivesse desmoronando.

Novamente.

E, sem perceber, eu estava no chão. Eu não me importava se estava somente de sutiã. Eu não me importava se havia pessoas olhando. Pois a única coisa que se passava em minha cabeça era chorar. Chorar. E chorar. Como se isso fosse a única solução. Como se isso fosse tapar as feridas que o meu melhor amigo havia criado delicadamente em meu peito. Impedindo-me de alcançar qualquer fonte de socorro.

– Drew! Acalme-se... Vai ficar tudo bem. – socorria-me Desi, colocando meu casaco novamente em meu corpo.

– Ele me deixou. Ele me deixou aqui sozinha. Ele me odeia. – eu chorava em seu peito, escandalosamente.

– Com certeza ele não te odeia. – ela dizia me olhando com obviedade. – Drew! Volte aqui! – gritava, enquanto eu corria para longe dela. Para longe daquele lugar. Para longe de tudo.

Eu poderia contar quantas vezes eu havia caído dos degraus, pois eu não possuía mais equilíbrio em minhas pernas. Mas parecia que toda dor era artificial comparada àquela que eu estava sentido. Eu atravessava as avenidas sem ao menos olhar para o lado. Convicta de que eu estava fora de mim. Tudo o que eu mais queria era chegar em Stranger’s Place e me trancar no quarto. Eu nunca mais falaria com ele. Eu nunca mais o veria. Eu nunca mais o tocaria. E isso era uma promessa.

Quando finalmente estava na frente das portas de Stranger’s Place, eu as escancarei. Fazendo com que todos que estavam no saguão principal me olhassem. Para o meu azar, percebi que Sophie estava lá com suas amigas, assistindo-me jorrar lágrimas. Ela me olhava boquiaberta e por um momento achei que ela fosse ter a cara de pau de me perguntar o que havia acontecido.

Mas eu continuava correndo. Eu queria chegar ao meu quarto o mais rápido possível. E quando estava lá, joguei-me na minha cama chorando como nunca. Eu jamais havia sentido algo assim. Era insuportável. Era de fazer perder qualquer sono. Era capaz de levar a pessoa mais feliz ao abismo.

E eu sentia tudo isso ao mesmo tempo.

Até que, de repente, a minha porta bateu. E eu me virei bruscamente em sua direção.

– Quem é? – gritei.

– Sou eu, Drew. – griatava Desirée. – Abra essa porta agora!

– Deixe-me em paz. – mandei.

– Abra essa porta agora. – ela batia insuportavelmente na porta, fazendo-me levantar e abri-la furiosa.

– Satisfeita? – perguntei gesticulando os braços. – Se você veio dar sermão, peço que vá embora.

– Eu não vim dar sermão em você, Drew. – ela falava calmamente, guiando-me até a cama.

– Então para quê veio? Jogar vídeo game? – perguntei sarcástica.

– Não. Vim te ajudar. – respondeu, fazendo-me rir.

– Absolutamente nada do que você fizer vai resolver alguma coisa. Ele já acabou comigo. – eu falava alto.

– Você precisa botar essa dor para fora, mas não desistir desse jeito. Aliás, ninguém acabou com você. – ela explicava-me, mas eu a ignorava. Não conseguia organizar meus pensamentos.

– Por que ele fez aquilo? Por quê? Se ele a ama por que ele me beijou? – eu perguntava para mim mesma.

– Eu não sei, Drew. – respondeu Desi. – Já era de se esperar que isso acontecesse.

– Isso o que? – perguntava realmente curiosa.

– Que ele voltasse para Claire... Sempre foi assim. - as palavras que Desirée usava feriam-me cada vez mais. Eu fechava os olhos para que as lágrimas queimassem minhas pálpebras, tentando não absorver isso. Tentando não pensar no beijo de Nicolas e Claire, da primeira vez que eu havia visto. Tentando não imaginar ele retirando a alça de seu vestido vermelho e beijando o seu pescoço delicadamente.

Não.

- Drew... – Desi me chamava.

– Eu quero... Quero ficar sozinha. – eu pedia sem fôlego.

– Tudo bem, mas prometa que irá ao refeitório amanhã! E ao treino também. Por favor. – ela pedia ao ver minha cara de desinteressada. – Não estrague a sua vida por causa dele, Drew. – ela falava, tocando a maçaneta.

– A gente se vê amanhã. – garanti-a, fechando a porta. E deitei em minha cama, deixando que meus olhos soltassem as lágrimas, sem que eu interferisse, até finalmente adormecer.

Acordei várias vezes naquela noite. E todas com o mesmo pensamento. Com o mesmo pesadelo, melhor dizendo. Nicolas sempre estava em meus sonhos. Depois da última vez que acordei, decidi não dormir mais. Por mais que eu não quisesse, eu iria ao refeitório e ao treino hoje. Desi estava certa, eu não poderia desistir. Afinal, esse era o meu princípio.

Tomei coragem para me olhar no espelho e imediatamente tomei um choque, pois eu não me reconhecia. Meus olhos estavam vermelhos e inchados. As olheiras cada vez mais escuras. E a minha expressão séria e triste. Mas eu ignorei. Não tinha tempo para vaidade. Coloquei a primeira roupa que vi pela frente, prendi meus cabelos bagunçados em um rabo de cavalo e fui até o refeitório.

Quando cheguei, vi que Desi estava sozinha na mesa. Então, fui lhe fazer companhia.

– Oi... – falei surpreendendo-a.

– Oi! Que bom que veio. – ela disse dispensando o seu livro. – Está melhor?

– Não. – e incrivelmente, ri de minha resposta. – E você? Está bem?

– Ele não está aqui. Acho que não dormiu aqui hoje. – entrou novamente no assunto, fincando as palavras dentro de mim.

– Por que você está dizendo isso? – perguntei tentando não chorar.

– Para você tentar esquecê-lo. – ela explicou calmamente, pondo sua mão na minha.

– Já disse que não importa o que você faça, não irá me ajudar. Que droga, eu não deveria ter vindo. – disse saindo da mesa.

– Drew! Espera... Eu não quis te magoar. – ela gritava saindo da mesa, mas sem correr atrás de mim.

Melhor assim, pensei.

Eu precisava de um tempo para pensar e arejar meus pensamentos. Eu precisava aceitar o fato de que dessa vez Nicolas não iria esbarrar em mim e nos conheceríamos milagrosamente, assim como na primeira vez. Decidi apagar esse pensamento e ir até a sala de dança, talvez fosse o único jeito de me acalmar.

E quando estava lá, percebi que a treinadora Jean estava lá escrevendo em alguns papéis.

– Treinadora Jean? – a chamei e ela se virou para me avaliar. Ela parecia muito feliz.

– Drew! Que bom que está aqui querida... Preciso de um favor seu. – ela disse indo até a minha direção. – Preciso que entregue esses papéis para as suas companheiras da equipe. Aqui diz todas as informações sobre a Final. Recomendo que você leia também. Será que podia fazer isso por mim? – perguntou carinhosamente. E eu nada respondi, simplesmente peguei os papéis de sua mão assentindo.

– Obrigada Drew. Vemos-nos depois então. – disse guiando-me para a porta. E eu estava do lado de fora novamente. Revirei os olhos e dei uma lida no tal papel ali mesmo. E por incrível que pareça a final seria aqui mesmo. Em Paris. Eu continuaria lendo o papel se meus pensamentos não fossem distraídos pela voz que me chamava. A voz que eu tanto amava, mas eu não esperava mais nada.

Era Nicolas.

– Drew! – ele disse saindo do refeitório. Parecia apressado. Ele estava com olheiras também e com os cabelos bagunçados. Eu não entendia a sua expressão. Eu não entendia por que ele estava tão ansioso. Talvez porque Claire tivesse reatado com ele.

Lógico, deve ser isso. Pensei.

Eu olhei para ele e vi que ele estava vindo em minha direção, mas eu simplesmente saí correndo atrás do elevador. Mas para o meu azar, o elevador não chegava, fazendo-me pensar que teria que correr pelas escadas. Quando vi que ele estava se aproximando, subi os degraus rapidamente e quando tocava a maçaneta de meu aposento, algo havia me puxado.

Algo que se chamava: Nicolas.

– Me solta. – eu pedia, enquanto lágrimas estavam brotando de meus olhos.

– Não vou soltar até você me dizer por que correu de mim. – ele disse parecendo entristecido. E para a sua surpresa eu ri forçadamente.

– Você ainda tem a coragem de me perguntar isso... Depois de ter me deixado lá sozinha para ir atrás... Dela. – esforcei-me para dizer a frase.

– Não é o que você está pensando. – ele disse tentando me acalmar.

– Não. É pior do que eu pensava. Mas não se preocupe, eu não vou mais atrapalhar o namoro de vocês. Que vocês sejam felizes, até porque os dois se merecem. – eu disse soltando o meu pulso de sua mão furiosamente e abrindo a porta, que foi impedida de ser fechada pelo seu pé.

– Se você parar de se comportar como uma criança e me escutar, talvez você mude de ideia. – ele falou em tom alto.

– É. Sou uma criança, ainda mais pela minha ingenuidade de ter confiado em você. –cuspi as palavras na sua cara. – Achei que tudo que passamos tivesse algum valor para você. Pensei que... Aquele beijo tinha sido especial. – disse mais calma enquanto encarava o chão, mas logo a minha face furiosa voltava a aparecer junto com as minhas lágrimas. – Mas acho que você me enganou direitinho. – e tentei fechar a porta, mas ela foi impedida novamente por ele.

– Drew... Eu não... – ele tentava, mas eu o interrompi.

– Vá embora! Esqueça que eu exista! Você já causou sofrimento demais! Vá embora. – eu soluçava.

E então ele, simplesmente, largou a porta e obedeceu ao meu pedido, saindo furiosamente de perto de mim.


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Notas finais do capítulo

Sad :(
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