Um toque francês escrita por lufelton


Capítulo 11
Capítulo 11- Descoberta Infalível


Notas iniciais do capítulo

Para aqueles que estão acompanhando, desculpem-me pela demora!
Estou tendo muitas provas para fazer, mas juro que isso acabará em breve :)
Talvez alguns irão se decepcionar com esse capítulo, pois particularmente está chatinho e sem graça, mas não deixa de ser importante! Porque ao longo da história, todos os detalhes contarão.
Beijos



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–Olha só o que você fez! Parece até que estou toda machucada. – esfregava com força os meus braços tentando, de algum modo, disfarçar as manchas que permaneciam ali.

– Se você continuar esfregando, ficará pior ainda. E você quem começou. – ele não parava de mexer nos cabelos. Tentava tirar alguns restos de tinta que não foram capazes de irem para o fundo do ralo em seu banho.

Mostrei-me indiferente. Afinal, ele quem havia começado. Na realidade, não importa. Se continuasse a contradizê-lo, ele iria insistir em por a culpa em mim e continuaríamos discutindo. Sim, é estranho, pois por um momento, ríamos como dois idiotas e depois ignorávamos um ao outro. Então, deixe-me explicar melhor: quando finalmente nos encontramos na frente do lugar marcado, olhamos um para o outro, tentando decidir com os próprios olhos qual dos dois estava mais laranja, azul escuro e violeta ao mesmo tempo. E lógico que estaríamos preocupados com isso, pois em nenhum momento eu havia citado em pintar a nós mesmos.

Mas o ser humano é um ser inimaginável, não é?

– Ei, Morin! Drew! – era Desi chamando ao longo do corredor. Ambos ficamos paralisados, pois também não constava em meus planos que Desireé se livraria de sua tristeza tão cedo por hoje... E, muito menos, estaria novamente acompanhada com Edmound.

– Uau. Por que vocês estão molhados? E o que é isso no seu braço?- dizia Desi, apontando para o meu braço.

– Hã... Nada. – pus as duas mãos atrás de minhas costas. Senti um leve chute de Morin em minha perna, tentando assinalar de que eu não sabia disfarçar. - Puxa, já vai começar a aula, não é? É melhor irmos. – disse, arrancando as caras confusas de Desi e Ed.

Deixamos os dois irem à frente. Na verdade, eles não estavam nem um pouco interessados em saber a razão de estarmos molhados, pois agora os dois estavam ocupados demais com os sorrisinhos e brincadeiras românticas que depois daquele péssimo café da manhã haviam ressurgido. O que deu a oportunidade para Morin suspirar de alívio e se dirigir a mim.

– Não conte nada a eles. Quero dizer, Desi é amiga de Claire. – ele cochichava. Tudo bem, eu entendi. Não irei atrapalhar o seu namoro com Claire, pensei.

Ao entrarmos na sala, fiz de conta que Morin não existia. Afinal, o que ele pensa em fazer agora? Ignorar-me, pois sua namoradinha não gosta que ele tenha amigas? Bem, querido, isso não funciona comigo. Sentei-me rapidamente ao lado de Desi, não dando oportunidade para Ed e Morin escolherem seus respectivos lugares. Então, os dois sentaram atrás de nós.

O professor havia entrado, mas todos continuavam conversando como se apenas uma mosca insignificante tivesse entrado pelas abas da janela. Imediatamente, o tal professor botou sua maleta em cima da mesa, pegou o seu apagador e deu quatro fortes batidas no quadro negro, fazendo todos ficarem quietos e apavorados.

–Assim está melhor. – o professor sorria de satisfação. – A maioria desta sala me conhece, mas vejo que há novas faces misturadas por aqui. – examinou. – Portanto, para quem não sabe, meu nome é William Packen e sou responsável para dar a vocês a adorável matéria de química. Sim, eu sei que vocês amam. – ele acrescentou ao notar murmúrios de lamentação. – Mas não se preocupem, tenho esperanças de que o desastre será menor esse ano, pois irei dividir cada um de vocês em duplas, conforme a minha análise, e vocês irão fazer deveres, provas e trabalhos com a sua determinada dupla. Fui claro? Não? Não me interessa, separarei as duplas agora. – ele disse, pegando a lista de alunos e observando aqueles que se sentavam mais a frente.

– Eu o adoro. É o melhor professor! – Desireé ressaltou empolgada. – Pena que sua matéria é tão chata.

– Concordo plenamente. Não haveria problema se ele se encaminhasse de dar algumas aulas de francês para nós. Seria engraçado. – Edmound argumentou.

– A química não me incomoda, na verdade, eu adoro praticá-la. – disse, observando os olhares de desaprovação de Desi e Ed, menos de Morin.

– Eu também não me incomodo. – defendeu-me Morin. E eu o retribui com um sorriso. A raiva definitivamente havia passado, pensei.

– Vocês são loucos. Completamente, pirados – caçoou Desi.

O professor nos mirava com seus grandes olhos castanhos, cobertos por um óculos maior do que qualquer um que eu já tenha visto. Ele caminhava lentamente até a nossa classe, anotando algumas coisas em sua caderneta.

– Você tem algum lápis aí? – Morin espichou-se em minha classe de repente, tentando procurar algum meio de escrita em meu pequeno estojo.

– Tenho, mas por que você quer? Ele nem anotou nada ainda. – disse confusa.

– Vejo que o senhor Morin se dará melhor com a aluna nova. Desireé e Edmound poderão ficar juntos, mas tentem não confundir minha matéria com a química do amor, tudo bem? – disse, indo para a classe logo atrás.

– Agora sim! Estou literalmente rodada em química. – disse Desireé, trocando de lugar com Morin.

– Não diga besteira, Desi! Posso lhe ajudar, se quiser. – tentei acalmá-la.

– Ei, preocupe-se com a sua dupla. Eu disse que gostava de química, não que eu era bom na matéria. - advertiu-me Morin.

– Vejam só... O escocês vai mal em química. – brinquei.

– Inglesa metida. – ele riu.

– Escocês babaca. – eu retribuí.

O resto da aula foi assim. Mais algumas implicâncias, risadas e conversas enquanto o professor passava o conteúdo de Reações Químicas no quadro, o qual eu já havia aprendido na Inglaterra. Perfeito, pensei.

– Finalizamos por aqui hoje. –disse o professor Packen, ao guardar seu giz no estojo.

– Juro que tentei entender, Desi... Mas para mim nada disso faz sentido. – resmungou Edmound.

– Tudo bem, deixa para lá. Eu estudo ao sair do treino. – desapontou-se Desi.

– Treino? Qual treino? – perguntei.

– É... A dança é minha atividade extra desde o ano passado, mas as gurias não são tão boas, passam a maioria do tempo brigando do que dançando. Por isso nunca conseguimos nos classificar. –explicou-me Desi, que demonstrava chateação.

– Jura? Quero dizer... Vocês representam a França? Mas pelo menos viram o campeonato em Los Angeles ano passado? – perguntei lhe, enquanto saímos da sala com os meninos logo atrás.

– Sim, representamos a França. E, bem... Assistimos sim, por quê? Você parece estar ligada no assunto. – impressionou-se Desi.

–Na verdade, eu devo me manter ligada, pois eu fazia parte da equipe da Inglaterra ano passado. Sabe como é... Tínhamos sempre que estar atentas aos resultados. – expliquei com simplicidade.

Como se estar na equipe da Inglaterra fosse algo tão fácil quanto bater palmas. E, talvez eu não tenha sido a única a pensar desse jeito. Desireé parou imediatamente e começou a me encarar, como se estivesse tentando reconhecer alguém e, quando alcançou seu objetivo as reações vieram à tona.

– Meu Deus! Meu Deusinho! Você é a Drew Kimberley! Como não me toquei? Eu sabia que te conhecia de algum lugar! A propósito Ed, você está me devendo 2 euros, sabia que ganharia essa aposta! Caramba, o que você está fazendo aqui? E, minha nossa... Que honra te conhecer! – dizia Desireé, balançando-me com os dois braços.

– Cuidado, Desi. Assim você vai matá-la. – alertou-a Morin.

– Você, cale a boca. – apontou o dedo para Morin. Fazendo todos nós rirmos.

– Legal da sua parte, Desi. – eu sorri. – E... Bem, minha mãe me mandou para cá para completar os estudos, cursar a faculdade e dançar também. – disse, demonstrando desânimo.

– Nossa! Que mudança... Mas, enfim, vou te apresentar para todas as meninas da equipe e assim talvez você se sinta mais a vontade. – disse, tentando me animar. - O treino começará depois do almoço! Pode ir comigo, se quiser...

– Desi, eu ainda não sou a Angelina Jolie! Sou a novata, lembra? É claro que irei com você. – ela sorriu como resposta.

– Essa conversa está muito legal, mas estamos morrendo de fome. Não é, Morin? Morin? – Edmound virava-se para todos os lados a procura de Morin. Nem um de nós sabia onde ele estava.

Até que eu o avistei.

Ele estava falando no telefone e parecia estar sério e irritado, como se estivesse discutindo com alguém. Ed e Desi já haviam-no avistado também e olhavam um para o outro quando viram sua expressão. Sem entender, tentei me inclinar um pouco para frente para escutar a conversa.

– Que droga! Eu já disse que não posso falar agora, tenho aula. Depois eu ligo para você, tchau. – e desligou o telefone, botando o no bolso e virando-se lentamente ao perceber que estávamos prestando atenção em sua discussão com a pessoa desconhecida.

– Bem... O que acham de almoçarmos no Mc Donald’s? Não fica muito longe daqui. – sugeriu Desi.

– Para mim está ótimo. – apressou-se a dizer Ed.

– Menino mal educado, não percebeu que a nossa opinião não é a única que conta?- disse Desi. - O que acham? Querem ir? – perguntou.

– Podem ir sem mim, não estou com fome. A gente se fala depois. – Morin olhou para mim com uma expressão séria e saiu. O que tinha acontecido?

– Toda noite é a mesma coisa. – reclamou Ed.

– Eles estão discutindo todos os dias agora? – perguntou Desi.

Como assim?

Quem são eles?

– Quem? Com quem ele está discutindo? – perguntei.

– Claire. – respondeu-me Desi.

Espera aí.

Por acaso,

Morin e Claire estavam terminando?



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