Do meio das árvores Adam apareceu, seus longos cabelos loiros respingados de sangue. Ele vinha arrastando um homem, com os lábios vermelhos do próprio sangue, pela gola da camisa e na outra mão carregava um arco que aparentemente não lhe pertencia. Ele jogou o homem cambaleante aos pés de Graham.

- O encontrei tentando fugir, majestade. - Adam disse caminhando até Regina.

- Onde esta a garota? - Graham perguntou puxando-o para cima, forçando-o a ficar de joelhos.

- Eu não sei, fui contratado para distrair os guardas da rainha, não sei...  -A voz do homem tremia sobre a presença da rainha.

- Where is she? - Ela gritou virando para o homem de joelhos no chão. - Onde? - Seu rosto era uma mascara de fúria. Ela virou a mão na direção dele e lentamente foi fechando até estar em punho.

- Eu não sei! O homem disse desesperadamente. - ele parecia não conseguir respirar, seu rosto estava vermelho, as veias saltadas. Ele passava a mão desesperado pelo pescoço tentando se livrar de algo que não estava verdadeiramente lá.

- Majestade... - Graham tocou seu braço.

Regina não agia pela razão, ela se deixava levar pelas emoções, sempre fora assim. Ela se desvencilhou do toque dele sem quebrar o contato visual com o homem, seu rosto contorcido de raiva.

- Regina! - Dessa vez Graham a puxara, obrigando-a a virar para ele. - Você vai mata-lo - ela lutava para se desvencilhar dele, mas dessa vez ele a segurava com força, quase dolorosamente. - Se matar ele vai arruinar tudo. - Ele tinha a voz baixa, urgente. Regina parou de lutar com ele, mas ele não a soltara. - Amarre-o e leve-o para o palácio - ordenou a Adam, mas este não se moveu.

Ele olhava para Regina, seu olhar dizia claramente que não obedeceria a ele.

Graham a soltou, Regina esfregou os braços doloridos e lançou um olhar perigoso para Graham. Ela olhou para o homem no chão que tinha acabado de recuperar o fôlego e agora olhava com medo para Regina.

- Esta esquecendo seu lugar, caçador! - Falou, a voz rouca e perigosa. - E você? - Disse virando-se para Adam. - Não ouviu? Faça!

A surpresa invadiu o rosto dele por um instante, mas só um instante. Ele lançou um olhara raivoso para Graham antes de seguir as ordens.

- Eu não posso perdê-la! - Ela disse depois de um momento, quando Adam saiu, sua voz tremia, seus olhos estavam vermelhos. Regina tentava com todas as suas forças conter as lagrimas. -  Ela é tudo para mim!

Ela virou as costas para ir embora, mas Graham pegou seu braço, Regina virou novamente e olhou para mão dele em seu braço com um olhar desafiador.

- Você não vai perde-la!  -Regina tentou manter-se fria ao olhar nos olhos dele. - Aquela garotinha é importante para mim também, eu vou trazê-la de volta!

Ela engoliu o choro, rangeu os dentes e levantou a cabeça, era a rainha de novo.

- Traga-a de volta! - Disse libertando seu braço.

***

Regina passou os dedos pelos cabelos do Xerife, trazendo-o para si em um beijo preguiçoso.

A garrafa de vinho, quase vazia, repousava sobre a mesinha próxima ao sofá onde estavam. Os dois tinham passado mais de uma hora e meia conversando dobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada em meio a taças e mais taças de vinho.

Graham puxou-a pelas pernas deitando-a no sofá e, sem quebrar o beijo, deitou-se sobre ela. Suas mãos corriam pelas pernas dela, sob sua camisola... Regina agilmente desabotoava sua camisa, seguido por seu cinto, enquanto ele traçava beijos quentes por seu pescoço, por seus ombros, descendo a alça de sua camisola...

As palavras de Gold voltaram a cabeça dela "Esse... Sentimento pode ser perigoso."

 - Graham... - Ela o parou, com a mão em seus lábios para impedir que avançasse até os seus outra vez. - Henry esta dormindo, se ele acordar e vir isso...

- Yeah... - Ele disse sentando-se novamente. - Yeah... Desculpe.

- Pelo que? - Regina riu sentando-se em seu colo, de frente para ele, ela passou a mão por seus cabelos e o beijou provocadoramente mais uma vez antes de levantar e pegar sua mão e, levando-o escada a cima.

Não se deixaria amedrontar

***

Passava um pouco da meia-noite quando ele adentrou os aposentos da rainha.

Regina estava com os braços cruzados sobre o peito, a cabeça encostada nas portas de vidro que levavam a sacada. Seus cabelos negros estavam soltos e caiam graciosamente sobre os ombros cobertos pela camisola vermelha escuro, seus olhos voltados para fora, tão pedida em pensamentos que nem o viu entrar.

- Regina - Graham a chamou, tirando-a de seus devaneios quando ele passou os braços em torno a sua cintura. - Como você esta?

- Bem - Foi só o que disse. Regina repousou a cabeça na curva do pescoço dele, que a abraçou por trás.

Eles ficaram assim por um tempo, ambos perdidos em seus pensamentos, ambos preocupados com o que seria de Lucy.

- Você sabe que vamos encontrar ela.- Graham falou depois de um tempo.

- Yeah. - Ela respondeu ficando tensa, antes de sair de seus braços e virar para ele.

Ela não queria ser consolada. Não hoje. Graham já a tinha visto em tal estado de desespero como nenhum outro jamais sonhara que a rainha fosse capaz de chegar.

Mas não essa noite. Não, ele já havia visto mais dela do que ela estava disposta a dividir. Esta noite ela não se daria ao luxo de quebrar e ser consolada.

Ela deu um passo na direção dele, ficando a centímetros de seu rosto, o olhar duro, faminto quando roçou os lábios nos dele e mordeu levemente seu lábio inferior antes de beijá-lo ferozmente.

Ele a empurrou contra as portas de vidro, as mãos firmes em sua cintura.

Graham era tudo em momentos como esse, mas não era gentil. Seus beijos sempre foram famintos, selvagens, como ele próprio era, e Regina adorava isso, sempre adorara isso no caçador.

Regina sabia que ele podia odiá-la por prendê-lo aqui, mas não resistia a ela, desejava tocar seu corpo, beijar seus deliciosos lábios... Ele era seu dócil bichinho de estimação até certo ponto, mas agora, quando ela mais precisava, ele mostrava o lobo que realmente fora criado para ser.

Ela podia sentir tudo isso quando ele a beijava, porém avia algo mais. Preocupação? Amor? Talvez as duas coisas?

Ela aprofundou o beijo, ela não queria pensar, ela queria esquecer pelo menos por um momento, o desastre ambulante que sua vida era. Ela não tinha nem um momento de paz. Quando problema era resolvido outro aparecia.Graham era a solução nesse momento.

Ele já estava acostumado com o fato de ela afogar seus problemas com sexo, não que ele se importasse, pelo contrário. Nesse momento, era tudo o que ela precisava e ele daria a ela.

***

Regina acordou com a luz invadindo seu quarto, ela olhou para o lado. O relógio marcava 07:00 am, Graham a muito já havia ido. Relutante, ela levantou da cama... Sua cabeça latejava, havia bebido de mais...

Ela foi ao quarto de Henry, mas o garoto já estava de pé. Ela vestiu-se correndo e pegou Henry para tomar o café da manhã no granny’s.

Assim que a prefeita passou pela porta com Henry, todos os olhos se voltaram para ela.

Regina usava uma calsa jeans, para a surpresa de todos, uma blusa preta, botas e óculos escuros.

– Bom dia prefeita. Henry. – Graham disse desviando a atenção da conversa com a mulher ruiva sentada a sua frente.

– Ela respondeu com um aceno de cabeça enquanto ia para o balcão.

– Bom dia, o que vão querer hoje? - Perguntou Ruby desanimada.

– O de sempre, dear.

–Waffle - Hanry disse examinando a garota.

– Um expresso, por favor Ruby. - Disse Kate aparecendo ao lado de Henry. - Bom dia! - Ela examinou Regina da cabeça aos pés e levantar uma sobrancelha. - Visual novo?

Regina deu um meio sorriso para a garota, mas não respondeu.

– Bom dia Kate.

– Ok, entendi. Nada de mexer com a prefeita hoje. - Ela riu para Regina e fez a volta para lhe dar um beijo na bochecha quando Ruby chegou com seu café. - Coloque na conta do Graham. - Disse para Ruby. - Estou atrasada! - Com isso ela pegou o café e foi a passos largos para saída, bagunçando o cabelo de Henry e acenando para o irmão no caminho.

– Você esta bem, Ruby? - Henry perguntou. - Você parece... Não sei...

Regina seguiu o olhar da garota que era voltado para a ruiva sentada com Graham. Regina revirou os olhos com a cena e voltou-se novamente para o balcão.

– Esta tudo bem, eu só... Eu não gosto dela! - Ela ainda encarava a garota, seu olhar um misto de raiva e ciúmes.

– Então somos duas, querida! - Regina murmurou para si mesma, mas ainda sim Henry pode ouvir, o que fez com que ganhasse um olhar interrogatório do filho.