Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 48
Capítulo 48 - TRÊS PRESENTES




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PDV – JACOB



Tudo tinha acontecido muito depressa. Eu levava Nessie o mais rápido que minhas pernas conseguiram me levar. Mas ainda tinha que ter calma para não machuca-la .Toda a família já estava à postos, preparados para receber Nessie. Deitei ela na cama com todo o cuidado. Esme me olhou estranho, me estendendo uma bermuda. Fiquei tão desesperado em correr com ela para a mansão, que nem me dei conta que ainda estava de cueca box. Vesti rapidamente, sem desviar minha atenção de Nessie. Afinal, aquela família já estava mais que acostumada a me ver quase nú, de tantas vezes que eu me transformava em lobo.


Minhas mãos estavam sendo esmagadas pelas mãos de Nessie. Mas eu não tinha percebido dois dedos já quebrados, quando ela afrouxou a mão, desmaiando inconsciente. Olhei desesperado para ela. Mas podia ouvir sua mente. Estávamos conectados. Ela pediu gelo, e eu esfreguei em sua boca. Ela ouvia tudo que se passava. Estávamos ligados por algum elo mental, mas ela não me ouvia. Somente eu a ela. Ouvi o choro do meu filho. Um lindo menino! Muito grande para parecer um recém-nascido. Carlisle sorriu e me entregou ele nos braços. Eu olhava abobado para aquele menino com seus olhos já abertos me encarando, como se soubesse exatamente quem eu era. Olhei para minha Nessie. Ela estava sofrendo em dores e sua pele ardia em febre. Meu filho parou de chorar assim que Carlisle colocou ele em meus braços. Muito pesado para um bebê. Seus cabelos de um castanho quase negros, eram a mistura dos meus com os de Nessie. Mas seus olhos eram os meus olhos. Sua pele morena como a minha. Um Quileute! Seu sangue quente, parecia até mais quente que o meu. Rose pegou ele com cuidado dos meus braços.

– Me de ele, Jacob! Vou lavá-lo.

Estranhei meu nome saindo da boca da loira, mas estava preocupado com Nessie, que ainda estava desacordada. Edward ligava um aparelho nela, que já acompanhavam seus batimentos cardíacos. Estavam acelerados! Eu sabia, podia ouvi-los, mas estavam se estabelecendo. Ainda ouvia a mente dela. Ela ardia em febre. Se sentia seca. Molhei novamente seus lábios com gelo, que derretia rápido demais. Novas dores e outro menino nasceu. Este era do tamanho normal de um recém-nascido. Branquinho como Nessie e tinha os cabelos de Edward. Mas seus olhos eram os de Nessie. Ele chorava e Esme o amparou carinhosamente, trazendo-o para mim. Peguei meu filho no colo e ele sorriu, como me reconhecendo. Era lindo! Também perfeito, como Nessie. Esme o pegou de novo, levando-o. Mas faltava outro. Olhei preocupado para Carlisle e ele não sorria. Cortou o cordão umbilical, mas o bebê em suas mãos não chorava. Era muito pequeno. Parecia prematuro. Ele estava estranhamente quieto. Era uma menina! Pude ver quando Edward a pegou. Eu segui com ele até uma mesa. A criança não se movia, mas eu ouvia sua respiração fraca. O seu pequeno coração batia. Mas por que ela não chorava como os outros, e não abria os olhos? Edward a examinava, colocando um tubo estranho por sua garganta. Aquilo estava me deixando nervoso e ele me olhou.

– É melhor sair daqui, Jacob.

Me afastei. Eu estava assustado demais. Só ia atrapalha-lo. Voltei até Nessie. Bella ainda tentava fazer seu corpo voltar a temperatura normal com seus toques, e ela parecia dormir tranquila. Agora não ouvia mais sua mente. Toquei suas mãos, e ela me deu um leve aperto. Sorri, me aproximando de seu ouvido.

– Acorde, meu amor! Seus filhos nasceram. São perfeitos como você, minha vida.

Notei um singelo sorriso brotar em seu rosto, mas ela não despertou. Neste mesmo instante, uma forte dor de cabeça me fez quase cair no chão. Olhei ao redor. Ninguém parecia ter notado isso. Olhei para Edward, e ele me olhou. Parecia que ele estava cego, olhando o bebê no seus braços, que agora o encarava com olhos abertos e vivos, mas ainda não chorava.

– JACOB, PEGUE-A!!! EU NÃO VOU AGUENTAR MAIS TEMPO!!!

Edward gritou, com minha filha ainda nos braços. Eu a peguei puxando-a para mim. Ele caiu pra trás, com um estrondo, como se alguém o estivesse empurrado. Olhei minha filha, que era muito pequena, quase do tamanho da minha mão. Ela me olhava com seus olhos vivos, de um verde absoluto. Seus cabelos negros, como os meus. Sua pele era a mistura exata da minha com a de Nessie. Imediatamente a dor de cabeça passou, e Edward já se levantava assustado.

– Você sentiu isso Jacob? Ela tem um poder mental muito forte. Ela me empurrou com a força de sua mente.

Olhei assustado para minha criança, que me olhava com olhar curioso. Falei sem saber se ela podia me entender.

– Não faça isso, filha! Não pode fazer isso com as pessoas, amor.

– Essa não, Jacob! A pobrezinha só se assustou com o vovô, que a perturbava colocando coisas em sua garganta. Ela mal nasceu, e você já está brigando com minha afilhada. Me dê ela agora mesmo, Jacob!!!


Alice entrou, tirando minha filha dos meus braços. Me assustei quando ela ainda me olhava com seus olhos profundamente verdes, mas já se aninhava nos braços de Alice.

Fiquei ao lado de Nessie, acompanhando cada batida de seu coração, velando seu sono, preocupado e assustado com o fato dela não despertar. Carlisle desligava o equipamento que acompanhava seus batimentos e tirava dela o sangue e o soro.


– Ela está estável, Jacob. Vamos coloca-la no quarto dela, lá em cima.

Pequei Nessie com cuidado. Levei-a ao seu antigo quarto na mansão. Esme tinha preparado tudo. Bella trazia toalhas e roupas limpas para trocar Nessie. Elas me expulsaram do quarto, mesmo com meus protestos para ficar ao lado dela.

– Saia, Jake! Vamos limpa-la e arruma-la. Vá lá pra baixo. Fique com seus filhos.


Bella bateu a porta na minha cara, me deixando sem opção. Bufei contrariado, descendo para o andar onde estavam meus filhos. Alice e Rosali. Sim! Rosali. Eu sei o nome dela. Já que ela me deu uma trégua, vou fazer o mesmo por ela. Nada de provocações. Eu nem poderia mais provocá-la. Ela embalava meu filho com todo cuidado, dando algo que pelo cheiro parecia ser leite. Fiquei intrigado, se ele beberia. Me aproximei e ele agarrava a mamadeira com suas mãozinhas, grandes demais para um bebê. Sorri ao vê-lo devorar em algumas sugadas, toda a mamadeira. Rose o ninava em seu ombro e eu alcansei suas pequenas mãos. Ele agarrou firme em meus dedos. Ele é forte!

– Você é meu bebê gigante, garoto.

Ele sorriu, mostrando seu dentes perfeitos de leite. Ele reconhecia minha voz.

Alice segurava minha menina, sorrindo e cantando para ela. Pedi para segurá-la nos braços e ela me estendeu minha menininha, que é a coisinha mais perfeita do mundo, depois da Nessie. Ela já estava toda arrumada, com seus cabelinhos enrolados em cachinhos. Sorri como um idiota para ela, e ela me tocou, me mostrando imagens. Era eu mesmo a olhando assustado e Edward. Ela tem o mesmo dom de Nessie, mas é mais claro. Nítido como o dia. Seus olhos, vivos demais para um bebê tão pequeno, são como duas pedras jades, que estam atentos a tudo. Edward disse que ela tinha me provocado a dor de cabeça, mas eu não entendi por que ela derrubou Edward. Por que ele a estava incomodando. Mas por que me causar dor? Ela ainda me tocava com suas minúsculas mãozinhas. Mas ela não falava. Nem mesmo chorava. Nenhum som. Só imagens. Ela é...

– Não sabemos, Jacob! Acho que ainda é cedo para dizer se é isso, ou se ela simplesmente não sente necessidade de se comunicar de outra maneira.

Edward respondia a minha dúvida. Olhava preocupado para minha pequenina.

– Jacob acha que ela é muda.

Edward esclarecia a todos na sala. Eu só conseguia olhar minha menina, que continuava a me mostrar imagens. Era Nessie, ou o que ela achava que era Nessie. Ela reproduzia até mesmo a voz dela na minha mente. Eu estava encantado. Ela não entendia as palavras, nem seus significados. Mas lembrava da voz minha de Nessie e a de... Seth??? Enrijeci o corpo, enquanto ela continuava a passar na minha mente, a voz de Seth. Ela insistia com frases que ele tinha dito à Nessie, quando ela ainda estava em seu ventre. Alice percebeu minha confusão e a pegou do meu colo, rindo da minha cara de babaca.

– Seu pai ainda não entende o quanto você é especial, amor. Vamos dar um tempo, antes que ele pire de vez.

Esme veio trazendo meu outro filho. Ele não é tão grande, nem tão pequeno. Parece normal! Um lindo menino, branquinho como Nessie. Seus cabelos são de Edwad, não tinha como negar. Ele tem um olhar inteligente e me olhava com atenção. É o menos quente. Na mesma temperatura de Nessie.

– Qual o nome dos pestinhas, papai?

Olhei Emmet, que babava com Rose, meu outro filho.

– Eu não sei! não tivemos tempo pra isso.

Esme tomou meu filho dos meus braços, com uma mamadeira na mão. Me assustei, quando vi que era sangue. Ela me respondeu de forma tranquila.

– Calma, Jacob! Vamos tentar o leite novamente, mas ele não pareceu gostar muito. Vamos ver se bebe sangue. Depois tentamos o leite de novo. Lembre-se que Nessie também era assim.

– Temos que chamá-los de alguma coisa. Que tal mostrino gigante, monstrinha miúda e monstrinho normal?

Rosali fez um favor pra mim, quando deu um belo safanão na cabeça do Emmett. Ele realmente não tem noção. A cabeça dele foi pra frente com o empurrão, e ele olhava para ela, como sem entender o porquê disso. Peguei novamente minha menina dos braços de Alice, que fez um bico de revolta. Ela se sentou ao lado de Jasper, cruzando as pernas, fingindo estar zangada. Levantei minha pequenina no alto, a olhando nos olhos. É hipnotizante olhar para aqueles olhos verdes. São muito lindos! Eu via a mim mesmo fazendo isso. Ela me via e colocava imagens minhas, como ela me via na minha mente. Fazia isso segurando meu dedo indicador. Depois, vi Alice e a voz de Nessie de novo.

– Eu acho que ela está perguntando, do jeito dela onde está Nessie.

– Ela não pára de fazer isso.

Alice disse, se aproximando. Olhou minha filha e disse de forma gentil.

– Você que ver sua mamãe? Não é isso pequenina? Mamãe?

A palavra mamãe ficou martelando na minha mente e Alice ria, confirmando que na dela também.

– Sim é a mamãe que ela quer.

Alice disse, roubando mais uma vez minha pequenina de mim. Mas não tinha problema. Já fui roubando o meu grande guerreiro Quileute de Rose. Levantei ele no alto, como se ele fosse voar. Seus olhos brilharam em contentamento. Ele gostou de se sentir flutuando.

– E aí, garoto? Vamos ver a mamãe? Vamos conhece-la?

Ele riu, mostrando lindas covinhas no canto da boca. Eu as reconheci! Era o sorriso de minha mãe. Senti um aperto no peito, e sem conseguir explicar, o apertei de encontro a mim. Ele não reclamou. Nem mesmo parecia se incomodar com meu gesto brusco. Ouvia seu coração! Eram batidas fortes e rápidas. Era ele, o menino que eu não conseguia pegar. O que corria de mim muito rápido pelos campos.

– Não

Gritei pra mim mesmo, e Edward já estava ao meu lado. Tocou meu ombro e nos olhamos em entendimento. Ele viu na minha mente. Ele sabia, mas não disse nada. Pegou meu filho, o aninhando no braço.

– Vamos, Jake! Bella está chamando para ficar com Nessie.

Respirei fundo só de ouvir o nome dela. Meu coração já se acalmava. Subi a escada de dois em dois degraus, chegando até o quarto de Nessie. Ela ainda dormia tranquilamente, mas já estava limpa e perfumada como um anjo. Bella sorriu com minha expressão de veneração, quando a olhava dormindo, e saiu do quarto, me deixando sozinho com minha vida. Deitei ao seu lado, segurando suas mãos e comecei a falar como um idiota para ela, que ainda estava obviamente dormindo. Contava cada detalhe que ela tinha perdido na inconsciência. De como o nosso primeiro filho era grande e tinha cabelos que eram a mistura dos meus com os dela. De como ele era o maior bebê que eu já tinha visto. Falei de nosso segundo filho. De como sua pele era branquinha como a dela, e de seu olhar de chocolate como o dela. De seu ar inteligente e o cabelo que era como o de Edward. Falei de nossa caçulinha. De como ela era perfeita e especial, e já chamava por ela. Abaixei a cabeça em seu pescoço, sentindo seu perfume e continuei a falar como um idiota.

– E é por isso amor, que você tem que acordar logo. Eles querem vê-la, meu bem. Precisamos escolher seus nomes. Seu tio sem noção já está botando apelidos neles…

– Então, por que você ainda não os trouxe pra mim, Jake???

Levei um susto quando levantei o rosto e vi Nessie me olhando com seus olhos de chocolates, e um brilho intenso mergulhado neles. Meus diamantes perdidos no mar de chocolate. Beijei sua boca com vontade e ele ria no meio do beijo.

– Agora não, Jake. Quero ver meus filhos. Traga-os pra mim, amor!

Pulei da cama, abrindo a porta. Mas eles já traziam meus pequenos. Nessie tentava se sentar na cama e eu corri para ajudá-la a sentar, arrumando seus travesseiros. Ela sorria, com lágrimas nos olhos, sem saber qual pegar primeiro. Ri da sua indecisão.

– Fique calma, amor. Eu os coloco todos no seu colo. Calma!

Ela se endireitou e eu peguei um à um, começando pelo meu guereiro, que ela olhava sem acreditar.

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PDV – NESSIE

Jake me estendia aquele menino, e eu me perguntava quanto tempo fiquei dormindo. Ele deve ter dias. Não era um recém-nascido. Ele sorria lindamente pra mim, quando outro vinha para meu colo. Era menor! É tão lindo também! Eles se aninhavam no meu colo. Eu os uni para que não caissem do meu colo. Eles pareciam se encaixar. Jake colocou a menina no meio, como se os meninos a tivessem protegendo. Sentou ao meu lado, e vi quando minha família foi saindo um à um, discretamente. Nos deixando sozinhos. Eramos dois babões, admirando nossos filhos perfeitos, que também nos olhavam, como se nos reconhecendo.

– Eles são lindos, Jake. São perfeitos!

Deitei eles na cama, entre eu e Jake, e desembrulhei eles de suas mantinhas, como se tivesse abrindo presentes. Porque é o que eles são. Presentes pra mim e Jake. Jake não entendeu meu gesto. Eu os desembrulhei um à um, verificando cada pedacinho de seus corpinhos. Cheirei-os da cabeça aos pézinhos. Eles riam quando eu fazia isso e meus cabelos brincavam em seu rostinhos. Continuava com meu exame, vendo cada sinal. Gravando cada detalhe deles.

– Nessie, o que você está fazendo, exatamente? Só pra eu poder entender e não ficar pensando maluquice.

Ri da cara de Jacob. Ele me olhava confuso.

– Quero gravá-los, Jake. Serei capaz de reconhece-los em qualquer lugar. Sentirei sua presença, mesmo eles estando a metros de distância. Olhe! Não sente? Cada um deles já tem um cheiro. Mesmo ainda estando muito misturado com o meu. Pode sentir, Jake?

– Não, Nessie. Ainda não! Pra mim, cheiram como você. A flores, e talvez floresta. Não sei ainda.

– Pois eu sim! Mesmo antes dos seus nomes, eu os conheço e saberei encontrá-los em qualquer lugar que estejam.

Jake beijou minha testa.

– Não pense nisso agora, amor. Não agora! Vamos! Temos que dar nomes a eles.

Sorri para ele. Eu já tinha os nomes na minha cabeça, mas não tinha dito isso para Jake. Não sabia se ele concordaria, mas...

– Já sei seus nomes.

– Por que eu não estou surpreso com isso?

Ele disse, fingindo estar aborrecido. Eu beijei sua bochecha e ele desfez a falsa cara de emburrado.

– Quais são então, Renesmee?

– Bem! Como eu já sabia que teriamos uma pequena menininha, eu dei a ela o nome de sua mãe, meu amor. Sarah! Nossa pequenina Sarah! Os olhos de Jake brilharam emocionados.

– Eu não sabia que teríamos uma cópia do senhor Edward Cullen, mas já pensava em homenagear de alguma forma. Então, este é nosso pequeno e muito inteligente, pode se notar. É Edmond! Para os amigos apenas Ed.

Jake ria como eu ia apresentando os nomes dos nossos filhos, fazendo uma pequena reverência a eles, que só sorriam de volta, sem provavelmente entender nada.

– E para o nosso grande rapaz. Aquele que será o futuro alpha. O nome que vai ter que honrar com muito orgulho, pois é a mistura de dois homens muito importantes para seu povo. Jason Billy, ou JB para os amigos e parentes.

Sorri abertamente, pegando meu bebê lindo no colo. Ele colocava as mãozinhas no meu rosto e eu as beijava. Olhei para Jake, e vi uma sombra em seu olhar, mesmo com o sorriso nos lábios.

– Que foi, amor? Não gostou dos nomes?

– São lindos, Nessie. Não poderia ter escolhido melhor.

Ele beijou meus lábios, e Jason deu leves batidas em seu ombro, como se chamasse ele. Jake sorriu pegando-o no colo.

– O que quer, garotão? Quer voar de novo? Vamos! Vem.

Ele pegou Jason, que já sorria em seus braços, esperando. Ficam lindos juntos. Jason é a copia de Jake. Só o cabelo num tom mais claro, mas a pele, os olhos são iguais. Idênticos! Olhei meu pegueno Edmond. É tranquilo! Já bocejava gostosamente na cama, querendo fechar os olhinhos. Ele é meu pai em pequenos detalhes, mas sua temperatura é como a minha. Sua pele também tinha um tom mais natural, como seda fina. Sarah é tão pequenina, que deve caber numa caixa de sapatos. Mas seus olhos são de uma vivacidade assombrosa. Parecia conectada a tudo ao seu redor. Ela olhava Jake levantar Jason, e parecia anciosa por aquilo, mas ela é tão miúda, que parecia se desmontar. Toquei seu rosto. Sua pele é de um creme lindo. Ela me olhou e imediatamente minha mente foi tomada por imagens dela e Jake. De meu pai caído, sendo empurrado. De tia Alice aninhando, colocando roupinhas e penteando seus cachinhos. Mais cachinhos! Ela parecia gostar disso. Repetia várias vezes. Ouvi a voz de Seth. Olhei para porta para vê-lo, mas seu cheiro não estava alí. Era ela! Ela chamava por ele. Sua voz! Ela estava tentando saber de quem era. A imagem de Emmet, Carlisle, Jasper, meu pai e Jacob de novo. Ela sabia de quem era cada voz. Ela fazia comparações. Ela estava me mostrando tudo. Eu a tocava também. Estávamos conversando silenciosamente. Ela não tem uma voz. Ela usa a voz de outras pessoas para encaixar na imagem. É muito complicado e fascinante ao mesmo tempo. Eu dava nome às vozes que iam se mostrando. As imagens de Bella, ela mostrava que ela era eu. Como fazendo uma comparação de como somos parecidas. Mas sem palavras. Só com imagens. Jake nos olhava curioso.

– O que estão conversando?

– Ela é incrível, Jake! Ela está fazendo associações com os rostos de cada um. Não para de mostrar a voz de Seth. Ela não consegue associar seu rosto. Como não se encaixa com os rostos que ela já viu.

No mesmo instante, o nome de Seth ficou martelando na minha cabeça, com a minha própria voz falando dele. Jake botou a mão na cabeça. Ele também ouvia. Olhei assombrada para minha pequenina, que estava olhando fixamente para Jake nesta hora.

– Pare, Sarah! Está me deixando com dor de cabeça de novo. Pare, amor.

Ela me olhou e eu a toquei, mostrando a ela imagens de Seth. Ela parecia finalmente entender, e nossas mentes ficaram em silêncio. Eu pisquei para ela e ela riu, mas nenhum som era emitido. E isso me preocupou. Jake se sentou com Jason no colo.

– Ela não chora Nessie. Nem emite nenhum som parecido com choro ou qualquer coisa. Mas Carlisle e seu pai ainda acham cedo para pensarmos no pior. Pra mim, ela é perfeita assim mesmo.

– Claro que é perfeita.

Alisei seus cachinhos e ela bocejou. A coloquei ao lado de Edmond, que já dormia tranquilamente. Olhei para Jason, que parecia muito à vontade no colo do pai.

– E você rapazinho? Não quer dormir um pouquinho com seus irmãos?

Ele imediatamente olhou para seus irmãos e parecia indeciso. Olhou pra Jake, e ele sorriu para o filho.

– Só mais um pouco. Depois você vai deitar alí e dormir com eles.

Jake o levantava novamente e ele ria satisfeito. Jake o levantava como um avião e ainda fazia barulhos com a boca. Eu só babava, vendo eles assim. Eu não lembro. Eu tentei buscar nas minhas curtas lembranças de vida, algo como aquela imagem. Algo pelo menos parecido com aquela imagem. Me veio uma vaga lembrança de mim, correndo com Jake, tocando seu pêlo. Eu devia ter dois anos ou menos. Eu pedia para ele correr mais rápido.

– Mais rápido, Jake! Mais rápido!

Ele ria em sua forma de lobo. Era a minha lembrança. Jake nasceu para isso! Para ser pai. Para ser o pai dos meus filhos. Ele passou a vida achando que eu sou seu imprinting. Ele é o meu imprinting!!! O meu homem. Aquele que me completa. Que é a minha extensão. Ele parou, estranhando meu olhar venerativo. Geralmente era ele que me dava este olhar. Ele sorriu, embalando Jason. Tentava inutilmente acalmá-lo, depois de agita-lo todo. Estendi os braços, pedindo ele pra mim. Ele entregou meu bebê. Aninhei ele e comecei a cantar a canção Quileute que Jake cantava pra mim. Ele logo começava a bocejar, e Jake deitava ao lado dos outros bebês, velando seus sonos, alisando a cabecinha de Edmond e cheirando o auto de sua cabeça.

– Sim, Nessie! Você está certa! Cada um deles tem um cheiro diferente. Edmond cheira a cânfora. Não sei se é isso. É diferente! É bom e refrescante.

Levantou cheirando Sarah.

– Não! Ela ainda cheira como você. Talvez mais leve agora.

Cheirei Jason, que já estava adormecido em meu colo.

– Jason cheira bem mais forte. É um cheiro selvagem de almíscar. É muito bom e diferente de tudo ao mesmo tempo. Lembra o seu cheiro, Jake. Mas é isso sim. Almíscar é seu cheiro.

Jake sorriu, e eu coloquei Jason deitado ao lado dos irmãos, já adormecidos.

Jake e  eu olhávamos eles dormindo, e nos olhávamos em seguida. Parecíamos não acreditar que eles eram reais. Que estavam alí conosco. Nossos filhos! Pedacinhos nossos. Podíamos ver em cada traço deles, eu e Jake misturados neles. Era mais uma extensão. Como se nosso amor fosse grande demais para nossos corpos. Precisamos expandi-los.

– Quero ter mais filhos seus, Jake.

Jake me olhou assustado, caindo na gargalhada. Eu o derrubei da cama com as pernas. Ele ia acordar as crianças. Olhei com raiva para ele, mandando-o sair do quardo até conseguir se controlar. Ele tampava a boca e prendia os lábios, tentando não rir.

– O que é tão engraçado, Jake?

– Nenhuma mulher que acaba de ter três filhos e sentir só Deus sabe, quantas dores por isso, fala que quer ter mais filhos, Nessie. Você é única, meu amor.

Fiz um bico, fingindo mágoa. Ele pulou na cama de novo. Me abraçou, beijando meu pescoço.

– Não quer ter mais filhos comigo, Jake?

– Quero! Quero todos os filhos que você puder me dar, meu amor. Vamos aumentar a matilha de lobos para cinquenta ou cem, se você quiser.

– Que exageiro, Jake.

Ele me olhava com intensidade agora. Ele me beijou e eu queria mais dele. Queria devorar sua boca com a minha, mas ouvimos pequenos gemidos de criança, que se espreguiçava gostosamente, já querendo acordar. Era Jason.

– Você acordou ele, Jake. Ele não dormiu nada. Vai acordar os outros.

– Deixe ele comigo, Nessie. Ele deve estar com fome.

– Fome?

– É! Olha o tamanho desta criança. Só nasceu faz umas oito horas e já traçou quatro mamadeiras de leite.

– Ele não bebe sangue?

– Ainda não. Não tentamos. Ele devorou as mamadeiras de leite. Edmond preferiu a de sangue. Bebeu só um pouco de leite. Sarah recusou de primeira o sangue, mas depois que acabou a de leite, bebeu um pouco de sangue. Carlisle fez um estoque de sangue doado para eles. Mas vamos levá-los para caçar assim que você sair desta cama.

Me sentia levemente cansada e Jake percebeu.

– Tente dormir um pouco, minha vida. Não se preocupe! Se eles acordarem, terão umas oito babás aqui para pegá-los. Por isso, fique tranquila.

– Não os leve, Jake. Deixe-os aqui comigo.

Protegi meus bebês, cobrindo-os com meu braço, e Jake riu.

– Tá bom mamãe urso. Pode ficar com eles. Vou levar este grande guerreiro para comer, então.

Jake beijou minha testa e saiu do quarto. Eu me aninhei com meus bebês, sentindo novamente seus cheirinhos e adormeci completamente.



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