Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 26
Capítulo 26 - CONVITE MACABRO


Notas iniciais do capítulo

Não sou passível de entendimento, mas sim de sentimento. Sinta-me
JRodrigues



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PDV - NESSIE

Chegada do convite macabro …baile de máscaras



– Isso já e demais!


Bella falava com toda a sua indignação, segurando o papel luxuoso em suas mãos.


– Já sabiamos que isto iria acontecer. Alice já tinha nos avisado, meu amor .

Minha mãe afundou na poltrona, quase a quebrando, devido à força do movimento.

– Tinha esperanças que o convite se extraviasse ou sumisse como mágica. Já que vivemos em um mundo místico.

Meu pai deu um sorriso torto, que era tão característico seu. Minha mãe, apesar de ser uma vampira já a uns 14 anos, ainda tinha a sua inocência da idade real que tinha quando era humana.

– Eles, com certeza dariam algum jeito de garantir a nossa ciencia deste baile. O convite, é uma mera formalidade meu amor.

Meu pai falava, tentando acalmar a fúria que brotava no olhar da minha mãe. Deu um beijo de leve em seus lábios, com tanta ternura, que era como se ele falasse um poema de amor em silêncio somente para ela. Era lindo vivenciar o amor deles. Tinha total convicção, que nada poderia ter tanta força como o amor que eles tinham um pelo outro. O olhar de minha mãe foi logo se serenando para sua cor natural dourada. Mas suas feições eram de desânimo. Ela sofria, e eu sabia que era por mim. Meu pai me olhava com curiosidade, e eu continuava impassível, tocando uma melodia leve no piano da sala. Para olhos humanos, era como se eu estivese alheia à tudo que estava acontendo na sala. Mas ele sabia que tudo estava sendo registrado por mim, e queria decifrar o quanto aquilo me afetava. O telefone tocou, tirando a atenção dele da minha figura enigmática.

– Chegou!

Falou uma voz musical, do outro lado da linha. Que continuava a falar sem precisar de confirmação .

– Já estamos à caminho. Vamos chegar amanhã de manhã.


– Alice, não decidimos se realmente vamos a este baile.


Meu pai falou com certa iritação na voz, que ele tentava disfarçar sem sucesso algum.


– Você e Bella não. Mas Ness sim! Já vejo. Vai acontecer, e será daqui a dois dias. Ela já decidiu. Estamos todos indo para aí. Tenho que preparar tudo.


Desligou, sem esperar a resposta do meu pai.


Já estava me levantando, para evitar o interrogatório desnecessário que viria. Como minha tia amada já tinha dito. Eu já tinha decidido no mesmo dia, que ela tinha tido a fatídica visão da decisão de Aro, em fazer o baile macabro. Pois era isso que era. Um baile de máscaras macabro nos portões do próprio inferno. Eu era meio teatral mesmo. Minha vida já estava se tornando uma peça de uma obra macabra, vampiresca e horrenda, de total falta de gosto.

– Por que tenta ser a mártir? Se sacrificar sempre? Podemos proteje-la filha. Não precisa ser assim.

– A que preço, pai? Sacrificaria mamãe? Tia Alice? Carlisle? Todos? Eu não! Nenhum! deles...Ninguém!

Disse com tanta fúria, que parecia um animal selvagem, espumando ódio e veneno com as palavras. Ele não merecia isso! Me arrependi no mesmo instante que falei todas as palavras.

– Me desculpe pai! Eu estou meio descontrolada estes dias. Você não mereçe ouvir estas coisas. Isso é só parte da fúria do mosntro que habita em mim.

Ele me abraçou com ternura e amor, falando palavras de carinho em meu ouvido.

– Eu te amo, querida! Você não é um monstro. Por favor, não fale assim.

Minha mãe se aproximou, e pude sentir o carinho em minhas costas, com seu toque frio, mas maternal, transmitindo amor pelo gesto carinhoso. Sei que se pudesse, ela estaria chorando. Eu a magova sempre, quando me referia a mim mesma como monstro, pois por diversas vezes, ela já tinha dito que eu era o seu maior milagre. Me desvencilhei devagar dos afetos, e tentei sorrir para eles, me desculpando mais uma vez, por tê-los magoado, e fui para meu quarto organizar minhas coisas, para viajarem à Itália. Seria uma viajem curta, pois estavamos morando estratégicamente perto do inimigo, para demostrar que não tinhamos nada a esconder. Contando com isto, teriamos um pouco de paz. Funcionou por um curto tempo, mas novamente, eles estavam em nossos calcanhares, como para nos despertar da nossa calmaria rotineira.

Na manhã seguinte, todos chegaram com a habitual confusão, todos falando ao mesmo tempo. Mesmo que a situação que trouxe eles, não sendo a das melhores, era bom tê-los de volta. Era um afago no meu coração, tão ferido. Abracei cada um com lágrimas nos olhos.

– Viajaremos todos para Volterra. Nossa família junta tem algum peso. Eles não tentarão nada, com todos lá.

Meu avô falou com sua habitual calma, passando tranquilidade para todos.

– Não sei se será prudente. E, se eles estiverem tramando algo, que Alice não conseguiu ver? Seria bom, termos alguém de fora para organizar um resgate ou algo.

Era óbvio, que tio Jasper estava pensando o que já tinha passado por minha cabeça, desde a visão de Alice. Que este baile nada mais era, do que uma desculpa para que Aro tente novamante colocar as garras nos Cullen.

– Já estava pensando nisso Jasper, e concordo com você. É arriscado! Sei o que está tentando fazer Carlisle, mas só iremos eu, Bella e Renesmee. Não vamos arriscar tanto.

– Tudo bem! Mas vamos ficar próximos, mantendo contato por celular, de hora em hora. Podemos ficar em um hotel próximo. Com Alice monitorando os passos deles o tempo todo.

Tudo já estava programado. Fomos para o Aeroporto! Mas antes de chegarmos, Alice teve uma visão. Ficamos à sua volta. Meu pai já sabia o que tinha acontecido.

– Não podemos viajar juntos. Demetri e Alec estão nos aguardando no aeroporto, para nos escoltar direto para o castelo de Voltera. Aro pretende nos manter lá até o baile.

Meu pai passava as informações com expressão de dor. Era uma armadinha, enfim, como previamos.


– Ele pretende ser hospitaleiro. Irá oferecer acomodações como anfitrião. Não está claro ainda o que pretende, mas não iremos no mesmo vôo que vocês. Iremos no próximo, e ficaremos hospedados no hotel, que já estava programado. Ficaremos monitorando vocês de lá. (Alice )


Mais um vez, tive que me despedir da minha família. Lágrimas rolavam dos meus olhos. Eles também estariam, se pudessem. A angústia do nosso destino incerto e eminente, nos aterrorizava mais uma vez e eu começava a me perguntar quando finalmente teriamos paz novamente , e não ter uma resposta pra isso era irritante .

O vôo foi tenso, e ficamos calados. Eu sabia que meu pai estava tentando pensar em alguma saída, mas eu não via como. O fato de Aro ter mandado justamente Demetri e Alec nos recepcionar no aeroporto. Um rastreador e outro que podia imobilizar nossos sentidos, demonstrava que a recusa da sua hospedagem não era uma opção. Eu sabia que minha mãe poderia anular os poderes de Alec, mas Demetri nos alcançaria numa tentativa de fuga. Fiquei tentando entender este complicado esquema de Aro, mas sem chegar a uma conclusão exata. Nem teria mais tempo para isso. O avião já estava no aeroporto de Volterra. Podiamos vê-los mesmo de longe. Suas peles brancas como marmore , paradas imóveis, como duas estátuas no meio do aeroporto. Estavam de óculos escuros, para disfarçar seus olhos vermelhos. Meu pai cinicamente, fingiu surpresa por encontra-los lá, nos aguardando. Por sua vez, Demetri fingiu indiferença, e falou com voz fria.


– Meu mestre Aro está feliz, porque aceitaram seu convite, e espera anciosamente que aceitem ficar hospedados no castelo Volture.

– Não vejo nessecidade Demetri, uma vez que já estamos com reserva em um hotel aqui da cidade. Não queremos dar trabalho ao nosso gentil anfitrião.


– Não será trabalho algum. Pelo contrário! Será um prazer. E não será aceito uma recusa. Uma vez, que cancelamos suas reservas no hotel. Nos acompanhem, por favor.


Demetri dava um sorrisinho vitorioso nos lábios. Nos obrigando a segui-los. Entramos em carros com os vidros escuros impenetráveis a qualquer luz, e seguimos ao castelo. Fiquei chocada, quando vi que eram dois carros, e eu iria só com Alec, acompanhando o carro que levava os meus pais. Não estava entendendo. Olhei para meu pai, buscando respostas, mas ele não me deu nenhuma. Só acenou com a cabeça, para que eu fosse com Alec.


– Espero que tenha feito uma boa viagem Renesmee.

Não consegui disfarçar a surpresa. Nunca tinha ouvido sua voz. Tinha um tom suave e calmo. Perigosamente relaxante. Demorei a responder. Pretendia ignorá-lo, mas notei sua apreensão. Ele parecia ancioso.

– Sim, fizemos Alec! Pena que o destino não seja dos melhores.

– Entendo!


Ficamos calados o restante do caminho. Me distraia com a paisagem das ruas antigas de Volterra. Quando os carros entraram nos portões do castelo parando na entrada

Numa velocidade não humana, Alec já estava ao meu lado, abrindo a porta do carro, me estendendo a mão de um modo cavalheiro, que eu recusei totalmente. Aquilo já era desnecessário.

– Não é necessário tantas gentilezas Alec. Já estamos aqui, não estamos?

Falei tentando deixar claro, que a minha presença era tudo que eles teriam e nada mais. Não tinha a menor intenção de fazer amizades com meus algoses.

– Não tive intenção de aborrece-la.

– Claro que não! Vocês são todos ótimos.

Dei o sorrisinho mais cínico e falso que encotrei, sem disfarsar a minha má vontade com ele, que tentava ser gentil sem motivo. Demetri nos encaminhou para um salão amplo, onde estavam os três soberanos dos vampiros. No salão também estava Nahuel, Jane e Felix. Alec imediatamente foi se juntar à sua irmã, e Demetri ao lado de Felix. Entendi imediatamente que era uma formação militar da guarda Volture. Todos nos olhavam, e Aro estendeu a mão para que a tocassemos. Fizemos mais por cumprimento. O poder da minha mãe estava protegendo nossas mentes. Ele não estava surpreso quanto a isso. Ele nos monitorava de perto desde o dia que saimos de Forks. Não precisavamos também, manter nossas mentes livres para sua visitação pública.

– É um gosto recebe-los, meus queridos. Espero que apreciem nossas acomodações. Fizemos arranjos especiais para vocês.

– Realmente Aro, não precisava se dar a tanto trabalho. Partiremos assim que o baile terminar.

Meu pai respondeu de forma educada mas sem disfarçar o seu estado de contrariedade de estar ali .

– Poderiam ficar! Passar um tempo conosco, para podermos desfazer de uma vez por todas, os nossos mal entendidos, e selarmos nossas amizades eternas. Gostaria de acompanhar o desenvolvimento das habilidades da jovem Renesmee. Mia bella bambina.

Ele pegou meu queixo em suas mãos gélidas, levantando suavemente meu rosto, e me olhava com fascínio e cobiça. Como se olhasse um quadro de valor imensurável.


– Renesmee já está plenamente desenvolvida Aro. Não tem nenhuma habilidade oculta que ela esteja escondendo.

Meu pai disse isso, respondendo a algum pensamento de Aro. Um calafrio percorreu minha espinha nesta hora. Eu tinha guardado total segredo sobre o meu novo poder. Nem mesmo meus pais sabiam. Somente Jake e Seth tinham conhecimento do meu poder.

– Toda mulher. Jovem ou não, guarda seus segredos Edward. Até mesmo pra você meu amigo. Sua filha não e uma exceção.

Dito isso, encostou o indicador em meu nariz, como se estivesse compartilhando comigo de algum mistério a ser desvendado. Mas eu mantive a postura impassiva e intransponível. Se ele sabia de algo, eu não saberia dizer.

– Chelsea levará vocês a seus aposentos agora.

Marcos proferiu, saindo de sua habitual inércia. Aro sorria satisfeito, e juntando as mãos, em sinal de alegria contida.

Assim que cheguei ao quarto que foi designado pra mim, minhas malas já estavam lá. Junto havia uma enorme caixa branca em cima da cama, com um bilhete de Alice.


(Nessie querida, esta é sua roupa para o baile. Sei que nâo estarei aí para vê-la. Mas eu sei que este baile será importante. Esteja linda! E acredite. Tudo estará mudando, apartir deste ponto. Não me pergunte como, mas confie em mim como sua mãe um dia confiou. Beijos, te amo! Alice).


Era um vestido todo branco tomara que caia, com pedrinhas de brilhante no busto. Tinha uma máscara rendada, também com pedrinhas de brilhante. A parte de baixo, tinha algumas rendas era comprido, com uma pequena calda. Lembrava um vestido de uma ninfa de fadas. Era lindo! Ia ser um contraste. Sem dúvida, algo tão luminoso em um castelo sombrio.

Eu tive certeza, que era esta mesma a intenção de Alice. Que eu parecesse um anjo de luz em meio às trevas. Mas por quê?



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Notas finais do capítulo

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.
Clarice Lispector



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