Tracy Holoway-assassinatos e Desventuras escrita por Red Widow


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, mas que começa a explicar algumas coisas. Poucas coisas.



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*Tracy*

 

Minha mente está a todo vapor agora, não sei dizer se era felizmente ou infelizmente.

Eu estava muito preocupada com Gerald, ele já estava em pleno estado de transmutação. Esse estado gera muita fraqueza, pela perda de sangue, que, por sua vez, gera algo parecido com uma pneumonia misturada com uma gripe muito forte.

Ele suava frio e tremia dos pés a cabeça.

 

Estranhei o depósito estar tão quieto. Há essa hora, aquele vampiro nojento já deveria ter vindo aqui. Tentei captar algum sinal de movimentação. Nada. Aquele ser não seria tão idiota de abandonar o depósito e deixar que eu escapasse. Ou seria? Talvez fosse um plano. Ou será que ele estava contando que eu resistiria e minha mente estaria toda bagunçada até agora? Difícil saber, mas eu não ia desperdiçar essa chance.

Fiz com que Gerald se apoiasse em mim e fomos andando cautelosamente. Abri a porta. Olhei para os lados. Não tinha ninguém. Andamos e conseguimos sair daquele depósito maldito. Ir para casa agora seria arriscado. E Gerald tinha dito que os vampiros não tinham levado Emily, o que significava que ela não estava lá, do contrário a teriam levado.

Eu só tinha uma opção: ir à casa de Christopher.

Ainda bem que o caminho até lá era um pouco obscuro, assim não notariam Gerald no estado que ele se encontrava.

Andamos um pouco. Em certo trecho do caminho ouvi Gerald tentar resmungar alguma coisa, mas ele enrolou tanto as palavras que eu não sabia o que era. Eu disse:

 

-Gerald, o que você disse?

 

-Não… Pulmão… Por favor.

 

-Gerald, se concentra e repete o que você disse.

 

-Não… Consigo mais… Pulmão está doendo… Pare, por favor.

 

Agora sim eu tinha entendido. Por causa da “pneumonia” causada pela transmutação, ele estava sentindo muita dor na região do pulmão e não ia conseguir prosseguir. Não tive outra escolha, eu o carreguei no colo o resto do percurso.

Chegamos à casa de Christopher. Ele já estava me esperando na porta.

 

-Christopher! Que bom que está aí.

 

-Eu nunca saio. Entre com ele e o coloque na cama. Vamos cuidar dele.

 

Eu digo que ele sempre sabe do que acontece. Fiz o que ele mandou. Eu perguntei:

 

-Mestre, como o senhor sabia que eu estava vindo?

 

-Cada vampiro tem seu poder, e o de saber as coisas antes delas acontecerem é o meu.

 

-Eu não descobri meu poder até agora. Começo a duvidar que eu não tenho nenhum. – Enquanto conversávamos, íamos cuidando de Gerald.

 

-Todos têm, você não será exceção. Aliás, eu acho que você tem um poder muito grande.

 

-E qual seria esse poder?

 

-Determinação. Chega até a ser um defeito.

 

-Determinação?

 

-É. Você se determinou a ajudar os humanos e não desistiu por nada.

 

-E isso é um poder?

 

-Não. Mas você vai descobrir o seu, com certeza.

 

-E demora tanto assim pra descobrir?

 

-Bom, talvez você já tenha e não saiba.

 

-E o senhor tem como saber?

 

-Não. Isso é só com você mesmo. Você vai reconhecer o seu poder com o tempo.

 

-Entendo. Espero que Gerald descubra o dele bem rápido.

 

-Ele vai descobrir, com certeza.

 

-Como sabe?

 

-Você me disse, certa vez, que ele tem ‘sensações’, sente que algo está por perto, etc.

 

-E?

 

-E que ele vai ter um poder parecido com o meu.

 

-Interessante. Bem interessante. Mas eu preferia que ele ainda fosse humano...

 

-Eu não vou falar que eu imagino como você se sente, porque eu não imagino. Mas deve ser bem difícil saber que foi você que o transformou.

 

-Você não faz a mínima idéia de como é isso...

 

Os tremores de Gerald já haviam passado, mas ele ainda suava muito frio e estava muito, muito pálido.

 

-Tracy, tem uma coisa muito importante que eu preciso te falar. – Meu Mestre falou isso de um modo muito sério, quase solene.

 

-Fale, Mestre.

 

-Aqueles vampiros podem, e vão, usar Gerald contra você.

 

-Como?

 

-Você não é indestrutível, mas é muito resistente. Eles não vão conseguir te matar com os métodos ‘convencionais’.

 

-E onde Gerald entra nisso?

 

-Existe uma lenda mais antiga que eu, que diz que, certa vez, houve um vampiro muito resistente que só pôde ser eliminado por um igual, um ser da mesma raça. Então, não importa o jeito, pode ser até com armas de fogo, só esse igual pode te matar.

 

-Traduzindo: Eles queriam que eu transformasse Gerald para eles poderem usá-lo para me matar? – Agora tudo estava bem explicado.

 

-Além de fazer você quebrar seu primeiro princípio.

 

-É, eu me envergonho de tê-lo quebrado.

 

-Foi por uma boa causa. Se você não o quebrasse, Gerald estaria morto uma hora dessas.

 

-Sou obrigada a concordar. Só espero que Gerald fique bom logo. – Pensei em tudo que eu tinha conversado com Christopher até agora, e continuei – Mestre, o senhor sabe onde minha filha está?

 

-Emily… Eu não sei ao certo onde ela está, mas sei que está bem.

 

-Pelo menos isso. – Ele tirou um peso que estava oprimindo meu peito.

 

-E quando Gerald estará bom para irmos?

 

-Amanhã, provavelmente. E não se preocupe, aqueles vampiros não vão vir até aqui.

 

-Que bom.

 

-Eu queria te fazer uma pergunta, Tracy.

 

-Pois pode fazer.

 

-Por que você resolveu ajudar os humanos?

 

-Eu já te falei disso uma vez...

 

-Eu sei, mas mesmo assim eu não entendo o porquê.

 

-Eu já te contei que, quando eu tinha três anos, minha mãe faleceu. Só depois de eu virar vampira foi que eu descobri que ela tinha sido assassinada por um vampiro. Foi por isso. Foi por não querer que crianças perdessem suas mães, que as mães não perdessem seus filhos, que nem humano perdesse um parente querido e não soubessem por que ele morreu. Acho que foi por indignação. E como o senhor diria, por determinação doentia.

 

-Entendo, entendo...

 

No dia seguinte...

 

Passei a noite ao lado da cama em que Gerald estava. Ele acabara de melhorar por completo. Ótimo, isso queria dizer que eu já poderia ir procurar minha filha.

Eu falei ao Gerald:

 

-Já está se sentindo totalmente bem?

 

-Já. Estou me sentindo bem estranho, pra falar a verdade.

 

-Por quê?

 

-Eu estou ouvindo melhor, vendo melhor, raciocinado mais rápido e até estou sentindo melhor os cheiros.

 

-Estou me sentindo dentro da história da Chapeuzinho Vermelho, seu Lobo Mau.

 

-Engraçadinha. E tem outra coisa, não sinto meu coração bater mais... Isso é ruim? Eu vou deixar de gostar de você? – A última pergunta foi feita com tanta ingenuidade que até me comoveu.

 

-Não, seu bobo. Eu não deixei de te amar, então você não vai deixar de me amar também.

 

-Que bom.

 

-Podemos ir?

 

-Aonde vamos?

 

-Procurar Emily.

 

-Certo. Vamos, então. – Quando ele apoiou a mão na cama pra poder levantar, ele ainda não conseguia medir direito sua força, então imaginem o que aconteceu? Ele furou o colchão e abriu um buraco no estrado da cama. Ele continuou – Ops, acho que estou mais forte também. – Rimos disso.

 

Levantamos, nos despedimos de Christopher e fomos embora.


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Notas finais do capítulo

- reviews?



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