Só mais uma história de amor escrita por Sali


Capítulo 19
A little bit of love


Notas iniciais do capítulo

Oi moças :3
Não precisam me entender. Nem eu entendo como eu consigo ficar um mês sem postar e aí postar uns 3 capítulos seguidos como se eu fosse a rainha da inspiração. Mas enfim. Capítulo novinho, mais ou menos pequeno. Já comecei a escrever o próximo, então sorriam XD
E, well, tenho um recadinho para vocês. Leiam as notas finais.
E enjoy :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281704/chapter/19

Naquela manhã de sábado, minha cabeça parecia querer explodir. Aquela semana havia sido especialmente longa e problemática, e tudo que eu queria era fugir correndo. Da minha vida, de preferência.

Havia um clima estranho entre eu e Júlia desde a conversa entre ela e Isabel na segunda-feira. Não existiam mudanças realmente visíveis na minha relação com a minha namorada, mas eu conseguia sentir um distanciamento entre nós. Era um tipo de clima ruim que pairava no ar, uma sensação de problema iminente, que eu não gostava de modo algum. E, como para reforçar esse sentimento, Júlia e Isabel pareciam estar adquirindo, cada vez mais, uma proximidade irritante.

Isabel estava sempre nos rodeando, e as negações de Júlia eram cada vez menos veementes. Além disso, eram incontáveis as vezes que eu via as duas conversando em algum lugar, ou Isabel saindo de perto de Júlia e deixando-a estranha e silenciosa pelo resto do dia.

No Café, a acusação de Bárbara logo caíra por terra, graças à confiança de Juliana em mim e os testemunhos de Bruna e Esther a meu favor. Mas Bárbara parecia decidida a me ferrar de algum jeito, pois, agora, ela fazia tudo que podia para atrapalhar o meu trabalho.

Para completar, a minha mãe havia viajado em uma excursão, e, naquele momento, eu me sentia simplesmente desamparada.

Me virei na cama e apertei o rosto contra o travesseiro, tentando afastar os pensamentos incômodos e, se possível, voltar a dormir. Na penumbra do meu quarto, em algum momento entre as sete e sete e meia da manhã, acabei pegando no sono.

I-Isabel! Hmm... – A voz era de Júlia, e os murmúrios eram acompanhados de risos baixos.

A voz rouca de Isabel também se fazia ouvir, com risos um pouco mais altos.

Júlia estava na cama. Ela tinha um sorriso largo e mordia o lábio inferior. Os olhos estavam fechados e a expressão do rosto só podia demonstrar satisfação, enquanto os dedos agarravam os dreads de Isabel.

Dessa eu não conseguia ver o rosto. Deitada de bruços sobre o corpo de Júlia, ela tinha a cabeça na curva do seu pescoço, e parecia dar beijos ali enquanto subia as mãos lentamente por sob a blusa dela.

Mordi o lábio, tentando desviar o olhar. Mas eu não conseguia. Era como se mãos fantasma agarrassem a minha cabeça, me obrigando a assistir àquela cena. Eu sentia uma sensação terrível tomar o meu corpo, um aperto na garganta e um tipo de dor quase física.

Não demorou para que a cena ficasse embaçada, e eu percebi que isso era devido aos meus olhos, que se enchiam de lágrimas. Eu tentava fugir, deixar de olhar, e a cena continuava, sem a menor alteração, como se não houvesse a menor influência externa.

– Júlia! – Chamei, antes que eu percebesse. – Júlia!

Nada aconteceu. Minha voz adquiria pouco a pouco um tom de desespero, e eu fechei os olhos. As lágrimas frias desceram pelo meu rosto quando eu ouvi a voz de Júlia dizer "meu amor".

– Não! – Exclamei para o nada. – Não! Não...

E eu estava sentada na cama, ofegante, trêmula, olhando para o nada. Sequei os meus olhos, mas não haviam lágrimas. Havia sido apenas um sonho. Um sonho péssimo, por sinal.

Levantei-me cambaleante da cama e andei até o banheiro, tirando as minhas roupas pelo caminho e entrando sob a água fria já despida.

Tomei meu banho gelado tentando pensar ao mínimo naquele maldito sonho, me convencendo de que tanto stress havia deixado a minha cabeça confusa. Mesmo que eu e Júlia estivéssemos um pouco afastadas e ela e Isabel um tanto próximas, isso não queria dizer que elas simplesmente iam voltar a namorar ou qualquer coisa do tipo.

Mari! Mari, você está aí?

Ouvi a voz da minha namorada do lado de fora do banheiro e não demorou para que ela chegasse ao quarto e batesse na porta, abrindo-a.

– Acordou agora, Mari? Desde quando você acorda tão tarde?

Dei um sorriso bem pequeno e passei as mãos no rosto, colocando meu cabelo para trás.

– Que horas são?

– Agora são exatamente... – Ela tirou o celular do bolso da calça. – Três e quinze.

– Sério? – Me surpreendi. Eu não havia olhado o relógio depois de acordar, e não imaginava que já passara tanto tempo desde a última vez que eu acordara, às sete horas da manhã.

De qualquer forma, aquelas horas de sono haviam relaxado um pouco da tensão do meu corpo, e recuperado as horas mal dormidas ao longo da semana.

– Sério. – Júlia riu e adentrou o banheiro, me olhando e mordendo o lábio. – Posso entrar aí com você?

Balancei a cabeça, afastando a lembrança do sonho e sorri.

– À vontade.

Acompanhei com os olhos quando ela tirou a sapatilha, a blusa e os jeans skinny, e mordi quase sem perceber o lábio enquanto a via desabotoar e tirar o sutiã e se inclinar para remover também a calcinha, deixando-me com a provocante visão do seu corpo desnudo enquanto ela andava até o box de vidro.

Ao entrar sob o chuveiro, ela automaticamente se arrepiou e se encolheu, me abraçando.

– Como você consegue tomar um banho tão gelado, Mari? – Perguntou, mordendo o lábio e se apertando o máximo que podia contra o meu corpo.

Ri baixo e a abracei, girando a torneira até que a água ficasse morna, quase quente. Foi aí que Júlia relaxou, mas não afrouxou o abraço. Apenas colou mais o corpo no meu e começou a deslizar lentamente as mãos pelas minhas costas e ombros.

– Você está tensa, Mari. O que aconteceu? – Ela perguntou em um tom preocupado, me olhando enquanto massageava suavemente meus ombros.

– Não é nada... Só... Umas coisas lá no Café. Uma garota que me odeia me acusou de assédio porque eu esbarrei nela e está fazendo tudo para me ferrar. – Dei de ombros, mexendo nos cabelos dela, que ficavam lisos e ainda mais compridos quando molhados.

– Mas isso é horrível, Mari! Por que não me contou antes? Eu poderia ter te ajudado... – O modo que Júlia disse essas palavras foi tão carinhoso e preocupado que eu quase senti remorso de ter tido aquele sonho.

– Não é nada, Ju. Eu consigo resolver isso sozinha.

– Essa é a minha Mariana. – Ela riu. – Sempre achando que pode resolver tudo sozinha. – Completou e acariciou o meu rosto molhado, descendo a mão até a minha nuca e me roubou um beijo demorado.

Dei um sorriso pequeno e estreitei os braços ao redor da sua cintura, a puxando para mim enquanto começávamos um beijo muito mais intenso.

. . .

– Mari, você sabe que dia é hoje? – Júlia perguntou-me com um sorriso de canto, enquanto vestia uma blusa minha, que ficava grande e larga para mim e ainda maior nela.

Dei um sorriso de canto e a puxei para mim, acariciando seu rosto devagar.

– Claro que sei, Ju. Hoje é dia vinte e um. Um dia antes de nós fazermos sete meses de namoro.

O sorriso dela cresceu.

– Achei que você ia esquecer.

– Eu nunca me esqueceria disso, amor. – Respondi, e aquilo era verdade.

Mesmo em meio a tanta tensão, eu não conseguia me esquecer do dia vinte e dois – e, em algum cantinho dentro de mim, temer que Júlia esquecesse ou ignorasse esse dia, por mais idiota que fosse esse temor.

Ela sorriu e deitou-se na cama bagunçada, se enrolando no lençol embolado.

– Hmm... Essa cama está com o seu cheiro, que delícia. – Ela sorriu, abraçando o meu travesseiro.

Eu ri.

– Mas então, Ju. O que você quer fazer amanhã?

– Não sei... Estou sem ideias.

Sorri e me sentei ao seu lado.

– A gente pode ir jantar hoje, se você quiser. Aí, amanhã, a gente fica junta, vai ao cinema, ou sei lá, fica na cama o dia todo.

Júlia sorriu e deitou-se no meu colo, abraçando-me de um modo desajeitado.

– Sempre com ideias boas... É por isso que eu te amo, Mari.

– Só por isso? – Ergui uma sobrancelha.

– Claro que não, boba. – Ela riu e beijou-me no rosto. – Te amo por tudo que você é, cada pedacinho. – Disse e, como para ilustrar o argumento, percorreu meu corpo todo com as mãos. Sorri e a abracei apertado, as tensões que me implicavam de manhã momentaneamente esquecidas.

– Quer me ajudar a arrumar a cama?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hello :D
Well, para começar, espero que tenham gostado do capítulo. Se não gostaram, que pena. Espero reviews, okay? Reviews das leitoras que sempre comentam, reviews dessas moças que favoritam e não comentam (não acho nada bonito, rum), e reviews desse povo que mostra como se tivesse acompanhando mas review que é bom, nada.
E, well. O recadinho que eu queria dar era o seguinte: estou escrevendo uma fic nova e adoraria que vocês a lessem. Não, eu ainda não postei, e antes de postar, gostaria de saber a opinião de vocês sobre a sinopse.
Aí vai:
*
Jude Ward é a futura herdeira das Ward Entreprises, uma famosa empresa da elite londrina. Ela estuda, desde muito jovem, em St. Leonards-Mayfield School, um colégio interno só para moças, onde tem a sua vida e suas amigas. No seu 1° ano do colegial, ela ganha uma colega de quarto que é completamente o seu oposto. Elizabeth Bennet mora com a avó desde os dois anos de idade, quando perdeu os pais em um acidente. Com uma aparência incomum, mas um jeito simpático e delicado, ela acaba se tornando amiga de Jude, mesmo quando a maior parte da escola a rejeita.
Uma jovem tímida, inocente e filha de uma família rica e politicamente correta e outra não muito tímida, nem um pouco inocente e que prefere o politicamente incorreto. Segundo teorias, uma pessoa tende, subconscientemente, a procurar outra que seja geneticamente diferente de si. Mas será que isso se aplica à prática? Será que essas duas garotas, únicas e opostas, se atraem?
*
A fic vai se chamar Unica et Opposita, que significa "únicas e opostas" em latim. Ou pelo menos foi o que o Google Tradutor me disse. Se não for, que pena.
Enfim.
Comentem, gente!