Só mais uma história de amor escrita por Sali


Capítulo 18
Problemas


Notas iniciais do capítulo

Oi moças :3
Eu sei que eu demorei, mas é que a criatividade tava lá em baixo :c
Enfim. Como eu sou uma autora muito, muito legal, vou colocar mais um probleminha para a nossa querida protagonista Mariana. Tadinha, não é mesmo?
Mwahahahaha, não.
Espero que gostem u.u



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– Ju, o que aconteceu? – A minha voz tinha um tom de preocupação quando eu cheguei perto da minha namorada.

Ela estava sentada em uma cadeira, diante da mesma mesa onde eu, ela, Pedro e Ana havíamos nos reunido antes da nossa aula. Lia o livro com desenhos de fogo na capa – aquele que eu comprara quando nos conhecemos – e, quando levantou os olhos, pude ver o nariz e os olhos levemente vermelhos, como sempre ficavam quando ela chorava.

– Aquela mulher fez algo com você? – Fiz a outra pergunta logo em seguida, sem ao menos dar tempo de Júlia me responder à primeira.

– Não, Mari. Está tudo bem. – Ela respondeu com aquela tentativa de voz firme, que acabava ficando embargada.

– Então por que você está chorando?

– É por causa do livro. Uma parte triste, só isso. – Ela respondeu simplesmente, esfregando os olhos com as costas da mão, como se tentasse se impedir de verter mais lágrimas.

– É mesmo? – Perguntei, olhando-a nos olhos.

– Sim, Mari.

Mordi o lábio inferior. Eu conhecia Júlia suficientemente bem para saber que não fora o livro que causara aquelas lágrimas, mas também sabia que, se ela não queria me contar, era melhor não insistir muito.

Soltei um suspiro.

– Tudo bem.

Júlia pegou a tira de papel que usava como marcador de páginas e colocou-a entre as páginas do livro, fechando-o e jogando dentro da bolsa.

– É sério, Mari, está tudo bem. Vamos logo para a aula. – Ela beijou o meu rosto suavemente e pendurou a bolsa no ombro, me puxando em direção à sala da nossa próxima aula.

. . .

Minha cabeça doía absurdamente quando o despertador do celular tocou, avisando que já era hora de levantar e ir para o trabalho. Eu realmente deveria ter dormido um pouco, mas preferi ficar lendo um livro e tentando não pensar no que acontecera para deixar a minha namorada chorando.

Obviamente, eu mal prestara atenção no livro e, depois da terceira tentativa de reler uma mesma página, acabei por fechá-lo e me sentar na poltrona diante da janela, observando as pessoas que caminhavam pela rua e pensando em Isabel, Júlia e no que acontecera enquanto eu estava tendo aula.

Com o toque do despertador, me levantei da poltrona e me espreguicei, sem sentir a menor vontade de sair de casa e encarar quatro horas de trabalho no Café. Esfreguei os olhos, baguncei um pouco mais o meu cabelo e andei a passos lentos até o banheiro, esticando meus membros um pouco doloridos por ficar tanto tempo encolhida sobre a poltrona.

Depois de um banho muito gelado, um tempo organizando a bagunça do quarto e um comprimido para dor de cabeça, eu me sentia um pouco menos desanimada a sair de casa. Com a mochila habitual nas costas e as chaves no bolso da calça, deixei meu apartamento ainda bocejando um pouco.

– Bom dia, gente. – Cumprimentei as garotas com a voz baixa ao chegar ao Café, esfregando a minha testa onde a dor de cabeça ainda remanescia.

– Bom dia, Mari. – Esther e Bruna disseram ao mesmo tempo, e Bárbara apenas deu um aceno tímido com a cabeça.

Esther se aproximou de mim, franzindo a testa.

– Nossa, Mari. Está tudo bem? Você não parece bem.

– Só estou com um pouco de dor de cabeça, mas vai melhorar. – Respondi simplesmente, ainda esfregando minha testa e as têmporas com a ponta dos dedos.

– Você tomou algum remédio, Mari? – Dessa fez foi Bruna a perguntar, parecendo sinceramente preocupada comigo.

– Sim, eu tomei. Relaxa, já está passando. Só vou trocar de roupa e vou lá para o balcão.

– Ok. – Esther e Bruna responderam ao mesmo tempo, e a ruiva colocou a mão sobre o meu ombro de um modo preocupado antes de ir para o banheiro. Bruna fez o mesmo e eu segui-as em silêncio, esperando que um dia de trabalho esvaziasse um pouco a minha cabeça. Depois de vestir o meu uniforme, segui Esther e Bárbara para trás do balcão.

– Mariana? – Uma voz masculina conhecida soou nos meus ouvidos, juntamente a um toque suave no meu ombro.

Terminei de colocar os livros eu estavam na minha mão na prateleira e me virei para ela, me vendo diante de Gabriel, o garoto do meu prédio que eu encontrada no teto do prédio.

– Gabriel! –  Exclamei, abrindo um sorriso ao vê-lo ali. – O que faz aqui?

– Estava andando pelo shopping e descobri esse lugar. É bem legal, por sinal. E você?

– Eu trabalho aqui. – Dei de ombros e ele sorriu.

– Sério! Meu Deus, que coincidência! – Ele exclamou e eu assenti. – E sorte também, diga-se de passagem. Trabalhar no meio de tantos livros! E com café!

Dei uma risada.

– Pois é.

– Mari! – Ouvi a voz de Bruna ao meu lado, percebendo uma discreta troca de olhares entre ela e Gabriel quando a loira de aproximou.

 – Enfim, não vou te atrapalhar a trabalhar. – Ele sorriu de canto, mexendo nos cabelos escuros. – Vou ficar aqui procurando algum livro interessante. Com licença.

Mal Gabriel saiu de nossa vista, e os olhos azuis de Bruna brilhavam na minha direção.

– Meu Deus, Mari! Quem é esse? De onde você conhece? Ele não é gay, é?

Comecei a rir, desviando o olhar para o garoto que já estava um tanto distante.

– Você por acaso não veio aqui só para me perguntar isso, veio?

– Na verdade a Juliana estava te chamando para o balcão, mas Mari! Por favor, por favorzinho, me fala mais dele!

Comecei a rir ainda mais com a sua súplica e a expressão sofrida.

– Ok, vamos para o balcão e eu te falo. – Sorri e baguncei seus cabelos loiros. Bruna abriu um sorriso de orelha a orelha e deu um pulinho, comemorando.

Seguimos para o balcão e Esther foi em direção à área da livraria, nos deixando sozinhas ali.

– E então, Mari? – Bruna se virou para mim, não se aguentando de impaciência.

– Ele se chama Gabriel. Mora no meu prédio. Eu conheci ele no terraço. A gente não conversou muito, mas eu sei que ele toca piano, gosta de música clássica e, definitivamente, é hétero.

Bruna deu mais pulinhos e bateu palmas, me fazendo rir ainda mais.

– Será que eu tenho uma chance com ele? Meu Deus, ele é tão lindo! Você bem que podia me ajudar, Mari! – Ela começou a falar sem pausas.

– Bom, acho que eu nem vou precisar. – Ri e desviei o olhar para a frente do balcão, onde o assunto da nossa conversa aguardava com uma ficha entre os dedos.

O rosto da loira ao meu lado adquiriu uma tonalidade de vermelho vivo, e eu me voltei para o outro lado, indo atender outra pessoa que chamava e deixando os dois a sós.

Depois de atender mais três pedidos, vi que Bruna e Gabriel ainda conversavam, mas agora diante de uma das prateleiras de livros. Ela parecia mostrar a ele alguns exemplares, e pelo sorriso que estampava o rosto do último, ele parecia gostar tanto da conversa quanto ela.

Continuei atendendo no balcão junto à Bárbara, que, de vez em quando, me lançava olhares desconfiados aleatórios, e parecia sempre querer ficar o mais distante possível de mim. Longe de levar aquilo como uma ofensa, eu achava graça da sua cautela perto de mim, e de como ela sempre se retraía ao menor toque do meu corpo no dela.

E então, quatro coisas aconteceram ao mesmo tempo. Meu braço esbarrou numa xícara na beira da pia; Bárbara se virou por reflexo, tentando pegá-lo no ar;  eu fiz o mesmo, acabando por roçar a mão acidentalmente em seu corpo, e então ela se retraiu como se uma barra de ferro em brasa acabasse de tocar sua pele, pouco acima do colo.

No minuto que se seguiu, Bárbara estava a, pelo menos, quatro passos de mim, enquanto eu me abaixava para recolher os cacos da xícara quebrada.

Esther logo surgiu no balcão, perguntando o que havia acontecido e me ajudando a varrer o que sobrara da xícara e assim a minha atenção foi logo desviada do enorme choque de Bárbara, que se dirigia para a área da livraria.

A ruiva ficou junto comigo no balcão até, finalmente, dar o horário de fechamento.

– Mari! Mari! Maaaari! – Eu mal havia entrado no banheiro e já ouvi a voz animada de Bruna, que saltitava à minha frente.

– Deixa eu adivinhar: rolou alguma coisa com o Gabriel? – Perguntei, sorrindo de canto.

– A gente conversou, e eu descobri que temos muita coisa em comum. Isso não é ótimo?

Ri.

– Sim, Bruna. É ótimo. Vocês realmente combinam.

– Ai, que lindo! – Ela exclamou e bateu palmas, parando na frente do espelho para soltar e pentear os cabelos longos e loiros.

Dei uma risada e me dirigi até o outro lado do banheiro, tirando a blusa pólo para vestir a minha camiseta.

– Hey, Mari. A Bárbara está perguntando por que você não usa sutiã. – Ouvi a voz de Esther e sorri, me virando para elas. 

– N-não, Esther! – A garota morena disse baixo, em um tom reprovativo, enrubescendo.

– Não uso porque não preciso, cara. Eu mal tenho peito. – Dei de ombros, ainda sorrindo, e vesti a minha camiseta.

Terminei de me trocar e guardei meus objetos na mochila, saindo ao lado de Esther do banheiro.

– A Bárbara quase me matou porque eu te perguntei aquilo. – Ela disse, rindo.

Eu sorri.

– Não entendo essa garota. – Dei de ombros. – Ela deve ter algum problema comigo, só pode.

Esther riu novamente.

– Ela não tem problema com você, Mari. Ela só não é acostumada com meninas como você. – A ruiva deu de ombros.

– Eu já percebi isso. Ela parece ter medo de mim, sério.

Esther sorriu de canto, mas antes que ela conseguisse responder, Juliana surgiu.

– Mariana, você pode me acompanhar até a minha sala, por favor?

Mordi o lábio.

– Claro. – Assenti, seguindo a gerente do Café.

Adentramos a sala dela e, depois que ela se sentou e me indicou uma cadeira, começou a falar.

– Bom, Mariana. Você é uma boa funcionária, e eu realmente confio em você, mas outra funcionária do Café fez uma acusação grave sobre você, e eu gostaria de deixar isso claro.

Mordi o lábio novamente, entrelaçando os dedos.

– Certo. O que houve?

– Bárbara está lhe acusando de assédio. Isso é verdade, Mariana?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Não? Compensei o atraso? Espero que sim :3
E, well, gostaria de agradecer à moça linda da Arayan que comentou todos os capítulos de AdT (e de ToF também :33) e que é uma moça muito gente boa. E agradecer também à Nane, que também comentou vários caps de Adt.
Obrigada, suas lindas.
Agradecimentos especiais também para quem favoritou a fic :3
É isso.
Beijos e até mais :33