Como Os Lírios escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 24
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e desculpe as cenas fortes :)



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–Foi bom te conhecer irmão. – Derek falou assim que colocou mais um pouco de munição na sua arma, enquanto segurava o outro rifle silencioso com a outra mão.

–Como? – Andrews perguntou levantando os olhos de suas próprias armas e encarando o amigo a sua frente com uma expressão confusa no rosto.

–Sabe que essa é uma viagem sem volta não sabe? Sabe que é suicídio? – Derek falou seriamente enquanto Andrews o devolvia o olhar.

–Claro que sei. É claramente uma armadilha, provavelmente sem volta, como você mesmo disse. Mas você sabe que é a nossa vida que está lá não sabe? Sabe que morreríamos de qualquer forma não é? – Andrews respondeu e Derek apenas assentiu.

–Vamos combinar o seguinte. – Derek falou e Andrews voltou a encará-lo. Vamos manter como propósito principal resgatar nossas mães e as meninas e depois nos preocupamos e nos salvar. Me deixa ir na frente já que eu tenho mais experiência com armas do que você. Não arrisque um confronto físico. Pode ser arriscado de mais. Vamos entrar e sair, independente do que esteja na nossa frente.

Andrews assentiu assim que Derek terminou de falar. Ambos sabiam que aquele era o momento das suas vidas. Não tinha escapatória. Era decisivo. Palavras não eram necessárias. Os olhares falavam por si.

Derek retesou assim que leu o local onde eles estavam indo. Era o estacionamento subterrâneo de um dos prédios de João Paulo Ferrero. Esse agora estava abandonado, depois de ser interditado pela policia depois da ultima vez que estiveram ali. Foi exatamente naquele estacionamento que a irmã dele fora assassinada.

–É esse mesmo o endereço? – Derek perguntou e Andrews assentiu.

–Eu sei Derek. Não vai ser fácil para mim voltar lá também. Só espero que dessa vez não seja o nosso sangue a enfeitar o chão. – Ele falou e depois desse momento o caminho todo permaneceu silencioso.

Trinta minutos depois o carro de vidros escuros parou em frente a grande construção, que com o passar dos anos acabou perdendo o glamour. A antiga casa noturna agora era apenas a sombra do esplendor que um dia havia sido. A grama antes verde, agora era mato seco espalhado pelo chão e o estacionamento estava vazio, já que o local era um pouco retirado do centro, os carros que levaram Emanuel e seus homens até ali agora estavam provavelmente bem escondidos.

Saymon Haala observou o momento em que um carro se aproximou do local. Viu os rapazes manobrarem e esconderem o veiculo não muito longe dali se aproximando em silencio absoluto em seguida. Ele poderia matá-los ali, mas ele escolheu não fazê-lo. A intenção de Saymon era deixar que antes os dois jovens acabassem com parte de seus outros problemas que estavam dentro do local. Quanto menos pessoas ele tivesse que lidar, melhor seria o resultado. Por isso ele os deixou passar sem que sequer o percebessem ali. Logo na porta do local dois homens foram surpreendidos por Andrews e Derek, e logo estavam silenciados no chão. Uma coronhada em cada um foi o suficiente para desacordá-los e dar a eles o tempo de jogá-los para fora e trancarem a porta pelo lado de dentro. Ao menos os sentinelas não eram mais problemas. Provavelmente demorariam de uma a duas horas para recobrarem a consciência. Passaram pelos corredores se esgueirando e evitando ao maximo qualquer movimento que pudesse colocar a sua própria segurança em risco. Cada movimento deles era premeditado e perfeitamente sincronizado.

–Tem três caras a dois metros daqui. – Andrews sussurrou e Derek assentiu, derrubando propositalmente um pequeno objeto em seguida chamando a atenção de um deles. Assim que o primeiro homem se aproximou Derek o acertou o deixando caído no chão para em seguida Andrews terminar o trabalho.

O pequeno barulho da pancada chamou a atenção dos ouros dois e logo a regra de evitar um confronto físico foi anulada. Eles travaram uma violenta batalha sem armas, já que um tiro naquele momento chamaria a atenção que eles não queriam.

Logo o confronto cessou. Andrews sentiu o aperto em seu pescoço diminuir gradativamente e logo se tornar inexistente. Derek viu o homem com que lutava desfalecer a sua frente e assim que ambos olharam para frente se depararam com aquilo que eles já esperavam, mas que de certa forma os havia surpreendido.

Saymon Haala segurava uma arma silenciosa em punho e a mantinha apontada para eles.

–Andem em silencio, e qualquer gracinha vai acabar com o resto do meu auto controle. – Ele falou e logo indicou a direção para onde os rapazes deviam andar.

Derek e Andrews se entreolharam sem entender, mas optaram por obedecer. Era o mais sensato a ser feito naquele momento.

–Vejam só quem resolveu se juntar a festa. – A voz de Saymon chamou a atenção de Emanuel e João Paulo.

– Como eles nos acharam? – João perguntou segurando firmemente na arma que mantinha presa a cintura.

–Acho que essa pergunta foi para vocês rapazes. – Saymon disse para Andrews e Derek que apenas observavam o local.

Layane estava presa a uma cadeira e parecia bastante machucada. Tinha um pano tampando a boca, mas ainda assim encarava Derek com olhos suplicantes. Janina estava adormecida no colchão no chão e parecia ilesa. No canto mais afastado estavam amarradas juntas e com vendas nos olhos Pietra e Luciana.

–Libertem as mulheres e podemos conversar. – Andrews falou forçando uma calma que não tinha.

–Será que o moleque ainda não percebeu que não está em posição de dar ordens aqui? – Emanuel falou rindo em seguida.

–Já nos tem aqui, já tem o que lhes era de direito de volta. Sua vingança poderá ser feita perfeitamente apenas comigo e Andrews. – Derek sibilou e logo um grito foi ouvido.

–NÃO. – A voz de Luciana soou desesperada ao pedido do filho.

–Ouça o grito da sua mãe rapaz. Ouça enquanto ainda pode ouvir. Provavelmente será uma das ultimas coisas que você ouvirá na vida. – João Paulo disse rindo macabramente e fazendo os gritos desesperados de Luciana e Pietra aumentarem ainda mais.

– O que está havendo? – Uma voz fraca soou chamando a atenção de todos. – Papai? O que está acontecendo aqui? Andrews? Ah meu Deus... – Janina se desesperou chamando a atenção de Emanuel.

–Fique quieta e calma meu amor. Logo vamos para casa e eu vou cuidar de você – Ele falou e ela permaneceu o encarando assustada. – Vou tirar você daqui.

–Mas é claro que vai. Assim que terminar o que nós começamos. – João Paulo falou os encarando seriamente. – Por isso, é bom ficar bem quietinha, para não nos causar problemas.

– O que há com Layane papai? Por que está amarrada? – Ela perguntou baixo e Emanuel a encarou com pesar.

–Não se preocupe meu anjo. Ele é o pai dela. Sabe cuidar da filha. – Ele mentiu enquanto tentava reverter à situação.

–Sim, ele sabe cuidar dela. - Uma voz irônica foi ouvida. - Vamos Ferrero, liberte a garota, ela não é mais útil. Já me tem exatamente onde você queria. – Derek encarava o homem com raiva.

–Você ainda não está no inferno seu desgraçado, então não está onde eu gostaria que estivesse. – João respondeu e Derek apenas sustentou o olhar macabro.

–Vamos lá gente. Onde está o senso de diversão de você? Isso aqui está muito parado. – Saymon disse atraindo a atenção de todos. – Acho que devíamos animar isso. Que tal assim? – Ele falou mirando em seguida onde estavam Luciana e Pietra e disparando cegamente.

– Já chega. – Derek falou em seguida surpreendendo a todos retirando das vestes uma arma e apontando ela em direção a Saymon. – ABAIXE ESSA ARMA. – Ele gritou e Andrews aproveitou-se da distração de todos para pegar sua arma também.

–LIBERTEM AS MULHERES AGORA. – Andrews gritou mirando em Janina e encarando Emanuel friamente.

–Não faça isso Emanuel . – João disse e logo em seguida a voz de Saymon pode ser ouvida outra vez.

–Não faça isso? NÃO FAÇA ISSO? E o que ele deve fazer? Deixar que ele atire na filha dele? – o homem gritou e João apenas deu de ombros.

–Alguns sacrifícios são necessários. – Ele respondeu e Saymon o encarou estático.

–Assim como meu filho foi? – Ele perguntou e João assentiu.

–Jonas era um bom soldado. Mas não esperto o suficiente. – João falou e em seguida caiu de joelhos exatamente onde estava. Saymon Haala o havia atingido com um tiro no peito. Sua vingança estava quase completa, e o caos estava instalado.

Era matar ou morrer. O que é errado e o que se torna certo quando é a sua vida que está em jogo?


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Notas finais do capítulo

Beijos e fiquem com Deus!
Espero que tenham gostado! Não deixem de comentar, por favor :)