A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 29
Since You're Gone


Notas iniciais do capítulo

Essa música não tem muito haver, mas tem uma pequena relação. Eu acho. Mas eu, não sei como, consigo criar relações.
Jared



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Ótimo. Duas loucas. E ontem, descobri que Aline era bipolar. Sério, a gente iria morrer. Não tinha outra opção.

Por muita sorte, Aline também tinha a máscara de ar, que nos evitássemos de morrermos. Não foi muito fácil falar pra ela nos tirar de lá, pois ele não parava de tagarelar como todos estavam preocupados, e iriam nos bater, pois sumimos sozinhos. Ela disse que Hades iria me jogar no Tártaro por sumir com sua filha, e a culpa era minha. Pra variar.

- Aline! Tem como você nos tirar daqui? - Bianca, disse, meio irritada. Ela gesticulava as mãos com força e voracidade. Como se isso fosse ajudar em algo. Seus cabelos estavam flutuando com a água, juntamente com o capuz, que parecia ser posto em sua cabeça. A capa também flutuava em parte, e seu vestido estava inflado. Seus pés estavam parcialmente enterrados na areia, mas ela nem pareceu se importar.

- Ah! Eu venho salvar vocês e como agradecem? Me dizendo pra ir mais rápido, e...

- A gente vai morrer se você não fizer isso - eu cortei. Aline me fuzilou com o olhar, mas Bianca só assentiu, meio calma.

Aline suspirou. Ela estava com uma blusa preta, com um pouco de volume na gola, formando uma espécie de lenço frouxo. Estava com shorts escuros, os favoritos dela. Dava pra perceber só do tanto que a roupa foi lavada, pois estava mais clara do que o normal. Calçava tênis cinzas, que estavam encharcados. Levava um anel prata de dois dedos, que era sua arma favorita. Uma faca de bronze celestial, que também era mágica. Foi presente de sua mãe. Seus cabelos flutuavam na água, e seus olhos dourados e vermelhos faiscavam, dando a ela uma visão irreal, como se fosse um espírito extremamente furioso.

Ela puxou um pequeno livro de capa roxa de veludo do bolso da blusa, o que eu não havia parecido. Mesmo estando embaixo d'água, nada pareceu acontecer com a tinta impressa nele. Ela folheou o livro por alguns instantes, e então parou. Começou a falar algumas coisas, mas eu não entendi nada. Não era o português, ou o grego antigo. Era uma língua antiga, mas eu não consegui identificar. Eu entendi algumas palavras, como mágicatransporte e vingança. Não sei por que, mas isso não me soou nada legal. Bianca ficou parada, firme, prestando bastante atenção em tudo que era falado. Como se ela conseguisse entender, ou isso fosse caso de vida ou morte. O que realmente era.

Depois de um tempo, em um piscar de olhos, estávamos em um monte alto. Ele parecia muito antigo, pois pedras estavam cobertas de musgos. Alguns insetos estavam pelo ar, e, ao ver carne, pernilongos começaram a nos atacar. Isso não foi nada legal. No topo do monte, havia um homem grande e velho, mas extremamente forte. Ele não era um mortal. Ah, não. Não mesmo. Eu podia sentir uma onda de forças sair dele. Ele deveria ser imortal. Um deus, talvez.

Mas deuses não faziam o que ele estava fazendo.

Tinha uma cara feia, de quem estava fazendo muita força. Seus braços estavam levantados, como se segurasse algo. Algo extremamente pesado. Pesado mesmo. Ele segurava o céu. Era o titã Atlas.

As garotas voltaram os olhos para o titã. Então, na hora, ele se transformou. Era uma mulher que estava sentada em cima dos joelho, como se tivesse caído com o peso que estava segurando. Seus braços estavam machucados, estavam sangrando. Ela era loira, meio gorduchinha. Estava com uma blusa cinza claro com mangas, e as calças estavam rasgadas. Não pude ver seus sapatos.

- Ah... - A mulher gemia de dor. Ou devo dizer o titã? Eu tinha ficado confuso. Ela levantou os olhos, e eles eram azuis-escuros. Ao avistar Bianca, pude ver uma esperança neles. - Bianca! Aqui, venha! Me ajude, por favor!

Bianca estava pálida. Em choque. Tive a sensação de que elas se conheciam. A filha da morte se recuperou do choque e foi ajuda-la. Vi os olhos da mulher faiscarem, mas Bianca nem notou.

- Bianca, é uma armadilha! - Eu gritei, mas foi em vão. Ela já estava segurando o peso.

Então, a mulher saiu de lá. Ela suspirou, bateu o pó das roupas e se alongou. Olhou para a garota que agora sustentava o céu com desdém.

- Carol... - Bianca gemia com o peso. Eu fui tentar ajudar, mas, com um gesto com a mão, a Carol nos jogou de lado, para longe.

A suposta Carol mostrou o que estava armando. Ela começou a brilhar, e eu desviei os olhos. Quando olhei novamente, era o titã Atlas. Eu fiquei furioso, e peguei meu mp4, que era a espada disfarçada. O titã olhou com desdém.

- Tem certeza que isso vai impedir de eu escapar, heróizinho? - Sua voz era grave. Ele sorriu, meio irônico, e eu não estava mais no monte. Estava em uma espécie de quartel general, com espadas, escudos, rifles e outras coisas de guerra nas paredes. Isso não era nada legal. Dava realmente medo. Parecia o templo de Ares (olhe que eu realmente sei do que estou falando), ou algo do tipo.

Não pensei outra vez, e expandi a espada ao tamanho normal. Cerca de um metro e trinta centímetros de bronze celestial. Havia alguns monstros por perto, e eles recuaram quando viram o metal. Aline percebeu e sacou a faca. Depois de um tempo, os monstros lá estavam com cara de desdém. Eram muitos. Nós éramos dois. Mas Aline tinha alguns truques na manga. Nesses tempos atrás, ela treinava tanto que nem tinha tempo de folga. Ela murmurou algumas coisas, e cães saltaram de todos os lados e atacaram os monstros. Eu sorri com desdém, imitando o titã.

- Podemos não impedir de você escapar. Mas vai pagar caro por isso.

E corremos, atacando o titã.


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Notas finais do capítulo

Oh yeah! Agora a coisa tá ficando boa.