A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 21
Save Me


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
não sei o significado da música - eu nunca escutei - mas ela combina com isso aqui.
Bianca



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Realmente, ver tudo aquilo não era muito bom. Eu gosto de morte, mas não daquele jeito. Era horrível. Pelo menos, eu não escutava nada por causa daquele maldito chiado nos ouvidos. 

Mas eu nem comecei direito a lutar, e já estava no chão.

Um monstro com cabeça de leão estava em cima de mim. Era uma Quimera. De novo. Seus cascos estavam apoiados em minha barriga. Acredite, ter um bicho daqueles em cima de você não é bom. Ela abriu a boca, mostrando os enormes dentes, e soltando um hálito nada agradável.

E ele se desmanchou em pó. 

Me virei, e vi um guerreiro de cara feia para mim, e ele estava falando algo. Achei que era do tipo ''Presta atenção! Não posso te salvar toda a hora!", e comecei a corre e atirar. Passei por um bando de semideuses lutando contra algo de nove cabeças. Tropecei em um corpo no chão. Era um garoto com os cabelos loiros.

Estava preocupada com Jared e Aline. Mas isso não adiantou nada. Uma dracaena atirou meu arco longe. Puxei a faca, e tentei acertar o monstro. Mas ela só jogou minha faca longe e me feriu no braço com a lança que carregava. 

Ela tinha uma expressão de felicidade. Pelo menos para um réptil, era o que parecia. E o peso nas minhas costas se aliviou.

Automaticamente, passei a mão abaixo do meu pescoço, e puxei o colar que lá tinha. A mulher-cobra ficou surpresa. Mas eu não hesitei. Puxei uma flecha, e a acertei no rosto, fazendo-a se transformar em pó. Daí em diante, não esperei para atirar. Ou eles, ou eu.

Destruí vários monstros. Percebi que haviam semideuses lutando contra semideuses. Mas por quê?

No alto do penhasco, vi um garoto que observava aquilo com satisfação. Ele tinha os cabelos negros e olhos azuis, e...

Se parecia com o garoto de Poseidon? O que ele estava fazendo lá?

Puxei uma flecha preta, e preparei para atirar. Mirei bem, com medo de errar o alvo. Não tinha muitas flechas daquela, e, pelo jeito do garoto, ele podia me fazer em pedaços. Quando atirei, minha flecha foi desviada por algo grande e reluzente, na frente dele. O que era aquilo eu não sei, mas chamou a atenção toda pra mim. Algo se posicionou na minha frente. Era grande, alto e fedido. Olhei melhor, e estava usando armadura completa. E... Tinha um olho só?

Atirei a flecha em seu olho. O gigante uivou de dor e levou uma mão no rosto. Mas a outra, me arremessou longe, e bati em uma mulher-cobra antes de cair. Ela sibilou, mas puxei a faca e cravei em uma de suas pernas rastejantes, e virou pó. Me levantei, mas logo caí novamente. Minha perna direita ardia na altura da coxa. Parecia que alguém tinha colocado uma mistura de gelo seco e chumbo derretido lá dentro. Não aguentei de dor a cai. A apalpei, e vi que não estava inteiramente uniforme. Acho que eu havia quebrado-a.

Atirar flechas iria atrair a atenção dos monstros. E eu morreria. Podia abrir uma fenda e manda-los para Tártaro. E todos lá morreriam. Pensei em algo que podia fazer sem machucar ninguém.

Lembrei de alguns livros que eu li. Não sou disléxica por causa disso. Cresci em meio a livros. Mesmo assim, algumas palavras saem flutuando, ou eu não consigo lê-las ou fala-las corretamente. Em um deles, havia uma história de um filho de Hades. Ele trazia esqueletos de volta a vida para serem seus parceiros de luta. E também pensei no que meu pai disse. Você pode envocar espíritos, chamar mortos para o campo de batalha... 

Rezei do fundo do meu coração que os mortos viessem até aqui e ajudasse na luta. De início, nada aconteceu. Apenas uma dracaena veio até mim, mas o chão tremeu quando estava perto. Ele olhou para os lados, confusa, e, então, jogou sua lança. Me desviei, e ela se cravou na árvore em que eu estava apoiada. Uma garota verde acertou sua cabeça com um porrete, e eu arranquei a lança de lá. A garota falou algo como ''obrigada'', mas eu não sabia direito por causa do chiado.

Suspirei e sabia que iria morrer logo. O envocamento não deu certo, e estava com a perna quebrada. Tudo parecia perdido. Eram muitos monstros, e os semideuses já estavam cansados. Mas eu escutei tiros.

Um enorme bando de zumbis - foi o que me pareceu  - passou correndo por trás de mim. Todos olharam assustados, e isso deu tempo para que eles atacassem. O meu plano deu certo. As coisas começaram a melhorar para o nosso lado.

Olhei para o alto do penhasco, na esperança de eu ver aquele garoto lá, mas havia sumido. Voltei os olhos para a batalha, e um gigante vinha correndo para mim. Ele, pelo menos, não tinha só um olho. Mas era tão grande como o outro.

O garoto de Poseidon se atirou na frente e começou a duelar com o monstro. Depois de alguns segundos, me lembrei da faca e a arremessei em sua barriga. O garoto olhou para mim, meio surpreso, se voltou, pegou a faca, me entregou, me me jogou em suas costas como se eu fosse um saco de batatas. Dei um gemido de dor - por causa do maldito machucado em minha perna -, e ele começou a correr. Eu vi a batalha ficando cada vez mais longe e pequena, até que foi escondida por um pequeno morro que descemos. Quando quase perto da praia, ele me colocou no chão. Pude ver outros feridos. Haviam várias pessoas cuidando deles, e estavam sériamente machucados. Até mais que eu.

- Fique aqui - disse o garoto em tom sério. Ele tinha um arranhão na testa. - Você vai morrer se voltar lá. 

E então, se virou e correu para a batalha. Não pude deixar de lembrar o que vi em cima do penhasco. Mas um semideus veio e começou a cuidar dos meus ferimentos. Me deu algo pra beber - um líquido dourado - e ele tinha gosto de chocolate. Nunca vi um remédio assim. O semideus passou a mão por trás da minha cabeça apoiando-a, e eu tentei lutar. Mas ele me levava pra o chão, e eu adormeci.


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