A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 16
Sing


Notas iniciais do capítulo

Jared!!
Sing - My Chemical Romance.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281518/chapter/16

Caminhamos por um longo tempo, até achar uma estrada. Estava passando uma caminhonete com a traseira aberta, então subimos. A Bianca quase ficou para trás mas eu a ajudei a subir. Nisso, a segurei pela cintura, antes que caísse. Ela olhou assustada. Mas depois, logo se desfez do ''abraço''. Ela parecia muito triste. Pelo menos, não falava muito. Podia ser pelo o que aconteceu com o pai dela, ou o que aconteceu ontem a noite. Ela se apoiou atrás do motorista com o braço na lateral do carro. Aline do outro lado, do mesmo jeito, só que menos largada. E eu no meio das duas.

- Bianca - Aline começou -, você tomou café da manhã?

Bianca balançou a cabeça negativamente.

- Mas você tem que comer algo! Como acha que vai conseguir fazer algo?

- Ah - começou Bianca. Sua voz falhava e era rouca, como se não usasse havia muito tempo. - Não vou comer contra a minha vontade.

Aline se calou. Ela estava meio irritada. Não tinha coisa melhor. 

Passamos muito tempo calados. Vi que Bianca havia se encostado em meu ombro. Ela dormia intensamente. Aline também, mas ela mantinha ainda sim distância. E eu acabei caindo no sono também.

- JARED!! - Aline berrava.

Abri os olhos com dificuldade. Ela me sacudia pelos ombros, e Bianca olhava, longe.

- Acorda, seu preguiçoso! - Aline gritava. - Vamos, eles vão nos descobrir aqui!

Olhei para os lados, e vi que ainda estávamos em alta velocidade.

- Ah, nós vamos nos matar se sairmos daqui agora - respondi, meio emburrado.

- Não - Bianca disse. Ela tinha a voz rouca. - Bem ali tem uma cidadezinha. E onde tem cidades, tem lombadas, que os obriga a diminuir a velocidade. Venha, acorde e se prepare - ela ofereceu sua mão, e eu a segurei. Era fria como a de um morto. Ela me ajudou a levantar, e eu vi a cidade. Não estava muito longe.

Mas como vida de semideus é difícil, o carro entrou em em uma estrada de chão. Parecia levar a uma fazenda. Do lado direito havia pés de café e do esquerdo mata fechada.

- Venha, eles vão parar logo! - Bianca gritou, e gesticulou para os pés de café.

- Nem pensar! - Retrucou Aline. - Nós vamos nos quebrar inteiros!

- Os pés de café vão amortecer a queda! Venha logo!

E então, ela pulou. Atingiu em cheio um pé de café, e o quebrou. Ela se levantou correndo e começou a se bater, e se escondeu. Aline praguejou baixinho, e se jogou. Depois, sem pensar muito, foi minha vez. A queda foi dolorida, admito. Bianca correu até nós. Ela estava com o braço sangrando. Ela ajudou Aline a se levantar, e então olhou para mim. 

- Eu tô bem - respondi. - Seu braço está sangrando.

Ela olhou para ele, com os olhos arregalados. Então, deu de ombros.

- Logo para - ela se calou e fez sinal para que não fizéssemos barulho. Percebi que tudo estava quieto. Até o barulho da caminhonete. - Venha! - Ela gritou, e gesticulou para a floresta. Corremos feito loucos, e vi que uma pedra passou raspando minha cabeça. Entramos na floresta, e eu sentia os galhos raspando meu rosto. Depois de um tempo, chegamos em um lugar mais aberto, sem muitas árvores.

- Vocês estão bem? - Perguntei. Aline assentiu com a cabeça, enquanto Bianca recuperava o fôlego com as mãos no joelho. Ela fez um sinal positivo com a mão. Me joguei no chão, e deitei. Estava bem cansado e dolorido.

- Vou procurar algo pra comer - disse Bianca enquanto Aline se deitava ao meu lado. Pude ouvir o farfalhar de folhas que ela fazia enquanto andava. Mas, logo dormi.

Acordei com o cheiro de queimado. Aline assava um bicho do qual não pude identificar. Bianca comia algumas frutas.

- O que é isso? - Perguntei, me sentando.

- Um coelho - disse Bianca. - Acho que dá pra vocês.

- E o que você vai comer?

- Sou vegetariana.

Assenti com a cabeça. Aline tirou o coelho do fogo, e pegou um pedaco. Ofereceu a mim, e peguei outro. Assim fomos, até o animal acabar.

Vi a situação que estávamos. Eu com a calça rasgada e a camisa suja. Minha mochila estava cheia de terra. Aline com os cabelos completamente bagunçados, o olhar selvagem, e o rosto com alguns pequenos arranhões. Bianca com um corte grande no braço, o cabelo com galhos de café, e a calça e a capa rasgadas. Mas o olhar continuava calmo, como se tudo aquilo fosse natural.

Ouvimos um farfalhar de folhas, e Aline puxou a faca de seu anel (é, ela tem isso). Bianca preparou o arco negro e apontou para onde vinha o barulho. Eu me coloquei em pé em um salto, e peguei o meu mp3, e apertei um botão, fazendo-o se transformar em uma espada de 90 centímetros. O barulho continuava, Bianca de levantou e foi andando até o lugar, hesitante. De lá, correu um garoto de cabelos pretos e olhos verdes. Ele parou bem na frente da flecha de Bianca, com quase a testa encostando na flecha. Ele olhava assustado. Sua respiração era pesada, e ele não ousou em se mexer. Aos poucos, Bianca abaixou o arco, mas ainda estava pronta para atirar. Minha espada se transformou novamente em um mp3, e Aline transformou sua faca novamente em um anel.

- Quem é você? - Ela perguntou.

- Meu nome é Bruno Vasconcellos - o garoto disse. - Sou filho de Poseidon.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha Da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.