Era uma delicada manhã de inverno naquele dia 13 de dezembro, o dia perfeito para mim, o dia em que chegamos a Yorkshire. Desci do carro e caminhei na frente com minhas malas em mãos, eu respirava aquele maravilhoso ar britânico, Inglaterra para mim sempre foi o meu sonho. E saber que íamos morar ali daqui por diante, me fazia sentir-me bem. Não que eu não gostasse de New York, mas aquilo não me trazia boas lembranças, como, a morte da minha única irmã menina, Ashley. Aquilo era algo que sinceramente, eu não gostava de lembrar.

– Sam! Espere! – minha mãe gritava por mim, enquanto me via naquela enorme euforia. –

– Estamos em Yorkshire! Estamos em Yorkshire! – era tudo o que falava naquele momento. –

Abri a casa e fiquei rodando em círculos pela sala. Aquilo era o paraíso, o meu paraíso. Tudo aquilo era perfeito. O país, a vista, as pessoas e o lugar.

– Mamãe, porque só eu que tenho que carregar essa porcaria de caixa? – Daniel, o meu irmão menor indagava enquanto carregava algumas caixas para o seu novo quarto. – Samantha e Mike não fazem nada! – reclamava o menino.

Mike era meu irmão mais velho. Ele não era muito simpático, não gostava muito de conversar com os nossos pais. Eu era a única a quem ele confiava. A única que ele conversava de vez em quando. Eu o amava e ele foi quem esteve do da Ashley nos seus últimos momentos de vida. Todo mundo acha que ele é desse jeito por causa da morte da Ashley, e na verdade é.

– Oh droga, Dan! – falei parando de rodopiar e o empurrando para frente.

– Mamãe! Mamãe! Sam me empurrou! – Dan, como nós o chamávamos, gritava para minha mãe, e eu apenas ria.

– Samantha Marie Clark! Pare já com isso. – meu pai falava aos gritos quando ouviu a reclamação do Dan.

Meus pais eram sempre unidos e nunca nos deixava brigar. A palavra “briga” na minha casa, nunca existiu. E, eu era feliz por aquilo. Eles se chamavam Rose e Dave. Minha mãe era jovem, tinha 36 anos e ela tinha cabelos cacheados e castanhos, assim como eu. Teve o Mike aos 18 anos, e, nunca se arrependeu disso. Meu pai era mais velho, tinha 40 anos e, eu poderia chama-lo de: o melhor pai do mundo. Com certeza. Meus irmãos e eu, brigávamos às vezes, mas não todo tempo. Mike tinha 18 anos, e era o garoto mais bonito da escola. Eu perdia as contas de quantas garotas ligavam para ele durante o dia, e também à noite. Isso me irritava muito. Dan, ou melhor, Daniel tinha 7 anos e era o meu irmão mais novo, ele tinha dislexia e nunca poderíamos o deixar sozinho. Eu tinha três melhores amigos em New York: Alison, Louise e Gabriel. Alison era o tipo de garota que você podia não ser amiga, mas era impossível não gostar. Com 16 anos, ela tinha cabelos loiros e longos, na altura na cintura, seus cabelos eram sedosos e seus olhos, azuis. Ela era perfeita. E seu senso de humor, ainda mais. Louise tinha 15 anos e também era bonita, tinha cabelos escuros e uns olhos tão lindos que pareciam duas azeitonas brilhantes. E por fim Gabriel, ou como eu costumava chama-lo, Gabe. Ele era o único melhor amigo menino que eu tinha. Gabe era fofo. Cabelos pretos e olhos escuros. Nós já havíamos namorado por algum tempo quando tínhamos 14 anos, mas, ele era meu melhor amigo, e... Isso não era o correto. Eu prometi a eles que os ligariam todos os dias e entraria sempre no Skype quando fosse possível. E claro, eu. Eu era baixinha, tinha cabelos cacheados e castanhos bem claros, quase loiros. Meus olhos eram verdes e cílios longos. Tinha 16 anos e, podia me considerar a garota mais sortuda do mundo, pela família que eu tinha. Chamo-me Samantha Marie Clark. Mas todos gostam de me chamar de Sam.