And More Confusion escrita por Kaline Bogard


Capítulo 10
Capítulo 10 - Perigo real


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Minha chefe ligou cancelando o resto das minhas férias e me chamando de volta pro trampo! Eita felicidade... ¬¬
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Bem, mas agora direto ao que interessa: chega de ser boazinha ò.ó9 É hora do bicho pegar e as coisas ficarem do jeito que eu gosto! (insira risada macabra aqui)
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Boa semana para todos!



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And more confusion
Kaline Bogard

Parte 10

Perigo real

Pearl Hills estava muito distante do que seu nome pomposo fazia crer.  Ou até tivesse sido, num passado muito distante.  Justiça fosse feita.

Mas, atualmente, o local não passava de um amontoado de casas estilo colonial europeu, com muitas características irlandesas preservadas.

Sam Winchester pesquisara sobre o local o suficiente para saber que a pouca centena de famílias que ainda residia na cidadela sobrevivia à custa da aposentadoria.  Muitos jovens tinham ido embora em busca de oportunidades, deixando para trás uma cidade quase fantasma, pintada com o sépia dos moradores idosos, saudosos dos bons e já distantes tempos.

– Acho que vamos ter sorte – Sam sussurrou esperançoso.  O pequeno vilarejo piscava tradição em cada lasca de madeira ancestral usada na construção dos pequenos chalés, se não encontrassem um Cluricaun ali, onde encontrariam?

No entanto a preocupação imediata era outra: precisavam de um lugar para dormir, já que a noite caia rápida e completamente.

– Num gosto daqui – Dean resmungou incerto – Acho que num tem figurinha da temporada.

– Ora, Dean... você tem algumas figurinhas para abrir e o importante é encontrarmos um Cluricaun.

O loirinho ficou todo solene, sentado no banco de trás do carro.

– Sammy, nunca mais diz algo assim!  Figurinhas são muito importante.

– Claro... – o moreno soou apaziguador – Me desculpe, Dean.

– Tudo bem.

Sam sorriu e parou o carro.

– Espere aqui, sardento.

– SAMMY!

– Eu não demoro – o rapaz afirmou rindo da indignação estampada na face cheia de pintinhas – Prometo.

Sam pretendia apenas pedir informações na construção que parecia um armazém.  E, além disso, dar tempo para que Bobby os alcançasse.  Ele vinha logo atrás, chegaria em minutos.

O loirinho emburrou, mas consentiu.  Ajoelhou-se no banco de trás e ficou observando seu irmão se afastar em direção à venda.  Suspirou entediado, mas só até uma menininha aparecer no seu campo de visão.

– Ei!

Era uma ruivinha de cabelos lisos e com muito mais sardas do que Dean.  Ela usava um vestido rodado todo branco, e caminhava com insegurança.  Certamente por conta da pouca idade: a garotinha parecia ter por volta de dois anos e meio de idade.

– Você tá perdida?! – Dean gritou do interior do carro.

A criança mostrou a língua e saiu correndo para dentro da venda em que Sam entrara minutos antes.

– MININA MAU EDUCAAAAADA! – o garoto berrou torcendo para que a ruivinha desconhecida escutasse.

Depois disso ele sentou-se no carro e jurou pra si mesmo que nunca mais na vida falaria com uma menina.  Elas eram estranhas, chatas e cheiravam mal!  Tá... elas não cheiravam mal, no entanto ainda eram irritantes!

Estava tão compenetrado em seu juramento anti-garotas que assustou quando Samuel voltou e abriu a porta do carro.

– Sammy!  Quase me mato eu de susto!

– Desculpe, Dean – o moreno falou enquanto se sentava no carro – Bobby acabou de me ligar.  Ele encontrou uma pousada onde podemos ficar até investigar a cidade.

– Sammy... – o loirinho olhou para o irmão através do retrovisor louco para contar sobre a menina mal-criada, porém foi cortado.

– Agora não.  Você pode abrir as figurinhas quando chegarmos ao hotel.

– Num é...

– Eu disse que agora não, Dean – Sam interrompeu o irmão novamente.  Soou tão rude que o menino não insistiu, recostando-se pensativo e chateado no banco do carro.

Respirando fundo o Winchester moreno manobrou o carro e afastou-se dali.

– Dean, eu só estou cansado.  Dirigi quase o dia todo, okay?  Vamos descansar um pouco e eu prometo que te ajudo a colar as figurinhas.

O loirinho estava pronto para rebater a afirmativa quando arregalou os olhos assustado.  A garotinha ruiva... aquela menininha que lhe mostrara a língua apareceu como se estivesse sentada no colo de Samuel, passando os dois bracinhos pelo pescoço do rapaz, pendurada nele.  Lentamente ela voltou as íris de puro cobalto para Dean, paralisando-o com a intensidade do ódio do qual foi alvo.  A figura falhou, como imagem distorcida de televisão e desapareceu.

– Sa... Sammy...

– Dean, pode ficar quieto só um minuto?

O loirinho engoliu em seco, com o coração acelerado, sem dizer mais nada, incapaz de desviar a visão do irmão, sabendo que ele carregava o espírito de uma menina nos ombros.

S&D

– Você está bem filho? – Bobby perguntou observando a face pálida e cansada de Sam.

Os três se reencontraram em frente à pousada que o mais velho localizara.  Tinham estacionado os veículos e preparavam-se para registrar-se.  Já estava escuro o bastante para adiar as investigações para o dia seguinte.

– Estou bem – Sam respondeu – Só preciso de um banho e cama.  Acho que dirigir tantas horas me deixou exausto.

Dean abriu a boquinha pronto para protestar, mas calou-se.  Ainda estava assustado com a visão daquela criança, uma pobre alma perdida, presa ao seu irmão caçula.

Nem Sam nem Bobby pareciam capazes de vê-la.  Apenas ele, apesar de não enxergá-la naquele instante sabia que ela estava lá, junto ao Winchester mais jovem.  E Dean pensou que teria que fazer como nos velhos tempos: cuidar e proteger o mais jovem dos três.

A explicação de Sam pareceu convencer Bobby, afinal ele próprio estava cansado.

– Então vamos, garotos.  Chega de perder tempo.

Entraram na pousada e foram recepcionados por uma senhora sexagenária que exultou com a chegada dos pretensos hóspedes.

– Bem vindos! Que surpresa – acenou para eles de trás de um rústico balcão – Deus, como é bom ver rostos novos.  Estão de passagem?

– Nos perdemos no caminho e resolvemos passar a noite por aqui.

– Mas é um lugar bem agradável – Sammy respondeu numa voz cansada.

– Sim –  a velha mulher sorriu largo – Dois quartos?  Creio que sim, venham.  Preencham os papeis, todos os quartos estão disponíveis, não há por que esperar.

– Obrigado – foi Bobby quem respondeu e se encarregou de preencher os papeis.  Dean apenas assistia, incapaz de desviar os olhos do irmão, sabendo que ele carregava um peso sobrenatural, o fantasma de uma pequena garota.

– Serão alojados no segundo andar – a velha sorriu ao entregar as chaves – Oh, meu nome é Ster.  Podem ficar a vontade e... se me permitem uma sugestão: têm que provar nosso ensopado de carneiro.  É sensacional.

– Tenho certeza que é – Sam respondeu forçando um sorriso.  Estava cansado.  Esgotado, na verdade.  E a velha mulher não parecia disposta a parar de falar nunca.

– E essa coisinha loirinha tão quietinha aí...?

Todos voltaram os olhos para Dean, que ficou sem jeito e escondeu-se atrás das pernas de Sam, até se lembrar do espírito infante e afastar-se assustado.

– Está tão cansado quanto nós – Bobby afirmou bancando o relações públicas, sem compreender o comportamento de Dean, mas sem querer prolongar o assunto.

– Claro, claro – Ster acenou com as mãos – Quartos vinte e um e vinte e dois.  Aproveitem a hospitalidade de Pearl Hills e tenham uma boa estádia.

Finalmente os caçadores puderam seguir para os quartos.

S&D

O aposento cheirava a coisa antiga, tinha aspecto de coisa antiga e, evidentemente, era todo composto por coisas antigas.  Desde as camas com dossel, até as grandes e pesadas cortinas que escondiam as janelas.  O guarda-roupas feito de madeira de lei aparentava no mínimo uns cem anos, assim como o criado mudo e duas cadeiras estofadas de veludo vermelho.  Tudo tão digno quanto o relógio de corda preso a parede, com um grande pendulo indo de um lado para o outro conforme os segundos se passavam.

– Sammy...

– Vou abrir o chuveiro pra você. Dean.  Estou realmente... cansado.  Amanhã colamos suas figurinhas – Sam afirmou seguindo para a porta que dava acesso ao banheiro.

Dean sentiu o coração disparar ao reparar que podia ver o topo de uma cabeça ruiva aparecendo por cima do ombro de Samuel, os olhos de profundo azul cobalto permaneciam cravados no loirinho, como se o desafiassem a tomar alguma atitude.  Porém Dean estava assustado demais para fazer algo.

Lembrava de caçadas a fantasmas e monstros, mas em sua mente era algo como um filme assistido há muito tempo atrás... ou um pesadelo do qual se lembrava de pequenas partes intermitentes.  Mal podia ligar os atos corajosos e arrojados a si mesmo.  Estava, de fato, apavorado com o fantasma que conseguira se prender a seu irmão caçula.

Nem se moveu do lugar e o moreno voltou.

– Pode ir.  Mas não... demore – e Sam não esperou resposta, deitando-se de costas sobre a confortável cama com roupa e sapatos, colocando a mão sobre o rosto de modo a proteger-se da luz – O cemitério... será um bom lugar... para começarmos... amanhã.

Ao terminar de sussurrar as palavras o rapaz pareceu adormecer.  Dean passou a língua pelos lábios e observou o espírito da garotinha aconchegada sobre o peito do irmão.  Os olhos estáticos cravados em Dean permaneciam imóveis, mas brilhantes e vívidos.  Ela entreabriu os lábios e a imagem tremeu, como se fosse desaparecer, mas voltou a ficar firme.

O loirinho não quis saber de banho nem de nada.  Deu meia volta e correu para fora do quarto, conseguindo abrir a fechadura com custo desesperado, pois não tinha altura para alcançá-la.  Precisava falar com Bobby.

Acabara de sacar o que estava acontecendo ali e, sozinho, não poderia ajudar o irmão!  Não agora que Sam fora aprisionado pelo peso da culpa que sentia...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Pronto. Eu tava doida pra ver o circo pegar fogo. Tipo, foi como se a história chegasse ao topo... agora é só rolar o monte Everest e... okay, você não vê sentido algum no que eu acabei de dizer.
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Não sofra: nem eu xD
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Mas agora sim é hora de ficar malvada com esse pessoal!!
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A gente se vê segunda-feira!



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