Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 3
Capítulo 2 - Eu odeio bonecos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D Fico tão feliz que vocês estejam gostando *o* Postei há 5 dias a fic e o Nyah já contabiliza 36 leitores. Bora aumentar esse número xD Espero que vocês gostem do capítulo ^^



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2 - Eu Odeio Bonecos

POV Bella

Passamos mais três dias na casa de Bobby. Aproveitei para passar no shopping da cidade. Roubei um dos cartões de crédito falsos de Dean e fui às compras. Afinal minhas coisas ficaram dentro da minha velha Chevy que neste momento estava do outro lado do país em uma estrada que ninguém passava. Tentei chamar Castiel para trazer meu carro, mas parece que o anjo tomou chá de sumiço. 

Comprei roupas básicas, afinal eu vivo na estrada, não posso ter um closet cheio de opções dentro do porta-malas. Aproveitei e passei no mercado. A dispensa do velho Bobby era vergonhosa, não sei como ele sobrevive. Ele me fazia lembrar meu pai. Todo fechado sem demonstrar sentimentos de afeto, mas seus olhos diziam tudo. Era fácil enxergar o carinho que ele tinha pelos rapazes. 

Ele me tratava meio sem jeito, acho que ele não sabia lidar com uma garota da minha idade. Além de que eu era filha de um amigo seu. Eu sentia que ele queria me perguntar como Charlie morreu, mas creio que percebeu que eu não conseguiria dizer nada. Eles teriam que confiar em mim. 

- Olá rapazes. - cumprimentei e estourei uma bola de chicletes chutando a porta de entrada. 

Sam mandou um olhar divertido para as sacolas em minhas mãos e veio me ajudar enquanto Dean me fuzilava com o olhar. Sam era um cara legal e fácil de se conviver. Não era cheio de ironias como seu irmão mais velho.  

- Posso saber com que dinheiro a madame foi fazer compras? - eu não disse que ele era irônico?

Sorri tirando os óculos escuros do rosto. 

- Comprei com o cartão de um tal de John Smith. 

- Um cartão que por acaso estava dentro da minha carteira? - ironizou ainda mais puto da cara. 

Sam segurava o riso. 

- Ora paixão, não é como se o dinheiro fosse realmente seu. - estourei mais uma bola de chicletes e completei mandando uma piscadela. - Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. 

Dean bufou irritado enquanto eu e Sam soltávamos risos carregando as coisas para a cozinha. 

POV Sam

Mary era definitivamente uma garota peculiar. Ficava sempre na dela, mas era extremamente observadora. Quando percebeu que eu, Dean e Bobby queríamos conversar um assunto sério e que seria meio estranho falar em sua frente, disse que iria dar uma volta na cidade. Bobby emprestou o carro para ela que agradeceu com um sorriso tímido. 

Logo falávamos dos últimos acontecimentos e sobre o sumiço de Cas. Até que surgiu o assuntou sobre o pai de Mary. Bobby contou o que sabia, tudo indicava um caso comum entre famílias de caçadores. Charlie deve ter morrido em uma caçada e a filha teve que assumir o trabalho do pai. 

Segui para o computador ver se encontrava algum caso. Dean se jogou no sofá e continuou conversando com Bobby e bebendo algumas cervejas. 

- Já faz um bom tempo que Mary saiu não é? - comentou meu irmão. 

Ergui uma sobrancelha para ele que rolou os olhos. 

- Vou comprar alguma coisa para comer. - informou levantando e pegando sua carteira. 

Voltei minha atenção para a tela. Algumas notícias sobre mortes estranhas.

- Vadia! - grunhiu Dean. 

- O que aconteceu?! - perguntei assustado com sua explosão. 

- Aquela garota roubou meu cartão! 

- Dean... Deixa ela, só deve ter pego emprestado. - tentei amenizar, mas ele ficou muito puto. 

Acho que o maior problema não era ela ter pego o cartão e sim ter visto a foto de Ben e Lisa que meu irmão guardava em sua carteira. Mas eu não iria falar isso. Não estava afim de brigar. Além do mais Mary logo chegou cheia de sacolas. 

Confesso que ela me divertiu e também me surpreendeu por abastecer a dispensa de Bobby. A ajudei guardando as coisas na geladeira. Uma hora ou outra a ouvia bufar ao guardar os mantimentos nos armários. 

- Igualzinho Charlie... Não sei como sobreviveu até agora. - murmurou para si mesma. 

- Charlie seu pai? - perguntei. 

Ela estava de costas para mim e permaneceu tensa em silêncio. 

- Só estava pensando alto. - murmurou e voltou a ajeitar as coisas. - Vocês gostam de lasanha? - perguntou rapidamente mudando de assunto. 

- Sim... - murmurei desconfiado. 

Será que ela sempre vai fugir desse assunto? Tudo bem que ela deve ter sofrido muito, eu compreendo. Mas ela age estranho, como se tivesse alguma culpa. Será que ela teve?

[...]

POV Dean

Acho que nunca em minha vida comi algo tão bom! Porra de lasanha gostosa! Sammy me olhava envergonhado e Bobby espantado. 

- Então? Estou perdoada por roubar seu cartão? - perguntou provocativa Mary que comia lentamente seu pedaço de lasanha.

- A questão não foi roubar o cartão, a questão foi mexer em minhas coisas. - respondi com a boca cheia. 

- Encare essa lasanha como pedido de desculpas. - pediu mandando uma piscadela. 

Sorri sem mostrar os dentes, já que minha boca estava cheia. Não que eu me importasse em mostrar a comida mastigada. 

- Achou algum caso interessante Sam? - perguntou Mary.

- Tem uma cidade em que três homens foram assassinados a facadas. 

- E o que faz esse caso um dos nossos? - perguntei colocando na boca o ultimo pedaço da lasanha do meu prato. 

- Os três corpos foram encontrados sem coração, não havia sinais de que outra pessoa esteve também no lugar, mesmo que os sinais de luta fossem evidentes. 

- Parece um dos nossos. - Mary levantou-se da mesa e foi em direção a geladeira. - Espero que gostem de torta de morango. 

Acho que meus olhos brilharam ao avistar aquela magnífica torta vermelha e apetitosa. 

- Definitivamente está perdoada por mexer em minhas coisas... Quer saber? Mexa no que quiser! Empresto até a minha coleção de animes! 

Mary me olhou risonha. 

- Conquistou ele. - brincou Sammy. 

E tinha conquistado mesmo. Porra! Quero casar com essa mulher! 

[...]

Depois do maravilhoso jantar da noite passada e o café da manhã melhor ainda resolvemos partir para a tal cidade dos homens que estavam perdendo seus corações. 

Meu momento in love com Mary acabou no exato momento em que ela zoou o meu rádio de fita. Ela e Sammy eram iguaizinhos. Passaram a viagem inteira me azucrinando. Até que finalmente chegamos na cidadezinha. E parece que chegamos na hora certa, pois carros de policia cercavam uma casa. Ao que tudo indica, mais um crime ocorreu. 

Paramos o carro e rapidamente trocamos de roupa colocando ternos. Tenho que dizer que Mary ficou muito sexy naquela saia e naquela camisa branca com os primeiros botões abertos. E o salto alto? Deus!

- Vai ficar babando por mais tempo ou podemos ir trabalhar? - perguntou irônica. 

Estreitei meus olhos. Garota difícil!

Passamos por baixo do cordão de isolamento. Não demorou para o policial encarregado se aproximar. Mostrei nossos distintivos e já fui falando.

- Sou o agente especial Wolf, esse é meu parceiro Norris e essa é Payton agente juvenil. - disse sério não transparecendo a minha imensa vontade de rir. 

Mary me fuzilou com o olhar e Sam tentou manter as aparências. 

- Sou oficial Lewis, eu não sabia que o FBI tinha agentes juvenis. - falou desconfiado. 

- E não tem... Filha do chefe, você sabe. - ele me olhou com compreensão e indicou o caminho para o corpo. 

Senti um pequeno soco na base das minhas costas. Mary me olhava brava. 

- Não reclama paixão... Com essa cara de menininha não vai enganar ninguém. - sussurrei lhe mandando uma piscadela. 

- Eu não sou amadora paixão... Sei muito bem me disfarçar. - sussurrou brava e então me olhou maliciosa. - E alguns minutos atrás você não me olhava como se eu fosse uma menininha. 

Eu iria responder, mas chegamos ao local onde estava o corpo.

- Pobre George, era um excelente pai... Assim como as outras vítimas. - murmurou Lewis. 

O sangue marcava as paredes do quarto infantil onde um homem jazia no chão completamente esfaqueado e com um buraco imenso no peito.

- É melhor não olhar Payton. - provoquei. - A cena pode ser forte para você. 

Ela passou por mim trombando em meu ombro. Agachou ao lado do corpo colocando uma luva plástica e enfiou a mão na cavidade do peito do homem. Meu estômago embrulhou. 

- Sem coração. - disse ela olhando para nós. 

- É o mesmo modus operandi dos outros três. - falou o policial.

- Precisamos dos arquivos das outras vítimas. - pediu Sam a Lewis que assentiu. 

POV Sam

Dean e Mary logo sairiam no tapa com essas provocações bestas. Meu irmão seguiu o policial saindo do quarto e eu faria o mesmo se não visse o olhar parado de Mary. Ela olhava seriamente para uma estante cheia de bonecos e ursos de pelúcia. Alguns brinquedos também estavam ao chão e tinha alguns com manchas de sangue. 

- Viu alguma coisa? - perguntei. 

Ela balançou a cabeça e me olhou emburrada. 

- Eu odeio bonecos. 

Ergui minhas sobrancelhas e a puxei para fora. 

Eu e Mary seguimos com o policial até a delegacia para ver os arquivos. Dean iria cuidar de um lugar para dormirmos. O policial nos deu tudo o que precisávamos para a investigação. Olhamos por cima tudo o que tinha dentro das patas. Mas nada tinha nos chamado a atenção. Agradecemos o Oficial Lewis e fomos para o motel. 

Meu irmão havia reservado um quarto com três camas de solteiro. O motel era igual a todos os que nos hospedávamos. Simples e barato. Dean estava esparramado em uma das camas e comia um enorme hambúrguer. 

- Tem aquelas coisas naturebas que você come Sammy, em cima da mesa... Tem para você também menina. 

Mary revirou seus olhos colocando os arquivos sobre a mesa e retirou seus saltos em seguida. Ela retirou a camisa de dentro da saia de cintura alta e foi em direção ao banheiro com sua mochila. 

- Encontraram alguma coisa? - perguntou Dean com a boca cheia. 

- Apenas longos relatórios e algumas fotos com muito sangue. Nada que indique que tipo de coisa está retirando os corações dos homens. 

- Acho que podemos descartar lobisomens, os cortes são retos de mais para serem feitos com dentes. 

- Eu notei isso também... Parecem facadas. 

- Será que esse é mesmo um caso nosso, às vezes é só mais um maluco... 

POV Bella

Ouvi os garotos discutindo sobre o caso enquanto pegava uma roupa mais confortável. O problema foi quando eu fui tirar a saia. O zíper emperrou, o problema seria resolvido se eu virasse a saia e puxasse o zíper pela frente, mas quando tentei fazer isso percebi que a calcinha era o que travava. 

Comecei a suar frio me mexendo de um lado para o outro tentando tirar a merda da saia. Tentei rasgar minha calcinha, mas não consegui fazer isso. Meus braços estavam atrás das costas e isso me tirava as forças. Bufei puxando e esticando. Grunhi. Até que desisti. Seria constrangedor, mas não tinha outra escolha. 

Limpei minha garganta colocando somente a cabeça para fora da porta. Sentia minhas bochechas queimando. 

- Será que um dos dois pode me dar uma ajudinha?

Dean me olhou malicioso e se levantou. Grunhi brava. 

- Nem pense nisso! Sam, por favor. - pedi com um biquinho. 

Ele riu e se aproximou curioso. 

- O que foi?

- Meu zíper emperrou na renda da minha calcinha. - murmurei morrendo de vergonha. - Não consigo tirar. 

Sam limpou a garganta e escondeu o sorriso. 

- Quer que eu abra?

- Por favor. - pedi sentindo os níveis de vermelho do meu rosto cada vez maiores. 

Dei espaço para ele entrar e puxei minha camisa virando de costas para ele. Senti seus dedos em minhas costas e logo tentando abrir. 

- Acho que vou ter que rasgar. - murmurou como um pedido. 

- Faça o que quiser, só tira essa coisa de mim. - respondi entre dentes. 

Sam riu com minhas palavras e com apenas um puxão arrebentou o zíper e a minha saia. 

Em tempo Record me virei o empurrando para fora e fechando a porta. 

- Obrigada! - gritei de dentro do banheiro. 

Escutei Dean gargalhar. Droga! Isso era tão constrangedor!

[...]

Depois das eternas piadinhas de Dean nós voltamos ao trabalho. A teoria de que era algum serial killer foi por água abaixo quando Sam encontrou na internet casos exatamente iguais no período de 30 anos. De 10 em 10 anos 5 homens eram mortos a facadas e inexplicavelmente perdiam seus corações. 

- Hey escutem essa! - chamou Sam lendo uma reportagem na internet. - É bruxaria! É voo doo É bruxaria! Era o que gritava a antiga moradora Fiona Jones, 79 anos, enquanto o corpo de seu marido era levado. Segundo ela as bruxas precisavam de corações fortes e saudáveis para manter sua juventude. Após essa declaração seus filhos a mandaram para uma clínica psiquiátrica e se mudaram para a capital. A polícia ainda não tem explicação para os estranhos assassinatos.

- Nunca ouvi falar de bruxas se alimentando de corações. - comentou Sam - Mas talvez alguma criatura além dos lobisomens o faça. 

- É voo doo... - murmurei para mim mesma sentindo meus pelos arrepiando. 

Eu realmente odiava quando minha intuição estava certa. Peguei os arquivos que o policial tinha nos dado e peguei as fotos das quatro vítimas. 

- Não conseguem encontrar nada em comum nessas fotos? - perguntei. 

- Homens esfaqueados? - disse Dean em tom óbvio. 

Revirei meus olhos, mas Sam havia me entendido. 

- Os bonecos... Ou melhor... Esse boneco. - apontou na foto o boneco vestido de médico que tinha os olhos vidrados e horripilantes, além é claro do sorriso macabro e as roupas cheias de sangue.  

Ele aparecia em quase todas as fotos como parte da cena do crime. Só não apareceu na foto do assassinato mais recente, mas eu lembro muito bem de tê-lo visto junto aos outros brinquedos.

- Está com cara de Deus Pagão. - opinei. - Ele deve ter arranjado um jeito de se alimentar sem ter que ser através de oferendas. Hoje em dia as pessoas não acreditam mais nisso. 

- Então vamos logo atrás do Chuck, ainda falta uma vítima. - Dean já mexia na bolsa de armas. 

POV Dean

Ao chegarmos na frente da casa do último homem assassinato notamos uma grande movimentação. A esposa e o filho pequeno do homem faziam um bazar com os brinquedos. Muitas pessoas com pena da jovem viúva compravam alguma coisa. 

- Estava fácil de mais. - bufei para mim mesmo. 

Mary correu até a viúva e falou com ela rapidamente inventando uma história louca de que a arma do crime fora escondida dentro de um dos bonecos. 

- Esse boneco já foi vendido para um garotinho. - disse a mulher ao olhar a foto que Mary mostrava. 

- Para onde ele foi? - perguntou Sam ansioso. 

- Ele e o pai foram caminhando nessa direção. Não faz muito tempo - apontou para a nossa esquerda. 

Foi então que a correria começou. Saímos em disparada atrás dos dois. Logo encontramos o pai caído no chão tentando proteger o filho do boneco assassino. Aquilo era no mínimo espantoso. Chuck caminhava lentamente com um sorriso macabro no rosto e uma faca maior que ele na mão. Ele olhava fixamente no homem caído. Foi então que eu disparei minha arma no boneco que voou uns cinco metros para trás, sua faca foi em outra direção.

Sammy correu até o homem e o ajudou a levantar e mandou que ele corresse para casa junto do filho. Não foi preciso pedir duas vezes. 

Só que no momento de distração Chuck que ainda estava vivo voou nas costas de Sam e tentou esfaqueá-lo. A cena era bizarra. Meu irmão tentava tirar o brinquedo das suas costas, mas não conseguia. Eu também não podia atirar se Sam não parasse de se mexer. 

- Eu vou tirar o boneco e você atira. - disse para Ma... Onde diabos está essa garota?!

- Dean! - berrou Sammy se balançando. 

Corri até meu irmão e puxei o boneco de suas costas o jogando longe. Mas logo Chuck estava pulando em mim e me derrubando no chão. Como um brinquedo pode ser tão forte? Filho da puta! Sam foi para cima dele, mas ele o socou o derrubando. Eu não acredito que estávamos apanhando de um brinquedo! Tentei pegá-lo, mas novamente fui parar no chão, até que Sammy correu e chutou o boneco. 

Virei rapidamente para a direção onde ele tinha voado e avistei Mary com uma lata de desodorante e um isqueiro soltando uma labareda no Deus Pagão que não demorou a virar cinzas. 

- Desculpem a demora rapazes, tinha fila na farmácia. - sorriu girando a lata em suas mãos. 

Soltei a respiração incrédulo. 

- Vamos embora, essa cidade já deu o que tinha para dar. - bufei. 

- Eu deveria ter te filmado apanhando de um boneco. - gargalhou Mary. - Mas o que eu poderia esperar de um amador?

Tive vontade de voar naquele pescocinho lindo. 

Sam também não ajudou quando começou a rir. Maldito boneco! 

- Eu odeio bonecos! - grunhi. 

- Bem vindo ao clube paixão


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Notas finais do capítulo

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