Cassie dirigiu todo o percurso em alta velocidade, a garota não se preocupou com os acidentes que poderiam ter acontecido por ser tão imprudente. Não, ela estava desesperada para fugir, sair de todo aquele caos e confusão que sua vida havia se tornado. Se sentia com muita raiva porque sabia que nada daquilo teria acontecido se não fosse por Charles e Dawn e sua busca incessante por poder. Ela já havia se cansado da magia e de todas as coisas que traziam consigo.
Ela queria ir pra casa, para o ultimo lar em que morou com sua mãe, antes de Chance Harbor, antes do círculo, da magia negra e de Blackwell. Ela não tinha certeza do que iria acontecer quando chegasse lá ou do que faria, ela só sabia que precisava de um tempo longe daquela cidade horrenda.
Ela havia desligado seu celular e sabia que mais tarde poderia se arrepender caso algo acontecesse, mas naquele momento ela se permitiu esquecer de tudo e de todos e só pensar em casa, seu lar.
Quando ela finalmente chegou na cidade, freou o carro e tentou decidir pra onde iria. Não podia simplesmente ir pra casa porque afinal, ela não existia mais. Decidiu então que iria fazer uma visita à sua mãe.
Ela caminhou uns cinco minutos cemitério adentro até localizar a lapide de sua mãe. Não havia restado muita coisa mas ela sabia que sua mãe gostaria de ter sido enterrada, Cassie ficou em silencio observando a lapide por um tempo até que não aguentou mais e se debruçou sobre ela, aos prantos.
– Eu queria tanto que você estivesse aqui, que pudesse me dizer o que fazer. As coisas estão fora de controle mãe, me ajude!
Ela sabia que ninguém responderia e não estava esperando nenhum tipo de resposta, por isso ela quase teve um ataque cardíaco quando ouviu uma voz dizer:
– Deveria ter ficado fora disso, Cassie.
Ela olhou pra trás, a voz não tinha vindo da lapide. Havia um homem postado atrás dela, a observando, suas mãos estavam atrás de suas costas e ele tinha uma expressão ao mesmo tempo sombria e perigosa.
Cassie estava cansada de ter medo, ela se levantou e encarou o homem.
– Quem é você? Como sabe quem eu sou?
– Quem não sabe quem é você, Cassandra Amelia Blake?
– O que, você por acaso é algum caçador de bruxas? Eu não tenho medo de você.
– Pois devia ter. Eu posso ser realmente perigoso.
O homem deu um passo para frente. Cassie não se moveu.
– Pois eu também.
O ar entre eles ficou pesado e ele disse:
– Onde está John?
– Ele está morto!
– Você realmente acredita nisso?
Cassie se sobressaltou. Sim, ela tinha certeza de que o pai estava morto. Ela mesma havia cuidado disso, mas então ela se lembrou de como todos pensaram que ele estava morto há 16 anos.
– Até onde sei ele está morto – disse ela finalmente
– Sabe Cassie espero que não esteja mentindo pra mim, porque eu odeio que as pessoas mintam pra mim.
– Você não tem motivos pra confiar em mim assim como eu não tenho motivos lhe dizer qualquer coisa.
Ele riu, uma risada de desprezo.
– Posso lhe dar todos os motivos do mundo para me dizer tudo o que eu quiser. Eu posso ser bem persuasivo quando eu quero. Mas por agora, irei lhe dar o benefício da dúvida e confiar no que você diz
Ele se aproximou de Cassie ficando bem a sua frente, então ele tirou as mãos de trás de suas costas revelando uma rosa branca, que ele colocou encima da lapide da mãe de Cassie.
– Quanto a você eu sugiro que retorne a Chance Harbor, tenho a impressão de que as coisas por lá estão prestes a entrarem em colapso. E você vai querer proteger seus amigos não é mesmo?
Ele se virou e foi se afastando, quando Cassie disse.
– O que é você? Algum tipo de caçador de bruxas que so persegue os malvados?
Ela disse aquilo ironicamente mas ele fez questão de responder mesmo assim.
– Ah, eu não sou um caçador de bruxas sou o caçador do bruxo. No singular. O único que eu caço é John, acredito que você ouviu falar de mim.
Ele foi se afastando sem dar tempo algum pra ela responder mas mesmo assim Cassie disse num sussurro:
– Jack.