Assunto De Investigadoras escrita por Kaah_CSR


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está meio pequeno, a partir do próximo as coisas vão realmente acontecer. Boa leitura :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/280674/chapter/7

        Sara estava na sala de estar, com dezenas de livros sobre pássaros e algumas aves empalhadas por perto. Lia com vontade um livro grosso, tentando encontrar alguma coisa que a ajudasse a cuidar do seu novo amigo. Finalmente encontrou alguma coisa... 

       Sara foi para o jardim, onde estava tentando construir um tipo de abrigo para sua ave. Ela tinha levado o falcão até um dos parques nacionais e sabia que ele estaria seguro por ali. Pelo menos não iria fugir por causa da asa e se dependesse da morena, a falcão iria voar novamente o mais rápido possível.     Pegou uma das gavetas do armário de Catherine e depois de jogar todo seu conteúdo na cama, voltou para o jardim. Aquela gaveta serviria como abrigo. Ela pegou um saco de dormir verde queimado que estava por ali e tentou colocá-lo dentro do móvel. Foi nesse momento que Catherine apareceu. Acabara de sair do banho e uma toalha cobria-lhe a cabeça.

        - Nossa. Isso é para o pássaro? – Perguntou enquanto ia até perto do carro para ver seu reflexo no vidro.

        - Sim. Eu li que eles ficam malucos quando enxergam muita coisa.

        - Você acha que ele vai voar de novo? – Cath a olhou atrávez do vidro.    - Não se preocupe, eu vou cuidar dele.

        Catherine tirou a toalha da cabeça e mexeu nos cabelos molhados, observando sua amada. Aquela dedicação e persistência era apenas uma das muitas qualidades que apreciava em Sara.

        - Vai ser muito legal! – Sorriu Sara.

        Catherine andou até a morena e segurou em seu braço, girando-a até que ficasse perto de seu corpo.

        - Vem cá – sussurrou e tocou seu rosto. Ela se aproximou um pouco mais e a beijou delicadamente. – Não sei o que faria sem você, Sar.

        Sara apenas sorriu e a beijou novamente.

        Sidle foi até o parque onde havia deixado o falcão. O dia estava sombrio, o céu acinzentado e não havia ninguém por ali que pudesse interromper o que queria fazer. Ela estava terminando de arrumar o novo lar para seu falcão, que estava do seu lado naquele momento. Fez com que ele pousasse em seu braço e falhou ao tentar colocá-lo dentro da gaveta. Ela tirou alguns alimentos do bolso e chamou a ave, e que voltou a pousar no seu braço. Com muito cuidado a morena o colocou dentro da gaveta e cobriu a abertura com o saco de dormir.

        Em seguida, tirou uma faca que estava presa à sua perna e cortou a corda, puxou a gaveta por cima da árvore e levantou-a até o mais alto que podia conseguir. Observou contente a novo lar de seu falcão e sorriu alegremente. 

* - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - *

        James Brass e Laura Grey estavam no carro do detetive, em busca dos criminosos. Conversavam animadamente e Laura imaginou que, por causa do carisma do detetive, o tempo até que estava bem agradável.

        - Minha mãe adorava livros policiais... Eu morria de medo de encontrar um ladrão na nossa casa – contou Laura, sorrindo com a lembrança.

        Brass riu.

        - Ai esses bandidos... – disse ele pensativamente.

        - Multiplicam-se como ovos de minhoca – resmungou ela.

        - Ovos de minhoca? Minhocas botam ovos?

        - Acho que sim... Não, né? Não faço a mínima ideia – Laura riu.

        - Não, acho que elas não botam ovos. Eu acho que elas surgem de dentro da terra – disse ele, virando à esquerda em uma rua. – A sua mãe me parece interessante. Gosto de mulheres dispostas a enfrentar o crime.

        - É... Ela sempre me dizia "Ei, não se preocupe, você ainda vai ser uma boa detetive".

        Brass riu novamente, pelo jeito a mãe de Laura havia acertado.

        - Ela era incrível...

        - Sim.

        - Todo ano na primavera, ela me acordava de manhã e sussurrava no meu ouvido: "descobri algumas pegadas". E então nós íamos para o jardim de camisola, procurar o suspeito, descalças...

        - E concluíam o caso juntas?

        Os dois riram e Laura se sentiu muito à vontade ali. Sentia que Brass era um bom amigo e tinha certeza que poderia recorrer a ele se precisasse de alguma ajuda.

        A busca pelos criminosos não havia tido muito sucesso; eles pareciam saber que a polícia estava avançando cada vez mais em busca e deram um jeito de escaparem. Brass não ficou muito preocupado. Seu talento especial era caçar aqueles foras da lei e sabia que iria conseguir fazer seu trabalho, cedo ou tarde.   

        De volta à casa de Catherine, Laura espantou-se quando abriu a porta. Catherine e Sara estavam correndo de um lado para o outro pela sala, arrastando os móveis consigo, numa tentativa muito criativa de mudar as coisas de lugar. O som estava alto; era a mesma música que estava tocando na casa de Nick. Não demorou muito e a novata entrou no jogo.

        - Day, after day, I get angry, and I will saaay... – Sara e Catherine cantavam juntas, as vozes um pouco desafinadas.

        - What can I get? Just one kiss. What can I get, just one kiss... – continuaram, as três dessa vez. As mulheres arrastaram a mesinha de café e uma poltrona para perto da janela, para em seguido arrastarem o sofá até o outro lado da sala.

        Envolvida pela música, Laura aumentou o som. Sara animou-se ainda e começou a dança e a tocar uma guitarra invísivel. Catherine puxou uma escrivaninha próximo da porta e Sara a puxou novamente. Ao passar perto da loira, deu um tapa na bunda dela, brincando. Elas ficaram assim até de madrugada, divertindo-se e rindo enquanto seus vizinhos tentavam inutilmente, dormir.

        Depois de gastarem quase toda sua energia trocando móveis de lugar, Catherine resolveu que eles ficaram melhor onde estavam inicialmente, então assim foi feito. Catherine e Laura foram direto para a cama, exaustas e dormiram imediatamente. Sara ficou acordando, apreciando uma xícara de café e uma brisa suave enquanto sentava no peitoril da janela do quarto. Não conseguia tirar o falcão da sua cabeça e decidiu dar uma olhada nele.

        Ela colocou a xícara vazia na mesinha de cabeceira e fechou a cortina cuidadosamente, pois não queria acordar Catherine. A morena colocou sua mochila nos ombros e dirigiu-se até a porta. Quando Catherine se mexeu na cama ela parou e depois de ter certeza que sua amada estava dormindo, começou a andar até a porta e saiu do quarto.

        Foi até o quartinho desocupado dos fundos e foi até uma gaiola cheia de ratinhos. Pegou um pequeno e braco e colocou-o dentro do bolso da blusa; sabia o quanto seu novo amigo apreciaria aquele jantar. Sua ansiedade era tanta que ela foi correndo até o parque, de braços abertos, sentindo o vento bater contra seu rosto e espantar qualquer tipo de cansaço ou tristeza que estivesse com ela.

        Chegando lá, sentou-se em um tronco de árvore e tentou ensinar o falcão a voar. Colocou-o em seu braço direito e jogou o petisco no chão. Rápido, ainda que um pouco desajeitado, a ave voou do braço da mulher até o chão para capturar o alimento. Sara começou a rir, muito feliz por ele ter conseguido.

        - É isso aí! – Disse ela, animadamente.

        Depois daquelas horas de treinamento, Sidle voltou para casa. Entrou no quarto com cuidado, levando o tênis na mão. Catherine dormia tranquilamente. Sara colocou a mochila no chão e tirou a calça e a blusa e entrou por baixo do cobertor da loira.

        Catherine se remexeu na cama e Sara a abraçou por trás.

        - Cath, eu te amo.

        A loira abriu os olhou e virou-se no abraço de Sara, sorrindo tão logo seus olhos se encontraram. As duas riram até que Sara se aproximou e encostou seus lábios nos de Catherine, em um beijo apaixonado. Levadas pelo beijo, elas entregaram-se novamente em um momento de paixão, envolvidas pelas carícias e pelo calor de seus corpos que unidos, viravam um só.

        Laura tinha acordado um pouco antes e permancia quieta na cama. Virou a cabeça na direção do quarto ao lado, onde as duas mulheres compartilhavam um momento íntimo, profundo e sublime. Suspirou e desviou os olhos, encarando o teto.

        "Eu não sabia se elas sabiam que eu podia ouvir... ou talvez apenas fingiam não saber. Era difícil aceitar. Mas depois de um tempo passou a ser... normal. Seus sons, seus sussurros, suas sombras... passaram a fazer parte dos meus sonhos, ou algo assim. Era como as coisas eram", pensava ela. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem um review ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Assunto De Investigadoras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.