Assunto De Investigadoras escrita por Kaah_CSR
Notas iniciais do capítulo
Gente, mil desculpas pela enorme demora pra voltar a postar. Vou colocar a culpa na falta de internet de novo rsrs. Não vou mais demorar, juro. Boa leitura :*
Já era de manhã quando Sara Sidle e Laura Grey foram
para o LVPD. Caminhavam lentamente pelos corredores do laboratório em direção a sala de armários. Sara estava séria, não fazia questão de sorrir, muito menos de responder os poucos "bom-dia, gente" que recebia. Não havia motivos para sorrir. Sequer existia um para continuar vivendo. Ao seu lado, Laura estava no mesmo estado de humor. Sentia-se impotente, incapaz de fazer
algo para alegrar sua amiga.
Quando entraram na sala de armários, Sofia e Mendy, que conversavam animadamente, deram risadinhas quando Sara passou por elas. A morena ignorou. Pouco se importava com o que elas pensavam. Abriu seu armário, retirou o que precisa e em seguida
fechou a pequena porta com força. Quando saiu, novas risadinhas. Laura desejou ter uma arma naquele momento.
Deixando todos os problemas de lado por um tempo, concentrou-se em pegar tudo o que precisava. E ficou surpresa quando encontrou um envelope branco com as iniciais
"JB" escritas nele. Retirou o conteúdo e não conseguiu evitar um
sorriso ao ver que eram dois ingressos para a montanha-russa. Coisa do Jim Brass, só podia ser.
- O que é isso, Grey? – Perguntou Mendy ao se aproximar.
- São ingressos. Para a montanha-russa.
- Ah... E com quem você vai?
Laura ergueu uma sobrancelha. Desde quando sua vida pessoal havia se tornado assunto alheio?
- Acho que eu decido isso.
- Você vai com a Sara?
Onde eu guardei a minha arma mesmo?, pensou Grey.
- Como eu disse... Eu decido isso.
- Eu não quero ser intrometida, mas...
- Sério? – Murmurou Grey.
- ...quero que saiba que as pessoas estão falando coisas ruins sobre você.
- Que coisas?
- Bom, é que você anda com a Sara... – disse Sofia. – E todo mundo sabe que ela praticamente estuprou a Catherine. Dizem por aí que você é como ela...
Laura fechou com força a porta do armário. As duas mulheres pularam com o súbito impacto.
- Não 'tô nem ligando para o que estão dizendo. A Sara é minha amiga. Não importa o que coisas como vocês pensam sobre
isso. Saiam da minha frente.
Grey sentia-se muito melhor ao sair da sala. Não costumava discutir com outras pessoas e o fato de ter defendido Sara, pelo menos um pouco, ajudou muito na sua auto-estima. Continuou andando satisfeita até chegar na sala do detetive Jim Brass e o encontrou concentrado em seu trabalho.
Bateu levemente na porta.
- Detetive? Atrapalho?
Brass sorriu para Grey e acenou para que entrasse.
- Claro que não, entre. A que devo a honra?
Laura não conseguiu evitar um sorriso.
- Preciso fazer uma pergunta... O quanto importa o que as pessoas pensam?
- Depende do quanto elas te pagam. É o meu caso com o Ecklie – ele riu levemente. – Então, quanto estão te pagando?
Laura balançou a cabeça para afastar aquele assunto e mostrou os ingressos.
- Uma pessoa deixou esses ingressos no meu armário. Estava pensando em usá-los...
- Geralmente ir no parque de diversões é um bom começo...
- Obrigada – Laura riu. – Por tudo.
Brass apenas sorriu, satisfeito.
* – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – *
As investigadoras do LVPD estavam sentadas do lado de fora do laboratório, rindo animadamente e conversando sobre homens e sexo. Catherine parecia ser o centro dos comentários, graças a seu recente relacionamento com Vartann.
- Vartann tem mãos mágicas – comentava a loira. – Sabe exatamente o que fazer, onde me tocar...
- Não sei, não. Homens são tão desajeitados – argumentou Sofia.
- Mas Vartann é perfeito. Vocês não fazem ideia, parece um escultor... E o Hodges?
- Hodges está mais para um encanador – disse Wendy, fazendo algumas rirem.
- Sabem o Greg? – Pergunta Mendy, deixando as
mulheres curiosas. – Termina assim que começa.
- Era de se esperar... Ele se acha.
- Ah, não exagera – retrucou Mendy.
- Vartann é daqueles que aguenta a noite inteira. Ele sim é um homem de verdade.
- Uuuuuuh – brincou Sofia.
Sara acertou a parede ao seu lado com um soco. Queria mais do que nunca ser surda naquela hora. Já não bastava ver a sua
mulher com outra pessoa? Tinha que ficar ouvindo sobre quanto ele era bom na cama? Aquilo já era demais. O que Catherine esperava ganhar com isso... Mostrar para todos que gostava de homens? Ou simplesmente machucar Sara ainda mais?
Laura apertou o braço de Sara delicadamente, oferecendo o apoio que podia. Imaginava o quanto estava sendo difícil para Sara e queria poder ser forte o bastante para jogar um carro contra aquelas mulheres.
- Ei, garotas – chamou Wendy. – Estamos indo para a casa da Sofia, vamos nos divertir um pouco. Querem vir?
Laura virou o rosto para perguntar o que Sara achava da ideia, quando viu a morena já afastada, caminhando rapidamente
em direção ao carro. Em menos de dez segundos, entrou no automóvel e saiu cantando pneus.
Chegou no parque em menos de cinco minutos e foi direto ver seu pequeno amigo.
- Você nunca desistiria, né? – Sussurrou enquanto lhe oferecia um petisco, que ele comeu com gosto. – Se sua namorada terminasse com você...Você ficaria parado, chorando. Iria atrás
dela, voaria até o galho mais alto e a traria debaixo de suas asas. Não ficaria chorando como uma garota...
* – * – * – * – * – * – * – * – * – * – * – *
Acelerando, buzinando e xingando os motoristas - não exatamente nessa ordem - Sara dirigiu até sua casa. Passou as
mãos pelo rosto, tentando afastar a raiva. Entrou no seu quarto e trocou de roupa. O cheiro de Catherine estava impregnado nas suas roupas, em todo o laboratório, até mesmo na sala do Dr. Robbins. Estava se sentindo sufocada, não existia ar puro em lugar algum.
Foi até o espelho e encarou seu reflexo. Seu rosto estava sério, parecia congelado em uma máscara fria, incapaz de
sorrir novamente. Segurou o cabelo entre os dedos e o puxou para trás, tentando ver como ficaria se tivesse o cabelo curto... Será que assim Catherine olharia novamente para ela? Se fosse parecida com um homem? Sara tirou o espelho da parede e observou-se por mais alguns segundos. A dura resposta veio como um raio "não!" e ela jogou o espelho contra a parede, cobrindo o chão com cacos de vidro.
Laura finalmente tinha chegado em casa e ficou chocada ao entrar no quarto e ver a cena.
- Sara?
- Pegue um caco de vidro – disse seriamente. Laura engoliu em seco ao encarar os olhos da morena. Eram frios, sem emoção alguma, como se toda sua humanidade tivesse desvanecido. – Eu disse para pegar um caco de vidro! – repetiu quando Laura não se mexera um centímetro.
Hesitante, Laura abaixou-se, pegou um pedaço do espelho e o entregou para Sara
- O que você vai fazer, Sara?
A morena ignorou a pergunta, pegou a mão de
Laura e fez um corte na palma. Em seguida, fez o mesmo na sua própria mão e juntou as duas. Grey estava mais confusa do que nunca.
- Agora nosso sangue corre junto – disse. – O sangue do falcão. Agora, corte meu cabelo – pediu ao entregar outro caco de vidro maior.
- Por que?
- Estou indo para a guerra, Grey. Não tenho mais nada a perder.
Laura cogitou rapidamente a possibilidade de Sara estava ficando maluca.
- Isso é loucura.
- Anda logo. Corte meu cabelo.
- Isso é por causa da Cath? – Perguntou Laura, suavizando a voz.
- Apenas... Apenas corte meu cabelo!
- Sara, ela quer um homem... Não uma mulher
de cabelos curtos.
Sara grunhiu de raiva. Será que até mesmo Laura iria lhe dar as costas? Catherine a amava. Ninguém entendia isso?
Levantou-se em um pulo e sem pensar no que estava fazendo, empurrou Laura.
- Você não sabe de nada!
Laura caiu no chão, sua cabeça por pouco não acertando a ponta do criado-mudo. Ficou em pé e encarou Sara, chocada e as
lágrimas escorrendo pela sua face. Sara percebeu o que tinha feito.
- Me desculpa... Por Deus, me desculpe... – correu as mãos pelo cabelo, desesperada. – E-eu sinto muito, Grey, eu... Eu só quero tê-la de volta...
- Sara, já chega disso. Você tem que esquecê-la. Catherine já se foi, ela não é lésbica, ok?
- Lésbica? Você 'tá brincando? Acha que nós somos lésbicas?
Laura respirou fundo. A situação estava ficando cada vez mais delicada.
- Você é uma mulher apaixonada por outra mulher.
- Não! – Respondeu a morena, olhando para Laura como se ela tivesse três cabeças. – Eu sou a Sara apaixonada pela Catherine, não se lembra? E a Cath... Ela está apaixonada por mim porque ela é minha e eu sou dela e por Deus, nenhuma de nós é lésbica!
Sara lançou seu braço com toda a força contra o armário, chegando a quebrar a porta. Estava no seu limite, Laura podia
sentir. Sara parecia estar enlouquecendo e ela não estava fazendo nada para ajudar. Mas não sabia como ajudar, não sabia como curar um coração partido. Então apenas observou enquanto Sara sentava na cama e chorava.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Reviews? :)