Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 32
XXXII- Vestibular


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Particularmente achei o capitulo bem sem graça, mas ele era necessário.
Boa leitura.



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Depois de dias e mais dias, ou melhor, meses e mais meses de espera, finalmente havia chegado o dia de eu prestar o vestibular. Meu coração estava na boca, eu não conseguira dormir a noite toda, o que era péssimo, visto que eu teria quatro dias de prova na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O fato de Felipe estar longe de mim só aumentava meu nervosismo. Ele não podia utilizar o celular na clínica, ou seja, eu ficaria até a primeira visita a ele- que seria apenas quando os médicos permitissem, sem nenhuma notícia.

Levantei-me as 5h da manhã naquele dia, tomei um banho morninho para tentar relaxar meus músculos, o que não funcionou muito. Fui para meu quarto tentando fazer o mínimo de silêncio possível para não acordar meu pais e, muito menos, minha irmã. Nathaniel e Roberta também fariam o vestibular e havíamos combinado de nos encontrarmos na parada próxima a minha casa para irmos juntos.

Entrei em meu quarto e tomei cuidado ao fechar a porta atrás de mim. Minha irmã fofa dormia tranquilamente. Fui até meu guarda roupas e peguei uma calça jeans tradicional, uma regata azul clara e calcei meu all star branco. Prendi meu cabelo num coque solto, como geralmente fazia, e passei um pouco de pó e rímel. Passei também um gloss incolor e coloquei um pequeno par de brincos de ''pérolas''. Fui até  a cozinha com a ideia de comer alguma coisa. Não consegui. O nervosismo não me deixava, embora eu dissesse para mim mesma que eu estava preparada e iria bem, não funcionava. Bebi um copo de suco de laranja, peguei minha bolsa e sai de casa.

Em três minutinhos cheguei a parada, Niel e Rô já estavam lá, abraçado e, pelas suas expressões faciais, percebi que estavam tão nervosos quanto eu.

- Bom dia gente. - falei, parando ao lado deles e sorrindo, com certeza não saiu muito animador aquele gesto.

- Bom dia. - Saudaram-me eles.

- Ansiosos? - Perguntei para quebrar o silêncio. Roberta apenas assentiu, parecia que ela ia desmaiar a qualquer momento, Niel me respondeu:

- Até demais. Não imaginei que fosse ficar tão...desesperado assim.

 - Tenho que concordar com você. - Respondi

Ficamos em silêncio por uns dois minutos, então veio o ônibus e nós embarcamos. O ônibus estava praticamente lotado, e somente de estudantes. Percebia-se que fariam o vestibular por suas caras de medo e por deixarem transparecer seus nervos, alguns estavam com a aparência pior que a minha ou a de meus amigos.

Sentei-me nos fundos do ônibus, perto da janela, recostei-me na mesma e peguei meu celular, conectando os fones e comecei a ouvir Armandinho, apenas as músicas dele poderiam me tranquilizar nesse momento.

                                                                   ------xx-----

Finalmente era meu último dia de vestibular, o pior de todos na minha opinião, já que hoje eu teria as provas de matemática, física e química, meu coração estava mais acelerado que o normal, eu estava literalmente suando frio.

Seu Luciano e dona Denise haviam me ligado na noite anterior para dizer-me que haviam ligado da clínica dizendo que Felipe estava bem e que todos os médicos estavam surpreendidos com o interesse que ele tinha em se recuperar. Aquela notícia me acalmara bastante, mesmo que momentaneamente. Meus ''sogros'' também me desejaram boa sorte e falaram para eu ir lá e arrasar. Aquilo me fez rir e relaxar. Mas, como eu disse antes, apenas por alguns momentos.

Logo depois que eu desliguei a ligação meu coração acelerou de novo e quando fui até a cozinha para jantar...mal consegui comer umas duas garfadas do macarrão de molho quatro queijos que minha mãe havia feito especialmente para mim. Depois quando me deitei fiquei me revirando na cama, pensando no dia seguinte e em como eu sentia falta de Felipe. Eu havia realmente me apegado a ele, mais do que eu havia admitido para ele e até para mim mesma.

Então, no meio da madrugada, eu me levantara, pegara meus livros de física e fora revisar o conteúdo, mas aquilo só aumentou o meu nervosismo. Guardei tudo e voltei a deitar-me na cama. Minha irmã estava dormindo no quarto dos meus pais, pois ela havia reclamado dos meus barulhos e da luz acesa na noite anterior.

Por alguns minutos que fiquei deitada pensei apenas em números e fórmulas, até que todos começaram a se fundir e confundir em meu cérebro. Abanei a cabeça para afastar aqueles pensamentos e, por algum motivo, aquele gesto lembrou-me de Felipe. Comecei a pensar nele. Pensei em tudo. Lembrei da primeira vez que eu havia o visto no parque e de como eu detestara ele naquela ocasião. Lembrei-me de como o encontrara na festa e como ele me salvara. Lembrei também da vez que o encontrei na padaria e como eu prometi ''salvá-lo''...enfim, pensei em todos os momentos que passara com ele, procurei focar-me nos momentos bons. 

Por fim lembrei da última noite que eu passara com ele, na noite de ano novo. Lembrei dos detalhes que compunham aqueles momentos incríveis que tivemos, principalmente quando entreguei-me a ele. Lembrei dos detalhes do seu corpo, de cada detalhe em seu rosto, sua expressão, seus belos olhos e seus beijos...ah seus beijos, como eu estava saudosa deles. Foi pensando nisso que eu adormecera.

Agora estou aqui, indo para a parada encontrar-me com Niel e Roberta para prestar meu último dia de vestibular. O dia está nublado e está ventando bastante, o que me deixa com mais medo ainda. Não gosto desses ventos.

Cheguei a parada e meus amigos já estavam lá, abraçando-se carinhosamente. Eu amava ver o relacionamento deles e pensar que foi eu quem os uniu, isso dá uma grande sensação de dever cumprido.

- Bom dia de novo meus amados. - falei, parando ao lado deles. Tinha virado rotina cumprimentá-los daquela forma.

- Bom dia Sophia.

- Bom dia melhor amiga. - Falou Rô. - Preparada para o último dia de tormenta?

- Não tenho certeza. - Respondi.

- Por favor né dona Sophia, se você não estiver preparada mais ninguém está. - Disse Niel e aquilo me consolou e acalmou um pouco.

- Obrigada. - Respondi simplesmente entrando no ônibus que chegara.


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Notas finais do capítulo

Tentarei postar até quinta-feira.
Beijos. *-*



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