POV PERCY

Sou realmente um idiota. Não acredito que eu consegui acertar aquele golpe na minha própria namorada, e agora a coitada não conseguia nem andar. Por um pouco de sorte que ainda nos restava, enquanto eu carregava Annabeth, ninguém na pensão nos viu. A chuva continuava caindo e eu não gostava disso. Nunca gostei de chuva, principalmente quando esta vinha acompanhada por raios e trovões. No mesmo instante um trovão ribombou no céu. Parecia que era até uma provocação de Zeus. Senti um arrepio e quase derrubei Annabeth. Ela percebeu isso e perguntou:

-Tudo bem Percy? Sou muito pesada?

-Não Annie. Tá tudo bem, eu só me assustei com o trovão.

Ela não conseguiu segurar o riso.

-Você salva o mundo e tem medo de um simples trovão?

-Primeiro eu não tenho medo do trovão, tenho medo do deus que fez ele, e segundo, olha quem fala, a heroína que já salvou o mundo, mas tem medo de simples aranhas.

-Isso é diferente – ela disse olhando para baixo.

-Ahaam. Sei que é. – eu disse ironicamente.

Chegamos ao quarto, e eu coloquei-a na cama, Ela estava com uma expressão entristecida.

-Ok. Isso foi rude. Me desculpe Annabeth.

-Tudo bem. Afinal todos temos nossos medos.

Eu assenti, fui até minha mochila e peguei o cantil de néctar e um pedaço de ambrósia. Pela cara que a Annabeth fazia, ela estava sentindo dor. Peguei uma toalha no banheiro e me sentei na cama junto dela.

-Bem, vamos cuidar disso. – eu disse.

Sua calça estava empapada de sangue, e pelo tipo do corte, eu não conseguiria limpar assim. Mas como eu direi a minha namorada: ei! Tire a calça! Para minha sorte, ela percebeu meu desconforto e disse:

-A calça atrapalha, não é? Vou tira-la – ela disse se levantando, mas não conseguiu- minha intenção era colocar um short, mas não vou conseguir então me ajude, ok?

Eu assenti. Ela começou a desabotoar sua calça, eu me assustei. Achei que ela queria ajuda para levantar, mas não era isso. Eu me senti desconfortável. Não que eu nunca tivesse visto as pernas dela, que eram muito, muito bonitas por sinal, mas isso era diferente. Quando foi retirar a perna direita da calça, ela parou:

-Ok. Não consigo dobrar a perna. Tire pra mim. Com cuidado. Está doendo.

-Tudo bem.

Eu me atrapalhei um pouco, afinal tinha que ter muito cuidado para não machuca-la mais, sem falar no sangue que saía e eu não queria sujar a roupa de cama. Finalmente consegui, peguei a toalha e pressionei sobre o corte para retirar boa parte do sangue, depois peguei o néctar e derramei um pouco sobre o corte. O sangramento parou na hora, mas a ferida ainda estava aberta. Me levantei e fui jogar a toalha no cesto de lixo do banheiro, quando voltei olhei para Annabeth e nossa. Uau. Ela estava com a cabeça apoiada na parede, de olhos fechados, e aquelas belas pernas a mostra, isso tirava minha concentração. Não sei por quanto tempo fiquei ali babando, até que ela me chamou ainda de olhos fechados:

-Percy? Tá tudo bem?

-Anh... É... Ahaam.

Eu me recuperei e me sentei novamente ao seu lado. Peguei a ambrosia e dei para ela comer.

-Pronto. Agora é só esperar que logo a ambrosia faz o efeito e sua perna melhora.

-Obrigada!

-Não há de que. E me desculpe por ter te acertado assim.

-Tudo bem, apenas nos empolgamos muito. E seu braço?

-Ah... Tá tudo bem. Eu coloquei um pouquinho de néctar e já tá bem melhor. Não foi um corte tão grande quanto o seu.

-Ok. Tá dizendo que você foi melhor na luta do que eu?

-Considerando o fato de que a invalida é você, sim, eu fui melhor.

Ela riu e passou a mão no meu cabelo.

-Então, acho que você merece um premio por ter me derrubado. – ela disse se aproximando, e me beijou.

Depois de um longo tempo, ela se afstou e disse:

-Ahn... Percy?

-Sim?

-Você podia ir procurar algo pra eu comer? Não tomei café da manhã.

-Ah! Claro. Tinha me esquecido completamente disso. Já volto.

Não encontrei problemas com a dona da pensão. Disse a ela que minha amiga não estava passando bem e que por isso tinha perdido o café da manhã, ela logo providenciou uma bandeja com algumas coisas deliciosas e voltei pro quarto. Quando cheguei lá Annabeth já estava com outra roupa, parada em pé, ao lado da janela, olhando a chuva.

-Ei! Já está melhor? Eu me ausento por 15 minutos e você já esta aí?

-Tudo bem Cabeça de Alga. Uns dez minutos depois a ambrosia já tinha feito seu trabalho. Eu perdi aquela calça, será que a faxineira vai achar muito estranho encontrar a calça no lixo toda ensanguentada?

-Considerando que ela também vai achar uma toalha ensanguentada e que eu disse que você não estava passando bem por isso perdeu o café, no mínimo ela vai chamar a polícia, por tentativa de assassinato.

Annabeth riu alto e se sentou na cama. Eu me sentei com ela e começamos a comer. Estávamos realmente com fome,pois não falamos nada,apenas nos concentramos na comida. Logo que terminamos eu deixei a bandeja o chão e fiquei apenas olhando para Annabeth. Ela retribuiu o olhar. Aqueles olhos cinza. Aquele cabelo loiro.

-Amo você. – eu disse.

-Amo você. – ela respondeu e se aproximou. Laçou meu pescoço com as mãos e disse:

-Muito. Nunca se esqueça disso Cabeça de Alga.

-Não vou me esquecer Sabidinha. Lembra da musica que eu cantei pra você no baile? – ela assentiu – Você me prometeu muitas coisas, nunca vou esquecer disso.

Ela sorriu ainda mais e me beijou. Um beijo calmo, que foi se alongando. Ela me puxava mais para si e o beijo foi ficando mais urgente, eu me deitei por cima dela e quando o ar nos faltou, comecei a distribuir beijos no seu pescoço, o que a fazia suspirar. Senti suas mãos na base da minha camiseta, e a deixei tira-la. Nos beijamos novamente, cadê vez com mais urgência, e sim eu sabia onde isso ia acabar. Mas dane-se, eu só queria aproveitar.