- Onde está a droga da bicicleta? – esbravejou Reyna.

- Você vai ver, eu a construí uma especialmente para você. – ele falou maliciosamente.

- Quando?

- Cinco minutos atrás.

- Eu mereço. Pode busca-la ou eu devo gastar minha energia? – ela ironizou.

- Não é necessário, guarde sua energia para quando for experimentá-la. – ele retrucou.

- Ótimo.

Leo lhe deu um sorriso irônico e caminhou em direção à bicicleta.

Reyna não sabia o que esperar do namorado. Leo era completamente imprevisível. Ao mesmo tempo em que isso era bom, na maioria das vezes era irritante. A pretora batia o pé no chão e roía as unhas. O tempo passava devagar. Olhou para o céu. Azul e sem nenhuma nuvem sequer. Apolo estava realmente disposto a vê-la cair no chão de paralelepípedos das ruas da cidade romana.

Reyna estreitou os olhos e pôde ver a silhueta de Leo caminhando ao lado de uma bicicleta. Ele se aproximava lentamente e um sorriso se formou em seus lábios. E não, não era um sorriso que expressasse felicidade pura.

A pretora arregalou os olhos. Ele não poderia ter feito isso. Teria sua vingança, sim, como ela se vingaria.

- Ainda não consigo processar que essa foi a bicicleta que você fez para mim. Por quê esta coisa tem um monte de franjas coloridas? Por quê é estampada com as Meninas Superpoderosas?

- Gostou? Ainda tem a buzina, olha só! – ele ironizou, apertando a buzina em questão.

- Por quê raios ela toca Spice Girls? Tá achando que eu vou andar neste troço aí?

- Muito obrigado pela parte que me toca. Sua consideração é tocante. – ele dramatizou. – E sim, você vai andar nisso que chama de “troço”. E se reclamar, vai usar o capacete do conjunto.

- Você é perverso.

- Xingar não vai adiantar nada. Agora suba, e mostre ao mudo minha mais nova criação!

Reyna, mesmo a total contragosto subiu na bicicleta. Só que Leo esqueceu um detalhe: As rodinhas. E no momento que ela conseguiu se ajeitar, a bicicleta virou, e Reyna se espatifou no chão, ralando o joelho.

- Eu realmente não acreditava na sua falta de habilidade. Agora eu acredito que você não deveria tirar aquela armadura. E a ideia de forrar o chão com almofadas não me parece tão surreal. – ele ironizou.

- Ainda pretende que eu ande nisso?

- Sim, obviamente você deve cumprir sua parte no trato, ou eu não cumprirei a minha. Se bem que fazer um bolo é algo muito fácil.

- Vai ter a minha vingança Valdez, prepare-se.

- Ui que medinho! Anda logo Ice Queen. Você tem que pelo menos aprender a andar sem rodinhas, senão vai me envergonhar.

Reyna bufou.

- Pretende que eu aprenda sozinha? – ela foi cínica.

- De jeito maneira. Eu vou te ajudar, você não tem culpa pela sua sem-infancidade.

- Eu.Te.Odeio.

Leo sorriu para a namorada, que tentou com dificuldade subir na bicicleta. Desequilibrou-se e Leo segurou uma risada.

- Ponha os pés pedal. – ele falou. – Agora ponha o peso no centro. Se você forçar para um dos lados, cai. Não que eu me importe, seria até legal, mas você iria reclamar.

Reyna obedeceu. Tentou manter o corpo reto, pôs a mão no guidom e... virou.

- Eu desisto! – estrilou a garota.

- Eu preciso filmar isso!

- Leo Valdez, se você fizer isso, eu arranco seus braços e te faço engolí-los!

- E o pior é que eu acredito que você faria isso. Dessa vez, vamos fazer diferente. Você faz tudo que eu te falei, mas eu vou segurar a bicicleta. Ok?

- Tudo bem. Se eu não conseguir eu desisto.

- Ok.

A pretora repetiu o processo, mas dessa vez, não caiu. Leo a segurava pela cintura e parava a bicicleta pela roda traseira.

- Parabéns! Agora só falta se mover.

- Essa é a parte difícil.

- Não, não é. Só vou te soltar quando você pedir. Sinta-se segura e relaxe.

Reyna respirou fundo. Girou os pedais e a bicicleta se moveu sem problemas. Um metro. Ainda não caíra. Três metros. Cinco. Quinze.

Sentia o vento balançando seus cabelos. Estava livre. Seu sorriso não cabia no rosto. Uma sensação incrível que nunca experimentara antes.

Leo sorria com prazer ao vê-la genuinamente feliz. Já tinha a soltado há muito tempo e ela nem tinha ideia. Fazia curvas fechadas e percorria com gosto a extensão da rua.

As pessoas que estavam por ali, paravam para olhá-la.

- Já pode me soltar Leo! – ela gritou.

- Eu te soltei há 15 minutos. – ele admitiu.

Ela arregalou os olhos e voltou a andar, soltando uma gargalhada de prazer.

- Vamos Reyna, agora falta o skate.

- Só a bicicleta não está bom?

- Não! Eu quero ver você de skate!

- Você ainda é desprezível. – ela reclamou, parando a bicicleta.

- Agora você tem uma infância mínima. Foi tão ruim assim?

- Não. – ela deu o braço a torcer.

- Vamos à próxima atividade de hoje!

- Que.Droga.

Leo sorriu e pegou o skate.

- Vou andar aqui mesmo?

- Sim, algum problema Reynicha?

- Todos! Se eu cair, vou me ralar toda!

- Qual é o problema?

- Você acha que é legal me machucar?

- Deixa de ser fresca!

Ela suspirou.

- Como você consegue? – ela perguntou.

- Consigo o quê exatamente?

- Me convencer a tudo.

- É simples, você me ama e fim da história.

Ela respondeu com um leve aceno de cabeça, como se não estivesse afim de discutir.

Leo pegou o skate e pôs no chão. Subiu e começou a fazer manobras, fato que arrancou suspiro de algumas garotas.

Reyna ficou vermelha de ciúme. E como uma vingança, caminhou até o namorado, roubando-lhe um beijo que fez que todas as meninas envolta soltarem um muxoxo.

- Por quê fez isso Reyna? – ele perguntou.

- Porque eu estava com saudade. – ela respondeu, lançando um olhar mortal para as garotas.

- Estava com ciuminho é? – ele perguntou cínico. – Fica calma, que eu amo só você, ok?

- Eu não estou com ciúme. – ela murmurou entre dentes.

- Então eu vou lá falar com elas. – ele brincou.

- E eu vou sair com o Peter. – ela respondeu a altura.

- Tudo bem, você venceu. Agora sobe no skate que eu vou te ajudar.

Reyna sorriu vitoriosa e subiu no skate em questão. A menina não parecia muito segura. Desequilibrou-se e quase caiu. Quase, se não fosse amparada pelos braços de Leo.

Estavam em uma pose estupidamente romântica. Leo com os braços envoltos nas costas de Reyna. Ela segurando-o pelo pescoço. Os olhares se encontraram. Reyna mordeu o lábio inferior e fechou os olhos. Leo chegou mais perto. Reyna sentiu seu coração acelerar.

Estavam a poucos milímetros de distância e Leo a soltou no chão e então correu com toda a velocidade que podia.

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Gostaram? Amanhã tem o bolo! hahahahaha

Despedirei-me rápido porque a pizza chegou.

Vou ficar obesa. Ou não.

Espero que tenham gostado!

XOXO