Eu acabei de arrumar meus bagulhos, e resolvi passear pela casa. Queria conhecer as pessoas que faziam parte daquela família. Segundo meu pai, a única pessoa que ele tinha certeza de estar em casa era uma tal de Morgana... Deixa eu ver, ele disse que ela estava na biblioteca. Como eu não sabia onde era esse cômodo, comecei a perguntar aos serviçais:

- Com licença, poderia me dizer onde fica a biblioteca? - perguntei, mas fui ignorada por muitos. Por fim, depois de perguntar à muitas pessoas, uma arrumadeira chegou pra mim e falou:

- Eu vou quebrar uma regra, então, por favor, não comente nada disso com os superiores da casa...

- Por que é uma regra não falar com os patrões?

- Não sei lhe dizer isso, apenas sei que é uma das muitas regras do castelo. Você vai aprender com o tempo como as coisas fuincionam por aqui.

- Huum... Mas, voltando ao assunto... aonde fica a biblioteca nesse castelo?

- Você entra nesse corredor, e na última porta, é a biblioteca. Mas, um conselho: antes de entrar, bata na porta e peça licença. Morgana-sama é severa com quem não segue esta regra. Até seus pais, Branca-sama e Shindo-sama, respeitam essa personalidade da filha.

- Obrigada. - eu disse e parti para a biblioteca.

Quando eu cheguei em frente ao cômodo, respirei fundo (pois não sabia que tipo de pessoa era a minha meia-irmã), bati na porta, pedi licença e entrei. Era um lugar escuro, com uma mesa enorme no centro. Nessa mesa, havia uma garota tão branca que parecia pálida, cabelos negros, olhos vermelhos e lábios rúbios. Ela estava com uma trança (seu cabelo era enorme), e ela usava um vestido na altura do joelho, preto com detalhes vinho. Eu me aproximei:

- Éer... Você deve ser Morgana... 

- E você é...? - ela foi fria

- Yura... Yura Blanck... Creio que já ouviu falar de mim, pelo papai... - eu tentei ser amigável

- Ah, então você é a Yura... Até que você é bonitinha, mas, não tem aparência de vampira, então, por que veio pra cá? - ela continuou sendo fria

- É que no mundo humano, meus colegas de classe me irritavam, e, à partir do sábado passado, minha aparência passou a mudar sempre que eu me irritava. Por conta disso, minha mãe resolveu me mandar pra cá...

- Atá... Entendi. Então, seja bem vinda, e desculpa por eu ter sido fria. É que eu normalmente não me dou bem com outros. Diferente de você, as pessoas não me zoam, mas eu, com esse meu jeitinho, me afasto para não ter que conversar com as pessoas. A única coisa que eu sei fazer bem é ler, e você? - nossa, como ela mudou rápido de expressão...

- Bem, eu gosto sim de ler, mas eu também gosto de passar o tempo entre as plantas. Não sei o porquê, só sei que gosto. Ah, eu trouxe alguns livros do mundo humano. Quando quiser, é só bater na porta de meu quarto e pedir.

- Está bem. Olha Yura, eu acho que seremos grandes amigas.

- Eu espero o mesmo.

Eu me retirei e saí pra bisbilhotar mais por aí.