Eu subi as escadas e fui pro meu quarto e, antes que pudesse jogar a mochila na cama como sempre faço, encontrei a caixa encima da mesma. Eu até que estava curiosa para abrir aquilo, mas primeiro, eu tinha que fazer o dever. E foi o que fiz. Eu havia acumulado muitos deveres, por estar pensando no peste. Então, o jeito era correr atrás.

Depois de quase uma hora fazendo todas as lições que os professores passaram na sexta-feira, eu finalmente acabei de fazê-las. Eu guardei meu material, e fui tomar um banho. Demorei um quarenta minutos só nesse banho (esse foi demorado. Normalmente eu tomo banho em vinte minutos). Eu tinha que lavar muito bem a cabeça para não fazer feito com os convidados.

Assim que saí do banho, sequei o excesso de água que se acumulara em meu cabelo com a toalha, e depois, sequei os fios quase secos com o secador. Eu me enrolei na toalha e fui para o quarto. Eu cheguei a abrir o meu closet, mas algo me fez olhar diretamente para a caixa encima da minha cama. Saí de perto do "quase cômodo" do meu quarto e fui andando na direção da cama. Sentei ajoelhada em meu móvel de descanso e abri a caixa.

Dentro dela havia um vestido preto e uma presilha em forma de rosa vermelha. É claro que eu amei aquela combinação e não pude resistir: corri para o closet com a caixa na mão. Me desenrolei da toalha e a deixei cair. Me agachei no chão para pegar o vestido na caixa e o vesti em mim. Em seguida, penteei os cabelos e os prendi com a presilha. Fiquei linda demais. Guardei a caixa num canto qualquer do closet e pendurei a toalha em seu lugar no banheiro.

Alguém bate na porta e eu pergunto que era. Era uma das arrumadeiras com um bilhete que dizia para eu me arrumar que o baile já começara. Eu abri as cortinas (elas estavam fechadas desde que cheguei da escola, eu nem tive o trabalho de abrí-las antes. O estranho é que eu nunca as fecho.) e vi que haviam vários pisca-pisca na árvore em frente à minha sacada. Fui avançando pela sacadinha e vi que haviam várias carruagens (uma mais linda que a outra por sinal). Sinal de que o baile começara. Batem na porta novamente:

– Quem está aí?

– Sou eu Yura-chan - era a Branca - Eu vim pra ajudá-la a se arrumar caso precise - ela disse abrindo a porta do quarto - Mas que vestido lindo. Quem te deu?

– Então... Eu não faço a mínima ideia. Meu pai disse que esta caixa chegou enquanto eu estava na escola. Eu a abri e vi esse vestido e essa presilha, então, cá estou, com eles.

– Você está linda demais. - ela não parava de me admirar. Que coisa estranha... - Bem, vamos descer? O salão de bailes já está cheio o suficiente para que você faça a sua entrada magnífica.

Eu nada lhe respondi, apenas me dei ao trabalho de descer junto de sua companhia. Ela desceu, e avisou ao apresentador de nobres para anunciar a minha entrada. E assim ele fez:

– Encontra-se aqui e agora, a nossa querida princesa, filha do rei e de uma humana, em seu primeiro casamento, Yura-sama.

Todos aplaudiram a minha entrada, apesar de que eu achei aquelas palavras do apresentador de nobres um pouco exageradas, mas, quem sou eu pra julgá-lo, não é mesmo? Eu estava passeando pelo salão de bailes, cumprimentando todos os presentes, quando o Hiroshi-san chega perto de mim e diz:

– Vejo que está com o vestido que lhe dei - ele estava sorrindo, como sempre.

– Ah, então foi você... Obrigada

Nessa hora, eu vi o Yuki-kun no mundo do salão, saindo para o jardim, meio que resmungando algumas palavras, não deu para entender muito bem. Eu saí de perto do Hiroshi-san e fui na mesma direção que o Yuki-kun tomou...