Uma semana sem John já havia se passado. Recebi noticias dele por e-mail , e ele se dizia muito bem. Estava com uma vida estável para apenas um mês de mudança.

Confesso que senti saudades de uma companhia naquela casa. Parecia tudo tão vazio. Sem ele lá sentia como se estivesse em perigo, ou seria isso apenas paranóia minha? Enfim, não vem ao caso.Ele está feliz, e não sinto ciumes por possivelmente se relacionar com um outro alguém.Mas agora também era a minha vez de ser feliz.

Depois que saí da agencia de modelos a qual eu dirijo com meu sócio , Albert, fui para um jantar formal na casa de meus pais. Seria um jantar bem chato, com velhos executivos, e deles , meu pai não era tão diferente. Após trocar de roupa em um dos quartos do andar de cima na imensa casa de meus queridos pais, apenas coloquei meus sapatos de salto , e desci para a festa que mais parecia um encontro de trabalho.

No jardim ocorria tudo.Dentro da casa apenas algumas mulheres um tanto jovens para serem casadas com aqueles velhos senhores de terno.

Segui até o jardim , e lá vi meu pai com um copo de wisky na mão, conversando com seu amigo de longas datas, Joshua Bitencourt.Um dos caras mais ricos que conheci. Meu pai e eles se conhecem há muito tempo, e já foram até sócios na empresa de meu pai , quando ainda eram jovens. Mas ele deixou tudo, e abriu uma pequena empresa com seu padrasto.Assim, ele e meu pai seguiram caminhos diferentes, mas a amizade ainda firme e forte não os separou. Hoje , posso dizer que os dois são super bem sucedidos, e Joshua tem uma vida maravilhosa com sua esposa. Seus filhos moram em volta do mundo todo.Ao todo ele tem quatro filhos, apenas sua filha mais nova continua em Londres.Ela é uma das modelos mais caras da agencia em que eu trabalho, e um contrato com essa menina vale ouro.

-Olá , querida!-Falou meu pai colocando seu braço em minha cintura, e me aproximando de seu amigo.

-Boa noite, senhores.-Os cumprimentei formalmente.

-Como está bonita esta noite, Felicity.-Falou John com seu jeito carinhoso de ser.Era uma ótima pessoa.

Ele pegou minha mão delicadamente, e a beijou como de costume. Rapidamente, uma olhada rápido sobre meus ombros, ele abre um largo sorriso.

-Creio que ainda não tenha conhecido meu filho Adam.-Logo o rapaz, seu filho Adam, apareceu por trás de mim, indo para a esquerda de seu pai, ficando assim posicionado à minha frente.

-Prazer em conhecê-la, Srta.Walker.-Adam gentilmente fez o mesmo gesto que seu pai, assim beijando a minha mão. Pude sentir seus lábio demorando alguns segundos para descolarem da minha pele, e assim me fazendo também sentir o quão quente eles estavam. Lábios perfeitamente vermelhos.

-Encantada.-Respondi sorrindo.

-Porquê não vão conversar um pouco?-Falou Joshua levantando um pouco seu copo de wisky apontando ao fundo do jardim a bela decoração feita.

-Aceita um drink?- Adam falou totalmente convidativo curvando seu braço para que o meu se encaixasse ao seu.

-Vamos deixar os executivos continuarem o papo.-Falei sem muita emoção, mas o mistério que Adam trazia, me deixava completamente curiosa, e muito interessada em seus afazeres.

Ele nos guiou ao bar que havia sido montado ao fundo do jardim. O rapaz nos fez um drink à escolha de Adam, e assim que feito, nos afastamos dali um pouco para ficarmos à sós.

-Então Adam, é uma grande surpresa conhecê-lo.Ouvi o Sr.Bitencourt falar muito bem de você.-Finalmente a conversa engatou. Tomei um gole da minha bebida, enquanto o olhava diretamente nos olhos.

-Também ouvi muito falar de você. Coisas boas , é evidente...-Disse em um tom elegante, e sua voz grossa e rouca me fizeram arrepiar.Um sorriso estupido apareceu no canto da minha boca, mas logo o desfiz.

-Qual o grande motivo desta sua vinda repentina á Londres?- Perguntei ainda no mesmo tom que antes.Calma, mas um tanto curiosa, sem fazer parecer.

-Já não via mais graça em morar em outros países.Antes era apenas por rebeldia adolescente, e um sonho idiota que me tomava a cabeça.Mas voltar para Londres tem sido uma boa escolha. E agora posso engatar algum negocio na área da industria musical.

-Então você também esta no mundo dos negócios. Poxa, quem diria. Nunca imaginei. John não havia cogitado de tamanha "herança profissional".-Falei seria, assim terminando o drink em mãos.

-Não são bem negócios na industria musical. Sou um produtor, e pretendo continuar a carreira, assim como estava fazendo quando estive na Australia a dois anos atrás.-Ele falou agora acabando sua bebida, e continuou.-E para ser sincero, nunca fui do tipo amargo e sem coração, assim como são meu pai, e todos aqueles outros empresários que perdem os cabelos com tantos problemas e não têm tempo para outras coisas.Não me daria bem nisso...-

Sua sinceridade foi realmente verdadeira.Pudi notar em como ele fala, e gesticula muito pouco.

-E a senhorita?-Ele sorriu largamente, fixando seus olhos nos meus.-Como ganha a vida?

-Tenho uma empresa de modelos. Construi tudo com meu sócio, e ganhamos ótima fama pelo bom trabalho e profissionalidade.-Dei uma pequena pausa para me concentrar em minhas palavras mais uma vez, já que um par de olhos perfeitamente castanhos colavam o olhar ao meu.

-Sua irmã trabalha em minha agencia.É uma modelo "carérrima", e é uma jóia preciosa para nós.Temos muito zelo por ela.

-Ainda me lembro quando Chloe tinha seus sonhos de ser modelo. Fico feliz que ela conseguiu o que queria.

-Mas você também atingiu seus obejetivos.

-Porém sou desclacificado como orgulho da familia.Chloe é a mais nova, e sempre vai ser o orgulho do "papai".Não me importo, tenho a minha vida, mas as vezes é bom receber algum merito pelo trbalho duro.

-Sei como é.Batalhei bastante para chegar onde estou. Sou filha unica, então não tive esses problemas fraternais. Apesar de termos Rick, o primo perfeito!- Agora soei como uma garotinha de treze anos falando mau do primo. Adam riu. Seu riso totalmente charmoso me encantou completamente.

Voltamos ao bar, pegamos mais uns drinks, e continuamos a conversa.Algo mais descontraido, e nos divertimos bastante.

Me embreaguei. Depois do quinto drink, eu já não tinha noção de nada.Adam era mais forte para bebidas do que eu.Passei vergonha sendo arrastada por ele até o quarto no andar de cima da casa. Lá apaguei completamente, e sabe Deus onde foi parar Adam.