Dias De Escuridão escrita por Nic Teixeira


Capítulo 3
Capítulo 3




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Personagem Narrador

David

  Quando eu a vi pela primeira vez, me encantei, tentei não deixar meu pai leva-la, mas era tarde demais, quando ele coloca alguma coisa na cabeça, ninguém consegue tirar até ele ter terminado oque planejou, nos mínimos detalhes.

  Ele estava obcecado com a ideia de ter uma filha, da mesma idade que minha irmã teria agora. Sempre quis que eu fosse uma garota. Certa vez, ate me levou em uma loja de vestidos para ver se eu não queria um, eu tinhas uns 10 anos na época, sabia oque ele queria e não conseguia acreditar. Meu próprio pai!

  A Clarice parecia desesperada, e não é para menos. Afinal, meu pai tirou tudo oque ela tinha! Seus amigos, familiares, vizinhos... tudo, só para o próprio egoísmo. E agora tinha minha mãe também, ignorando nós dois. Eu não sei por que me ignorar, eu tentei fazer de tudo para que ela não viesse, mas agora que ela veio, vou fazer de tudo para que vá embora. Não que eu não a queira aqui, pelo contrario, mas eu acho que ela não quer.

  Começou a escurecer, ela não tinha comido nada desde a hora em que a pegamos, devia estar morrendo de fome, perguntei a minha mãe se não teria nada para dar a Clarice, ela disse que tinha sopa que sobrou de ontem, pedi que colocasse em um prato que eu levaria para ela. Assim que minha mãe o fez, peguei uma colher e um guarda-napo e fui falar com ela com a desculpa de que estaria somente levando a comida.

  Cheguei lá e ela parecia meio pálida, agora eu estou mesmo achando que ela esta com fome sabe? Bom, então, eu entrei na salinha, fechei a porta, para que pudéssemos ter mais privacidade e conversar a vontade, sem meu pai atrapalhando. Logo em seguida, soltei seus braços que ainda estavam presos por algum motivo. Estava com as marcas da corda nos pulsos, ou ela andou se mexendo muito, ou meu pai apertou muito. Coloquei uma mesa a sua frente e em cima já estava o prato de sopa.

  Resolvi puxar papo, ela estava realmente faminta:

- olá! Não tivemos tempo de sermos apresentados formalmente. Então lá vai, meu nome é David, eu tenho 19 anos, amo ler e atuar. Meu passatempo preferido é desenhar, eu adoro estudar. Pedi para o meu pai que ele não fizesse oque fez com você, mas não adiantou de nada. Se você puder me perdoar e me falar um pouco sobre você, seria bem legar, e poderíamos até ser amigos se você quiser.

  Ela levantou a cabeça, como se fosse responde a minha pergunta, mas alguma coisa a deteve, ele vou a baixar a cabeça. Eu fiquei esperando, para ver se ela falava alguma coisa, mas não falou nada. Quando eu ia me levantar para ir embora ela disse:

- oque foi que você falou quando estava indo embora com o seu pai, logo que me deixaram aqui?

  Eu dei um sorrisinho, lembrava muito bem daquilo, e tinha a certeza deque ela tinha visto oque eu tinha feito, mas não tinha certeza se ela tinha entendido, agora percebi que sim. Por isso respondi:

- Eu irei te ajudar!

- Mas me ajudar em que?

- a sair daqui! – disse sussurrando, meu pai não poderia escutar aquilo. Ela respondeu:

- Mas porque você vai me ajudar a sair, se foi você quem me colocou aqui?

- Me desculpe. Mas não fui eu, eu nunca fui afim de trancafiar alguém a força em uma casa que ela nunca viu, de pessoa de ela nem conhece. Principalmente alguém bonita assim como você – disse a ultima parte sussurrando mas eu acho que ela ouviu, por que logo perguntou:

- desculpe, mas eu acho que não ouvi direito. Oque você disse?

- eu disse que nunca fui afim de trancafiar alguém a força em uma casa que ela nunca viu, de pessoa de ela nem conhe... – mas ela não me deixou terminar, e logo falou:

- não não, essa parte eu ouvi. Mas oque você falou no final? – okay... oque eu tenho que fazer agora? Assumir oque disse ou inventar alguma coisa? Vou falar a verdade, vai que ela escutou oque eu disse e além de sequestrador vou ser taxado de mentiroso:

- eu disse que nunca faria isso com alguém tão bonita como você.

  Ela pareceu não ter acreditado por um momento, mas depois se voltou a sopa e eu percebi que ela já havia acabado. Perguntei se ela não queria mais, ela agradeceu e disse que não, perguntou se tinha roupa para ela... sim, tinha, tinha um quarto inteiramente para ela, mas meu pai disse que ele mesmo apresentaria as coisas para ela quando chegasse do trabalho. Então eu expliquei isso tudo para ela, e ela falou que tudo bem. Foi ai que eu falei:

- então eu posso levar seu prato para a cozinha? – ela assentiu – depois eu posso voltar aqui para podermos conversar mais? – ela assentiu novamente – então até daqui a pouco. – sai da sala com um ar sorrisinho maroto no rosto, parecia que eu havia acabo de perder meu BV com a garota mais linda do mundo, mas não ocorreu nada disso, eu somente estava falando com a garota mais linda do mundo.

  Voltei para lá e conversamos quase a noite inteira, ela é muito mais legal do oque eu pensava, mas tivemos que para, pois meu pai chegou e eu não poderia estar conversando tao animadamente assim com ela.


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Notas finais do capítulo

BV = alguem que nunca beijou... so para explicar... :)



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