A voar! escrita por NenaSt


Capítulo 25
Daniel Rumo à Terra do Nunca


Notas iniciais do capítulo

Bommm, eu peço mil perdões pela demora! Vi que tinha vááárias reviews novas, e gostaria de agradecer à todas! Sentirei muita falta de escrever essa fic, mas fiqueim ligados caso eu escreva mais alguma! Tenho certeza que muitos vão comentar sobre a continuação e talz... gente eu não sei. Sinceramente fiquei muito satisfeita com esse final, acho que não precisa de continuação. Talvez eu faça uma one shoot, tipo um capítulo extra mas... não sei, por enquanto é só! Amo vocês, amei as reviews gente! Agradeço a todos os elogios e fico MUITO feliz que vocês tenham gostado já que essa foi minha primeira fic. Acho que é só isso... fiz um texto só nas notas! Boa leitura!



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10 anos depois...

Pouco tempo atrás, meu pai havia me lembrado de que quando eu completasse treze anos poderia tomar seu lugar na Terra do Nunca. Eu ainda não sabia o que queria. Amava muito meus pais e minha irmã, mas algo na Terra do Nunca me atraia... além disso, se eu fosse, poderia voltar para visitar de vez em quando. E ficaria crescendo bem devagar. Mas ainda assim... não sabia se realmente queria abandonar a família.

Depois de pensar muito, decidi que o melhor a fazer era ir para a Terra do Nunca. Meu pai viveu lá por muitos anos e havia voltado apenas por causa da minha mãe. E agora lá não tinha mais ninguém no comando. Apenas Sininho, claro. Mas eu realmente precisava ir para ficar com o lugar do meu pai.

No dia do meu aniversário, acordei com a Tracy do meu lado:

– Daniel! Já é hora de acordar! Feliz aniversário!

Acordei ainda com um pouco de sono e logo lembrei que aquele era o grande dia. Tracy agora ficaria com o quarto só para ela já que eu ia para a Terra do Nunca. Levantei, troquei de roupa e logo que cheguei na cozinha vi meus pais e minha irmã com um bolo lá. Logo começaram a cantar “parabéns pra você” (no caso, para mim e para minha mãe). Bom, eu nunca fui de ferro e ela também não. Admito que chorei um pouco, mas minha mãe estava se acabando de chorar.

– Daniel, tenho um presente pra você. – disse o meu pai, pegando uma enorme caixa e me dando.

Curioso, abri a caixa e vi que era uma roupa verde, semelhante a uma folha. De repente lembrei-me do livro: “Peter Pan”. Era essa a roupa que meu pai usava na Terra do Nunca, quando tinha a minha idade.

– É bem antigo, mas sua mãe já lavou pra você. Agora sim você poderá tomar meu lugar na Terra do Nunca. Por sinal, Sininho já está lhe esperando.

Olhei para perto da janela e vi uma pequena fada parada lá. Sininho. Eu conhecia Sininho desde que tinha três anos de idade, e ela continuava a mesma. Linda como sempre.

– Seus avós chegam em uma hora. Nem pense em sair antes deles! – disse minha mãe.

– Claro! Não quero deixar de me despedir deles! Mas antes... mamãe... a Tracy ainda não sabe pra onde eu vou. Pode contar pra ela a história?

– Sua irmã já sabe de toda a história!

– Por favor mamãe, é só uma desculpa pra eu escutar também.... é meu aniversário!

– Nosso aniversário - corrigiu

– Por isso você deveria contar sua história.

Ela suspirou e me olhou bem. Eu havia passado anos aprendendo a fazer carinha de cachorrinho pidão, e finalmente tinha conseguido.

– Tudo bem. Tracy!

Ela veio correndo.

– O que foi?

– Quero lhe contar uma história. – assim que minha mãe disse isso, ela sentou, entusiasmada. Desde que nós dois tínhamos em média dois ou três anos de idade, ela costumava contar histórias. E para ambos a primeira que contou foi a dela. Na verdade não dela, do papai. Mas ela tinha um papel bem importante nessa história.

– Era uma vez, um menino que não queria crescer. Ele teve uma briga com sua família, e voou para longe, para a Terra do Nunca. Fica à esquerda da estrela mais brilhante, mas como ainda está de manhã eu vou continuar a história. Lá, ele conheceu uma fadinha. A Sininho. Lembra dela? – minha irmã fez que sim com a cabeça – então. Mas pouco tempo depois, ele conheceu uma garota, que levou consigo para a Terra do Nunca, para que ela pudesse ser a “mãe” de todos os meninos perdidos. Mas nesse lugar tinha um pirata... um pirata muito malvado que convenceu a garotinha a se tornar uma pirata também. Mas ela não seria uma pirata comum, oh não. Seria uma pirata contadora de histórias, pois de acordo com os outros, ela era ótima nisso. E o pirata malvado também usou a fadinha... prometeu a ela que nunca triscaria um dedo ou um gancho no garoto. Mas ele mentiu. Depois que descobriu o esconderijo do garoto, trocou o remédio dele por veneno. Só que aquela fadinha era muito corajosa. Ela foi capaz de beber o veneno só para protegê-lo. Enquanto isso, no navio, a garota descobriu tudo e decidiu que não seria mais uma pirata. Ela estava prestes a ir para a prancha, quando seu amor chegou para salvá-la. Mas ele quase foi morto naquele dia. A única coisa que o deixou mais forte foi o beijo da garotinha, e com isso ele conseguiu expulsar o pirata malvado do navio. Mas o problema agora era que eles iriam se separar. Só que a história não acabou ainda. Anos depois eles se reencontraram e tiveram dois lindos filhos. Mas a Terra do Nunca ficaria sem nenhum “pai”. Com isso, um dos filhos de Peter Pan deverá ir para esta terra, tomar o lugar de seu pai. E esse filho é Daniel.

Ela nem piscava o olho. E nem eu. Era a milésima vez que escutava aquela história, mas não me cansava. Mamãe contava também todas as aventuras do papai, e eu estava cada vez mais ansioso. Aquela história não era mais só dos meus pais. Era minha também. E era eu que iria continuar. Vi que assim que mamãe terminou de contar a história, já estava com lágrimas nos olhos. Eu sentiria muita falta disso. Ela era sempre forte quando se tratava de aventuras, e derrotar piratas. Mas quando mexiam com seus sentimentos, apareciam lágrimas e mais lágrimas.

– Eu adoro essa história! – disse Tracy – sempre me divirto escutando histórias de romance e aventura... e ainda mais dos meus próprios pais! Daniel, você é muito sortudo!

– Eu? Sortudo? Por quê?

– Vai tomar o lugar do papai na Terra do Nunca. É o mais velho, sempre adora uma boa aventura.

– Tracy – disse minha mãe – você também pode ir sempre que quiser para a Terra do Nunca.

– E deixar você e o papai sozinhos? Não. Eu quero ficar aqui. Mamãe, você fez a coisa certa voltando de lá. Quero seguir seu exemplo. Ser parecida com você não só pela aparência!

Ela estava certa. As duas se pareciam muito na aparência. Ambas eram loiras, tinham os cabelos encaracolados e inclusive olhos azuis. A única coisa que minha irmã havia puxado do nosso pai foram as poucas sardas que ela tinha no nariz e na bochecha. Tracy tentava sempre seguir os passos de nossa mãe. Lembro ainda do dia em que a mamãe ficou grávida, foi um dos melhores dias da minha vida. Eu sempre fui mais parecido com meu pai. Há gente que diga que somos irmãos, apesar dele ser bem mais velho. A única coisa que eu puxei da minha mãe foram os olhos. O resto foi tudo do meu pai. Inclusive psicologicamente. Sempre adorei uma boa aventura, enquanto minha irmã era meiga e queria o melhor para as pessoas o tempo todo.

Logo tomamos café e antes que tivesse outra briga com minha irmã me ofereci logo para lavar a louça. Apesar de que eu sabia que sentiria falta de todas aquelas brigas. Fiquei pensando no que mais eu sentiria falta de casa. Com certeza dos meus pais. Mas isso não seria muito difícil de superar vendo que cada centímetro quadrado da Terra do Nunca tinha a marca pelo menos do meu pai. E eu teria Sininho. Ela era a melhor amiga do meu pai quando ele era criança, e eu pretendia que também fosse a minha... apesar de que tinha algo grande que eu sentia por ela. Sempre linda e espalhando felicidade por onde passava. E também um pouco de ciúmes, pelo que minha mãe contava. Olhei para a janela. Lá estava ela, olhando para o horizonte. Ah, outra coisa que eu sentiria falta dali era aquela vista. Não morávamos mais naquele apartamento, já que quando a mamãe ficou grávida da Tracy vimos que não teria mais espaço. Agora morávamos numa casa, grande e bonita. A vista da janela do meu quarto não poderia ser melhor. Mas agora eu teria outra vista.

– Filho! – escutei minha mãe chamar, varrendo meus pensamentos para longe. – seus avós chegaram!

Enxuguei as mãos e fui cumprimentar meus avós e... minha tia Alice! Ela não era minha única tia, mas seria sempre a preferida. Tio João e tio Miguel viviam muito ausentes, mas estavam lá também. Tia Alice estava casada com um viajante, e o marido dela estava lá também. Pelo jeito minha família inteira iria me ver partir... como sentiria falta de todos eles!

Abracei todos, que me desejaram feliz aniversário. Logo o marido da tia Alice disse que tinha presentes pra mim.

– Voltei de viagem ontem, claro que eu iria te dar um presente de aniversário, garoto! Mas este é meu e da Tia Alice.

Abri e vi uma... o que era aquilo mesmo?

– É uma bússola. Ouvi dizer que você também vai viajar pra bem longe hoje. Para não se perder – disse ele.

– Ah... obrigado! Mas... acho que não vou precisar disso na Terra do Nunca. Sininho conhece todo o lugar.

– Terra do Nunca? Sininho? – perguntou, aparentemente confuso.

– Ah, essas crianças e suas imaginações! – disse minha mãe, disfarçando a voz – querido você só vai estudar fora, esqueceu?

Logo eu me lembrei que o marido da minha tia não sabia de nada sobre a Terra do Nunca. Ele não havia tido uma boa infância e mesmo se disséssemos alguma coisa, nunca acreditaria. Mamãe disse que meu avô também era assim. Não queria influenciar a imaginação dela, já minha avó fazia de tudo para que ela tivesse uma imaginação bem fértil. Inclusive foi através dela que minha mãe conheceu a Terra do Nunca.

– Posso falar com você um segundinho, Daniel? – disse minha tia. Eu disse que sim e nós fomos para a cozinha. – Bom... como você pode ver meu marido não é muito bom com presentes. Ele pensa que você vai estudar em outro país e provavelmente também acampar com seus amigos. Mas não se preocupe, lhe mando meu presente depois!

– Tudo bem, tia Alice. Não tem problema. O meu melhor presente mesmo vai ser viver tudo o que meu pai viveu!

– É assim que se fala! Espera, o que a Sininho já está fazendo aqui? – perguntou, logo que viu Sininho na janela.

– Sininho! Você não disse que queria sair voando pra conhecer a cidade?

Eu sei, eu sei! Mas é que eu prefiro ficar aqui, vendo todos lhe darem os parabéns.

– Sabe que só vamos partir à noite, não é?

– Sim, mas ainda assim eu prefiro ficar aqui, obrigada.

– O que ela está fazendo? – perguntou tia Alice.

– Falando.

– E o que está dizendo? Que eu sou muito feia?

Olhei pra ela, surpreso ao ver que ela havia lido o livro “Peter Pan”, e lembrado desse diálogo dos meus pais.

– Está dizendo que quer ficar aqui mesmo tendo a oportunidade de voar por toda Londres e conhecer cada detalhe.

Está me expulsando da sua casa?

– Não! – respondi.

– Se não é isso então o que é? – perguntou minha tia.

– Não é fácil conversar com vocês duas ao mesmo tempo!

Logo que disse isso, voltei para o quintal, onde estava o resto da família.

– Daniel, eu trouxe um presente pra você também! – disse o tio João, entregando um embrulho. Abri e vi que era um livro.

– Um livro? Bem típico seu, tio.

– Não é um livro qualquer! Eu que escrevi! São minhas pesquisas sobre... o lugar aonde você vai!

– Ah! Então obrigado!

Ficamos lá o dia inteiro conversando, todos dizendo que sentiriam muito a minha falta... até que chegou à noite. Todos já tinham ido embora e se despedido de mim. Estava apenas eu, meus pais, minha irmã e minha tia. Troquei de roupa e desci novamente. Vi todos juntos. Meus pais, a Tracy, tia Alice... e Sininho, pronta para ir. Dei um abraço em todos e uma última olhada pela casa. Como sentiria falta disso tudo! Mas apesar de tudo sabia que iria ser bom também na Terra do Nunca. Eu jamais iria esquecer aquela casa, minha família... até porque eu os visitaria a cada dois meses! Subi com Sininho até chegarmos à janela do meu quarto.

– Está pronta? – perguntei.

Menos pronta impossível.

– Então vamos. Para a Terra do Nunca, a voar!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da história... eu mesma vou sentir falta dos personagens :/