Bad Guy escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 27
O final da vingança - Final


Notas iniciais do capítulo

Nossa.. faz muito tempo desde que comecei essa fic, nao é mesmo? Tenho novos leitores... , mas tudo que é bom um dia acabada (e convenhamos.. já era hora de finalizar essa fic rsrsrs). Espero que gostem do capitulo final, pois eu adorei escreve-lo.

Espero que comentem para que eu saiba se gostaram ou não, afinal essa é a unica forma de saber o que estão achando ainda mais que esse é o grand finalle rsrsrsrs

Enfim.. tenham uma boa leitura e se preparem porque esse capitulo é bem longo afinal juntei o capito penultimo com o ultimo rsrs..

Beijos..

adorei conhecer todas voces, responder seus comentarios e ler cada um deles. Obrigada pelo tempo pessoal..



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O controle remoto caiu das mãos de Alexander que olhava para a televisão perplexo. Toda a sua vida estava sendo alvo de uma reportagem aonde o mostrava como um corrupto, ladrão e vigarista. Nada do que a reportagem dizia era verdade. Todos os seus investimentos estavam sendo investigados assim como as suas contas e de seus familiares. Na televisão sua foto era mostrada como se ele fosse uma espécie perigosa de ser humano. Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Como tudo que ele havia conseguido ruía daquela forma tão rapidamente? Se perguntava com medo antes de se erguer da cama e pegar o telefone próximo a si. Ligou para o seu advogado, mas a resposta do mesmo o deixará ainda pior.

–Como assim minhas contas foram congeladas? O que está acontecendo? – Alexander questionou cada vez mais pálido ao sentir o seu corpo tremer.

Sinto Alexander, alguns investigadores da policia federal vieram ate aqui com um mandato. Fiz tudo o que pediram, mas parece que a coisa está seria. Já comecei a resolver alguns problemas, entretanto eles receberam um envelope com sua assinatura sobre diversos pagamentos feitos a empresas não existentes. Contas fraudadas, dinheiro desviado. É muita...coisa – disse sincero após suspirar - eu sinto, de verdade, mas prometo que tentarei resolver tudo o quanto antes.

Alexander assentiu como se o seu advogado pudesse ver aquele gesto quando desligou o telefone. Seu corpo possuía vida própria quando se viu caído no chão. Sentado em meio ao chão gelado, ele se perguntou o que estaria acontecendo em sua vida. Uma dor cresceu em seu peito e em sua cabeça. A perplexidade tomava conta de si ao escutar o barulho da porta, e logo ver Elena parada, o fitando.

–Tudo acabou – Alexander disse friamente ao olhar para Elena e com dor erguer a sua mão, a espera que ela cuidasse dele, mas apenas a viu sorrir.

–Acabou para você, não para mim.

–O que.. está falando?

–Não posso ter desistir de tudo por isso. Por você ser derrotado assim.

–Elena.. o que está dizendo? – questionou confuso ao vê-la se ajoelhar em sua frente.

–Quero que você me diga, essas acusações são verdadeiras?

–Algumas, talvez a maioria – admitiu com a voz baixa.

–Não fico tão surpresa. Vá ate eles e diga que a culpa é de outra pessoa. Fez isso no passado tão bem, porque não faz agora?

–Não tenho.. é..

–Impossivel?

–Sim – admitiu triste – é impossível alguém ser o culpado, que não seja eu.

–E diz isso com tanta calma? – perguntou começado a sentir o nervosismo surgir – como pode ficar assim? Tem que pegar todo o dinheiro. Não..

–Já é tarde demais. Minhas contas bancarias foram congeladas.

–E agora? – Elena perguntou preocupada ao imaginar toda a sua mordomia indo embora. – O que isso.. como conseguiu ser tão descuidado?

Alexander não respondeu, pois nem ele mesmo sabia como aquilo tudo havia vazado.

***
Jacob abriu a porta de casa com um sorriso estranho no rosto. Ele não conseguia acreditar que estava se propondo a fazer aquela encenação. Assim que fechou a porta atrás de si, reparou que algo estava estranho e diferente de antes. Optou por não pensar muito nisso e se viu subindo as escadas em direção ao quarto de seu pai. Ele seguiria o plano de Alec, apenas queria ter certeza que não acabaria se arrependendo depois. Ao parar em frente ao quarto de seu pai, segurou um sorriso ao escutar as vozes de Elena e de Alexander. Colocou a mão em seu casaco, retirou a pequena arma e sorriu.

–Agora vem a parte mais difícil – murmurou. Respirou fundo antes de abrir a porta e ver o casal o encarar com incredulidade – O bom filho a casa retorna.

Alexander olhou para Jacob, não se importando com a presença de seu filho, enquanto Elena o olhava com raiva e rancor.

–Soube das novidades – Jacob provocou ao olhar para Elena – deve estar sendo difícil ainda mais agora que a policia irá levar os dois para a interrogação. Seria fácil se não fosse a policial federal.

–A policia está vindo atrás de nós? – Elena perguntou com os olhos arregalados ao ver o sorriso na face de Jacob – Isso só pode ser uma mentira.

–Não será. Fique tranquila – enfiou a mão no bolso do casaco e estendeu a arma para Alexander, foi ate aonde ele estava e jogou a arma em frente a ele – Um amigo me pediu para lhe trazer isso. Até mais – falou ao dar as costas e seguir para a saída. Andou pelo corredor apreensivo ate descer as escadas com pressa. Ele não gostaria de estar ali quando a policia aparecesse.

Elena olhou para a arma em frente a Alexander e reprimiu um grito de raiva. Não conseguia acreditar que Alec iria tão longe.

–Se levante Alexander, você irá resolver isso. Se levante – ordenou com raiva e ao vê-lo erguer o braço, sorriu aliviada – Se precisar de alguém pode colocar a culpa em Jacob, todos sabem que ele não presta para muita coisa. – em sua mente já começava a pensar em tudo que diria para a policia, começava a se sentir satisfeita quando reparou no que acontecia a sua frente. Alexander tinha a arma em sua mão e apontava para si mesmo com o olhar perdido.

–O que está fazendo? – Elena perguntou tentando transparecer calma quando não sabia o que deveria fazer a seguir.

–Eu perdi tudo, querida. Tudo – murmurou com o olhar perdido e sorriu para ela – Seja feliz – falou antes de apertar o gatilho. O som do tiro disparado ecoou pela casa vazia, o sangue vermelho escorria pelo chão do quarto, o corpo caído aos pés de Elena. A mulher que antes tinha a face calma agora estampava o horror. O sangue de Alexander respingou em Elena, a qual gritou apenas uma vez. Uma única vez antes da policia entrar na casa e se deparar com uma cena horripilante no quarto principal.

***
A equipe da pericia já havia isolado a casa dos Piattis, escutado todas as testemunhas, o corpo de Alexander ainda estava no chão, e Elena encontrava-se com o olhar fixo no corpo do marido estendido em sua frente. Alguns policias tentaram a tirar de lá, sem sucesso, pois toda a vez ela fazia um escândalo. Um policial entrou no quarto com o olhar compreensivo e andou ate onde ela estava.

–Senhora Piatti? Sou o policial Johnny – falou tranquilo – O que aconteceu aqui? – perguntou ao observá-la com cuidado. A cena era típica de um suicídio, mas ele precisava seguir todo o protocolo antes de qualquer coisa.

–Foi..tudo culpa dele – Elena murmurou confusa – tudo culpa dele. Se ele não tivesse voltado, nada disso.. teria acontecido.

–Dele? – perguntou interessado.

–Sim, aquele desgraçado – falou ao andar ate o corpo de Alexander, se abaixar e pegar a arma. Um dos peritos havia esquecido de recolhe-la. Os policias que viram a cena permaneceram calmos, prontos a sacar suas armas para atirar nela caso necessário, entretanto Elena sorria histericamente ao segurar a arma e apontar para os outros e para si mesma. – Eu vou sair daqui e não me impeçam – disse antes de correr para a porta sendo seguida pelo policial Johnny.

–Mandem reforços – ele gritou antes de segui-la com rapidez.

Elena sabia o que deveria fazer. Ela sabia o que deveria fazer assim que Alexander apertou o gatilho. Ela iria atrás de Alec e acabaria com tudo. Entrou em seu carro, jogou a arma no banco lateral e acelerou o carro antes que alguém a impedisse. Por todo o caminho, ela, quase, causou cinco acidentes ate parar o carro de qualquer forma em frente ao edifício de Alec. Segurou a arma com firmeza ao ir para dentro da empresa dele. Ela iria confrontá-lo e acabar com tudo.

Por onde passava, gritos ecoavam, mas Elena não se importava. Ao entrar no elevador apertou o botão do ultimo andar e esperou ansiosa para que as portas se abrissem, e quando isso aconteceu avançou em direção a sala dele. A secretária gritou assim que a viu. Ao abrir a porta do escritório, avistou Alec parado como se tivesse a esperando na varanda.

Alec olhava satisfeito para a Elena. A mulher que acabara com a sua vida, a sua esperança e o tornara aquilo que ele era, encarava-o com os olhos repletos de lagrimas e dor. A arma em sua mão tremia violentamente dando a sensação de incerteza ao apontá-la para Alec, o seu antigo amor e seu carrasco. Ela o encarava sem hesitar e onde outrora um sorriso sarcástico encontrava-se agora podia-se ver o medo.

–Ate quando irá brincar disso? – Alec indagou sorridente ao encostar-se na varanda. Ele estava satisfeito por ver o desespero dela estar próximo ao que ele sentiu por anos presos – Quando largará esta arma e agirá como uma mulher que é? Cruel, miserável e acima de tudo ambiciosa.

–EU NÃO SOU ASSIM – gritou ao balançar a arma perigosamente – Porque fez isso tudo? PORQUE?

–Imaginei que já soubesse a esta altura.

–Isso tudo foi por vingança? Porque não seguiu a sua vida? Seu cretino idiota.

–Eu segui por anos, entretanto foi planejando isso tudo – sorriu ao erguer os braços sorridente sem importar-se com nada, pois o seu triunfo estava próximo. A sua vingança enfim iria se realizar.

–Planejou a minha ruína? A minha prisão?

–Não - negou ao ver a surpresa dela prosseguiu – planejei tudo isso para levá-la a ruína, planejei para que sofresse toda a dor que me causou com sua ambição, com sua fraqueza e com sua luxuria. Por sua culpa ambos estamos condenamos.

–Eu não estou condenada. Sou inocente por tudo.

–É mesmo? És inocente pela morte de seu marido? É inocente pelo desvio do dinheiro? És inocente pela minha prisão?

–Sim, quero dizer não. Eu.. não sei – murmurou confusa ao colocar a mão sobre a cabeça. Ela estava confusa.

–Porque não me conta o que aconteceu com o seu marido para começar e em seguida como foi capaz de me deixar ser preso por algo que não cometi?

–Eu.. não tive culpa. Já disse milhares de vezes que.. ele me forçou.

–Ninguém força ninguém, Elena.

–Anthony basta acabar com isso tudo.

–E quem disse que não esta acabado?

–Este.. é o fim? – indagou surpresa abaixando a arma lentamente.

–Sim, é o fim. – sorriu ao dar as costas para ela admirando a paisagem a sua frente – será o fim assim que levar a arma que esta segurando ate a sua, linda, cabeça e apertar o gatilho.

–Está louco – murmurou ao encará-lo se voltar para ela com um sorriso sombrio na face.

–Não, estou lhe dando uma escolha, algo que não me deu. Estou sendo gentil, Elena.

–Não irei me matar, se é isso que espera.

–Se não o fizer, alguém o fará.

–E este alguém serás você?

–Não, minha querida – negou surpreso – eu jamais a mataria.

–E eu não vou me matar e isto é um impasse.

–Um impasse que logo deixará de existir quando for levada dessa sala pelos policiais.

–Policiais? – perguntou confusa.

–É claro. Desviou uma boa quantia a anos atrás e tornou a fazê-lo em minha empresa, o que esperava?

–Eu nunca desviei dinheiro da sua empresa – constatou surpresa ao erguer a arma novamente – O QUE VOCÊ FEZ?

–O que deveria ter sido feito.

–Me enganou – percebeu arrasada.

–Assim como você me enganou. A diferença é que meus motivos eram mais nobres que os seus.

Elena o olhava desesperada. A arma em sua mão erguida para o homem parado em sua frente, lhe deixava ainda mais perturbada e confusa. Ela tinha consciência que a qualquer momento poderia ser levada dali. Em um ato desesperado, sorriu.

–Não importa, eu não serei presa – falou ao caminhar em direção a Alec –irá comigo ate a saída. Eu pegarei um carro e sumirei. Não será difícil.

–Elena, ainda acha que sua beleza irá lhe salvar? Se conseguir sair desta sala com vida, e sozinha, eu mesmo irei atrás de você, e apertarei o gatilho contra a sua cabeça, após torturá-la. Não espera que tudo isso tenha sido em vão, não é? – a viu olhar confusa para ele e em seguida para a porta atrás de si – Apenas faça o que deve ser mais fácil. Basta apertar o gatilho contra a sua cabeça. Não doera, será libertador. Uma escolha que eu não tive, estou lhe dando. Faça isso.

Elena olhou mais uma vez para a arma em sua mão e para Alec. Ela encontrava-se confusa. Jamais esperava que a sua vida fosse terminar em um impasse daquele. Se ela não se matasse seria presa e condenada por algo que não fez. Ela não tinha alternativa ou esperanças. Ergueu o olhar e encarou Alec com um sorriso estranho.

–Está bem – disse ao apontar a arma para a sua própria cabeça – Eu irei me matar. Ficará feliz ao ver pedaços de meu cérebro pelo seu escritório? Isso vai ser o bastante para você me perdoar, não é? – perguntou nervosa com os lábios tremendo – Farei isso.

Alec apenas a olhava sem expressão. Ele tinha esperado anos por aquela cena. Foram longos sonhos que se pareciam com a cena em sua frente, mas em nenhum deles conseguia sentir tal prazer que preenchia o seu corpo como agora. Sua vida havia sido dor atrás de dor desde que a conheceu, mas agora poderia reparar todo o mal que ela causara. Todo o mal pelo qual foi cercado estaria acabado assim que ela apertasse o gatilho.

–Pode fazer, o seu sangue espalhado pelo meu escritório será uma marca da minha vitória – revelou com tranquilidade ao olhar para a porta com discrição. Ele tinha pouco tempo ate que a policia invadisse a sua sala. Ele tinha que fazer Elena apertar o gatilho. – Continuará se atormentando assim? Basta apertar o gatilho e tudo acabará, minha querida.

–Porque deseja tanto que eu me mate? – Elena questionou com as mãos tremulas ainda com a arma apontada para a sua cabeça.

–Porque? Porque foi uma vadia comigo – sorriu ao tirar o colar de seu pescoço e segurar na mão – este colar foi a única coisa que me manteve com sanidade na cadeia. Na verdade, ao pensar em você vivendo feliz, ao lado de outro homem quando me colocou na prisão foi o suficiente para que eu pudesse me libertar de tudo. De todo o pudor que existia em minha consciência, de toda a bondade e sanidade. Elena, você me transformou no que eu sou. Eu devo lhe agradecer porque sem você, jamais seria Alec.

–Eu.. não tive culpa – murmurou perdida em seus pensamentos conturbados – eu.. não tive culpa. Foi Alexander.

–Apenas ele?

–Sim – assentiu com o olhar confuso – ele me queria, ele me desejava. Quando descobriu que eu fui a culpada pelos desvios de dinheiro não pensou duas vezes antes de me colocar contra a parede. Ele me OBRIGOU – gritou com lagrimas escorrendo pela sua face – ele me obrigou a ser essa pessoa.

–Ninguém te obrigou, você já era assim – ponderou com o olhar frio.

–NÃO – negou com um grito doloroso – Ele descobriu e me falou para escolher entre a minha liberdade e a sua prisão, ou a minha prisão.

–E você escolheu a opção que seria melhor para você.

–Ele me obrigou – tornou a repetir ciente da culpa que assolava o seu ser.

–Ninguém te obrigou a ser uma pessoa má, Elena, você apenas quis ter tudo que achava ter direito.

–Você me odeia – constatou.

–Não, eu sinto desprezo por mim e nojo por um dia ter te amado, apenas isso.

Elena encarava o homem, apesar de suas lagrimas a deixarem vê-lo embaçado. Por anos, ela se permitiu esquecer sobre ele. Ela se permitiu acreditar que merecia tudo aquilo e que ele teria a sua paz depois que saísse da prisão. Ela realmente tinha acreditado que tudo que fizera fora por um bem maior durante anos. Ela tinha ignorado a si própria e o amor que sentia por ele ao optar por tudo aquilo.

–Pode apertar – Alec a incentivou ao perceber o vazio no olhar dela. Sorriu ao ver Elena concordar, fechar os olhos e levar o dedo ate o gatilho. Demorou poucos segundos ate que uma gargalhada inundasse a sala, enquanto Elena apertava o gatilho inúmeras vezes sem sucesso. –Eu jamais a deixaria sofrer menos do que eu sofri – Alec tornou sincero ao ir ate onde ela estava e a olhar com extrema frieza. –Foi muito fácil tirar as balas dessa arma antes de você pegar. Na verdade sabe porque a arma continuou ao lado do corpo de Alexander após a pericia chegar? Eu subornei eles. Foi bem fácil. – comentou vitorioso – Ainda achou mesmo que Jacob ter voltado para casa foi coincidência? Eu precisava dele para colocar a arma na frente do pai, e também foi uma boa vingança para o filho abandonado pelo pai que preferiu a vadia cruel.

–Você... já sabia desde o inicio?

–Você é previsível assim como eu era antes de sair do inferno. – assim que ele olhou para a porta cinco policiais entraram gritando com armas em punho. Elena não teve reação, apenas deixou a arma cair no chão derrotada, antes de ser jogada no chão, algemada e ser colocada em pé novamente com agressividade. Alec fez um sinal para o policial que se afastou, dando um pouco de liberdade a eles. – Não vai ser rápido, e você não sentirá prazer durante esses anos em que passará na prisão. Você irá se lembrar e pensará em mim por muito tempo, mas assim que for presa, eu jamais irei me lembrar de você, e este será o seu castigo final pelo que me fez. Pode leva-la – falou ao policial que segurou o braço de Elena com força e a puxou para longe dali ignorando o sorriso vitorioso na face de Alec.

Assim que todos saíram de sua sala, Alec se viu chorando. Lagrimas que não caiam de seus olhos a muitos anos. Ele não sabia se aquelas eram lagrimas de libertação ou de arrependimento. Arrependimento por ter perdido a si mesmo naquele processo.

***
Nicole desligou a televisão ao ver Elena ser levada para a viatura policial no lado de fora do edifico de Alec. Aquela noticia estava em todos os noticiários a dias. Nicole mais do que ninguém sabia o quanto aquela vingança tinha sido dolorosa para todos os envolvidos. Ela já havia chorado o que havia para chorar quando seu irmão foi encontrado morto, mas jamais imaginou que se sentiria triste por Alec. Triste pelo homem que a enganou e que a manipulou para fazer parte de sua vingança. Com o rosto pálido e os olhos fundos, Nicole, se levantou do sofá de sua casa e foi para o seu quarto. Ela precisava dormir sem que se afundasse em pesadelos aonde via o seu irmão pedir perdão a ela antes de o sangue sair pela sua boca, e em seguida ele cair no chão. Aquele pesadelo se repetiu inúmeras vezes sempre que fechava os seus olhos, talvez ela se sentisse culpada, mas jamais poderia voltar no tempo e se retornasse, ela duvidada que fizesse algo diferente. Com tais pensamentos foi para o quarto, mas antes de se deitar na cama, o som da campainha a fez se virar e ir ate a porta. A abriu sem expressão ao ver Alec parado a sua frente com o rosto abatido. Se olharam sem nada dizer, ate Alec sorrir tristemente.

–Eu realmente sinto muito – falou sincero antes de virar as costas para Nicole e afastar-se lentamente parando no meio do caminho ao escutar a voz dela.

–Está feliz por tudo o que fez? – Ela perguntou com lagrimas nos olhos – Feliz por vê-la pagar por tudo? Feliz por agora ser livre?

Alec poderia mentir e se afastar rapidamente dela, mas sem perceber se viu a encarando. Gravando em sua memoria aquela cena, pois seria a sua ultima com ela. No mundo em que ele vivia, um mundo obscuro pelo arrependimento, jamais poderia ter alguém como Nicole ao seu lado.

–Não, não estou feliz. Me sinto pior do que quando descobri a traição dela. Irônico, não é? Passei anos arquitetando um plano para que ao final dele sentisse dor por toda a dor que causei. Talvez eu não seja tão mal assim.

–Ou talvez seja apenas um tolo que acreditou que a vingança traria algo bom.

–Talvez eu fosse um tolo. Espero que não seja uma tola e viva feliz – disse antes de dar as costas. Nicole o viu se afastar cada vez mais rápido de si ate que ele entrou no carro. Ela sabia que jamais o veria novamente. Ela sabia que deveria se sentir feliz por aquilo, mas se viu ainda mais triste. Lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto e um sorriso triste escapou pelo seus lábios.

–Eu serei e espero que você também seja –balbuciou antes de voltar para dentro de casa e fechar a porta.

***
Cinco anos depois..

Jacob acenou para os homens ao entrar no esplendoroso edifício. Já havia se passado cinco anos desde a morte de seu pai, da prisão de Elena, do sumiço de Alec e do seu enriquecimento. Por meses, Jacob não soube o que fazer com o dinheiro que havia sido transferido para ele após a morte de seu pai. Por muitos dias olhou para o dinheiro em sua conta bancaria e sentia vontade apenas de acabar com tudo, mas um dia ao ver Nicole, se deu conta que ele deveria seguir em frente e ser um homem que ele tivesse orgulho. Um homem que poderia se olhar no espelho e não ter peso na consciência. Jacob queria ser alguém diferente de seu pai. Demorou alguns meses para encontrar algum negocio que lhe chamasse a atenção, mas não demorou para encontrar. Jacob Piattis se tornara em pouco tempo, um homem de negócios invejado por todos de seu ramo. O ramo da bebida alcoólica. Talvez por ter ido ate o fundo do poço e se erguido, como uma vez Alec dissera, que ele precisava perder tudo para dar valor ao que tinha. Assim que comprou duas marcas famosas de bebida começou a investir em voluntariado e não demorou para abrir uma clinica sem fins lucrativos para ajudar pessoas a se livrarem de vícios e ajudar ex-presidiarios a ter um lugar no mundo. Jacob em cinco anos se tornara alguém respeitado. Um homem que seu pai jamais havia sido. Após a sua morte, Jacob havia descoberto fundos secretos. Fundos em que depositava dinheiro que roubava de sua própria empresa. Todos pareciam ter segredos sujos. Segredos que queriam esconder, mas que irritantemente vinham a tona. Jacob andou pelo saguão ate entrar no elevador, e esperar para que seu andar chegasse logo. Ele estava ansioso para rever Nicole. Assim que a porta do elevador se abriu, ele saiu apressado, passou pela sua secretaria e ao abrir a porta de sua sala, a viu. Nicole havia mudado muito naqueles cinco anos. Toda a sua beleza havia melhorado com os anos, mas os seus olhos jamais haviam sido o mesmo de outrora. Ela jamais se envolvera com ninguém após Alec, talvez no fundo acreditando que todos seriam como ele.

–É sempre bom vê-la – Jacob disse carinhoso ao abraça-la ternamente e se afastar para vê-la melhor –a cada dia que lhe vejo está mais bonita. Se não fosse a minha tia, estaria casada comigo – prometeu em meio a sorrisos, a qual a fez erguer uma carta em direção a ele sem dizer nada – O que foi? – perguntou ao tomar a carta e começar a ler em voz alta – Minha querida Nicole, já fazem cinco anos, não é? Espero que esteja feliz, casada e com filhos. Se não estiver, irei me culpar como venho fazendo a tantos anos. Eu não me arrependo de tudo o que fiz, pois se não estaria me arrependendo de conhece-la. Nesses cinco anos apenas pensei em ti, Nicole. Me perdoe por falar isso, mas venho lhe observando em silencio a muito tempo. Sei o quanto está mudada por minha culpa, e peço perdão mais uma vez por isso. Acho que nunca fui altamente sincero com você. Na primeira vez que nos vimos pensei que seria apenas a irmã do homem que desejava me vingar, mas percebi que você seria a minha fraqueza com o tempo. Você foi a única que me fez mudar. Sou um tolo, como você tinha falado, mas ainda sou um homem que a fez sofrer. Não sei o motivo de ter lhe enviado esta carta, talvez, esteja ficando mais velho e mais tolo. No fundo tenho esperança de vê-la novamente, não como Nicole a irmã de Alexander, mas como Nicole, a mulher que amo. Me perdoe por esta carta e por tudo que fiz em sua vida. Diga a Jacob, que ele aprendeu a lição que lhe dei, e virou um homem para ser respeitado por todos, incluindo a mim. Se assim como eu, ainda sente algo por mim.. peço para que venha me encontrar no endereço da carta, se não, apenas ignore e continue a viver a sua vida, mas sem arrependimentos ou dor. Com carinho, Anthony. –Jacob terminou de ler a carta sem reação. Ele jamais havia ouvido falar em Alec. Ele sumira da mesma forma que surgiu como uma nuvem misteriosa. Seu olhar foi em direção a Nicole em busca de resposta – porque me mostrou isso?

–Porque achei que seria o certo – respondeu firme.

–O que irá fazer?

–Irei atrás dele.

–Porque fará isso? Ele...

–Ele fez tudo o que fez por vingança, mas está arrependido. O que há de mal nisso?

–Você ainda o ama?

–Nunca deixei de amá-lo – confessou ao pegar a carta de volta – estarei indo essa noite. Vim me despedir.

–Não irá se arrepender dessa escolha?

–Já percebeu que desde que conhecemos Alec, Anthony, usamos muito a palavra arrepender? Vamos viver mais, meu querido, e esquecer o passado. Vamos apenas ser felizes –sorriu antes de se aproximar dele e lhe dar um beijo na testa – Até mais – o saudou antes de ir ate a porta. Jacob se limitou a sorrir ao vê-la falar daquela forma. Por mais dor que ela tivesse passado jamais deixou de ser a mesma Nicole.

***
A calma da pequena cidade de Cornyhall conseguia deixar Anthony mais calmo e tranquilo. Uma paz que ele não sentia a anos. Cinco anos atrás quando conseguia terminar toda a sua vingança, pensara que não sentiria nada além de paz, mas enganou-se. Viu uma família destruída, e a mulher que odiava presa, mas nada disso foi o suficiente para fazê-lo sentir feliz. A dor que sentia toda a vez em que pensava em Nicole era demais para aguentar. Ele optou por desaparecer e depositar um terço do que tinha na conta bancaria de Jacob. Por mais incrível que fosse, ele se sentia calmo e mais leve ao fazer aquilo. Fez alguns investimentos com o dinheiro que lhe restou para viver tranquilamente, sem encarar ninguém de seu passado mais. O homem que fazia as mulheres estremecerem não mais existia. Alec, agora Anthony, havia perdido peso, se vestia com simplicidade e vivia em uma casa pequena, afastada do centro da cidade. Ele vivia uma vida modesta. Em um final de tarde, ao retornar da mercearia, carregando algumas sacolas reparou em um carro branco estacionando próximo a sua casa. Tentou ignorar, mas assim que a porta do carro se abriu, a viu. Nicole não era a mesma que ele se lembrava. Ela havia mudado assim como ele. Se encararam por longos minutos ate ela sorrir para ele. Um sorriso calmo e que emanava perdão.

–A quanto tempo – Anthony tornou ao se aproximar dela.

–Muito mesmo – assentiu ao olhar para ele de cima a baixo. Ela não havia esperado que ele tivesse mudado tanto, mas não viu aquela mudança como ruim. Para ela, o homem a sua frente era o verdade Anthony. Era o homem que ela desejava conhecer.

–Um pouco. Quer entrar? – a convidou ao segurar as sacolas e olhar para a sua casa.

–Será um prazer – respondeu antes de segui-lo para a modesta casa. A casa possuía um andar, possuía uma cerca marrom, um jardim bem cuidado, janelas vermelhas e a porta na cor preta. Assim que ela entrou perceber que a vida dele havia mudado. Não haviam moveis caros ou nada extravagante.

–Deve estar estranhando, não é? – Anthony gritou da cozinha ao depositar as sacolas em cima da pequena mesa e retornou para a sala onde a viu ainda parada na entrada – Sei que tudo é simples, mas..

–É lindo – disse sincera ao interrompê-lo. – A sua casa é linda.

–Obri..gado – falou sem jeito. Algo que fez Nicole sorrir.

–É a primeira vez que o vejo vulnerável.

–É a primeira vez que me vê de verdade.

Nicole assentiu ao perceber que aquilo era verdade.

–E estou gostando de conhece-lo – admitiu ao encará-lo com um sorriso na face.

–Esse.. pode ser o inicio para nós? – Anthony perguntou cauteloso – Você veio ate mim, isso deve ser algo bom, não é?

–Isso é algo maravilhoso na verdade – disse ao andar ate onde ele estava, passar os braços em volta de seu pescoço – Espero que não tenha mentido quando disse que me amava.

–Eu não menti. Eu realmente te amo.

–Que bom, porque eu também te amo – confessou antes de fechar os olhos e sentir os lábios dele sobre os seus.

Anthony havia aprendido em sua saga pela vingança que por mais que fosse atingido, espancado, magoado e sofrido, não valia a pena se vingar das pessoas, pois ao final de tudo nada restaria. E o que ficaria seria uma pessoa solitária, entretanto ele teve a sorte de encontrar a única pessoa que seria capaz de mostrar a luz para ele quando estava preso na escuridão. E ele seria sempre grato a Nicole por isso. Grato por ela lhe mostrar o que era amar de verdade.


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Notas finais do capítulo

Se não gostarem do final deixe nos comentarios pq posso ate fazer algum capitulo extra rsrs..

Ah, para quem curte desse estilo acho que vou começar, oficialmente, uma história diferente que já postei, mas que exclui (e que incrivelmente consegui rescreve-la e tirar todas as pontas soltas rs).. O titulo ainda esta meio indefinido assim como a capa, mas ja tenho 5 capitulos prontos e postarei no maximo daqui a mês..

E provavelmente será a minha ultima fic no Nyah, oficialmente.. sei que já disse isso antes, mas é verdade.. Estou terminando todas as fics em aberta daqui exatamente por isso, daqui a algum tempo serei apenas uma leitora e nada mais rsr.. espero que me acompanhem nessa ultima fic com um estilo mais "diferente"...

Sinopse:
Histórias relatam os gângsters e mafiosos como pessoas frias e cruéis mostrando-os pouco a pouco como pessoas capazes de mudar pela pessoa que ama, mas o que poderá ocorrer a um homem que não foi forçado a ser cruel pelo meio em que vive? Existirá um modo de fazê-lo mais humano ou ele apenas permanecerá frio e indomável?
Vlad Vitorino Galli Chevalier. Um homem de poucas palavras e ações desmedidas conhecido por todos por Vlad Galli possuía uma fortuna obtida de diversos modos tanto legais quanto ilegais, mas para o mundo todo ele era apenas mais um investidor experiente e presidente de uma empresa construtora. Entretanto para poucos homens ele era conhecido como Vlad Galli, o experiente e cruel mafioso oriundo de uma das famílias mais perversas. Um homem com duas faces e duas personalidades. Qual delas poderia ser a real? O homem justo e correto que trabalha para realizar o sonho das pessoas através de sua construtora, ou o homem cruel desprovido de qualquer emoção capaz de matar sem ao menos sentir remorso ou culpa?
Luna Vega Dupont acaba encontrando refugio em um, único, lugar que jamais imaginaria ao se ver deixada em uma rua escura para morrer após ser violentada quando retornara para casa. Resgatada por um desconhecido que possuía olhos frios e sem brilho é levada para a sua casa onde se inicia uma nova chance de recomeçar a vida ao mesmo tempo em que começa a se perguntar o quanto valia uma vida.
Dois mundo diferentes que ligam-se através de um fatídico dia. Um dia que seria o primeiro da vida de duas pessoas tão desconhecidas quanto parecidas.


Até pessoal e quer quiser falar comigo basta enviar mensagem privada..leio e respondo todas rsrs



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