Fabula Temporis escrita por Linnet Lestrange


Capítulo 3
Capítulo 3 - Aquele com a Viagem no Tempo




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Capitulo 3 – Faça as malas, você irá para 1944.

Encarei a mala aberta e vazia na minha frente.

Dumbledore me mandou arrumá-la o mais rápido possível. Mas, quero dizer, como eu vou saber o que colocar em uma mala para ir direto para o ano 1944?

A única coisa que eu tenho até agora é o uniforme de Hogwarts que, vou te contar, não é exatamente o mais bonito do mundo.

E que barulho irritante é esse?

Ah, sim, são batidas na porta.

- Pode entrar! – resmunguei.

- Precisa de ajuda, srta. LeCroix? – perguntou Dumbledore, entrando calmamente no dormitório que estava vazio, a não ser por mim. Você sabe, as outras pessoas estavam jantando felizes, enquanto eu estava arrumando as malas para voltar ao passado e chutar o traseiro do Dark Lord e tudo mais.

- Não, não. Estou indo muito bem, como você pode ver – falei, irônica, apontando para a minha mala vazia.

- Apenas coloque tudo que trouxe para cá – sugeriu o cara, como se fosse uma coisa óbvia. Não é a toa que ele sai por ai usando uma túnica enorme que nenhum bruxo usa desde, hm, sempre. Não é exatamente o maior entendedor de moda do país.

- Mas minhas coisas não estavam na moda em 1944 – exclamei, indignada com a sugestão dele.

Ele riu.

- Deixemos isso para depois, temos que conversar sobre como será sua chegada – disse ele, sentando-se na cama ao lado da minha mala.

- Ok, pode mandar o papo enquanto eu escolho as roupas – eu disse, olhando para a montanha de roupas que eu havia feito no chão.

- Primeiro, pegue isto – falou Dumb, tirando um envelope pardo muito recheado de dentro das vestes – guarde-o com cuidado e, quando chegar, entregue-o para o meu "eu do passado".

- Uau, genial! E o que tá escrito? – perguntei, segurando o envelope nas mãos.

- É uma carta para mim mesmo, explicando os acontecimentos. Eu irei entender – explicou ele, dando um sorrisinho orgulhoso de "minha idéia foi genial".

Bem, e foi mesmo.

- Ok – falei, já colocando no bolso do lado de dentro daquele casaco horroroso do uniforme de Hogwarts.

- E também tem isto – disse ele, tirando outro envelope, desta vez mais fino – É uma carta para o professor Dippet, diretor de Hogwarts daquela época, explicando sua transferência de Beuxbatons para lá.

- Ok, certo – disse, também enfiando no bolso do casaco.

- Agora... – começou o cara, levantando-se da cama e fazendo uma cara séria – sobre Tom Riddle.

- Quem é Tom Riddle? – perguntei, finalmente achando algo decente na montanha de roupas e colocando na minha mala.

- Tom Riddle é Lord Voldemort – explicou.

Ah tá.

- Ah, saquei – falei, parando de procurar roupas para prestar mais atenção.

- Há algumas coisas que acho que você deveria saber sobre ele – começou Dumbledore, me encarando – Ele é o monitor chefe da época para onde você irá se deslocar. Isso irá ajudar a localizá-lo, já que você será nomeada monitora chefe.

- Jura? E como vou conseguir isso?

- Está tudo resolvido nas duas cartas que te entreguei – explicou ele – Creio que você deve saber também que ele é muito inteligente, e qualquer deslize de sua parte pode despertar uma desconfiança.

Ah, que ótimo. Sinto-me muito mais tranqüila agora.

- Por isso sugiro uma aproximação mais... lenta, discreta. Ele sempre teve o costume de andar sozinho, então talvez seja difícil... mas isso é com você, confio no seu plano.

Ah, ok, como se eu tivesse algum.

- E um dos maiores conselhos: de modo algum confie nele. Esse foi o maior erro de todos daquela época. Todos foram... "seduzidos" pela lábia infalível de Riddle, fazendo com que ele conseguisse sempre tudo o que queria.

- Pode deixar, não caio em lábia de homens – falei. E é verdade. Quero dizer, não que muitos tenham tentado usar sua lábia em mim, mas a parada de 'não confie em homens, são todos uns babacas' e tudo o mais, eu já sabia.

- E há mais uma coisa que achei que você poderia saber... – continuou Dumbledore – Nunca, em toda sua vida, Tom Riddle foi exatamente... feliz.

Ahhh, tipo, dane-se.

- Bem feito! – Resmunguei, fazendo uma careta. Dumbledore me olhou com censura.

- Não estou dizendo isso para defendê-lo, só acho que... você deveria saber – disse Dumbledore, com o cenho franzido e os olhos azuis-bebê refletindo uma preocupação genuína - Bem, quando se sentir pronta, me encontre nos jardins. Vou aproveitar para beliscar mais algumas balinhas de chocolate salgado que vocês têm por aqui, são realmente muito saborosas. Até mais! – falou o cara, dando o fora dali.

Hm, isso pode demorar um pouco.

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- Antes tarde do que nunca! – Exclamou Dumbledore quando cheguei aos jardins, tipo, duas horas depois, já com a mala pronta.

- Estou pronta, vamos acabar logo com isso.

- Antes, tenho que avisar uma coisa, por pouco não me esqueço. A partir de agora, você é Katherine Holland Schiffer.

- O quê? Por quê? – Perguntei, indignada, e fazendo uma careta por ele ter dito o nome Katherine Holland, meu nome completo.

- É melhor você ter uma nova identidade, para evitar problemas – Explicou Dumbledore. – Não queremos que você apareça lá com um sobrenome de uma família não existente.

- Ah. Bem, então tá.

- Antes de tudo, vamos checar se você colocou todas as coisas fundamentais na mala. Livros didáticos do sétimo ano de 1944? – Começou o sr. D, botando minha enorme mala no chão e abrindo-a.

- Dumbledore me entregou todos – Respondi, apontando para o monte de livro atolado no canto da mala.

- Os envelopes que te entreguei? – Perguntou Dumbledore.

- Aqui – Falei, passando a mão pelos bolsos das vestes, onde eles estavam.

- Vestes de Hogwarts? – Foi a vez do sr. D perguntar.

- Infelizmente, aqui – Resmunguei, olhando com desprezo para as vestes horríveis que estavam no topo do malão. Dumbledore fazia uma cara pensativa, como quem pensava em algo mais que eu poderia precisar, e o sr. D olhava minha mala.

- Holly... – começou Desiré – O que diabos é isto? – perguntou, se abaixando e pegando uma coisa pequena e rosa da minha mala.

Oh-oh.

- É o meu, hã... Ipod – Respondi, sem graça por ter sido descoberta. Ah, cara, eu tinha escondido ele tão bem na mala! Droga de olhos esbugalhados do sr. D que enxergam além do que deveriam.

- Ipod? Aquele aparelho trouxa de ouvir música? Holly! – Repreendeu-me o Sr. D.

- Ah, qual é! Eu vou precisar de algum tipo de diversão – Reclamei, tirando o Ipod Nano rosa da mão dele.

- Você sabe que aparelhos eletrônicos não funcionam em Hogwarts! – Falou o sr. D, olhando para Dumbledore como quem pedia apoio na discussão.

- Eu sei, dã, por isso eu o alterei magicamente – Expliquei, também olhando pra Dumbledore.

- Não vejo maiores problemas dela levar, se ela realmente deseja. Contanto que ninguém veja, é claro – Disse Dumbledore, calmamente. Ergui minhas sobrancelhas em sinal de "se ferrou" para o sr. D, que franziu o cenho.

- Acho que está tudo certo, então – Concluiu Dumbledore, tirando a varinha das vestes. Meu coração começou a martelar incrivelmente rápido no peito. – Lembre-se, quando a missão for cumprida e for hora de voltar, peça para o meu Eu-do-passado realizar o feitiço certo para você. Vai dar tudo certo, srta. LeCroix. Ou melhor, srta. Schiffer.

Já meio em pânico, olhei para o sr. D, que abriu os braços para me abraçar.

- Boa sorte, Holly. Você vai ser sair bem, tenho certeza. A Armée vai estar torcendo por você – Disse o cara, com lágrimas nos olhos enormes. Eu também choraria, se:

a) Eu não estivesse em pânico demais para isso.

b) Eu não fosse do tipo que evita chorar, sempre que possível.

c) Eu não estivesse usando o Rímel L'Oreal (que deixa os cílios enormes, curvados e lindos, aliás) que não é à prova d'água.

- É, é o que eu espero – Falei, indo em direção ao Dumb. Ele me abraçou calorosamente, como um vovô abraçando a neta, e falou num tom de voz que só eu conseguia escutar:

- Lembre-se, as maiores batalhas não são vencidas na força.

Não entendi muito bem o que ele quis dizer com isso.

- Bem, está na hora. A chave do portal irá te levar à minha sala de 1944, em Hogwarts – Dizia Dumbledore, enquanto eu fechava minha mala e me agarrava a ela.

- E qual é a chave do portal? – Perguntei.

- Essa pena – Respondeu Dumbledore, me entregando uma pena bonita e preta. Segurei minha mala em uma mão, com força, e a pena com a outra. – Você deve sentir um leve puxão no umbigo. Segure-se! TERGUM TEMPORIS!

E aí tudo ficou preto.


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